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domingo, 6 de outubro de 2013

18 de outubro

18 de outubro
 
1553 – Cabeza de Vaca chega à nação guaxarapos no Pantanal

Em sua viagem de exploração rio Paraguai acima, o navegador espanhol Álvar Nuñes Cabeza de Vaca alcança as terras dos índios guaxarapos.



Pararam ali para conversar com aqueles índios, assegurar a manutenção da paz com os mesmos e pedir informações sobre outras nações de índios situadas adiante. Atendendo ao chamado dos índios, alguns cristãos desceram à terra, tendo estes pedido para irem até os bergantins. Chegados lá, seis índios guaxarapos entraram nos bergantins para conversar com o adelantado, que lhes falou através do intérprete, pedindo ao principal que havia entre eles que mantivesse a paz e a obediência a Sua Majestade, pois com isso seriam tidos como amigos e tudo seria feito para defendê-los de seus inimigos. Eles referendaram a promessa de paz e receberam presentes do adelantado. 


Próximo de onde o adelantado estava, contou-lhe um daqueles índios guaxarapos havia um outro rio que entrava pelo rio Paraguai, tendo a metade da largura deste, porém com uma correnteza muito mais forte. Dizem os antigos que por ali viera Garcia, o português, que entrou por aquelas terras com muito índios, fazendo a guerra à gente dali, destruindo muitos povoados. Apesar do enorme contingente que trazia, não vinham consigo mais do que cinco cristãos, além de um mulato que se chamava Pacheco, que voltou à terra de Guazani e foi morto por este próprio cacique. Garcia teria retornado ao Brasil e nunca mais aparecido por aquelas terras. Mas em seu retorno muitos índios guaranis teriam se perdido e passado muitas dificuldades, sendo que alguns acabaram ficando por ali mesmo.


Terminado o relato, o adelantado seguiu adiante para ver o rio por onde havia passado Garcia, realmente muito próximo. Chegado à boca do rio, que se chama Yapaneme, mandou sondar suas condições, constatando que na entrada era muito fundo e de muita correnteza. Determinou a um bergantim que fosse uma légua rio adentro, tendo verificado que a profundidade aumentava cada vez mais, havendo muita vegetação de um lado e outro do rio. Os guaxarapos informaram que ao longo da margem do rio havia muitas povoações de índios, que plantavam milho e mandioca e eram grandes pescadores e caçadores. Os que haviam ido rio acima disseram ao voltar que de fato haviam visto muita fumaça nas imediações das margens, o que dava a entender que havia muitas povoações por ali. Como já era muito tarde, o adelantado determinou que dormissem aquela noite ali mesmo, junto à boca do rio e à beira de uma serra que se chama Santa Lúcia. No outro dia pela manhã mandou que os pilotos medissem a altura do rio, constatando que estava a dezenove graus e um terço.


FONTE: Marco Rossi, Viajantes do Pantanal - Séculos XVI a XX, Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, 2002, página 11.


18 de outubro

1849 – Paraguaios seqüestram Senhorinha Barbosa

Senhorinha Barbosa com familiares (foto José Vicente Dalmolin)

Soldados do presidente Carlos Lopez sobem o rio Apa com o objetivo de destruir a fazenda de Gabriel Francisco Lopes, primeiro marido de Senhorinha Barbosa, filha de Inácio Barbosa, pioneiro dos campos de Vacaria e doador da área para a cidade de Nioaque. 

As ordens ‘que teniam del gobierno e del senor capitan comandante’, segundo Hélio Serejo, era de prender todos os moradores da região e conduzi-los, pelo meio mais seguro, para o interior do Paraguai, juntamente com os estancieiros levaram também o gado e os pertences caseiros de menos volume e peso.

Nessa época o castigo infringido aos prisioneiros era o seguinte: para o homem, derrubada de mato, plantio e construção de ranchos; para mulher, conforme a idade e a robustez física, lavar roupa, mantear carne de bicho, cozinhar e empaiolar mantimentos.


E desta maneira Concepcion, ‘la gran ciudad paraguaia’, ficou com a sua população intensamente mesclada devido ao elevado número de prisioneiros brasileiros que aí foi ter.


Gabriel estava morto quando os soldados paraguaios chegaram. Senhorinha havia se casado com o cunhado José Francisco Lopes, o futuro Guia Lopes que, com seus filhos foram feitos prisioneiros e levados para o país vizinho, junto com os demais.


