segunda-feira, 14 de outubro de 2013

3 de dezembro

3 de dezembro

1826 – Langsdorff alcança o rio Taquari


Última cachoeira do agitado rio Coxim antes de sua chegada ao Taquari


Expedição científica, comandada pelo visconde de Langsdorff, patrocinada pelo governo russo, com destino a Cuiabá e a Amazônia, completa seu trajeto pelo agitado rio Coxim:


Logo depois de levantar o pouso, passamos à esquerda pela embocadura do rio Taquari-mirim e pouco adiante entramos no Taquari que aí tem 200 braças de largura. A maior parte do dia foi consumido em vencer a cachoeira Beliago, cuja extensão de meio quarto de légua é semeada de ilhas e rochas à flor ou acima d’água, que, se não produzem quedas, originam fortes correntezas e ondas agitadas, cuja violência as canoas vazias têm que suportar.


Agarramos uma arraia.


Pelas 2 horas da tarde, seguimos viagem, passando ainda por entre diversas ilhas. Ao pôr do sol, os camaradas, para festejarem a transposição da cachoeira Beliago, última até Cuiabá, deram descargas de fuzilaria, gritaram a valer e cantaram até alta noite. Daí por diante, com efeito, a navegação faz-se em rios de curso tranqüilo, sem perigos de corredeiras nem obstáculos que obriguem a descarregar as canoas e por conseguinte a transportar cargas às costas por distâncias não pequenas. Aí, pois, findam os labores mais penosos.



FONTE: Hercules Florence, Viagem Fluvial do Tietê ao Amazônia, de 1825 a 1829, Edições Melhoramentos, São Paulo, 1941, página  57

02 de dezembro

2 de dezembro
 
1939 – Morre em Cáceres, ex-governador Costa Marques




Aos 77 anos, falece em Cáceres, o advogado Joaquim Augusto da Costa Marques, natural de Poconé. Político, sucedeu a Pedro Celestino no governo de Mato Grosso (1911/1915). Foi o primeiro mandatário estadual a visitar o Sul do Estado, num circuito pelas cidades de Miranda, Nioaque, Porto Murtinho e Aquidauana, encerrando sua viagem em Campo Grande, em 1912, sendo homenageado pela Câmara Municipal, que deu o seu nome à principal praça da vila, atual dos Imigrantes, no final da rua 26 de Agosto.


FONTE:Nilo Povoas, Galeria dos Varões Ilustres de Mato Grosso Vol. II, Fundação Cultural de Mato Grosso, Cuiabá, 1978, página 95.


2 de dezembro

1945 - General Dutra elege-se presidente da República

Em pleito realizado nesta data elege-se o general Eurico Gaspar Dutra, natural de Cuiabá, presidente da República para um mandato de cinco anos. É primeira eleição direta depois da ditadura Vargas. Candidato do PSD, com apoio de Getúlio, Dutra, com 3.251.507 votos atingiu 55,39% dos votos válidos. Seu principal concorrente foi o brigadeiro Eduardo Gomes (UDN), com 34,74% dos sufrágios.

Sua posse deu-se no dia 31 de janeiro de 1946, transmitida pelo ministro José Linhares, presidente do STF, que ocupava interinamente a chefia do governo, desde a deposição de Getúlio Vargas.

FONTE: Mauro Renault Leite e Novelli Júnior, Marechal Eurico Gaspar Dutra: o dever da verdade, Editora Nova Fronteira, Rio, 1983, página 752. 


2 de dezembro

1945 – Eleições para presidente e constituintes

Vespasiano Barbosa Martins, o senador do Sul de Mato Grosso

Com a volta do país à democracia, realizam-se as primeiras eleições livres para escolha do presidente da República e dos congressistas para a Assembléia Nacional Constituinte. São eleitos para Presidente da República o general Eurico Gaspar Dutra; para o Senado, Vespasiano Barbosa Martins, da UDN e Filinto Muller, do PSD; deputados federais: João Ponce de Arruda, Argemiro Fialho e Gabriel Martiniano de Araújo, do PSD; e Dolor Ferreira de Andrade e Agrícola Paes de Barros, da UDN. Favorecido por recurso judicial, João Vilasboas, candidato da UDN terminou tomando a vaga do pessedista Filinto Muller. 

Vespasiano já havia exercido o Senado, de 1935 até o golpe do Estado Novo de 1937.


FONTE:  Estevão de Mendonça, Datas Matogrossenses(2ª edição) Governo de Mato Grosso, Cuiabá, 1973, página 291.

01 de dezembro

1º de dezembro



01 de dezembro

1928 – Iniciado o asfaltamento da rua 14 de Julho em Campo Grande



Projetado desde 1927, na gestão do intendente Jonas Correa da Costa, é, finalmente iniciado a pavimentação da principal rua de Campo Grande, a 14 de Julho, conforme relato de Paulo Coelho Machado:

Com a presença do intendente Manoel Joaquim de Moraes, do engenheiro Sinésio Guimarães, representante da empreiteira e de convidados, foi iniciado o serviço no dia 1º de dezembro de 1928.


Satisfeito, diz o intendente que ‘com a execução deste extraordinário melhoramento, que há longo tempo constituía uma das mais acariciadas aspirações do nosso povo, remove o último obstáculo que ainda entrava a marcha brilhante do seu desenvolvimento.


Centro de uma atividade de trabalho intensa, procurada por forasteiros de todas as partes, a nossa cidade oferecia-nos um aspecto desolador pelo estado lastimável de suas ruas. Com as obras de calçamento, a se concluírem dentro de 3 anos, podemos falar com o mais justificado otimismo que o impulso que receberá o município será verdadeiramente surpreendente.’


Com a ascensão de Antero Paes de Barros à prefeitura, em janeiro de 1930, as obras se interromperam. No entanto, a memória quase geral é de que foi ele o iniciador do calçamento. Mais tarde os serviços foram retomados, a cargo do engenheiro Inácio Franco Camargo, genro de Olivério da Luz e que foi prefeito de Campo Grande de abril a dezembro de 1929. Em 1931 estava pronto, para regozijo de toda a população.


