sexta-feira, 22 de novembro de 2013

13 de dezembro

13 de dezembro

1772 – Inicia-se em Mato Grosso o período albuquerquino



Toma posse no governo da capitania, sucedendo a Luis Pinto, o capitão-general Luis de Albuquerque Pereira e Cáceres, iniciando o mais longo mandato entre os governadores gerais de Mato Grosso. Consolidou a presença portuguesa na fronteira ocidental, com a fundação do forte Príncipe da Beira, às margens do rio Guaporé e de Santa Maria (atual São Luis de Cáceres), Forte de Coimbra e Albuquerque (atual Corumbá) às margens do Paraguai. 

Luiz de Albuquerque governou a capitania por 17 anos e foi substituído por seu irmão João de Albuquerque, permaneceu à frente do governo por sete anos.  

FONTE: Virgílio Correa Filho, História de Mato Grosso, Fundação Júlio Campos, Várzea Grande, 1994, página 399

12 de dezembro

12 de dezembro

1826 – Langsdorff chega ao rio Paraguai



Após diversos dias navegando pelo Taquari, a expedição científica Langsdorff, patrocinada pelo governo russo alcança finalmente o rio Paraguai:

Pela manhã de 12 de dezembro entramos na águas do Paraguai, caudal célebre nos anais das missões espanholas e portuguesas pelas vantagens excepcionais que sua navegação proporciona aos vastos territórios em que corre. Tem as cabeceiras do Alto Diamantino, na chapada central da América Meridional; dirige para o sul o majestoso curso e recebe o contingente de sete grandes rios até confluir com o Paraná, onde perde injustamente o nome para cedê-lo ao afluente. Grandes embarcações podem sulcá-lo desde Buenos Aires até Vila Maria e, subindo pelo rio Cuiabá, até a capital de Mato Grosso. É uma extensão de 600 léguas, livre do menor obstáculo, sem cachoeiras, nem corredeiras: em todo o percurso deslizam mansas águas fundas e largas. É o mais belo canal que a natureza formou para permitir ao homem devassar desertos tão dilatados, para povoá-los e dar-lhes as regalias de ativa navegação e imenso comércio. Em qualquer ponto achariam os barcos a vapor florestas para abastecê-los de combustível abundante e fácil. (...)


Abicamos na margem do Paraguai em frente à boca do Taquari e, como nos devíamos demorar até o dia seguinte para deixar o astrônomo fazer suas observações, aí acampamos. À tarde vimos passar o próprio a que acima aludi e que fora a Cuiabá pedir socorros contra os guaicurus.


Quando anoiteceu, ergueram-se do lado dos campos, que na véspera havíamos deixado, grandes clarões, acompanhados de muita fumaça. Eram fogos ateados pelos índios, pois decerto nenhum brasileiro se arriscaria, depois do rompimento de hostilidades, a andar tão arredado de Miranda, o povoado dali mais próximo, e a percorrer as vastidões em que imperam aqueles selvagens.


A todos os camaradas distribuiu o cônsul espingardas, pistolas, pólvora e balas e mandou colocar as sentinelas que durante a noite estiveram alerta afim de impedir qualquer surpresa.

FONTE: Hercules Florence, Viagem Fluvial do Tietê ao Amazonas, de 1825 a 1829, Edições Melhoramentos, São Paulo, 1941, página 68.



12 de dezembro
 
1899 – Nasce em Cuiabá Maria Constança de Barros Machado


Filha de Israel de Arruda Barros e Joana da Costa Barros, iniciou seus estudos na Escola Barão de Melgaço, no tempo da palmatória. Concluiu o Normal em 1917, na Escola Normal Pedro Celestino de Cuiabá e no ano seguinte mudou-se para Campo Grande, nomeada para lecionar na primeira escola pública isolada do sexo feminino, onde foi, por durante quatro anos, professora, secretária e diretora. Em 1922 foi designada para o Grupo Escolar Joaquim Murtinho. Em 1937 é nomeada vice-diretora e no ano seguinte assume a diretoria dessa instituição de ensino. Em 1939, no governo o interventor Júlio Müller, instalou e organizou o Liceu Campo-Grandense, mais tarde denominado Ginásio Estadual Campograndense.

Em 1951, a convite do governador Fernando Correa da Costa, assume a direção do Colégio Estadual e da Escola Normal Joaquim Murtinho, em substituição ao professor Múcio Teixeira Júnior. Em 1954 passa a integrar a Camapanha Nacional de Educadores Gratuitos, idealizada em Recife pelo professor Felipe Tiago Gomes. De 1956 a 1961, durante o governo de João Ponce de Arruda, permaneceu fora do Estadual e da Joaquim Murtinho, por questões políticas, retornando à direção das duas entidades, com a volta de Fernando Correa da Costa ao governo, em 1961.

Maria Constança de Barros Machado dá nome ao colégio que ela construiu e dirigiu


Faleceu em Campo Grande em 7 de abril de 1996.

FONTE: Maria da Glória Sá Rosa, Memória da Cultura e da Educação em Mato Grosso do Sul, UFMS, 1990, página 62


12 de dezembro

1912 – Realiza-se o primeiro júri na comarca de Campo Grande

Inaugurado no dia 12 de maio, com a posse do juiz Arlindo de Andrade Gomes, que renunciou 50 dias depois, somente nesta data foi realizado o primeiro júri em Campo Grande, sob a presidência do novo juiz, dr. Abreu. O réu chamava-se José João Bernardo de Freitas, acusado da morte de Francisco Veloso. Foi absolvido assim como os dois outros acusados, João Manoel dos Santos, soldado do Exército, e João Manoel da Silva, submetidos a julgamento nos dias seguintes, 13 e 14. No final a municipalidade foi condenada a pagar as custas, na importância de 557$000.” 