Uma carta clamando por justiça seguiu por meios clandestinos, para o Rio de Janeiro, endereçada ao Imperador D. Pedro II. Este não ignorava que o Império tinha na pessoa de Dom Carlos, um desafeiçoado perigosíssimo.
Surgiu então entre Brasil e Paraguai vasta e enérgica troca de notas diplomáticas.


Por fim, isto após 7 anos, foram postos em liberdade todos os prisioneiros. Regressavam, estes, porém, às suas moradas ‘certos de que estavam ocupando um pedaço de chão do território paraguaio.’


Senhorinha, com os vexames que sofrera no Paraguai, os trabalhos a que fora submetida, a saudade imensa de sua estância, tivera a saúde, profundamente abalada.


Ao retornar à pátria era um verdadeiro espectro.


Mesmo assim, doente, mulher entristecida, viveu muitos anos. E viveu recordando o seu passado de sofrimento, suas lutas, suas amarguras, contando, sempre a fustigar a memória, o drama dos que morreram durante o cativeiro.


Odiava a guerra.


Não gostava de ouvir falar em soldados.


Morreu pobre, deixando, porém, na história, o seu valoroso nome como símbolo indecomponível de estoicismo e do brio da mulher brasileira.


FONTE: Hélio Serejo, Prosa Xucra, edição do autor, Presidente Venceslau, 1971, página 44


18 de outubro


1851 – Subleva-se guarnição do forte de Coimbra

Estando ausente o comandante Antonio Peixoto de Azevedo amotina-se a guarnição militar de Coimbra contra os oficiais e requereu sua mudança. Imediatamente após receber a notícia da sublevação que chegou a Cuiabá apenas a 13 de novembro, o presidente da província, Augusto Leverger, mandou seguir para aquele ponto o comandante das armas com toda a força militar disponível (151 praças) e acompanhado de duas barcas canhoneiras. Antes dessa expedição chegar à fronteira havia sido restabelecida a ordem no forte pelo capitão Peixoto, desprezando-se os principais amotinados, que sairam em demanda a Cuiabá, onde foram presos.
Em conseqüência das indagações feitas pelo comandante das armas e subseqüente conselho de investigações, foram mandados responder a conselho de guerra o comandante Peixoto, os oficiais de linha e mais de trinta praças.


FONTE: Barão de Melgaço, Apontamentos cronológicos da Província de Mato Grosso, Cuiabá, 1907, página 69.


18 de outubro

1920 - Estreia no Rio, documentário sobre Mato Grosso



Estreia no Cine Ideal, no Rio de Janeiro, o documentário Matto Grosso em Foco. O lançamento foi antecipado de anúncio publicado, com destaque, em todos os jornais da cidade:

"MATTO GROSSO EM FOCO - Duas partes de inexcedíveis belezas, destacando-se entre outros muitos quadros: O Salto do Jupira, Navegando para Cuiabá, O rio Paraná, Urubupungá, Salto Grande, a caça a onça, Corumbá, a apanha do ouro, as margens do rio juncadas de jacarés, o rio Guijaré, folclore cuiabano, (interessante dança popular), a marcação da boiada, uma cuiabana em 1719 em confronto com outro de 1919, o general Rondon, S. Ex. Revm°, o Presidente do Estado, etc.etc".

FONTE: Jornal do Brasil (RJ), 18/10/1920.



17 de outubro

17 de outubro

 
1866 – Taunay volta a dar notícias insólitas de Miranda

Em carta a uma irmã no Rio, o tenente Taunay volta a lamentar a situação calamitosa das tropas brasileiras, antes de partir para o ataque aos inimigos na fronteira norte da República paraguaia:

Há um mês chegamos a este montão de ruínas, que entretanto não deram ainda bom abrigo contra os furiosos furacões que temos tido.
Entretanto o nosso estado sanitário geral não é satisfatório para não dizer tristíssimo. Este mês até o dia presente já vi falecer três dos nossos companheiros e retirarem-se mais de vinte vítimas da maldita peste das pernas que dizima nossas fileiras. Era só o que nos faltava. Depois de tantos sofrimentos necessário se tornava esse complemento diabólico! Enfim Deus se compadecerá, afinal, de nós.


Tenho gozado excelente saúde, apesar de todos os achaques morais, conseqüência de minha prolongada estada nos Morros como já te tenho por várias vezes feito sentir.

