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sábado, 14 de dezembro de 2013

29 de dezembro

29 de dezembro

1864 – Paraguaios atacam a colônia de Dourados

Monumento aos heróis da guerra do Paraguai, na Praia Vermelha, Rio de Janeiro
Iniciando sua invasão ao território brasileiro, via terrestre, tropas comandadas por Martin Urbieta alcançam o forte de Dourados, então sob a chefia do tenente Antonio João Ribeiro, que “com apenas 16 homens enfrenta o inimigo em flagrante desigualdade de condição e com grande heroísmo, não se rende. Antes de tombar em holocausto à pátria, escreve o famoso bilhete que está gravado no monumento erguido em sua homenagem na Praia Vermelha no Rio de Janeiro:

“Sei que morro, mas o meu sangue e o dos meus companheiros servirá de protesto solene contra a invasão do solo de minha pátria”.


O comandante Martin Urbieta resumiu o episódio em relatório enviado no dia seguinte ao seu superior em Assunção:

Senhor Ministro:

Com o devido respeito tenho a honra de dar parte à V. E. de que em 29 do que expira, cheguei nesta colônia de Dourados sem que fosse percebido por nenhum indivíduo e sendo divisado à curta distância ouvi tocar uma chamada breve e, tomando armas, marchou o comandante com alguns homens de resguardo; o tenente de infantaria Manuel Martinez, que levava o ataque, lhe exigiu a rendição e respondeu o comandante brasileiro que em caso de trazer-lhe ordem do governo imperial, se renderia, senão, não o faria de nenhuma maneira.

Com esta resposta, pronto se travou o combate e o comandante de Dourados, tenente Antonio João Ribeiro, caiu com as primeiras balas, o mesmo com dois indivíduos mais, fugindo o restante o monte do riacho de onde foram reconhecidos em número de doze, incluindo um ferido e um cabo, havendo escapado os demais da guarnição com o 2° comandante.

Da tropa sob meu comando só o tenente Benigno Dias recebeu uma contusão e ferido um soldado de infantaria.

Tenho a honra de acompanhar à V.E. a conta de armas tomadas neste ponto.

Pelas declarações e pelos papéis tomados se vê que faz mais de dois meses que este ponto estava avisado de retirar-se quando alguma força paraguaia aparecesse, sendo, segundo parece, esta disposição geral nos outros destacamentos.

Deus guarde a V.E. muitos anos.

Colônia de Dourados, 30 de dezembro de 1864.

MARTIN URBIETA. 



FONTE: ¹Lélia Rita F. Ribeiro, Campo Grande, O Homem e a Terra, edição da autora, Campo Grande, sd, página 120; ²El Semanário, Assunção (PY) 7 de janeiro de 1865.


29 de dezembro

1864 - Paraguaios ocupam a colônia de Miranda

O comandante Francisco Resquin, à frente de coluna de combatentes de cavalaria e infantaria, ocupa a colônia de Miranda, pequena guarnição militar, localizada às margens do rio Miranda, nas proximidades da sede da fazenda Jardim, distante 80 quilômetros de Nioaque.

Em ofício dirigido ao seu superior em Assunção, o comandante da expedição paraguaia, descreve sua ação na colônia, durante a ocupação do termo, abandonado pela população e a guarnição do exército brasileiro:

Senhor Ministro:

Ontem ao por do sol, apenas atravessei o rio que chamam de Miranda, me apoderei da colônia sem encontrar nenhuma resistência, destinei 150 infantes ao mando do tenente Narcizo Rios e precedente ultimato de rendição, a população e tropa com o comandante fugiram para um monte contíguo, deixando abandonadas as casas, de maneira que até agora não temos ninguém, além de uma negra velha e uma senhora chamada Francisca Correa de Oliveira, que ao amanhecer de hoje foram encontradas no monte pelos monteadores que lhes mandaram dispersar por todas as direções, igualmente que aos cinco guardam que devem conter os fugitivos.

