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quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Coronel Antonino assume governo do Estado

03 de novembro 

1930 – Coronel Antonino assume governo do Estado


Vitoriosa a revolução que derrubou o governo do presidente Washington Luis, o presidente Getúlio Vargas nomeia governantes para todos os estados da federação. Em Mato Grosso, no lugar de Aníbal de Toledo, na condição de interventor federal, é nomeado o tenente-coronel Antonino Mena Gonçalves. A posse ocorreu em Campo Grande. 


FONTE: Estevão de Mendonça, Datas Matogrossenses, (2ª edição) Governo de Mato Grosso, Cuiabá, 1973, 267

03 de novembro

03 de novembro

1918 – Gripe espanhola em Campo Grande



Relatório do intendente geral do município Rosário Congro, dá detalhes da passagem da gripe por Campo Grande:

“Depois de haver semeado o luto e a dor na bela capital da República, em São Paulo e inúmeras cidades do território nacional, o morbo atingiu também o nosso Estado, onde, felizmente, se manifestou em caráter benigno, apesar de seu extraordinário poder de expansão.


Não logrou esta cidade passar indene, e a 3 de novembro do ano findo irrompia o mal em Campo Grande alcançando, em poucos dias, proporções assustadoras.

A falta de todos os recursos profiláticos e de isolamento, além de outros, converteram a cidade num vasto hospital, sendo de uma louvável dedicação, digna de todos os encômios, o ilustrado corpo clínico, em sua árdua tarefa.
"Na impossibilidade de organizar um serviço de hospitalização, pela falta de um edifício que reunisse as condições exigidas de higiene e conforto, resolvi organizar um serviço ambulatório, deficientíssimo ainda assim, pela carência de pessoal, mesmo a soldo e mandei distribuir o seguinte boletim:
‘A pandemia reinante alastra-se por toda a cidade, menosprezando todos os recursos profiláticos, como se tem verificado no Rio, em São Paulo e nas grandes capitais européias, onde ainda perdura.


A moléstia tem-se manifestado, felizmente, benigna; a situação porém agrava-se por terem enfermado vários membros do nosso dedicado corpo clínico, sobrecarregando de atividades e trabalho os demais doutores, já exaustos por certo e igualmente ameaçados.


Uma farmácia fechou suas portas por ter caído todo o seu pessoal e começa a escassear, pela mesma causa, o fornecimento diário dos gêneros alimentícios indispensáveis aos doentes, como leite, galináceos e outros.
O intendente municipal no intuito de minorar a situação que se apresenta, pede a notificação de todos os casos em que se verifique a necessidade, não só de medicamentos como de outros recursos, inclusive de pessoal.
Cento e cinqüenta e seis receitas foram aviadas por conta da intendência e muitos remédios foram remetidos para a zona suburbana e rústica, onde era grande o número de enfermos e dos quais, diariamente afluíam os pedidos de socorros.


No edifício da escola municipal, tendo adquirido leitos e roupas, hospitalizei seis doentes que, com o dr. delegado de higiene, encontrara num casebre distante uma légua da cidade, sem recursos de qualquer espécie, tendo-se verificado ali, pela manhã desse dia, o falecimento de um outro morador, cujo enterramento providenciei.


Posteriormente, outros doentes receberam tratamento no mesmo edifício.
Imagino por este fato, quão elevado devia ter sido o número de enfermos entre os habitantes da campanha em toda a enorme extensão do município.
Sem a possibilidade de uma estatística, calculo entretanto em mais de dois mil os casos verificados nas distantes povoações de Entre Rios, Jaraguari, Rio Pardo e na cidade, sendo que somente nesta os notificados ultrapassaram de mil.


O número de óbitos na cidade foi apenas de trinta e seis, o que atesta a benignidade com que o mal nos visitou.
Devo registrar o gesto nobre e altruístico do sr. dr. Antonio Ferrari, enviando-me para socorro aos doentes pobres um quilo de quinino.
Esta preciosa dádiva chegou a meu poder quando a epidemia estava já em franco declínio, o que me permitiu dividi-la com o sr. dr. Nicolau Fragelli, intendente de Corumbá, a quem , espontaneamente fiz oferta telegráfica, ante a virulência com que grassava ali a terrível enfermidade.
Devo ainda por em destaque a atitude pronta, solícita e incansável do sr. dr. José Gentil da Silva, delegado de higiene, atendendo com presteza a todos os enfermos por mim indicados, colocando-os sob seu tratamento, e fazendo visitas domiciliares não só no perímetro urbano como nas zonas mais afastadas.


Os gastos totais feitos pela intendência, com os socorros por ela prestados, atingiram à soma de 4:658$300, conforme balancete discriminado de 30 de abril do corrente ano, publicado no Correio do Sul.” 