FONTE: Paulo Coelho Machado, Arlindo de Andrade, página 19.


12 de dezembro

1950 - Lançada pedra fundamental da igreja São Francisco em Campo Grande

É lançada a pedra fundamental da igreja São Francisco, em Campo Grande, fato revisto 68 anos após, pela imprensa local:


Foto antiga da paróquia e convento  de São Francisco de Assis, localizada na rua 14 de Julho, hoje sede da Província Franciscana. (foto: Reprodução Livro/A Missão Franciscana de Mato Grosso)Foto antiga da paróquia e convento de São Francisco de Assis, localizada na rua 14 de Julho, hoje sede da Província Franciscana. (foto: Reprodução Livro/A Missão Franciscana de Mato Grosso)
São quase 68 anos desde que a pedra fundamental da igreja São Francisco de Assis foi lançada no lugar em que o prédio surgiu imponente, no estilo imperial. No dia 12 de dezembro de 1950, o então prefeito de Campo Grande de Mato Grosso, Fernando Corrêa da Costa, fez o lançamento oficial da obra e naquele momento também renomeou a região que seria uma das mais importantes da cidade: “A partir dessa data, o Bairro Cascudo passa a se chamar Bairro São Francisco", decretou.
O paraibano Frei João Francisco Neto assumiu como pároco da São Francisco de Assis neste ano e, com muita simpatia, guiou o Lado B pela estrutura histórica do prédio construído por freis alemães, que depois passou por ajustes e expansões para abrigar a ordem dos Franciscanos.
O terreno onde hoje se encontra a paróquia foi doado por Luziano dos Santos, antigo dono do bar Vai ou Racha - antigamente localizado na outra esquina da quadra. No projeto, os religiosos tomaram a frente de tudo. O arquiteto foi o Frei Valfrido Stahie, o pedreiro o Frei Proto Schurr e a marcenaria ficou por conta do Frei Luís Kunkel. Assim as paredes foram subindo com ajuda de outros frades e apoio da comunidade.
A obra finalmente terminou em junho de 1956 e se tornou desde então um dos cartões postais da Capital. Discretos, os freis que ali moram passam despercebidos por muitos, assim como o convento, hoje considerado sede da Província Franciscana do Estado. 

Fachada permanece a mesma até hoje, quase 68 anos desde a inauguração da pedra fundamental (Foto: Kisie Ainoã)Fachada permanece a mesma até hoje, quase 68 anos desde a inauguração da pedra fundamental (Foto: Kisie Ainoã)
Brasão da Ordem Franciscana representa os braços de Jesus Cristo e São Francisco de Assis. (Foto: Kisie Ainoã)Brasão da Ordem Franciscana representa os braços de Jesus Cristo e São Francisco de Assis. (Foto: Kisie Ainoã)
Todos os vitrais da Igreja Matriz contam a história da vida de São Francisco de Assis. Eles, assim como a imagem do santo que se encontra no alto da igreja, foram trazidos de São Paulo, de onde também veio a inspiração, semelhante ao Convento dos Franciscanos de Pari. "Esta imagem dos dois braços é o Brasão da Ordem Franciscana e representa o braço de Jesus Cristo e de São Francisco de Assis", explica o pároco João Francisco a respeito de uma imagem que está constantemente representada na paróquia.
Mas esta não foi a primeira casa dos franciscanos em Mato Grosso do Sul. Antes mesmo de 1950, no ano de 1941, se situavam em uma discreta casa na Rua Antônio Maria Coelho, no número 804. "Eles vieram pro o Brasil primeiro para Petrópolis, no Rio de Janeiro, por conta da 2ª Guerra Mundial. Lá já havia uma sede Franciscana. Em terras brasileiras, aprenderam o idioma e vieram para Mato Grosso do Sul em seguida", detalha o Frei.
Em área doada por dono de bar, paróquia surgiu há 68 anos e mudou nome de bairro
Na parte interna da paróquia, o imenso pé direito da construção tem uma justificativa plausível: o calor campo-grandense. "Dessa forma, os engenheiros conseguiram que aqui dentro ficasse mais fresco. Imagine na época, não tinha luz, muito menos ar condicionado".
Apaixonado pela estrutura, o Frei brinca que é "suspeito", mas acredita que a paróquia de São Francisco de Assis é a mais bela da cidade. 
Olhando de fora não dá para ter noção da gigante estrutura franciscana. Mas ao entrar no convento, caminhar até a seguinte construção anexa, criada anos depois da entrega da paróquia, chegando até a imensa horta que mais parece uma floresta em que os olhos perdem a noção de seu fim.
Só é possível realmente entender a dimensão da estrutura quando o olhar se volta para o externo e nota-se os condomínios de grandes construtoras, o que dá a entender que o terreno já está na Avenida Ernesto Geisel.
Nos detalhes da construção as marcas do tempo. Nas pedras que servem como revestimento na área externa do prédio, as manchas de terra são prova de que passaram-se anos desde sua instalação.
Três sinos estão dispostos em pontos distintos da paróquia e do convento, e cada um toca em um horário diferente: às 6h, às 12h e às 18h. "O único horário em que todos soam juntos é às 18h", diz o frei.
Umas singela capela fica disposta nos fundos da construção, ao lado de um belo mural que teve sua restauração finalizada ontem (08). "No piso superior do convento são os dormitórios, aqui embaixo temos a enfermaria em que ficam os freis mais idosos caso houver necessidade", detalha.
Uma das portas de acesso no último conjunto do prédio, em frente a ala dos retiros. (Foto: Kisie Ainoã)Uma das portas de acesso no último conjunto do prédio, em frente a ala dos retiros. (Foto: Kisie Ainoã)
Um dos três sinos do prédio, este está localizado na área interna do convento. (Foto: Kisie Ainoã)Um dos três sinos do prédio, este está localizado na área interna do convento. (Foto: Kisie Ainoã)
Frei João Francisco mostra o azulejo instalado na sacristia desde a construção do prédio. (Foto: Kisie Ainoã)Frei João Francisco mostra o azulejo instalado na sacristia desde a construção do prédio. (Foto: Kisie Ainoã)