Sinto que escape talvez toda a tropa que guarnecia a população, mas de outro modo não poderia haver procedido,contando que esta gente havia estado apercebida para um caso semelhante de nossa parte, segundo o que relaciona dona Francisca, que há cerca de dois meses o comandante desta população havia recebido ordem do governo da província, como precaução de que a República do Paraguai poderia mover-se sobre estes territórios, encontrando-se em estado de completa quebra de relações com o Império, fazer o despovoamento da colônia e enviar aos departamentos acima as famílias, assim como a Miranda o que pertencer à guarnição, ficando com a gente de seu mando cuidar o ponto que devem abandonar tão logo que se saiba que o Paraguai marchava para estas fronteiras; e que assim algumas famílias e vários haveres haviam sido despachados em carretas, cuja prevenção também demonstra o fosso com três cordas da comprimento, duas varas de largura e vara e meia de profundidade, aberto em frente da povoação, como para defender os caminhos dos dois passos do rio.

Da adjunta relação que é tomada de Francisca Correa de Oliveira, que segundo lhe disse a mulher de um dos militares desta colônia, se informará V.E. das averiguações que tenho tomado sobre pontos que me carcam as instruções. 

Anexo apresento à V.E. o inventário do pouco armamento e munições encontrados em um dos ranchos da colônia e que deixados a cargo do subtenente Albarenga, que logo apresentará à V.E. a matrícula e haveres dos colonos com qualquer outro conhecimento que chegue a saber.

Também incluo à V.E. vários papéis de partes do comandante da colônia de Dourados e as comunicações tomadas de um chasque, pelas quais se vê que há mais de dois meses estão prevenidos para a fuga, oficialmente ordenada no caso que alguma parte de nossas forças apareça por aqui.

A tropa marcha com felicidade e demonstra o melhor ânimo para as próximas operações.

Deus guarde a V.E. muitos anos.

Guarda da colônia de Miranda, 30 de dezembro de 1864.

FRANCISCO RESQUIN.

FONTE: El Semanário (PY) Assunção, 7 de janeiro de 1865.


29 de dezembro


1915 – Vespasiano Martins forma-se em Medicina

Havendo se matriculado com 20 anos na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, Vespasiano cola grau. Em 1925 faz especialização em cirurgia, em Paris e Viena. De volta ao Brasil, fixa-se em São Paulo, onde monta sua clínica e dirige a parte cirúrgica do Hospital Alemão. Em 1930 se estabelece definitivamente em Campo Grande. Sobre o cirurgião Vespasiano Martins fala Fernando Correa da Costa, seu colega de clínica e de política:

“Fui aluno de Brandão Filho, a grande estrela da cirurgia nacional de então, em cujo serviço da Santa Casa do Rio, desfilaram naquele tempo os ases da cirurgia de todo o continente. Fui interno de Fernando Magalhães, o homem que sistematizou para todo o mundo a operação cesária baixa. Fui ver em Buenos Aires os grandes operadores argentinos, com os irmãos Finocchieto à frente, e sinceramente não vi ninguém operar tão pessoalmente como Vespasiano. Em cirurgia ele era ele mesmo. E interessante que eu vindo da maior escola cirúrgica do país, peguei muito da técnica pessoal do nosso cirurgião autóctone.”

FONTE: Academia de Letras e História de Campo GrandeBiografia de Patronos, Campo Grande, 1973, página 19



29 de dezembro

1917 - Fundada a Igreja Batista em Campo Grande




Tendo como moderador da assembleia de criação o pastor Pedro Sebastião Barbosa, da Igreja Batista de Corumbá, é fundada a Igreja Batista de Campo Grande, que funcionou inicialmente em prédio alugado à rua Barão de Rio Branco esquina com a rua 13 de Maio. Silidônio Urbieta foi o seu primeiro pastor. "Na tarde festiva de 9 de maio de 1919 - segundo Carlos Trapp - na presença de, aproximadamente, 150 pessoas, entre as quais o lendário missionário batista, Dr. Wilian B. Bagby, foi assentada a pedra fundamental do 'nosso templo batista, em construção na cidade' ", em área doada pelo coronel Bernardo Franco Baís, à rua Treze de Maio, entre a Barão do Rio Branco e a Dom Aquino, onde funciona até os dias atuais.


FONTE: Carlos Osmar Trapp, Evangélicos em Campo Grande, origens e desenvolvimento, Associação Evangélica Brasileira, Campo Grande, 1999, página 21.