A obra foi realizada pela empresa Firmo Dutra & Cia. Ltda. e de acordo com o contrato "o calçamento deveria ter duas camadas de pedra britada lançadas sobre uma caixa de 20 cent. de profundidade e aberta entre os meios-fios da rua, deixando livres pelo menos 15 cent. dos mesmos meios-fios. A primeira camada de pedra britada terá 18 cent. de espessura e as pedras 8 cent. de diâmetro; a segunda camada terá a espessura de 10 cent. e o diâmetro das pedras será de 3 a 4 centímetros. Essas espessuras serão antes da compressão por meio de rolo compressor de 10 a 12 toneladas de peso. Sobre estas duas camadas depois de inteiramente comprimidas e regularizadas será espalhada uma primeira rega de asfalto à razão de 5 litros por m². Este asfalto é empregado a quente numa temperatura de 160 a 170 graus centígrados. Imediatamente após a rega acima, espalha-se uma camada de cascalhinho de 2 cent. de espessura."


FONTE: Paulo Coelho Machado, A rua principal, Tribunal de Justiça, Campo Grande, 1991, página 20.
FOTO: Acervo do Arca, Arquivo Público de Campo Grande.


1° de dezembro

1938 - Nasce em Uberaba (MG), Marcelo Miranda Soares
Filho de José Severino Neto e Diva Miranda Soares, nasce em Uberaba, Marcelo Miranda Soares. Estudou o primário e o secundário em sua cidade natal, formando-se em engenharia civil, pela Faculdade de Engenharia do Triângulo Mineiro em 1964, ano em que se mudou para o estado de Mato Grosso. Iniciou a vida pública no Estado, como presidente da Cemat, Centrais Elétricas de Mato Grosso (1970), passando em seguida à direção do Dermat, Departamento de Estradas de Rodagem de Mato Grosso (1971), no governo de Pedro Pedrossian. Em 1976 elege-se prefeito de Campo Grande, sucedendo a Levy Dias. Em 1979 deixa a prefeitura e é nomeado governador de Mato Grosso do Sul, em substituição a Harry Amorim Costa. Em 1982 é eleito senador e em 1986, vence a eleição para o governo do Estado, o qual governou até 1990, sendo sucedido por Pedro Pedrossian. Seu último cargo público foi o de superintendente regional do DNIT em Mato Grosso do Sul.

FONTE: Entrevista de Marcelo Miranda Soares ao autor.

30 de novembro



 30 de novembro


1884 - Colocada a pedra fundamental da igreja de Ladário




Em cerimônia dirigida pelo frei Mariano, vigário de Corumbá, foi colocada a pedra fundamental da igreja Nossa Senhora dos Remédios em Ladário. A história do ato solene é contada em ata, publicada no semanário O Iniciador (de Corumbá) em 25 de dezembro de 1884, a qual reproduzimos: 






30 de novembro

1907 – Bento Xavier inicia movimento separatista





O coronel riograndense Bento Xavier, egresso da revolução federalista, realiza reunião de fazendeiros e líderes políticos do Sul do Estado, em Bela Vista para aprovação de um projeto que visava, através de um consenso entre situação e oposição, a luta pela independência do Sul do Estado, conforme denúncia do governador:


...Bento Xavier, que desde o mês de julho tinha grupos armados nas cabeceiras dos rios Apa e Estrela, começou a convidar por escrito a inúmeras pessoas para comparecerem armadas e em companhia dos amigos, também armados, que conseguissem reunir, na povoação de Bela Vista e no dia 30 de novembro, sob o pretexto de assistirem a uma manifestação de apreço à sua pessoa, dirigida e promovida pelo major Camilo Brandão, fiscal do 7º regimento de cavalaria, estacionado na referida povoação. Essa manifestação consistiria na oferta do seu retrato a Bento Xavier e de um adereço de brilhantes à sua esposa. Para levá-la a efeito, o major Brandão distribuía profusamente listas de subscrição pela região do Sul, tendo convidado por carta ao dr. José João de Oliveira Pires, advogado e residente em Nioaque, para ser o orador por parte dos manifestantes.

Que, porém, essa manifestação era apenas um pretexto, e não o verdadeiro fim da projetada reunião, se deduz não só da condição expressa nos convites, de comparecerem armados os convidados, como também de em tais convites acrescentar Bento Xavier, ora que ainda na reunião se trataria de eleger, de acordo com o governo do Estado, um amigo capaz de ser o chefe e de, prestigiado por todos, dirigir-se ao mesmo governo em qualquer assunto que fosse necessário; ora que nela se trataria da defesa da sua pessoa, ameaçada de um assalto de seus adversários; ora que dela resultaria a União do Sul; sendo que a Anacleto Rodrigues, Bento Xavier dissera, em meado de setembro, que seu seu intento, reunindo o povo, era fazer ao governo do Estado exigências excessivas, esperando não ser atendido, para então proclamar a separação do Sul e fazer uma revolução que duraria dois anos, afim de que fossem saqueadas as fazendas e ele e seus amigos se arranjassem, pois era tempo disso. 

Na citada reunião Bento Xavier lançou as bases de sua “Revolução da Paz", que continha, entre outros pontos, a independência política da região Sul do Estado.Consta não ter havido aprovação por parte da maioria dos presentes aos planos de Bento Xavier. O conflito armado, que durou cinco anos, foi precipitado pelo governador Generoso Ponce que, imediatamente após à citada reunião, iniciou implacável perseguição ao líder gaúcho e seus seguidores, invadindo suas propriedades e forçando-os ao refúgio no Paraguai. A guerra foi a resposta de Bento Xavier à repressão policial e a expropriação de seus bens.

 
FONTE: Generoso Ponce Filho, Generoso Ponce, Um Chefe, Pongetti, Rio de Janeiro, 1952, página 499.

FOTO:Correio da Manhã (RJ).