Festa - Com uma vida focada do celibato e na abdicação total de riquezas, o Frei João Francisco permanece por 6 anos como pároco da paróquia e, pela primeira vez, movimenta a Quermesse em comemoração ao dia do santo. A festa acontece hoje (10), com missa de celebração às 18h.
"Estamos trabalhando nessa celebração desde agosto. É muito trabalho a ser feito mas agora estamos mais tranquilos. Devido ao 1º turno das eleições e a matriz ser zona eleitoral, não foi possível realizar o evento no início do mês de outubro, próximo a data que fazemos lembrança de São Francisco de Assis, dia 04, e assim o evento foi transferido para esta data", pontua.
Após a missa, a comunidade pode desfrutar das barracas e festejos, com direito à show de prêmios com cartelas a R$ 15,00. Os prêmios neste ano são em dinheiro, indo de R$ 200,00 a R$ 2 mil.
FONTE: Thais Pimenta, Em área doada por dono de bar, paróquia surgiu há 68 anos, Campo Grande News, 10 de novembro de 2018.

12 de dezembro

1969 – Inaugurado asfalto Porto XV- Campo Grande

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Com a presença do presidente recém empossado, general Garrastazu Médici, do governador Pedro Pedrossian, dos ministros Elizeu Resende (Interior) e Mario Andreaza (Transportes), do comandante da 9a. Região Militar, general Ramiro Tavares, do deputado federal Marcílio de Oliveira Lima, é entregue a pavimentação asfáltica das BRs-267 e 163, entre Campo Grande e Porto XV. A rodovia recebeu o nome de Manoel da Costa Lima, o primeiro a completar a ligação São Paulo-Mato Grosso, através de uma estrada boiadeira, inaugurada a 8 de outubro de 1906.¹

O fato foi registrado pela imprensa cuiabana, que deu destaque ao rápido discurso proferido pelo Diretor Geral do DNER, engenheiro Elizeu Resende:

A integração de Mato Grosso à economia nacional é um dos parâmetros diretores do planejamento rodoviário que se estabeleceu no país.

Parte deste objetivo é hoje alcançado com a entrega ao tráfego do complexo rodoviário formado pelas BRs 267 e 163.

Pela primeira vez uma rodovia pavimentada penetra ao Estado de Mato Grosso, beneficiando diretamente toda a região Sul, que pela sua riqueza e pelo seu potencial, representados por notável e crescente produção agropecuária, estava a clamar por ligação asfáltica que a colocasse em direta conexão com os grandes centros consumidores do país e com os portos que assegurassem a exportação de seus produtos.

FONTE: ¹Edgard Zardo, De Prosa e Segredo Campo Grande Segue seu Curso, Funcesp/ Fundação Lions, Campo Grande, 1999 página 36. ²O Estado de Mato Grosso, Cuiabá, 13 de dezembro de 1969.


12 de dezembro

1969 - Anunciada criação da Universidade Federal de Mato Grosso




Por ocasião de sua primeira visita a Mato Grosso, onde inaugurou o asfalto entre Campo Grande e a divisa de São Paulo, o presidente general Garrastazu Médici assinou mensagem ao Congresso Nacional, criando a Universidade Federal de Mato Grosso, com sede em Cuiabá.

A solenidade realizou-se na sala do comandante da Base Aérea de Campo Grande, com a presença dos ministros Jarbas Passarinho, da Educação e Cultura e Mário Andreazza, dos Transportes, do governador Pedro Pedrossian, do deputado Renê Barbour, presidente da Assembleia Legislativa, do senador Fernando Correa da Costa, dos deputados federais Rachid Saldanha Derzi e Marcílio de Oliveira Lima e dos secretários Gabriel Novis Neves e Leal de Queiroz, da Educação e Interior e Justiça.

A universidade foi criada em 10 de dezembro de 1970, pela Lei n° 5647, a partir da fusão da Faculdade de Direito de Cuiabá (que foi criada em 1952) e do Instituto de Ciências e Letras de Cuiabá. Nesse ano foram abertos os 11 primeiros cursos, oferecidos no campus universitário, na região do Coxipó. Foram criados os primeiros centros e iniciadas as obras de construção dos blocos.