FONTE: J. Barbosa Rodrigues, História de Campo Grande, Edição do autor, Campo Grande, 1980, página 139

FOTO: Campo Grande no ínicio da década de 20 do século passado.

03 de novembro

03 de novembro

1909 - Nasce em Campo Grande, Euclides de Oliveira




Filho de Amando de Oliveira e Dorotéia de Oliveira, nasce na fazenda Bandeira, Amando de Oliveira. Aos 4 anos perdeu o pai, assassinado a 10 de junho de 1914. Em 1915 iniciou seus estudos na escola pública 26 de Agosto. Em 1918, foi matriculado no Instituto Pestalozzi (atual Dom Bosco),onde estudou até 1924. Em 1929 foi aprovado para a Escola Militar, no Rio de Janeiro, escolhendo a arma de Engenharia. Em 1930, quando estourou a Revolução de Vargas, fez parte das tropas enviadas pela Escola Militar à Central do Brasil.

Em 1932 Euclides passou a aspirante do Exército e matriculou-se na Escola de Engenharia. Em 1934 é promovido a capitão. Filiado ao PCB é preso em São Paulo quando, do Rio dirigia-se a Campo Grande, em 1935, durante a chamada intentona comunista. Expulso do Exército, na Casa de Detenção Frei Caneca no Rio de Janeiro, teve a companhia de outros militares comunistas e de presos famosos, entre eles Graciliano Ramos, sendo um dos protagonistas de seu livro "Memórias do Cárcere".

Em 1937, ainda encarcerado, casou-se por procuração, com Nair Velasco, de Campo Grande. No mesmo ano é libertado e, com a instauração da ditadura do Estado Novo em novembro desse ano, cai na clandestinidade. Em 1948 volta ao Rio, matricula-se na Escola Nacional de Engenharia, formando-se em 1951. Até 1963, quando decide voltar definitivamente para Campo Grande, Euclides estagiou com o engenheiro Antonio Alves de Noronha, tendo participado dos cálculos do estádio do Maracanã, trabalhou na Base Naval de Aratu na Bahia, na Companhia Nacional de Álcalis em Cabo Frio, no Paraguai e administrou a construção de várias pontes em Minas Gerais.

Em 1964 volta a ser preso pelo golpe militar. Em 1967 é convidado por Levy Dias, da Codemat, Companhia de Desenvolvimento de Mato Gosso para a área de cálculo e responsável técnico do estádio Morenão, obra inaugurada em março de 1971.

Foi presidente do CREA, presidente da Santa Casa de Campo Grande. Em 1985 foi candidato do PCB a prefeito de Campo Grande. Faleceu em 10 de junho de 1998.


FONTE: Marisa Bittar e Amarildo Ferreira Junior, Euclides de Oliveira, in Campo Grande: Personalidades históricas,volume I, Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, 2012, página 173.

03 de novembro

03 de novembro

1869 – Frei Mariano libertado se apresenta aos seus superiores

Livre de sua prisão no Paraguai, frei Mariano, recebido triunfalmente em Cuiabá, em 9 de outubro, se apresenta aos seus superiores na capital matogrossense e acresce ao seu currículo a seguinte manifestação de seu superior:

Atestamos e certificamos que o missionário revdo. Frei Mariano de Bagnaia desde que chegou neste bispado em dias de outubro de 1847 tem-se empregado sempre no serviço da igreja, já como exercendo todas as funções eclesiásticas de que nos encarregamos, e sempre com muito zelo, devoção e exemplar fervor, merecendo por isso toda a nossa confiança, amor e particular estima. Sua vida pública e mesmo particular tem sido constantemente honesta e cheia de virtudes e por isso mesmo tem recebido e gozado geral estima de todos os filhos dessa diocese. Jamais o ocupamos, que não fôssemos atendidos prontamente com edificação e humildade, e nomeando-o ultimamente como vigário da comarca eclesiástica de Baixo-Paraguai e pároco encomendado da igreja da comarca de Miranda, ali cumpriu seus deveres com tanto zelo e exatidão que só temos de engrandecê-lo de louvores pelo muito que fez a benefício da igreja e de seus filhos espirituais. Ali se edificou a igreja, despendendo nesta obra quase o que havia de seu ordenado e emolumentos,onde conservou com firmeza apostólica até a fatal invasão dos paraguaios, na esperança de que não fosse ao menos destruída a sua igreja e aprisionados seus paroquianos.