30 de novembro

1914 - Conflito entre exército e policia em Campo Grande



Motivado por questões político-partidários, segundo denúncia do governo do Estado, deu-se em Campo Grande conflito entre praças do 5° Regimento de Artilharia do exército e o destacamento policial da cidade.

De acordo com  a versão oficial, "um grupo de 60 praças do dito Regimento, aliciado e dirigido por alguns inferiores, que por sua vez eram instigados pelos chefes oposicionistas daquela localidade, acoroçoados por alguns oficiais seus superiores, atacaram o quartel do destacamento policial".

"Felizmente - enfatiza a mensagem - o oficial comendante do destacamento, tenente Saladino de Souza Nunes, conseguiu penetrar no quartel, com as praças que ali se achavam e defendeu heroicamente o seu posto, pondo em debandada os atacantes, que perderam um sargento e uma praça".

Por fim o relato do presidente do Estado, divide-se em denúncia à oposição e providências tomadas:

Estes fato. tão deprimentes da nossa civilização e da disciplina militar, foram as consequências da atitude de franca hostilidade ali assumida pelo major Archimino, então comandante do referido Regimento e pelos tenentes Otto Feio e Carlos Aleixo, contra as autoridades constituídas e favor de uma pequena oposição irriquieta e turbulenta, que ali se tinha organizado contra a situação, acoroçoada por esses oficiais e chefiada pelo tenente Severiano Marques e José Santiago, ex-vice-intendente do Município.

Antes desse conflito e por ordem dos referidos oficiais foram presas e recolhidas ao xadrez do 5º Regimento as praças de polícia que faziam o policiamento daquela vila; e depois do mesmo ainda foi agredida e assassinada uma praça policial, por um sargento daquela guarnição.

De todas essas lamentáveis ocorrências dei ciência ao sr. Ministro da Guerra e, não foi sem grande dificuldade, que se conseguiu o afastamento desses oficiais daquela localidade, que logo em seguida entrou na sua vida normal de ordem e respeito às autoridades constituídas.

Para sindicar daqueles fatos e apurar a responsabilidade dos seus autores, fiz seguir para ali o dr. chefe de polícia, em cujo relatório encontramos todos os esclarecimentos a respeito, e, nos termos do art. 171, n.20, do Dec. n. 324, de 1 de fevereiro de 1913, o juiz de Direito de Aquidauana.

A versão da oposição para o episódio foi publicada no jornal do Partido Republicano (PRMG), em sua primeira edição depois do conflito, conforme despacho de seu correspondente em Aquidauana:

O mês de novembro terminou na vizinha vila de Campo Grande por um ato que, a par do deponente do governo, trás o pânico e a falta de tranquilidade à sua laboriosa e pacífica sociedade.

Ei-lo: anteontem pelas vinte e duas horas a força policial atacou o quartel do exército, saindo os praças deste ao encontro dos atacantes resultou na morte de um sargento da força federal. Não fosse a enérgica intervenção dos bravos capitães Moraes e Rogaciano, lamentáveis ocorrências teriam-se dado. Este fato é uma consequência da atitude de vandalismo dos governistas, que veem no regimento do exército, ali aquartelado, um obstáculo para perseguirem aos seus degradantes crimes.

Na opinião dos governistas esse ataque tornava-se necessário para promover a saída do regimento dali. Os atos de vandalismo dos governistas têm as famílias alarmadas, cruzando o renhido tiroteio uma impressão detestável. As casas de famílias em geral se conservam com a frente fechada. A estrada de ferro requisitou do comendante da força federal um destacamento para manter a ordem, perturbada pela polícia. Corre como certo naquela vila, ser intuito do governo lançar os oposicionistas a revolução, contando com a intervenção federal para aniquilá-los. Quanta perversidade! Até onde irá o governo na sua repugnante ação contra os oposicionistas?² 


FONTE: Presidente Costa Marques, Mensagem à Assembleia Legislativa de Mato Grosso, Cuiabá, 1915. ²Jornal O Matto-Grosso, Cuiabá, 2 de dezembro de 1914.


30 de novembro

1927 – Dom Aquino toma posse na ABL


Eleito em 9 de dezembro de 1926, Dom Aquino Correa toma posse na Academia Brasileira de Letras. É o primeiro mato-grossense a ocupar cadeira naquela casa. O discurso de recepção ao novo integrante do mais importante sodalicio brasileiro foi proferido pelo acadêmico Ataulfo de Paiva.

De sua farta contribuição à poesia brasileira, singela homenagem à sua cidade natal:



CUIABÁ

Lá no meio da selva verdejante
Num pedaço de terra solitária,
Banhada pelo sol fulvo e cantante,
Existe uma cidade legendária...

É a bela Cuiabá, bicentenária
Que tem o pedestal de ouro ofuscante,
Onde chegou o bravo bandeirante
Em busca da riqueza extraordinária.

Oh! Cuiabá, das lendas brasileiras
Foste o sonho de glória das bandeiras
Eldorado de luz e de bonança.

O teu futuro está profetizado:
Foste a cidade de ouro no passado,
És a Cidade Verde na Esperança.



FONTE:  55 - Estevão de Mendonça, Datas Matogrossenses, (2ª edição) Governo de Mato Grosso, Cuiabá, 1973, página 145.

FOTO: primeira página da Gazeta de Notícias(RJ).

29 de novembro

29 de novembro

 
1910 – Nasce em Nioaque, Waldir dos Santos Pereira




Filho de Eduardo dos Santos Pereira e Blanche dos Santos Pereira, nasce em Nioaque, Waldir dos Santos Pereira. Chegou a Campo Grande com 32 dias de vida, no dia 1° de janeiro de 1911. Fez as primeiras letras no Instituto Pestalozzi, do diretor Henrique Correa da Costa. Concluiu o curso ginasial em São Paulo e foi estudar Medicina na Bahia, onde ficou até o quarto ano, transferindo-se em 1932 para o Rio de Janeiro. Nesse ano com o falecimento do irmão, que substituía o pai no cartório de propriedade da família, abandonou os estudos para ser tabelião substituto.