Quem te leva esta é um dos pobres atacados de tal peste, o cap. Teodoro de Melo que não quis continuar no mal estado em que se achava e tratou logo de por-se a panos. Necessitamos quanto antes de uma medida enérgica, mudarmos incontinenti de local, procurando climas mais favoráveis como sejam Nioac e outros lugares numa zona apenas de 20 a 30 léguas. Mas um emperramento incompreensível domina o nosso comandante das forças, Carvalho, que persevera em ficar assistindo ao triste espetáculo desta pobre desorganização.


As febres intermitentes começam a fazer a sua entrada em cena, agravando os males presentes. Em Nioac o clima, a posição sobre o chapadão de uma grande serra, a água excelente quando aqui bebemos agora salobra, modificariam este estado lamentável de coisas. Daqui a 24 léguas talvez se achasse lenitivo aos nossos sofrimentos e o que se faz aqui?



FONTE: Taunay, Mensário do Jornal do Comércio, Rio de Janeiro, 1943, página 175


17 de outubro

1892 – Revogada as denominações de Nioaque e Coxim

O presidente Manoel Murtinho veta decreto da Assembléia Legislativa, alterando os os nomes da vila de Levergeria e da freguesia de São José de Herculânia, que pretendiam adotar os nome que têm hoje, Nioaque e Coxim, respectivamente:

Nego sanção à presente resolução por me parecer que nenhuma razão de utilidade pública a sufraga. O nome de Levergeria, dado à antiga povoação de Nioaque, foi uma homenagem prestada ao finado barão de Melgaço (Augusto Leverger), a quem Mato Grosso deve inolvidáveis serviços, sobressaindo entre eles importantes estudos sobre a geografia e história da extinta província; bem como a denominação de Herculânea, que tomou a povoação do Coxim, é um ato comemorativo da administração do ex-presidente Herculano Ferreira Penna. Não são, pois, arbitrárias tais denominações, mas antes se estribam em motivos mui plausíveis e uma vez que eles persistem, torna-se injustificável a alteração decretada, tanto mais quando a substituição do primeiro dos indicados nomes pode ser tida em conta de desconhecimento de méritos e serviços do barão de Melgaço, o que indubitavelmente não esteve na mente da ilustre Assembléia Legislativa. Acresce laborar em equívoco a resolução, quando afirma que as localidades de que se trata tiveram tiveram as denominações originárias de - ‘vila de Nioaque e freguesia de Coxim’ – visto como os nomes de Nioaque e Coxim, provenientes dos rios que banham aqueles lugares, perderam-nos as duas povoações ao tempo em que foram elevadas à categoria de freguesia, tomando desde então as denominações modernas, como se pode verificar compulsando as coleções de leis da extinta província. Pelo exposto, negando sanção ao projeto, seja ele devolvido à Assembléia Legislativa, em conformidade com o art. 14 da Constituição política do Estado.


FONTE Estevão de Mendonça, Datas Matogrossenses, (2ª edição) Governo de Mato Grosso, Cuiabá, 1973, página 214


 17 de outubro

1930 - Corumbá apoia Washington Luis contra o golpe de estado

A edilidade corumbaense e o intendente Nicola Scaffa, aprovam moção de solidariedade ao presidente Washington Luis, uma semana antes do golpe de 24 de outubro, que resultaria no movimento institucional conhecido como revolução de 30, liderado por Getúlio Vargas:

"A Câmara Municipal de Corumbá, reunida hoje em sessão extraordinária, resolveu, por unanimidade, renovar sua inteira solidariedade ao governo de v.exc. durante o criminoso atentado contra a integridade do país, cuja defesa vem sendo confiantemente dirigida pelo alto e inconfundível patriotismo e serena energia de v.exc. Respeitosas saudações. (aa) Salustiano A. Maciel, Presidente da Câmara; N. Scaffa, intendente; Leopoldo Perez, vice-presidente; Indalecio Proença, vereador; Pedro Pedroso, João Oliveira da Motta e M. Arruda".

FONTE: Correio Paulistano, 21/10/1930.