FONTE: O Estado de Mato Grosso, 13 de dezembro de 1969.

domingo, 10 de novembro de 2013

10 de dezembro

10 de dezembro

1884 – Nasce em Miranda, José Alves Ribeiro

Inauguração do busto do coronel Zelito em Aquidauana

Filho de José Alves Ribeiro (o coronel Jejé), nasce em Miranda, José Alves Ribeiro, (o coronel Zelito). Fez o curso primário em sua cidade natal e o preparatório em Cuiabá e voltou para a fazenda Taboco. Retornou a Cuiabá em 1915, onde no ano seguinte, casou-se com Maria Constança, filha de Pedro Celestino. Em plena lua-de-mel, por indicação do sogro que apóia o governo, assume a reação ao major Gomes, que rebela-se contra o presidente Caetano de Albuquerque, derrotando-o no segundo combate, em 1917. 

Deputado estadual na legislatura de 1921 a 1923, tomou gosto pela política, elegendo-a sua principal atividade.


“Em 1924 – recorda seu filho Renato Alves Ribeiro – quando houve a invasão do Estado pela famosa ‘Coluna Prestes’, o coronel Joselito organizou o 1º Batalhão de Infantes Pioneiros, com 140 homens, e foi designado para defender a estação de Arapuá, onde estava localizado o Posto de Comando do coronel Malan D’Angrogne, em seu em retiro Miranda, naquela região, nas margens do Paraná”.


Em 1925 foi eleito prefeito de Aquidauana , permanecendo apenas um ano no cargo. Em 1930 apoiou a revolução de Vargas e consolidou sua liderança em Aquidauana e região. Na revolução constitucionalista de 1932 não apoiou os rebeldes, liderados por Vespasiano Martins. Em 37 rompe com Getúlio, por não concordar com a ditadura do Estado Novo. Em 1945 com a deposição de Getúlio, ingressa na UDN, União Democrática Nacional e torna-se o chefe político “com inúmeras vitórias em Aquidauana, derrotando por muitas vezes a coligação do governo, PSD-PTB, elegendo prefeitos como Delfino Correa, doutor Estácio Muniz, Moisés de Albuquerque, Fernando Ribeiro – seu filho – por duas vezes prefeito e uma deputado federal; Fernando Correa, duas vezes governador; seu genro José Frageli, deputado estadual e federal”.


O coronel Zelito ou Joselito faleceu em julho de 1970.


FONTE Renato Alves Ribeiro, Taboco, 150 Anos, Balaio de Recordações, edição do autor, Campo Grande, 1984, página 125


10 de dezembro

1913 -Bela Vista: Justiça restitui mandato do prefeito

Por decisão do Tribunal Pleno em Cuiabá, reassumiu a chefia do executivo de Bela Vista, o intendente geral de Bela Vista, Ernesto Vilas Boas. Seu mandato havia sido suspenso arbitrariamente pelo juiz de direito da comarca, do delegado de polícia e do comandante de polícia, a pretexto de falta de prestação de contas.

A retomada do mandato do intendente foi marcada pelo regozijo do jornal de oposição ao governador, em Cuiabá:

Reassumiu o cargo de intendente de Bela Vista a 10 do corrente, o sr. Ernesto Villas-Boas, que ali estava sendo perseguido pelo juiz de direito da comarca, ao serviço da baixa politicagem, cujo objetivo era arredá-lo das funções que o povo do município lhe havia conferido.

À audaciosa violência com que se pretendia destruir a autonomia do município, opôs salutar resistência o Tribunal de Relação do Estado, agindo com a mais louvável energia no sentido de impedir a consecução desse revoltante atentado.

Foi assim garantido pelo nosso mais alto tribunal o princípio básico de nossa organização política, cujo aniquilamento, se tivesse sido levado a efeito em Bela Vista, importaria na mais completa anarquia do nosso regime, e quiçá em perturbação de ordem cujas consequências a ninguém é dado medir.

O ato da suspensão do mandato foi atribuído como represália do presidente do Estado, à forte oposição de Villas-Boas à renovação da concessão da companhia Mate Larangeira.


FONTE: O Matto-Grosso (Cuiabá), 14 de dezembro de 1913.

9 de dezembro

9 de dezembro

1879 - Teixeira Muzzi compra escravo em Miranda

Herói da retirada da Laguna, e proprietário da fazenda Santa Rosa, nos campos de Vacaria, o capitão João Caetano Teixeira Muzi compra escravo do coronel Antonio Inácio da Trindade. A transação foi oficializada através do seguinte documento:

Escritura pública de compra e venda de um escravo de nome Felisberto que faz e assina como vendedor Antonio Inácio da Trindade por seu procurados Tenente Tibério Augusto d'Arruda e como comprador o Capitão João Caetano Teixeira Muzi por seu procurador Alferes Daniel Benício de Toledo como abaixo se declara.