Desportista, ajudou a fundar a LEMA (Liga Esportiva Municipal de Amadores) e a LEMC (Liga Esportiva Municipal Campo-Grandense), em 1932, da qual foi presidente durante dois anos. 


Em 1947 entra na política, elegendo-se deputado estadual constituinte. Foi presidente da Assembléia Legislativa. No governo, foi chefe da Casa Civil da primeira administração de Pedro Pedrossian, Secretário de Administração do prefeito de Campo Grande, Mendes Canale em suas duas gestões e Secretário de Administração do governo Marcelo Miranda.


Aposentou-se como ministro do Tribunal de Contas em Cuiabá, em 1969. Faleceu em 2002 aos 90 anos. 



FONTE:  Maria da Glória Sá Rosa, Deus quer, o Homem Sonha, a Cidade Nasce, Funcesp, Campo Grande, 1999, página 38

28 de novembro

28 de novembro

2a. Guerra: batismo de fogo de Mato Grosso



Quartel do exército em Aquidauana

Pracinhas de Mato Grosso participam em 28 de novembro de 1943 da primeira batalha de Monte Castelo, na Itália, em combate ao nazifascismo.

O 9º BE Comb de Mato Grosso, reunido à 1ª Divisão de Infantaria Expedicionária, em Três Rios, (RJ) foi designado para combater na II Guerra Mundial. Esta divisão – segundo Cláudio Robba – seccionada em escalões, partiu o primeiro para a Itália a 2 de julho de 1943 e o segundo a 22 de setembro, com destino ao porto de Nápoles.

Em novembro do mesmo ano, incorporados, os dois batalhões tomaram os primeiros contatos com o inimigo, realizando o seu primeiro ataque a Monte Castelo no dia 28; a 11 e 12 de dezembro realizaram mais dois ataques a Monte Castelo, sem êxito; a 21 de fevereiro participaram ativa e eficazmente na conquista definitiva daquela fortificação, fato repetido em Castelnuovo e Montese.


Dentre os trabalhos técnicos realizados pelo Batalhão na operação de guerra destacam-se a limpeza dos campos de minas, trabalhos de estradas, destruição de um túnel em Castelacio, construção das pontes Carioca, Lages, Itajubá, Aquidauana, Cachoeira, General Dutra e ten. Muibls. Nos dias 8 e 25 de agosto de 1945 regressaram ao Brasil em dois escalões, instalando-se no antigo quartel da Escola Militar no Realengo.

Reduzido a uma Companhia de Sapadores, a 11 de fevereiro de 1946, instalou-se em seu antigo quartel de Aquidauana, que foi construído em 1923 para o 6º BE, primeira unidade que o ocupou.
  

FONTE:  Cláudio Robba, Aquidauana ontem e hoje, Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, 1992, página 95  



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27 de novembro

27 de novembro
 
1826 – Expedição Langsdorf navega no rio Coxim


Continuando sua viagem por Mato Grosso, com destino a Cuiabá e ao Norte do país, a expedição científica Langsdorf passa, em 27 de novembro de 1826, a cachoeira das Furnas, “onde a canoinha dos caçadores foi a fundo, atirando à água uma espingarda, uma pistola e vários outros objetos que ficaram perdidos”.
Hercules Florence, integrante da comissão dá novas notícias desse dia:

“Vencemos a cachoeira das Anhumas, perto do morro do mesmo nome. O país era tão montuoso. Desde há dias navegávamos junto à base de montanhas cobertas de mato, das quais nascem córregos que com alegre ruído se atiram no rio. Fomos parar junto àquele morro e ali vimos batidas feitas por antas”.
Mais adiante, Florence traça resumido perfil do Coxim:


“O Coxim é pitoresco pelas suas corredeiras, paredões, campos, caapões e montanhas: a pouca largura, as matas, as belas guaitivocas, as praias argênteas, a abundância e variedade de peixes trazem o viajante sempre entretido.


As cachoeiras são numerosas; entre essas algumas há compridas e perigosas: as rochas, a água em borbotões, a espuma formam um verdadeiro caos”.


FONTE: Hercules Florence, Viagem Fluvial do Tietê ao Amazonas, de 1825 a 1829, Edições Melhoramentos, São Paulo, 1941, página 54

FOTO: Rio Coxim, retratado por Hercules Florence.



27 de novembro

1968 - Termina exílio de Janio Quadros em Corumbá. 


Terminou o exílio de 116 dias do ex-presidente Jânio Quadros, em Corumbá. Confinado por ordem do general Costa e Silva, em portaria expedida por Gama Gama e Silva, ministro da Justiça, JQ teve frustradas todas as tentativas na justiça para interromper o castigo, imposto pela ditadura por críticas do ex-presidente ao regime de exceção, adotado pelos golpistas de 31 de março de 1964.

Janio recusou o avião da FAB, colocado à sua disposição, alegando que permaneceria na cidade por mais alguns dias, para ser padrinho de batizado do filho do líder emedebista, Jesus Gaeta, vereador mais votado do município, o que não ocorreu.

Recusando-se a falar com a imprensa, o ex-presidente deixou Corumbá, em táxi aéreo, na madrugada, desembarcando às 9,57 no campo de Marte, em São Paulo.

FONTE: Diário de Notícias  (RJ), 28 de novembro de 1968.

26 de novembro

26 de novembro

1922 - Desfalque milionário na alfândega de Corumbá

Sob o título "Peculato", jornal da capital publica a seguinte notícia:

"Encontra-se preso por ordem do dr. Manoel Paes de Oliveira, Delegado Fiscal, o tesoureiro da alfândega de Corumbá contra quem foi verificado um desfalque de 67:427$000.

Já foram tomadas todas as providências no sentido de serem penhorados os bens que porventura possua o responsável e impedida qualquer alienação que pretenda fazer, medidas essas solicitadas da Procuradoria da República junto ao Juízo Federal.