26 de dezembro

26 de dezembro

1826 Langsdorff faz contato com os guatós



Índios canoeiros em ilustração de Hércules Florence


Deixando Albuquerque (Corumbá) e navegando rio Paraguai acima, a expedição científica Langsdorff, patrocinada pelo governo russo, na foz dos Dourados, contata os índios guatós, dos quais Hercules Florence, desenhista e escriba da comitiva, destaca algumas peculiaridades:

Vivem quase sempre sobre a água, metidos em barquinhos que, como acima disse, têm dimensões diminutíssimas. Quando toda a família está embarcada, a borda da canoa fica com dois dedos acima d’água, o que não os impede de manejarem com a maior habilidade as flechas para fisgarem peixes ou traspassarem pássaros.


FONTEHercules Florence, Viagem Fluvial do Tietê ao Amazonas, de 1825 a 1829, Edições Melhoramentos, São Paulo, 1941, página 77


20 de dezembro

20 de dezembro

1881 - Assassino de soldado condenado à morte




Acusado do assassinato do policial Benedito José da Cruz, é condenado à morte em Corumbá, o réu Benedito José dos Santos. A notícia aparece, sem destaque, no jornal O Iniciador:

POR SENTENÇA do Dr. Juiz de Direito substituto da comarca, datada de 20 do corrente, foi condenado o réu Benedito Jose dos Anjos, no máximo das penas do art. 192 do Cod. Pen. (pena de morte), pelo fato de haver assassinado o soldado policial Benedito José da Cruz.

Na mesma data e pelo mesmo juiz, foi condenado no médio das penas do art.193 do Cod. Crim. (prisão com trabalho por 12 anos), o soldado naval João José Júlio, por ter ferido a paraguaia Rosa Joana Sanchez, no dia 18 de julho do ano próximo passado, na povoação do Ladário, de cujos ferimentos resultou a morte da ofendida em 11 de janeiro deste ano.

FONTE: Jornal O Inciador (Corumbá), 25 de dezembro de 1881.


20 de dezembro

1935 – Criado o município de Dourados




Decreto nº 30, do governo do Estado de Mato Grosso, emancipa o distrito de Dourados, desmembrando-o de Ponta Porã:

O governador do Estado de Mato Grosso, tendo em vista a representação que lhe dirigiram os habitantes de Dourados, sobre a necessidade de ser elevado aquele distrito a município, e considerando que o distrito de Dourados, possuindo uma população superior a 15 mil almas, vem assinalando o seu crescente desenvolvimento pela exportação em grande escala de erva-mate, gado-vacum, cereais e outros produtos;


Considerando que o referido distrito, além de sua situação geográfica, está ainda dotado de elementos necessários à sua elevação a município;


Considerando que ao poder público cabe prover às necessidades dos núcleos de população para a sua pronta expansão, formando os municípios como célula da grandeza do Estado, usando das faculdades que lhe são conferidas por lei

DECRETA:


Art. Único – Fica criado o município de Dourados, com os seguintes limites: partindo da cabeceira do Ronda, seguindo este até sua foz no rio Santa Maria, descendo este até sua barra no rio Brilhante, continuando o curso deste até sua confluência no rio Ivinhema; por este abaixo até desaguar no rio Paraná; seguindo o curso deste até receber o rio Amambaí, subindo este até encontrar a foz do Piratiny; por este acima até sua mais alta cabeceira; deste ponto uma linha reta seguindo o espigão meste até a cabeceira mais alta do rio Douradinho; por este abaixo até sua foz no rio Dourados; este acima até sua barra no córrego Guariroba, no rio Dourados; subindo o córrego Guariroba até a sua mais alta cabeceira; e deste ponto uma linha reta até o ponto inicial da cabeceira do Ronda; revogadas as disposições em contrário.


Palácio do governador do Estado em Cuiabá, 20 de dezembro de 1935, 47° da República.


Dr. Mário Correa.


O município foi instalado no dia 22 de janeiro de 1936, com a posse de João Vicente Ferreira, seu primeiro prefeito nomeado.


FONTELori Gressler & Lauro Swensson, Aspectos Históricos do Povoamento e da Colonização do Estado de Mato Grosso do Sul, edição dos autores, Dourados, 1988, página 74

FOTO: João Vicente Ferreira, extraída do livro Dourados seus pioneiros, sua história.

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