1991 – Papa celebra missa campal em Campo Grande


Prefeito Lúdio Coelho recebe a comunhão


João Paulo II no dia seguinte à sua chegada à capital do Estado, cumpre a parte mais importante de sua agenda: missa campal para milhares de fiéis, em área e altar preparados especialmente para o ato, nas proximidades do cemitério Santo Amaro. A base de sua homilia foi a fidelidade conjugal, tema adequado a Campo Grande, à época, considerada a capital com maior número de divórcios no Brasil:

Não vos deixeis abalar pelo temor de que a fidelidade a esses princípios éticos vos coloquem em situação de desvantagem, num ambiente em que, não raro, a lei moral é desprezada e grassa a corrupção.


Em sua intensa programação, o Papa esteve, antes da missa campal, visitando o sanatório São Julião e à tarde abençoou a catedral de Santo Antônio, permanecendo no local por cerca de uma hora, reunido com 450 leigos de todo o Brasil.

 
FONTE: Diário da Serra, 18/10/1991

FOTO: Roberto Higa

16 de outubro

16 de outubro
 
1886 – Doadas terras para Santo Antônio

Santo Antonio, padroeiro e "proprietário" de Campo Grande


É lavrada em Nioaque escritura pública, onde Joaquim S. Ornelas e sua mulher Leopoldina Maria Inocente doam a Santo Antônio, padroeiro da vila, meia légua de matas na fazenda denominada Lageado, para implantação do povoado de Campo Grande. 

Lélia Rita de Figueiredo Ribeiro, a primeira a tratar deste assunto, explica:

Em 1886, Joaquim Silvério Ornellas, natural de Miranda, filho de Manoel José Ornellas, português e da índia Kaduwéo Nalice, proprietário de vastas terras na região sul de Mato Grosso, com cerca de 1.000.000 de hectares, constituídos pelas fazendas São João do Varadouro e Lajeado, cujas áreas contíguas abrangiam desde o município de Miranda até atingir a região do Anhanduí, hoje Campo Grande, tendo reconhecido em José Antônio Pereira a legitimidade de sua ação povoadora, vem, num rasgo de generosidade e de grande visão de futuro, realizar a doação a Santo Antônio, de meia légua de matas na fazenda denominada Lajeado, neste município, conforme certidão de transcrição a pedido do bispo da Diocese de Campo Grande, em 6-10-1983.
É do teor desta certidão do Cartório do 1º Ofício de Campo Grande, por seu oficial de registro, Antonio Leite Serra, que o tramitente da escritura de doação foi o sr. Joaquim Silvério Ornellas e sua mulher Leopoldina Maria Inocente, sendo adquirente, Santo Antônio.


Esta doação de Joaquim S. Ornellas e Leopoldina Maria Inocente que era cuiabana de nascimento, foi feita através de escritura pública lavrada no cartório de Nioaque em 16 de outubro de 1886, conforme se infere da mesma certidão, a requerimento do bispo de Campo Grande, dom Antonio Barbosa Guimarães.

FONTE: Lélia Rita Figueiredo Ribeiro, Campo Grande, O Homem e a Terra, edição da autora, Campo Grande, sdCampo Grande, 246

FOTO: O Progresso, Dourados.



16 de outubro


1991 - Papa João Paulo II visita Campo Grande




O papa João Paulo II com Dom Antonio Barbosa, arcebispo de Campo Grande



Em sua primeira visita ao Brasil, João Paulo II inclui a capital de Mato Grosso do Sul em seu roteiro. O papa desembarcou as 19,28 na Base Aérea, seguindo de papamóvel até a missão salesiana. Mais de 100 pessoas aplaudiram o chefe da igreja católica em sua chegada. Foi recebido pelo governador Pedro Pedrosssian e pelo prefeito Lúdio Coelho. Permaneceu poucos minutos na pista do aeroporto, tempo suficiente para dar bênção à imagem de Nossa Senhora de Loreto, padroeira da aviação.

Sua passagem pelo centro da cidade é acompanhada, com detalhes, pela imprensa:


A precária iluminação de avenida Afonso Pena, centro de Campo Grande, não impediu que milhares de pessoas saudassem a passagem do Papa João Paulo II a partir das 19h40 min de ontem. Famílias inteiras se colocaram ao longo da avenida com cadeiras, bancos, toalhas, lanches e sucos, algumas desde as 15h30min, transformando os canteiros em espaços de pique-nique. Apesar da grande emoção que tomou conta dos católicos mais fervorosos quando a comitiva papal foi avistada no asfalto, os momentos que antecederam a passagem foram marcados pelo pouco entusiasmo. A exceção foram grupos isolados, que tentaram ensaiar um ou outro canto de louvor, sempre com pequena resposta. 