Tivemos porém que lamentar sua prisão realizada em princípio de 1865 e muitas vezes o nosso coração encheu-se de amarguras ao saber de seus sofrimentos assim arrebatado violentamente e arrebatado de sua igreja, foi por isso que deixou de remeter como cumpria os mapas dos sacramentos administrados depois de sua prisão. Logo, porém, que se viu salvo pelas mãos da Providência em primeiro lugar e depois pelo valor de nossas armas militares, em agosto do corrente ano procurou imediatamente recolher-se para esta cidade apresentando-se a nós cheio de amor e declarando que está pronto para continuar o serviço da S. igreja como melhor nos parecer, o que foi para nós de extrema alegria e de muita consolação. Pois estamos outra vez com um cooperador eclesiástico de toda a confiança, zelo e instrução e fervoroso no serviço de Deus e de sua igreja.

Cuiabá, 3 de novembro de 1869.
D. José Bispo de Cuiabá.

FONTE:  Frei Alfredo Sganzerla, A história de Frei Mariano de Bagnaia, Edição FUCMT-MCC, Campo Grande, 1992página 403

sábado, 12 de outubro de 2013

3 de novembro

03 de novembro
 
1867 – Morre o governador Frederico Campos

Frederico Campos não chegou a conhecer o Estado
 
Preso em Assunção pelo governo paraguaio quando se dirigia a Cuiabá para tomar posse, o presidente Frederico Campos, de Mato Grosso, sucumbe em prisão no país inimigo.


Bacharelou-se em Matemática. Assentou praça em 14 de janeiro de 1822. Segundo-tenente em 20 de junho de 1823. Participou da Guerra da Independência, tendo então recebido medalha. Promovido a primeiro-tenente em 12 de outubro de 1824, a capitão em 25 de janeiro de 1828, a major em 13 de setembro de 1837, a tenente-coronel graduado em 7 de setembro de 1842 e a efetivo no posto em 14 de maio de 1844, chegando a coronel em 2 de dezembro de 1855.
Pertenceu ao Corpo de Engenheiros.
Presidiu a Província da Paraíba. Em 12 de novembro de 1864, nomeado presidente de Mato Grosso, viajava, para tomar posse, no paquete “Marquês de Olinda”, que foi atacado e capturado por Solano Lopez, um dos fatos que dariam início à guerra contra o Paraguai. Frederico Carneiro de Campos foi feito prisioneiro.

Comendador da Ordem de Avis e dignitário da Ordem do Cruzeiro. Admitido como sócio correspondente do IHGB em 10 de novembro de 1842.

FONTE: Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, Rio de Janeiro, 2017.



03 de novembro

1869 – Frei Mariano libertado se apresenta em Cuiabá

Livre de sua prisão no Paraguai, frei Mariano se apresenta aos seus superiores em Cuiabá e acresce ao seu currículo a seguinte manifestação de seu superior:

Atestamos e certificamos que o missionário revdo. Frei Mariano de Bagnaia desde que chegou neste bispado em dias de outubro de 1847 tem-se empregado sempre no serviço da igreja, já como exercendo todas as funções eclesiásticas de que nos encarregamos, e sempre com muito zelo, devoção e exemplar fervor, merecendo por isso toda a nossa confiança, amor e particular estima. Sua vida pública e mesmo particular tem sido constantemente honesta e cheia de virtudes e por isso mesmo tem recebido e gozado geral estima de todos os filhos dessa diocese. Jamais o ocupamos, que não fôssemos atendidos prontamente com edificação e humildade, e nomeando-o ultimamente como vigário da comarca eclesiástica de Baixo-Paraguai e pároco encomendado da igreja da comarca de Miranda, ali cumpriu seus deveres com tanto zelo e exatidão que só temos de engrandecê-lo de louvores pelo muito que fez a benefício da igreja e de seus filhos espirituais. Ali se edificou a igreja, despendendo nesta obra quase o que havia de seu ordenado e emolumentos,onde conservou com firmeza apostólica até a fatal invasão dos paraguaios, na esperança de que não fosse ao menos destruída a sua igreja e aprisionados seus paroquianos.

Tivemos porém que lamentar sua prisão realizada em princípio de 1865 e muitas vezes o nosso coração encheu-se de amarguras ao saber de seus sofrimentos assim arrebatado violentamente e arrebatado de sua igreja, foi por isso que deixou de remeter como cumpria os mapas dos sacramentos administrados depois de sua prisão. Logo, porém, que se viu salvo pelas mãos da Providência em primeiro lugar e depois pelo valor de nossas armas militares, em agosto do corrente ano procurou imediatamente recolher-se para esta cidade apresentando-se a nós cheio de amor e declarando que está pronto para continuar o serviço da S. igreja como melhor nos parecer, o que foi para nós de extrema alegria e de muita consolação. Pois estamos outra vez com um cooperador eclesiástico de toda a confiança, zelo e instrução e fervoroso no serviço de Deus e de sua igreja.