Saibam quantos este público instrumento de escritura de compra e venda virem que no ano do Nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo de mil oitocentos setenta e nove aos nove dias do mês de Dezembro do dito ano nesta Vila de Miranda da Província de Mato Grosso em meu cartório compareceram pessoalmente partes havidas e contratantes, isto é, como vendedor Antonio Inácio da Trindade, por seu procurador Tenente Tibério Augusto d'Arruda e como comprador o Capitão João Caetano Teixeira Muzi por seu procurador Alferes Daniel Benício de Toledo, ambos reconhecidos pelos próprios de mim Tabelião e das duas testemunhas abaixo nomeadas e assinadas de que dou fé perante as quais pelo vendedor me foi dito que sendo Senhor e possuidor de um escravo de nome Felisberto, cor preta, menor de nove anos de idade de idade, solteiro, natural desta província filho da escrava Vitorina, apto para o serviço de pajem matriculado no município de Miranda sob numero de sete na matrícula geral, e quinze na relação apresentada em oito de julho de mil oitocentos e setenta e cinco e porque o possui livre e desembaraçado de qualquer ônus judicial e extrajudicial; vende e como de fato e direito vendido tem de hoje e para sempre ao comprador Capitão João Caetano Teixeira Muzi pela quantia de um conto de reis em moedas correntes deste Império; pelo que lhe dava plena e igual quitação de pago e satisfeito para mais em tempo algum lhe ser pedido por si e nem por seus herdeiros e por isso transfere todo o direito, ação e domínio que no dito escravo tinha na pessoa do comprador que gozava desde hoje para sempre obrigando-se a fazer boa e valiosa venda todo tempo. E pelo comprador me foi dito em presença das mesmas testemunhas abaixo assinadas que aceitava a presente escritura de venda a ele feita e desde já se davapor empossado do referido escravo Felisberto de que pagou na repartição competente a sisa constante do documento que em seguida transcrevo = Reis cinquenta mil = Anastacio número 17 = Coletoria Provincial de Miranda, imposto de meia sisa de um escravo. O senhor Capitão João Caetano Teixeira Muzi por seu procurador Senhor Daniel Benício de Toledo pagou nesta Coletoria a quantia de cinquenta mil reis proveniente de um escravo de nome Felisberto que comprou do senhor Antonio Inácio da Trindade por um conto de reis como consta do livro de receita a folhas onze verso. Coletoria Provincial de Miranda, nove de Dezembro de mil oitocentos setenta e nove = O Coletor = Guaporé = o Escrivão Bueno Pedroso. E como assim o disseram, outorgaram e prometeram cumprir  guardar do que dou fé, lavrei-lhe esta, que sendo-lhes lido e achando conforme aceitaram e assinaram com as testemunhas Luiz da Costa Leite Falcão e Francisco Eugenio Moreira Serra, comigo Benedito Rodrigues de Jesus, Tebelião interino de notas que o escrevi e assino."

FONTE: Fundação Cultural Palmares, "Como se de ventre livre nascido fosse...", Arquivo Público Estadual, Campo Grande, 1994, página 148.

8 de dezembro

8 de dezembro

1886 – Epidemia de cólera em Corumbá


Desde o tempo da ocupação pelo Paraguai, a população vem sendo dizimada com inúmeras epidemias, sobrelevando-se a varíola e a cólera. Problemas com o abastecimento de água e saneamento básico são seguidamente reclamados pelas autoridades, que consideram como origem da contaminação a “falta de manutenção e controle das condições sanitárias do porto, onde atracavam embarcações de diversas origens e procedências.” As causas do agravamento das epidemias, caso da de cólera, verificada em 1886 e 1887, “parecem ter sido o abandono de doentes pobres pelas ruas e até de cadáveres, a falta de medicamentos e de hospitais mesmo provisórios, além das fugas em massa da população para os campos, o que causava maior descontrole sobre a doença e os óbitos,” consoante ofício do dr. Manoel Joaquim dos Santos ao vice-presidente em exercício da Câmara Municipal, nessa data, onde relata as causas do agravamento da epidemia de cólera que assola a cidade:

“Os mortos e os doentes (...) são em grande escala abandonados da maneira a mais iníqua; (...) diversos doentes (...) são abandonados no solo, a título de não serem parentes dos que o cercavam, ou são abandonados igualmente, igualmente por não serem patrícios daqueles a quem serviram.”

FONTE: Lúcia Salsa Correa, Corumbá, um núcleo comercial na fronteira de Mato Grosso 1870-1920, edição da autora, Corumbá, 1981, página 91.

FOTO: corumba.com.br

7 de dezenbro


7 de dezembro

1848 – Nasce em Cuiabá, Joaquim Murtinho



Filho do baiano José Antônio Murtinho, presidente da província de Mato Grosso (1868), nasce Joaquim Murtinho. Médico e engenheiro, foi o mato-grossense mais influente na política brasileira no início do século XX, como congressista e ministro em dois governos da República: Viação e Obras, no presidência de Prudente de Moraes e da Fazenda, na de Campos Sales. Com seus irmãos Manoel e Francisco, fundou o primeiro banco de Mato Grosso e assumiu o controle acionário na companhia Mate Larangeira. Seu nome é um dos mais lembrados nas cidades de Mato Grosso do Sul, denominando uma cidade, Porto Murtinho, além de ruas, praças e escolas públicas. Em Campo Grande, além da rua Joaquim Murtinho, uma das mais movimentadas da cidade, é nome do primeiro grupo escolar da cidade, hoje Colégio Joaquim Murtinho, na avenida Afonso Pena.

Curiosidade: Joaquim Murtinho deixou Cuiabá aos 13 anos e nunca voltou ao Estado. 

Faleceu em 18 de novembro de 1911, no Rio de Janeiro.


FONTE: Rubens de Mendonça, Dicionário Biográfico Mato-Grossense, edição do autor, Cuiabá, 1971, página 118

domingo, 3 de novembro de 2013

6 de dezembro

6 de dezembro

1890 – Criado o primeiro banco de Mato Grosso





Rui Barbosa, ministro da Fazenda, do governo do marechal Deodoro autoriza a fundação do Banco Rio e Mato Grosso, com capital de 20 mil contos de réis e sede em Porto Murtinho.

Os sócios principais da nova casa de crédito foram os irmãos Joaquim Murtinho (foto), Manoel Murtinho e Francisco Murtinho. “O primeiro, homeopata, cuiabano de nascimento, foi médico particular de Deodoro e Floriano e exerceu grande influência nos destinos do país, tendo sido ministro da Viação e Obras do governo de Prudente de Moraes e da Fazenda do governo Campos Sales.


