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quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Ambientalista imola-se em protesto contra agressão Pantanal

12 de novembro

2005 - Ambientalista imola-se em protesto contra agressão ao Pantanal


Francelsmo, líder ambientalista

Durante manifestação de militantes do movimento ecológico de Campo Grande, contra projeto que pretendia flexibilizar a lei que proíbe a implantação de indústrias poluentes no Pantanal, Francisco Anselmo Gomes de Barros, o Francelmo, presidente da Fundação para a Conservação da Natureza de Mato Grosso do Sul, despejou uma certa porção de alcool ao corpo e ateou fogo na roupa, sofrendo queimaduras de terceiro grau por todo o corpo.

Em consequência veio a falecer no dia seguinte no hospital da Santa Casa de Campo Grande e o projeto, de autoria do deputado Dagoberto Nogueira (PDT) foi rejeitado pela Assembleia Legislativa.

Nascido em 21 de abril de 1940, em Fortaleza, Ceará, aos 18 anos, Francelmo ingressou na Aeronáutica, onde permaneceu até 1965. Em 1977, ele e a esposa Iracema Sampaio, mudam-se para Campo Grande, onde dedicaram-se ao jornalismo empresarial com o lançamento da revista "Executivo Plus." 
Paralelamente às atividades empresariais, dedica-se à militância ecológica, através da criação da Feconams, que depois de sua morte passou a denominar-se Associação Francisco Anselmo. Em sua homenagem o prefeito Nelsinho Trad deu seu nome ao Parque do Sóter.

Do poeta Manoel de Barros, a viúva de Francelmo, recebeu no dia seguinte à sua morte a seguinte mensagem: Querida amiga Iracema: o que o nosso querido Francelmo fez, a mim a Stella e a todos nós chocou tanto, que ficamos um pouco aparvalhados com a notícia. Foi uma imolação pela Pátria que na terra do mensalão destoa. Mas até pode corrigir. O que nosso Francelmo fez é mais que um protesto. Para mim tem o componente maior do heroísmo. Francelmo: o último herói do Brasil. Meus sentimentos Iracema. Seu velho amigo Manoel de Barros.


FONTE: Iracema Sampaio, Francisco Anselmo Gomes de Barros, o ambientalista que fez da defesa na natureza a causa de sua vida, in Campo Grande: personalidades históricas, volume I, Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, 2012, página 219.

sábado, 12 de outubro de 2013

12 de novembro

12 de novembro

 
1864 – Paraguai aprisiona presidente de Mato Grosso

Vapor Marquez de Olinda, aprisionado pelo governo paraguaio quando se dirigia a Corumbá


Foi a senha para a eclosão da guerra do Brasil, Argentina e Uruguai contra a república guarani, que duraria cinco anos, com a derrota do país vizinho. O episódio é narrado pelo historiador Acyr Vaz Guimarães:

Em 12 de novembro de 1864, subia barco brasileiro, pacificamente, as mansas águas do rio Paraguai, rumo à província de Mato Grosso, levando seu futuro presidente – o coronel Frederico Carneiro de Campos, que substituiria o general Albino de Carvalho, quando recebe, inesperadamente, depois de passadas as águas de Assunção, já distante da capital, um tiro de canhão de navio paraguaio, avisando-o de que fizesse alto! O navio – o Marquês de Olinda, da companhia de navegação que servia à linha de Mato Grosso, foi apresado por ordem do presidente López. Foi o primeiro tiro da guerra!¹ 


O fato teve enorme repercussão e é detalhado pela imprensa brasileira, com as tintas do civismo esperado: 

Não pára nisto os vexames e o procedimento barbaresco do ditador do Paraguai nesta extraordinária emergência.

O vapor Marquez de Olinda foi declarado boa preza e a bandeira brasileira está considerada por aquele governo como inimiga.

O presidente de Mato Grosso, bem como os oficiais que o acompanhavam estão em Assunção a bordo do Marquez de Olinda, como prisioneiros de guerra e incomunicáveis.

A pena treme em nossa mão quando escrevemos esta série de atentados, quando temos que anunciar as famílias de nossos compatriotas que jazem em terrível cativeiro os bárbaros tormentos que estão sofrendo.

Para que esses desgraçados não morram à fome é preciso que o nosso consul ali lhes envie diariamente os alimentos porque na república não é uso sustentar os presos.

O pedido de alimentos vai primeiro à polícia e quando se tem de embarcar são examinados do modo mais infame possível, porquanto os soldados picam o pão e a carne em pedacinhos, e no jarro de leite metem a mão e braço a pretexto de apreender comunicações.

O vapor Marquez de Olinda esta´debaixo de baterias das baterias do vapor Taquari e cercado dia e noite por lanchas armadas, isto além do destacamento que existe a bordo para vigiar individualmente cada prisioneiro. A maior parte destes já estão enfermos por causa do excessivo calor e da má água que bebem.

Em uma palavra tais são as mortificações que sofrem aqueles espíritos , que por mais valor que tenham não será impossível que alguém sucumba a tão grande martírio.

Resta, pois, ao governo imperial ir em socorro daqueles desgraçados e sem perda de tempo sindicar os ultrajes inferidos à nossa honra pelo ditador do Paraguai.²

Em função dos maus tratos, o coronel Frederico Carneiro de Campos morreu em plena guerra, em 3 de novembro de 1867


FONTE: ¹Acyr Guimarães, Mato Grosso do Sul, sua evolução histórica, Editora UCDB, Campo Grande, 1999, página 134. ²Correio Mercantil (RJ), 21 de dezembro de 1864



2005

12 de novembro

Fogo no corpo contra usinas no Pantanal


Em Campo Grande (MS), o ambientalista Francisco Anselmo Gomes de Barros incendeia seu próprio corpo para protestar contra o projeto que tramitava na Assembleia Legislativa, autorizando a construção de usinas de álcool e açúcar na  bacia do Paraguai, no Pantanal.

Ao meio dia de sábado, durante um protesto popular, Anselmo estendeu dois colchonetes no calçadão da rua Barão de Rio Branco, em frente ao Bar do Zé, encharcou-os de gasolina, sentou-se sobre eles e ateou-lhes fogo.

Francelmo, como era conhecido, morreria no dia seguinte, com queimaduras em 100% do corpo. “Já que não temos voto para salvar o Pantanal, vamos dar a vida para salvá-lo”, escreveu Francelmo numa de suas cartas de despedida.

O projeto das usinas, de iniciativa do deputado Dagoberto Nogueira (PDT), tentava reverter uma legislação que o próprio Francelmo ajudara a criar, em 1982.

Na época, especialistas advertiam que as usinas poderiam poluir o Aquífero Guarani, uma das maiores reservas de água potável do planeta. Além disso, em caso de acidente, a vinhaça (subproduto da destilação do álcool) atingiria a bacia hidrográfica do Pantanal, causando danos irreversíveis ao ecossistema.

O sacrifício de Francelmo surtiria efeito: a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, pressionaria os deputados estaduais e, no dia 30 daquele mês, por 17 votos a 4, a Assembleia Legislativa sepultaria o projeto.

Em 5 de junho de 2006, Dia do Meio Ambiente, o local da imolação de Francelmo, no centro de Campo Grande, receberia um memorial. Quatro meses depois, o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), fundado por ele, aprovaria uma moção instituindo a data de 12 de novembro como o Dia do Pantanal.

Em sua homenagem, o prefeito de Campo Grande, André Puccinelli, deu o nome dele ao parque nas cabeceiras do córrego do Sóter.

Com informações da Folha de S.Paulo (online), 14/11/2005. 


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