O sr. Delegado Fiscal, de acordo com a solicitação que fez ao sr. Ministro da Fazenda, já designou o sr. 1° secretário Anselmo Liberato de Oliveira para proceder a tomada de contas do acusado afim de ser apurado o seu alcance integral, devendo esse graduado funcionário seguir na primeira oportunidade para a vizinha cidade. Em virtude desse desfalque está aberto na referida Alfândega rigoroso inquérito para apurar todos os responsáveis e corresponsáveis. Ainda em virtude de crime de peculato o sr. Delegado Fiscal remeteu ao Juízo Federal, por intermédio da Procuradoria da República, a tomada de contas do ex-coletor federal federal de Aquidauana Manoel de Castro Pinto, que se acha preso nesta capital, cuja responsabilidade foi totalmente apurada, continuando a serem tomadas as contas dos ex-coletores Humberto Coutinho e Manoel Dias de Pinho, respectivamente de Ponta Porã e Campo Grande e que se acham foragidos na República do Paraguai, a fim de ser contra os mesmos e a sua revelia instaurado o respectivo processo criminal. Todos esses trabalhos de tomada de contas estão confiados a competência do respectivo escriturário".

FONTE: O Matto-Grosso (Cuiabá), 26/11/1922.

26 de novembro

1937: Brasil-Bolívia: assinado protocolo de transporte e petróleo

Os ministros das Relações Exteriores do Brasil e da Bolívia firmam em La Paz, protocolo sobre construção de ferrovia e incremento ao comércio de petróleo entre os dois países:

"O protocolo compreende a aprovação das conclusões e recomendações da Comissão Mista, constituída de representantes dos dois países. Baseando-se nos mesmos, os dois países se comprometem a negociar um acordo que regulamente a execução do tratado de 25 de dezembro de 1928, sobre a construção da estrada de ferro entre Brasil e Santa Cruz. Negociarão também um tratado destinado a regular a saída e o aproveitamento do petróleo boliviano pelo Brasil. Os dois governos deverão apressar os estudos da Estrada de Ferro de Santa Cruz até um ponto entre Corumbá e Porto Esperança. A Comissão Mista de técnicos ferroviários iniciará dentro de 60 dias os estudos. O Brasil adiantará os recursos para as despesas gerais, dos quais metade será reembolsada pela Bolívia.

A Comissão Mista, encarregada da questão do petróleo, começará os estudos dentro de 60 dias, fazendo sondagem para determinar o valor da zona petrolífera de Parapety, no Norte. As respectivas despesas estão orçadas em um milhão e 500 mil dólares. Os dois governos facilitarão os trabalhos das comissões ferroviárias e petrolíferas".

FONTE: Correio Paulistano, 27/11/1937. 


26 de novembro
 
1959 – Janistas de Campo Grande contra a renúncia do candidato


O ex-governador Jânio Quadros, favorito à sucessão de Juscelino Kubsticheck, decide desistir da candidatura no início da campanha. Correligionários de todo o Brasil empreenderam uma verdadeira cruzada contra a renúncia, o que pesou em sua reconsideração. 

De Campo Grande, o futuro presidente da República recebeu do Centro Cívico Jânio Quadros o seguinte telegrama:

Surpreendidos comunicados radiofônicos, noticiando renúncia candidatura presidência da República, apesar alheios motivos vos forçaram tão séria decisão, apressamos externar V. Exa. nossa profunda decepção, grandes aborrecimentos diante impacto veio nos ferir esta altura acontecimentos, quando já conduzimos bandeira redenção nossa pátria representada Vosso digno nome acerca um ano. Fazemos apelo V. Exa. reconsidere ato assumindo comando todos janistas brasileiros, vosso nome representa esperança nossa gente, certeza vitória e segurança dias melhores nosso malfadado Brasil. Confiamos decididamente espírito patriótico de V. Exa. nessa hora grave nossa existência não recuarás diante imposição de grupos ou cúpulas políticas, não representam verdadeiros anseios homens de bem deste país.


Cordialmente,
Dr. Ladislau Marcondes, presidente Centro.

FONTE: Jornal do Comércio, Campo Grande 28/11/1959

25 de novembro

25 de novembro

1862 - Criada a povoação de Coxim, com o nome de núcleo colonial de Beliago



O governo da província de Mato Grosso, por seu presidente Herculano Pena, assina as instruções para o estabelecimento de um núcleo colonial às margens do Rio Taquari, origem da cidade de Coxim:

Art. 1° - Partirá de Corumbá para o rio Taquari o vapor que o comandante da estação naval designar, transportando o capitão do Estado Maior de 1ª classe empregado em comissão engenheiro Joaquim da Gama Lobo d'Eça e um destacamento de 12 praças, 2 cabos e 1 inferior, comandado por oficial, todos de tropa de linha.

Artigo 2° - Este destacamento, cujo comandante servirá interinamente de diretor do núcleo colonial denominado - Beliago - abaixo da corredeira, na margem esquerda ou na direita do rio Taquari, como o engenheiro julgar conveniente, atendendo não só as circunstâncias mais ou menos favoráveis, que uma ou outra localidade que ofereça para assento de uma povoação, que fique superior ao nível das maiores enchentes, como também à necessidade de prolongar-se até aí a estrada de carro, que do município de Santana do Paranaíba vem a ter à barra do rio Coxim.

Artigo 3° - No lugar que escolher medirá o engenheiro e demarcará a extensão de meia légua em quadro, ou a superfície equivalente, para assento da nova povoação e reservando os espaços necessários para ruas, praças, edifícios e outras servidões públicas, dividirá o restante em lotes urbanos de 10 braças de frente e 25 de fundo para serem desde logo distribuídos pelo diretor interino do núcleo colonial aos povoadores nacionais e estrangeiros que os pretenderem a título de aforamento perpétuo, sendo o fóro fixado pelo governo na forma do art. 77 do Regulamento que baixou com o decreto n° 1318, de 30 de janeiro de 1854.

As casas edificadas nestes lotes deverão ter a frente para ruas ou praças.

Artigo 4° - Os edifícios públicos de que trata o art. antecedente, são: uma igreja, uma casa para a Câmara Municipal, uma escola pública, um quartel, uma cadeia, uma praça de mercado e um cemitério, que deverá ficar em lugar distante do centro da povoação.