Ao longo da avenida, chamou a atenção a quase inexistência de grupos de romeiros vindos de outros estados; a platéia foi basicamente composta de pessoas que haviam há pouco encerrado o expediente de trabalho no centro da cidade, que resolveram retardar o retorno para casa ou de moradores de bairros mais próximos. Mas não faltaram católicos para exaltar a presença do Papa e demonstrar sua fé, como a dona-de-casa Porcina Califi, uma das moradoras do bairro Amambaí, que aos 81 anos queria realizar o sonho de ver o Santo Padre de perto.


Levando mais de 20 parentes e vizinhos a tiracolo, Porcina chegou na avenida Afonso Pena, perto da Bandeirantes, por volta das 17 horas, quase duas horas e meia antes do horário previsto para a passagem do papamóvel. Com a perna esquerda fraturada numa queda que sofreu recentemente, e movendo-se com dificuldades com ajuda de uma bengala, Porcina colocou sua cadeira a poucos metros da avenida, rezando a Deus, segundo ela, para que conseguisse ver o Papa. Por causa dos problemas de saúde e prevendo a multidão que tomará conta da área escolhida no bairro Santo Amaro, Porcina descartou a hipótese de poder assistir a missa campal hoje pela manhã. ‘Eu o vejo agora ou nunca’, definiu.


Quando o Papa passou, a uma velocidade estimada em 30 km por hora, vestido de branco, sorrindo e gesticulando para as pessoas na calçada, Porcina foi erguida da cadeira pelo seu filho mais velho, mas a aglomeração das pessoas prejudicou seu ponto de vista. ‘Não consegui vê-lo de frente; só de perfil. Mas foi suficiente’, disse ela momentos depois, ao mesmo tempo que fazia o sinal da cruz e um agradecimento interior: ‘É um dos dias mais felizes de minha vida’. Sua comadre, Dalila Bueno da Silva, não conseguiu esconder a emoção e chorou por alguns minutos. ‘É de alegria’, garantiu.


O ponto alto da visita do Papa a Campo Grande,entretanto, foi a missa campal celebrada no dia seguinte.

FONTE: Correio do Estado, 17/10/1991

FOTO: Arquidiocese de Campo Grande






15 de outubro

15 de outubro



1788 – Astrônomo português mapeia rota das monções





Procedente de Vila Bela, então capital de Mato Grosso, parte de Cuiabá para São Paulo, com a missão de reconhecer os rios do percurso entre Mato Grosso e São Paulo, Francisco José de Lacerda e Almeida, astrônomo da corte portuguesa. Sua longa viagem de reconhecimento oficial reeditou a rota das monções na época áurea da exploração do ouro em Cuiabá, através dos rios Cuiabá, São Lourenço, Paraguai, Taquari, Pardo, Paraná e Tietê e foi criteriosamente registrada em seu diário de bordo, a partir de sua saída de Cuiabá:

OUTUBRO 15 - Pelas 7 1/2 da manhã dei princípio à minha navegação em uma canoa, e levando em minha companhia mais um batelão para em ambas se pudessem acomodar 26 trabalhadores, que tantos eram precisos para as variações nos saltos, de que diante tratarei.

O percurso entre Cuiabá e Araritaguaba (Porto Feliz), no interior de São Paulo, durou até 31 de dezembro de 1788. 


FONTE: Francisco José de Lacerda e Almeida Diário da Viagem pelas capitanias do Pará, Rio Negro, Cuiabá e S. Paulo nos anos de 1780 1790, Assembleia Legislativa da Província de São Paulo, 1841, página 65.



15 de outubro

1901 - Governo cria milicia para combater opositores

O governo do coronel Paes de Barros, criou uma milícia para combater rebeldes contra o seu governo. O ato recebeu o n° 824:

"O coronel presidente do Estado, tendo em vista o incremento tomado pelos movimentos sediciosos de Diamantino, de Santana do Paranaíba  e do sul do Estado, que começam a lavrar a anarquia e fazer o pânico em todo o interior, e considerando a insuficiência da força de polícia militar para dar o destacamento para todos os pontos infestados pelo banditismo dando caça a este e batendo-o;


Atendendo ao cumprimento do iniludível dever em que se acha de, à custa embora de quaisquer sacrifícios pecuniários para o Tesouro, acorrer em socorro das inermes vítimas da sanha de sangue e de pilhagem de que mostram possuídos esses bandos criminosos, na sua quase totalidade compostos de estrangeiros e dirigidos por estrangeiros, afirmando assim ao mesmo tempo e energicamente o prestígio da autoridade constituída, resolve criar uma divisão de forças patrióticas, sob o comando do coronel Antonio Paes de Barros, ao qual serão incorporados os contingentes mandados aliciar por ofício reservado n. 6, de 21 de agosto, pelo coronel José Alves Ribeiro, e por ofício n.12, de 30 de setembro, pelo tenente-coronel Manuel Pedroso da Silva Rondon".