O segundo, além de primeiro presidente constitucional de Mato Grosso no período republicano, seria também ministro do Supremo Tribunal Federal.”


A finalidade da instituição bancária foi a aquisição da concessão para explorar os ervais do Sul do Estado, cedida por Tomaz Larangeira. O banco teve curta duração. Foi liquidado em 1902.



FONTE: Pedro Valle, A divisão de Mato Grosso, Royal Curt, Brasilia, 1996, página 18.



6 de dezembro


1926 – Coluna Prestes no Pantanal



A caminho do exílio na Bolívia, grupo da Coluna Prestes, comandado pelo capitão Siqueira Campos (o segundo à esquerda, sentado)), chega ao Pantanal da Nhecolândia, conforme suscinto relato de Augusto César Proença:

No Pantanal ela provocou medo e pânico. José de Barros registra no seu diário:

"Dezembro, 6-1926. Passagem dos revoltosos pela Fazenda Firme, onde destruíram o aparelho de estação telegráfica e saquearam as duas casas de negócio (sic). Grande pânico nas famílias da Nhecolândia por esse fato. (...)". Os ‘revortoso’ chegavam sempre atirando para cima, é verdade, pois não faziam nada a ninguém caso não pisassem nos seus calos, atiravam para intimidar as pessoas das fazendas e conseguir logo o que desejavam. Na fazenda Alegria deu-se um caso curioso: meu avô, homem aperreado das idéias, estava ali pelo pátio, fazendo alguma coisa, quando escutou tiros e viu o bando armado se aproximando.

- Sai daí seu Paulino, são os ‘revortoso’! Disse alguém correndo para dentro da casa.


Mas o velho, onde estava ficou. E até resolveu seguir para enfrentar os intrusos que ainda atiravam, provocando choradeira nas mulheres e nas crianças e correria em certos homens que se embrenhavam no mato mais próximo, xixindo de medo.


- Quem são vocês?... indagou o meu avô, ríspido, os olhos lacrimejando de raiva.


Os homens explicaram o que queriam, talvez imaginando fosse o meu avô algum variado que os enfrentava com ousadia. Perguntaram: "E o senhor que é?..."


- Sou o dono daqui. E parem de atirar. Não vê que estão assustando as mulheres e as crianças?


Naquele dia os revoltosos levaram os cavalos, mantimentos e dinheiro, mas não deixaram de respeitar o dono da fazenda.




FONTEAugusto César Proença, Pantanal: gente, tradição e história, Fundação de Cultura, Campo Grande, 1992, página 133.

FOTO - acervo da Biblioteca Nacional (RJ).



5 de dezembro]

5 de dezembro

1906 - Nasce em Corumbá, Geraldino Martins de Barros



Filho do farmacêutico da Marinha Artur Martins de Barros e da professora Maria Leite Pedroso de Barros, nasce Gealdino Martins de Barros, principal defensor da  existência de petróleo no Pantanal. 
Estudou da primeira à quinta série elementar no Colégio Salesiano Santa Teresa e o curso ginasial no Ginásio Corumbaense, fundado por sua mãe. Ainda muito jovem foi trabalhar na zona rural a princípio como professor e depois como trabalhador braçal.
Em 1928 muda-se para Porto Esperança, então terminal da estrada de ferro e trabalha como auxiliar de escritório da firma Couto e Cia, agente da Empresa de Navegação Miguéis.
Em 1929 retorna à cidade para atender ao serviço militar. Serviu no 17° Batalhão de Caçadores, permanecendo até o seguinte quando deu baixa e voltou a Porto Esperança, onde, em 1934, casou-se com Hilda Coelho.
Foi empresário do ramo gráfico e aposentou-se em 1980, como funcionário do antigo Previsul, o primeiro instituto de previdência de Mato Grosso do Sul.
Vereador por trinta anos seguidos, notabilizou-se na defesa da ideia da existência de petróleo na região, como líder da Campanha Pró-Petróleo do Pantanal, tese que levou a Petrobras a realizar várias prospecções em áreas determinadas, sem sucesso. 
Geraldino Martins de Barros faleceu em sua cidade natal em 1988.

FONTE: Renato Baez, Perfis e Missivas, edição do autor, São Paulo, 1985, página 28.



5 de dezembro

1936 – Governador recorre ao presidente da República



Acossado pela oposição, da qual participavam diversos deputados sulistas, no auge de uma crise política que resultaria na intervenção federal, decretada a 7 de março do ano seguinte, o governador Mário Correa da Costa telegrafa ao presidente Getúlio Vargas:


Quando daí regressei, animado dos elevados propósitos pacificadores, consubstanciado no meu Manifesto, do qual dei conhecimento a V. Exa., encontrei aqui um ambiente inteiramente hostil a qualquer entendimento político, devido à atuação pessoal do senador Vilasboas, cujas manobras impossibilitam a realização dos nossos objetivos.

Entretanto, agora rompendo contra meu governo, aproveita-se ele do irrequieto deputado Generoso Ponce, para unir-se ao grupo do capitão Filinto Muller, a quem sempre hostilizou rudemente, sob a alegação da necessidade de um congraçamento da família matogrossense, quando a verdadeira finalidade dessa aliança é o meu aniquilamento político e a instalação da anarquia no Estado.