Artigo 5° - As ruas cruzar-se-ão em ângulos retos; e terão a largura de oitenta palmos, não se admitindo becos nem recantos. A que se prolongar pela margem do rio terá a largura de 100 palmos, para ser bordada de arvoredos.

As praças terão regularmente de 50 a 60 braças de fundo, a frente poderá estender-se até 80 braças.

Artigo 6° - As regras prescritas no artigo antecedente ficam todavia sujeitas às modificações que o engenheiro julgar necessárias segundo as circunstâncias locais.

Artigo 7° - Do terreno assim medido e demarcado levantará o engenheiro uma planta cingindo-se às disposições às disposições dos artigos 3°, 4° e 5°, para ser enviada ao governo imperial; e dela extrairá duas cópias autênticas, das quais ficará uma na Secretaria da Presidência da Província e outra em poder do comandante do destacamento.

Artigo 8° - O engenheiro fará também, para serem presentes à Presidência, a planta e orçamento das pontes que convier construir, a saber, uma sobre o Taquari, no caso de passar pela margem direita deste rio a estrada de que trata o artigo 2°, ou duas sobre o ribeirão da Fortaleza e rio Coxim quando passe pela margem esquerda.

Artigo 9° - Nos lugares que o engenheiro designar fará o comandante levantar desde logo um quartel provisório, coberto de palha e um rancho de barracão, onde se depositem o sal e outros gêneros exportados da província ou para ela importados, que transitarem pela nova povoação ou tiverem de ser aí vendidos.

Fará igualmente descortinar, quanto seja indispensável, o terreno demarcado para a povoação e abrir ou melhorar a estrada que deve seguir de Beliago pela margem do Taquari até a barra do Coxim, de sorte que se torne fácil e cômodo o trânsito não só de bestas de cargas, mas também de carros.

Nestes serviços serão empregados, além das praças do destacamento, os trabalhadores que o comandante ajustar até o número e com as gratificações ou salários que sobre proposta sua serão marcados pelo presidente da província.

Artigo 10 - Concluídos os trabalhos a cargo do engenheiro e a construção do quartel provisório, regressará o vapor à Corumbá e no relatório que deve apresentar de sua viagem e comissão indicará o engenheiro os pontos onde convenha fazer depósitos de lenha para consumo de outros navios do estado, que tenham de navegar o Taquari, declarando se há quem se proponha a fornecê-la por contrato, e com que condições, ou se será necessário que o governo a mande cortar.

Artigo 11 - O comandante do destacamento, exercendo também provisoriamente as atribuições que competem aos diretores de índios, deverá fazer todas as diligências, sem que todavia empregue meio algum violento, para atrair à nova povoação os da tribo Caiapó e outros que vivam dispersos ou em pequenas aldeias nas imediações dos rios Taquari e Piquiri; e indicará à presidência o terreno que convenha conceder-lhes para suas habitações dentro ou fora do perímetro de meia légua em quadro, designado no artigo 3°.

Artigo 12 - Terá o mesmo comandante muito cuidado em fazer com que estes índios se empreguem na lavoura ou na criação de gados, na construção dos edifícios e outras obras pertencentes ao governo ou particulares, e especialmente no serviço das embarcações do comércio ou do Estado, que navegarem entre a barra do Coxim e o porto de Corumbá.

Enquanto se acharem aplicados por sua própria conta à lavoura ou criação, e ainda não poderem sustentar-se com o produto do seu trabalho, deverá o comandante distribuir-lhes as roupas, ferramentas e mais objetos que para isso receber por ordem da presidência; quando se ocuparem em qualquer serviço público pagar-lhes os salários mercados na forma do artigo 9°, e, quando em serviço de particulares tomar conhecimento dos ajustes que fizeram, para que sejam fielmente cumpridos por ambas as partes.

Artigo 13 - Dos terrenos contíguos à nova povoação e dos que lhe forem fronteiros na outra margem do Taquari, concederá o presidente da província (excetuadas as matas que porventura aí existam e convenha reservar para a construção nova por conta do Estado) lotes de 62.500 a 123.000 braças quadradas, unidos e sem interrupção, até perfazer a totalidade dessas áreas, inclusive a da povoação, a superfície de um território ou trinta e seis milhões de braças quadradas. Esta concessão será feita tanto aos nacionais como aos estrangeiros que quiserem comprar os ditos lotes pelo preço de meio real até um real a braça quadrada (além da metade da siza e da despesa de medição) podendo o respectivo pagamento efetuar-se dentro dos prazos de três a cinco anos, como permite o Aviso do Ministério do Império de 8 de janeiro de 1861.

Nas matas reservadas para a construção naval nenhum particular poderá cortar madeiras, senão como licença do governo e sob condições que ele prescrever.

Artigo 14 - A medição e demarcação dos lotes de que trata o artigo antecedente e a expedição dos títulos de venda terão lugar à vista de requerimentos dos pretendentes, dirigidos à presidência da província e informados pelo diretor do núcleo colonial, que deverá sempre declarar, além do mais que convier, se o suplicante é pessoa conhecida e capaz de realizar o contrato e se no lugar pedido há ou não matas que devam ser reservadas para a construção naval.

Artigo 15 - A venda das demais terras devolutas das margens dos rios Taquari e Coxim não compreendidas nos limites das duas léguas em quadro, de que tratam os artigos 3° e 13° assim como as situadas em quaisquer outros lugares, far-se-á pela maneira determinada no Aviso do Ministério do Império de 3 de março de 1838, a saber: se o terreno for próprio para lavoura, a extensão requerida por cada um indivíduo não poderá exceder a um quarto de légua quadrada, área correspondente ao quadrado de maia légua; e a três léguas quadradas, área correspondente ao retângulo de três léguas de base, e uma de altura se os terrenos forem campos de criar.