Cuiabá, 3 de novembro de 1869.
D. José Bispo de Cuiabá.

FONTE:  Frei Alfredo Sganzerla, A história de Frei Mariano de Bagnaia, Edição FUCMT-MCC, Campo Grande, 1992página 403





03 de novembro


1918 – Gripe espanhola em Campo Grande



Relatório do intendente geral do município Rosário Congro, dá detalhes da passagem da gripe por Campo Grande:

“Depois de haver semeado o luto e a dor na bela capital da República, em São Paulo e inúmeras cidades do território nacional, o morbo atingiu também o nosso Estado, onde, felizmente, se manifestou em caráter benigno, apesar de seu extraordinário poder de expansão.


Não logrou esta cidade passar indene, e a 3 de novembro do ano findo irrompia o mal em Campo Grande alcançando, em poucos dias, proporções assustadoras.

A falta de todos os recursos profiláticos e de isolamento, além de outros, converteram a cidade num vasto hospital, sendo de uma louvável dedicação, digna de todos os encômios, o ilustrado corpo clínico, em sua árdua tarefa.
"Na impossibilidade de organizar um serviço de hospitalização, pela falta de um edifício que reunisse as condições exigidas de higiene e conforto, resolvi organizar um serviço ambulatório, deficientíssimo ainda assim, pela carência de pessoal, mesmo a soldo e mandei distribuir o seguinte boletim:
‘A pandemia reinante alastra-se por toda a cidade, menosprezando todos os recursos profiláticos, como se tem verificado no Rio, em São Paulo e nas grandes capitais européias, onde ainda perdura.


A moléstia tem-se manifestado, felizmente, benigna; a situação porém agrava-se por terem enfermado vários membros do nosso dedicado corpo clínico, sobrecarregando de atividades e trabalho os demais doutores, já exaustos por certo e igualmente ameaçados.


Uma farmácia fechou suas portas por ter caído todo o seu pessoal e começa a escassear, pela mesma causa, o fornecimento diário dos gêneros alimentícios indispensáveis aos doentes, como leite, galináceos e outros.
O intendente municipal no intuito de minorar a situação que se apresenta, pede a notificação de todos os casos em que se verifique a necessidade, não só de medicamentos como de outros recursos, inclusive de pessoal.
Cento e cinqüenta e seis receitas foram aviadas por conta da intendência e muitos remédios foram remetidos para a zona suburbana e rústica, onde era grande o número de enfermos e dos quais, diariamente afluíam os pedidos de socorros.


No edifício da escola municipal, tendo adquirido leitos e roupas, hospitalizei seis doentes que, com o dr. delegado de higiene, encontrara num casebre distante uma légua da cidade, sem recursos de qualquer espécie, tendo-se verificado ali, pela manhã desse dia, o falecimento de um outro morador, cujo enterramento providenciei.


Posteriormente, outros doentes receberam tratamento no mesmo edifício.
Imagino por este fato, quão elevado devia ter sido o número de enfermos entre os habitantes da campanha em toda a enorme extensão do município.
Sem a possibilidade de uma estatística, calculo entretanto em mais de dois mil os casos verificados nas distantes povoações de Entre Rios, Jaraguari, Rio Pardo e na cidade, sendo que somente nesta os notificados ultrapassaram de mil.


O número de óbitos na cidade foi apenas de trinta e seis, o que atesta a benignidade com que o mal nos visitou.
Devo registrar o gesto nobre e altruístico do sr. dr. Antonio Ferrari, enviando-me para socorro aos doentes pobres um quilo de quinino.
Esta preciosa dádiva chegou a meu poder quando a epidemia estava já em franco declínio, o que me permitiu dividi-la com o sr. dr. Nicolau Fragelli, intendente de Corumbá, a quem , espontaneamente fiz oferta telegráfica, ante a virulência com que grassava ali a terrível enfermidade.
Devo ainda por em destaque a atitude pronta, solícita e incansável do sr. dr. José Gentil da Silva, delegado de higiene, atendendo com presteza a todos os enfermos por mim indicados, colocando-os sob seu tratamento, e fazendo visitas domiciliares não só no perímetro urbano como nas zonas mais afastadas.


Os gastos totais feitos pela intendência, com os socorros por ela prestados, atingiram à soma de 4:658$300, conforme balancete discriminado de 30 de abril do corrente ano, publicado no Correio do Sul”. 


FONTEJ. Barbosa Rodrigues, História de Campo Grande, Edição do autor, Campo Grande, 1980, página 139

FOTO: Campo Grande no ínicio da década de 20 do século passado.


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