Estou recebendo de todos os municípios as mais vibrantes demonstrações de apoio ao meu governo e veemente protesto contra essa atitude reprovável que tão graves conseqüências poderá trazer à vida administrativa do Estado.
Conforme mandei expor a V. Exa. pelo deputado Trigo de Loureiro, mantenho os meus anteriores propósitos de pacificação; mas jamais aceitarei imposições humilhantes e saberei defender, em qualquer terreno, as prerrogativas de minha autoridade constitucional”.


No mesmo dia, os deputados da Aliança Matogrossense, alegando falta de garantia, se asilaram no quartel do 16 BC, comparecendo às reuniões acompanhados por forças federais. Compunham a aliança, os deputados Nicolau Frageli, Ranulfo Correa, Ulisses Serra, Luiz de Miranda Horta, Joaquim Cesário da Silva, José Silvino da Costa, João Leite de Barros, Josino Viegas de Oliveira Pais, Filogônio de Paula Correa, José Gentil da Silva, Júlio Muller, Corsino Bouret, Caio Correa e João Ponce de Arruda.


Em 6 de março de 1937, o presidente Getúlio Vargas decretou intervenção federal no Estado e nomeou interventor o capitão Manoel Ari da Silva Pires, que permaneceu no governo até 4 de outubro desse ano, com a eleição pela Assembleia Legislativa e posse de Júlio Muller, para completar o mandato. 


FONTERubens de Mendonça, História do Poder Legislativo de Mato Grosso, Assembléia Legislativa, Cuiabá, 1967, páginas 237 e 281.

FOTO: Arquivo Público do Estado de Mato Grosso.


5 de dezembro

1936 - Petróleo no Pantanal: Monteiro Lobato lança manifesto de subscrição pública

         
Mapa mostrando a proximidade e a posição de latitude entre os campos                de 
petróleo em exploração na Bolívia e as terras em que a Cia.        
         Matogrossense vai operar.

A Companhia Matogrossense de Petróleo, à frente o advogado, escritor e editor Monteiro Lobato, expede manifesto, visando subscrição de integralização do capital da empresa. Sobre a companhia, o manifesto revela que o seu capital será de vinte mil contos, dividido em 200.000 ações de 100 mil réis, "metade representada pelos direitos e contratos de pesquisa e exploração do sub-solo de Mato Grosso; e outra metade tomada por subscrição pública. As ações são pagáveis em duas prestações, uma de 50% no ato da subscrição e outra metade de igual valor, mediante chamada com prévio aviso de 60 dias".

CONTRATOS - Para exploração dos subsolo em Mato Grosso, foram lavrados com os seguintes proprietários: municipio de Aquidauana: Antonio da Costa Rondon (Fazenda Tupanceretã), Clotilde Rondon de Arruda e Bartolomeu Mendes (Fazenda São Sebastião); Luiz da Costa Rondon (Fazenda Rio Negro); Ana da Costa Rondon (Fazenda Barranco Alto); José Sebastião de Souza Camargo (Fazenda Santa Terezinha), José Alves Ribeiro Filho e Joaquim Alves Ribeiro (Fazenda Taboco). Município de Porto Murtinho: Eliza Alves Arruda (Fazenda Amoquijá); Clotilde Alves de Albuquerque e Maria Margarida Alves Arruda (Fazenda Mauá); Joaquim Nunes Ferraz, Diogo Nunes Ferraz e Cecílio Mascarenhas (Fazenda Emadicá); Estevão Alves Ribeiro (Fazenda Esperança); João Alves Ribeiro (Fazenda São José); Oscar Augusto Granja (Fazenda Saudade); Germano Lariau (Fazenda Santa Cecília); e Hermínio Grosso. Município de Bela Vista: Atanásio Mello (Fazenda Santo Amaro).

Mesmo ainda não tendo nenhuma evidência técnica, comprovando a existência de petróleo na região, o manifesto argumenta:

"Ninguém mais duvida do petróleo em numerosas zonas do nosso país. Uma há, entretanto, que forçosamente vai ser a nossa grande revelação em matéria de riqueza petrolífera: Mato Grosso.

Esse imenso estado emoldura com suas florestas metade do Xaraés, mar extinto que se revela na extensíssima depressão sul-americana, denominada Chaco nas repúblicas vizinhas e Pantanal entre nós. Compreendida entre o levantamento da cordilheira dos Andes e o planalto central do Brasil, a depressão do Xaraés mostra por toda a parte os mais flagrantes indícios de sua origem. Lagoas e pântanos de água salgada se sucedem de maneira impressionadora. Grande abundância de calcários e fósseis de base marinha. Também frequentes assinalamentos de óleo, como exsudações, impregnações bituminosas, emanação de metana e outros.

Na parte pertencente às repúblicas vizinhas, o petróleo já foi revelado, dando surto a inúmeras perfurações de alta produção. Na parte que nos pertence, nada, absolutamente nada foi feito. Uma espessa cortina de fumaça nos vinha conservando alheios a qualquer investigação de petróleo, justamente na zona mais promissora e abundante de sinais. Chegamos ao ponto de admitir este absurdo: que a linha das fronteiras, isto é, uma simples convenção política, interrompesse dentro da terra as formações de petróleo já reveladas e intensamente exploradas nos países vizinhos. Embora a geologia fosse absolutamente a mesma, petróleo só do lado que fala espanhol"...