As pessoas que pretenderem comprar estas terras devem requerê-las ao presidente da província, que, depois de as fazer medir e demarcar e de receber a respectiva planta e memorial, remeterá tudo à Tesouraria da Fazenda, onde em junta e como assistência de um indivíduo nomeado pelo mesmo presidente se fará o ajuste do preço correspondente à braça quadrada, não podendo este ser menor de meio real, nem o importe da venda ser menor do custo da medição, demarcação e descrição.

Artigo 16 - As terras devolutas que se venderem ficarão sempre sujeitas, em virtude do art. 16 da lei n° 601 de 18 de setembro de 1850, aos ônus seguintes:

§ 1° - Ceder o terreno preciso para estradas públicas de uma povoação para outra ou algum porto de embarque, salvo o direito de indenização das benfeitorias e do terreno ocupado.

§ 2° - Dar servidão gratuita aos vizinhos quando lhes for indispensável para sairem a uma estrada pública, povoação ou porto de embarque, e com indenização quando lhes for proveitosa por encurtamento de um quarto em meio de caminho.

§ 3° - Consentir a tirada de águas desaproveitadas e a passagem delas, procedendo a indenização das benfeitorias e terreno ocupado.

§ 4° - Sujeitar às disposições das leis respectivas quaisquer minas que se descobrirem nas mesmas terras.

Artigo 17 - Enquanto o governo não regular de outro modo a concessão dos lotes urbanos de que trata o art. 3°, será ela feita por despacho do diretor do núcleo colonial, lançado no requerimento da parte e registrada em livro próprio, declarando-se nesse registro o número e extensão do lote, a rua ou a praça em que é situado, a data da concessão e o nome do concessionário.

Do registro que se fizer em cada mês remeterá o diretor uma cópia autêntica à presidência da província.

Artigo 18 - O diretor interino do núcleo colonial dará toda a possível publicidade as disposições dos artigos 3, 13, 14, 15, 16 e 17 das presentes instruções para conhecimento das pessoas que pretenderem obter terras por título de aforamento ou de compra.

Palácio do Governo da Província de Mato Grosso em Cuiabá, 25 de novembro de 1862 - Herculano Ferreira Penna.¹

Para atender às ordens do governo, seguiu no dia 27 de julho daquele ano para o lugar indicado, o vapor de guerra Alpha.²

Segundo Ronan Garcia da Silveira "o povoado que passou a ser chamado de Arraial do Beliago ou de Coxim, correspondia a uma extensa sesmaria que o governador da capitania de São Paulo doou a Domingos Gomes Beliago, em troca da fixação e prestação de auxílio às expedições" nas primeiras décadas do século XVIII, quando os rios Coxim e Taquari faziam parte da rota de ouro de Cuiabá. 

Ainda segundo Ronan, a partir da criação da colônia, a localização do povoado passa a ser na margem direita do rio Taquari, "inicialmente como porto de suprimento de mercadorias vindas de Corumbá, quando se inicia a navegação fluvial por aquele rio".³

FONTE: ¹jornal A Imprensa de Cuiabá, 28 de dezembro de 1862. ²jornal Correio Mercantil (RJ), 19 de agosto de 1862. 3Ronan Garcia da Silveira, História de Coxim, Editoria Ruy Barbosa, Campo Grande, 1995, páginas 26 e 29.

FOTO: Governador Herculano Pena, acervo IHG de Mato Grosso.





25 de novembro
 
1863 – Paraguai espiona a fronteira


Às vésperas do maior conflito armado da América do Sul, o presidente Lopez manda um de seus principais auxiliares conhecer as forças que teria que enfrentar na ocupação da fronteira norte. Estevão de Mendonça acompanha os passos do espião paraguaio:

“Chega à vila de Corumbá, com carta de apresentação para o negociante Vicente Solari, o intitulado fazendeiro paraguaio Izidoro Resquin (foto)

, dizendo-se candidato à aquisição de terras no município de Miranda.

Acolhido prazenteiramente e hospedado no próprio seio da família Solari, que o cumulou de atenções, dias depois seguia para Miranda e dali à povoação de Nioaque, sempre acompanhado por um guia brasileiro que levara de Corumbá.
Regressou em fevereiro, mostrando-se satisfeito com a beleza dos campos percorridos e declarando-se decidido a fundar um estabelecimento pastoril na zona do Amambaí. Em março seguia para Assunção, tomando passagem no paquete Marquês de Olinda.


Em dezembro de 1864, porém, o pretenso fazendeiro invadia a fronteira do sul, na sua verdadeira qualidade de coronel do exército paraguaio. A frente de numerosa coluna, esmagava de chofre a pequena guarnição da colônia dos Dourados.


Seguiu-se depois a ocupação de Nioaque e Miranda.”
 


FONTE: Estevão de Mendonça, Datas Matogrossenses, (2ª edição) Governo de Mato Grosso, Cuiabá, 1973, página 276.


25 de novembro

1882 - Ferro em Corumbá: governo prorroga prazo de concessão

Pelo decreto 8.780, do imperador D. Pedro II é prorrogado o prazo da concessão dada à baronesa de Vila Maria para lavrar ferro e outros minerais nas terras de sua propriedade, Piraputanga e S. Domingos, em Corumbá.¹

Esta é a segunda prorrogação concedida à autorização de 1876. A outra ocorreu em 1878.²

FONTE: ¹Jornal do Commercio (RJ), 12/12/1882; ²Miguel Arrojado Ribeiro Lisboa, Oeste de São Paulo, Sul de Mato Grosso, Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, 2010, página 110. 


25 de novembro

1936 - Monteiro Lobato em Cuiabá, Corumbá e Campo Grande

O escritor Monteiro Lobato, defensor da prospecção do petróleo em solo brasileiro, volta a São Paulo, depois da excursionar pelo Estado de Mato Grosso:

"Conforme noticiamos, pelo avião da carreira, da linha de Mato Grosso, do Sindicato Condor, chegaram ontem a esta capital os drs. Monteiro Lobato e Hilário Freire, procedentes de Cuiabá.