OS INCORPORADORES - Entre os incorporadores da companhia, além de Monteiro Lobato, aparecem dois fazendeiros de Aquidauana: Antonio da Costa Rondon e Manuel Alves de Arruda. São representantes autorizados: João Alfredo de Oliveira (Cuiabá); Clodoveu Gomes Ribeiro (Bela Vista); Anchises Boaventura (Campo Grande); Theophilo Xavier de Mendonça (Jau); Joaquim Pedro Kiel (Piraju) e Francisco Dias Lacerda (Ribeirão Preto).

FONTE: Correio Paulistano, 08/12/1936.

5 de dezembro

1947 - Adolescente devorado por piranhas

Aparece nos principais jornais do país, a notícia da morte em Corumbá de um adolescente, que caiu no rio Paraguai e teve o corpo devorado pelas piranhas:

"Em Corumbá, quando pescava à beira do rio, numa barranca que fica no lugar denominado Praia Vermelha, nesse porto, caiu à água o menor Karli, de 16 anos, aluno do Ginásio Maria Leite. Nem bem tocou a correnteza do rio, o corpo do infeliz foi logo abocanhado pelas vorazes piranhas, que aos milhões se encontram nas margens do Paraguai, ao cair da noite, à procura de comida, sendo ato contínuo levado para o fundo do rio. Uma hora depois, acudindo os parentes de Karli, que reside em companhia de seu tio, o negociante José Cury, o corpo apareceu completamente desprovido das carnes, sendo nesse estado, posto num caixão e dado à sepultura no cemitério local, na manhã seguinte. Os pais do menor Karli, que no ginásio sempre se destacou como o melhor aluno da série, residem em Minas Gerais, para onde, daqui a dia dias, devia
ele viajar em gozo de férias".

FONTE: Jornal de Notícias (SP), 05/12/1947 






 


4 de dezembro

4 de dezembro

1866 – Taunay dá novas notícias de Miranda



Ainda sem saber que destino vai tomar a força expedicionária, acampada em Miranda, o tenente Taunay volta a escrever ao seu pai no Rio de Janeiro:

Aqui estamos desde 17 de setembro esperando notícias de Cuiabá para saber se devemos marchar sobre Corumbá ou sobre Nioaque. Este último lugar que os paraguaios ocuparam durante mais de um ano é o lugar mais salubre de toda a província e caminho que lá vai ter o melhor possível; diz-se também que em Corumbá não há mais que 200 homens em más condições; os outros tendo sido chamados por Lopez, mas também a travessia é muito difícil e as águas vão subir tanto que os terrenos pantanosos ribeirinhos do Paraguai já devem estar todos inundados. Falta-nos aliás, e completamente, o meio mais cômodo descermos o Miranda e subirmos o Paraguai. Outra dificuldade se apresenta: nada menos nada mais do que a presença de dois vapores paraguaios a cruzarem continuamente entre Corumbá e Coimbra.


Acabei o relatório geral da comissão e como já estou cansado de trabalhar para outrem, embora se trate de coisa pouco meritória, escrevo agora um novo trabalho que toma certo desenvolvimento e poderá ter algum interesse. É a viagem que fiz com Lago, até Morros com um resumo geral do aspecto fitológico e mineralógico dos terrenos atravessados. Tomo sempre a peito ser consciencioso em tudo quanto digo; só citando o que vi e preferindo ou pouco de monotonia e mesmo aridez nas descrições a embelezar o meu relato de episódios só pelo prazer de agradar a desocupados.


FONTETaunay, Mensário do Jornal do Comércio, Rio de Janeiro, 1943, página 345.


4 de novembro

1940 - Desaparece avião com comissão de delegados da ferrovia Bolívia-Brasil

Desapareceu quando fazia um voo entre Baboré, na Bolívia e Corumbá, o trimotor Juan Del Valle, do Lloyd Brasileiro. As primeiras notícias foram dadas pelo tenente Cerqueira Rodrigues, chefe do tráfego da Aeronáutica Civil, segundo noticiou o jornal Correio Paulistano, em sua edição de 12 de novembro:

"O avião, ao realizar a última etapa entre Baboré, na Bolívia e Corumbá, perdeu-se por falta de visibilidade, ao cair da noite, mantendo-se ainda até às 20 horas, daquele dia em contato com Corumbá, pelo rádio.

Aviões da Condor e do nossos Exército, bem como do Exército boliviano têm realizado continuadas pesquisas sobre a região na parte boliviana e brasileira, que é toda ela pantanosa.

Como até o presente não fosse encontrado o avião, que tem a bordo nove pessoas, o coronel Samuel Ribeiro, em combinação com o general Isauro Regueira, diretor da Aeronáutica Militar, providenciou para a ida de mais três aviões Vultee de grande raio de ação, com os quais se espera chegar a resultados positivos no mais curto espaço de tempo".

O avião conduzia, na verdade, conduzia 17 passageiros, "entre os quais, uma comissão de delegados do Comitê Boliviano-Brasileiro da construção da estrada de ferro internacional e o engenheiro José Donabella Portela".

Os destroços seriam localizados somente em 5 de dezembro de 1942, "por um caçador boliviano, a 40 quilômetros de Porto Suarez, próximo da lagoa Lagaiba, na fronteira do Brasil com a Bolívia".

Segundo a mesma fonte, "foram encontrados vários esqueletos perto do aparelho e no seu bojo, em bom estado de conservação, os valores conduzidos pelos 17 passageiros, inclusive 2.800:000$000".


FONTE: Correio Paulistano, 08/01/1942


OBISPO MAIS FAMOSO DE MATO GROSSO

  22 de janeiro 1918 – Dom Aquino assume o governo do Estado Consequência de amplo acordo entre situação e oposição, depois da Caetanada, qu...