Lá esses ilustre excursionistas tiveram a oportunidade de assistir ao ato solene da assinatura do contrato entre o governo do Estado e a firma Piepmeyer e Cia. para pesquisas de petróleo naquele Estado brasileiro.

Os drs. Monteiro Lobato e Hilário Freire, por ocasião de sua estada na capital matogrossense, foram alvos de atenções de todas as classes sociais. Foram-lhe tributadas inúmeras e significativas homenagens.

No regresso, por ocasião da parada em Corumbá, acompanhados do prefeito e de outras pessoas gradas, visitaram a cidade boliviana de Porto Suarez.

Na passagem do avião por Aquidauana e Campo Grande, novas homenagens se repetiram, principalmente nesta última, em que tomou parte toda a população do Estado.

Por toda parte onde os visitantes passaram foram comulados de gentilezas e por toda parte lhes foram testemunhado decisivo apoio pela grande campanha em prol do petróleo brasileiro. Eles tiveram oportunidade de verificar que o Estado inteiro está com os olhos voltados para esse importantíssimo problema".

FONTE: Correio Paulistano, 26/11/1936


25 de novembro

1970 – Instalada a Universidade Estadual de Mato Grosso





Com a presença do ministro de Educação do governo Médici, Jarbas Passarinho, o governador Pedro Pedrossian (foto) inaugura a UEMT em Campo Grande, que em 1978, com a divisão do Estado, seria transformada na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. O ato solene foi registrado por seu primeiro reitor o médico João Pereira da Rosa:

“Quarta-feira, 25 de novembro de 1970, no restaurante da Cidade Universitária, com a presença do ministro da Educação e Cultura, senador Jarbas Gonçalves Passarinho, do governador do Estado, engenheiro Pedro Pedrossian, do governador eleito José Manoel Fontanilas Fragelli, do secretário de Educação e Cultura, dr. Gabriel Novis Neves, do representante da 9ª. Região Militar, gen. Plínio Pitaluga, de Dom Antônio Barbosa, bispo diocesano, do secretário de Justiça, Francisco Leal de Queiroz, do reitor João Pereira da Rosa e muitas outras autoridades, foi instalada a Universidade Estadual de Mato Grosso, com sede em Campo Grande. Usaram da palavra nesta solenidade, o secretário do Interior e Justiça para dizer da simplicidade deste ato oficial, que representa o estilo do governador Pedro Pedrossian. Secundando-o foi dada a palavra ao reitor dr. João Pereira da Rosa (...). Depois falou o governador do Estado que enfocou a filosofia de seu governo de dar ênfase à educação, possibilitando a criação da Universidade Federal em Cuiabá, pelo governo federal e a Universidade Estadual, com sede em Campo Grande, ambas colocadas a serviço da juventude estudiosa da região. Finalmente falou o ministro da Educação sobre a política educacional do governo central e reconheceu o esforço do governo do Estado, que ao criar duas universidades, granjeou os aplausos da população e o reconhecimento dos brasileiros. Aplausos de todas as autoridades e das classes estudantis presentes em grande número. A imprensa deu destaque, especial o jornal ‘Correio do Estado’. A ata da instalação foi redigida pelo professor Wilson Rodrigues com o auxílio do acadêmico José Roberto Amim, presidente do Diretório Acadêmico, indicado secretário ‘ad hoc’ para esta reunião marcante para todos os mato-grossenses".



FONTE: ROSA, João Pereira da, As 2 histórias da Universidade, ACR/UFMS, Campo Grande, 1993, página 65.




25 de novembro

1983 – Assassinado o cacique Marçal de Souza




É assassinado na aldeia Campestre, no município de Antonio João, o cacique Marçal de Souza. A execução do líder indígena teve repercussão nacional e internacional, aparecendo com destaque em todos os jornais do Brasil:
O cacique Marçal de Souza dos guaranis, que em julho de 1980 saudou o papa João Paulo 2º em nome das irmandades indígenas brasileiras, foi assassinado na noite de sexta-feira, com três facadas, na aldeia Campestre, município de Antônio João (MS). Marçal que era também enfermeiro da Funai, vinha reivindicando há cinco anos a demarcação das terras do índios Caiová que vivem na aldeia de Piraquá.

Há cerca de 20 dias, Marçal recebeu a visita de um empregado da fazenda Terra Brava, que lhe ofereceu cinco milhões de cruzeiros para que ele convencesse os Caiová a sair da aldeia Piraquá. O cacique recusou a oferta e o empregado da fazenda o ameaçou, dizendo que ele iria se arrepender. A aldeia Piraquá está localizada na fazenda Serra Brava, que é reclamada pelo fazendeiro Astúrio Monteiro.

Na sexta-feira à noite dois desconhecidos bateram na porta da farmácia da Funai, na aldeia Campestre, pedindo remédio. Quando Marçal abriu a porta recebeu as três facadas, morrendo em seguida. O cacique morava na farmácia e sua família suspeita de que os assassinos sejam empregados da fazenda.
Ontem, a União das Nações Indígenas (Unind), entidade de defesa dos índios, e parlamentares de oposição distribuíram nota conjunta protestando pela morte do cacique. O vice-governador do Rio de Janeiro, Darci Ribeiro, também protestou pela morte de Marçal em telegrama enviado ao governador de Mato Grosso do Sul, Wilson Martins. Diz o telegrama: "O sangue do líder Marçal de Souza, que foi o mais alto intelectual de Mato Grosso, emporcalhará sua memória se seus assassinos não forem descobertos e entregues à Justiça
.


Marçal era perseguido por proprietários da região em virtude de sua luta pela terra e demais direito dos índios. Notabilizou-se por ocasião da primeira visita do Papa João XXIII ao Brasil, em 1980, por seu célebre discurso ao pontífice na cidade de Manaus em nome das nações indígenas de todo o Brasil.


FONTE:  Folha de S. Paulo 27/11/ 1983



OBISPO MAIS FAMOSO DE MATO GROSSO

  22 de janeiro 1918 – Dom Aquino assume o governo do Estado Consequência de amplo acordo entre situação e oposição, depois da Caetanada, qu...