FONTE: Jornal do Brasil (RJ), 17 de outubro de 1901.

14 de outubro

14 de outubro

1850 - Governo paraguaio cerca e destrói forte brasileiro em construção

 
 
Fecho dos Morros, rio Paraguai




Mais de 600 homens sob as ordens do presidente Carlos Lopes, do Paraguai, atacam e cercam a construção de um forte, iniciado pelo governo de Mato Grosso no local denominado Fecho dos Morros, no rio Paraguai, iniciada a 29 de junho. A obra apanhou de surpresa o governo do país vizinho, "bem como o representante brasileiro em Assunção, que passado algum tempo do projeto de Fecho dos Morros, dele não mais se falando, nada sabia. De Assunção, aprestam-se tropas paraguaias para subirem o rio, apesar de o representante brasileiro pedir ao governo paraguaio esperasse uma tomada de posição junto ao seu governo, para saber o que realmente se passava. E conhecido o ponto de vista do gabinete imperial, o ataque paraguaio ao Fecho dos Morros não teria acontecido, porque a pequena tropa do tenente Francisco Bueno da Silva teria saído em boa paz, sem dar início ao forte."

FONTE: Acyr Vaz Guimarães, Mato Grosso do Sul, sua evolução histórica, Editora UCDB, Campo Grande,1999, página 99.




14 de outubro
 
1877 – Inaugurada igreja de Corumbá

Igreja da Candelária em Corumbá

Construída em tempo recorde é entregue à população a igreja da Candelária, uma das mais antigas do Sul de Mato Grosso:


“Ata da inauguração da Igreja. Aos quatorze dias do mês de outubro de hum mil oitocentos e setenta e sete, qüinquagésimo sexto da Independência do Império nesta vila de Santa Cruz de Corumbá, província de Mato Grosso e Bispado de Cuiabá, em sede foi com a toda solenidade na forma do ritual romano, inaugurada a nova igreja paroquial da Candelária, sendo benta pelo pregador imperial e vigário frei Mariano de Bagnaia, canonicamente habilitado e dedicada a Deus e à Nossa Senhora da Candelária, que é o seu orago. Esta igreja foi construída com as doações do povo, sendo a obra dirigida por alguma comissão composta dos senhores reverendo pregador imperial frei Mariano de Bagnaia, protetor da devoção ou irmandade, engenheiro tenente-coronel dr. Joaquim da Gama Lobo D’eça, provedor da mesma e tesoureiro João Poupino Caldas, os quais conjuntamente com mesa administrativa devota e espontaneamente celebrar a idéia de construir a dita igreja agenciam com assiduidade os meios com que se levou a efeito tão importante edifício que com quanto mero esteja de todo construído, presta-se com toda comunidade e decência a celebrar-se os atos do culto divino, nas condições da ata de vinte e cinco de maio do ano próximo passado, quando se colocou a primeira pedra fundamental. E para constar a todo tempo se lavrou a presente ata que vai assinada pelos membros da comissão, pelos irmãos, oficiais e mesário e mais pessoas, digo autoridades livres e mais pessoas do lugar, sendo lida logo depois da missa cantada. O secretário da irmandade dessa fará três cópias para serem remetidas à Câmara Municipal desta vila, à Câmara Episcopal e à presidência da província.” 


FONTE: Frei Alfredo Sganzerla, A história do frei Mariano de Bagnaia, Edição FUCMT-MCC, Campo Grande, 1992, página 401



14 de outubro

1914 – Inaugurada estrada de ferro em Campo Grande

Primeira estação ferroviária de Campo Grande

Tida como uma das datas mais importantes da história de Mato Grosso, no que toca ao seu desenvolvimento econômico, sobretudo nesta região que em 1977 passaria a constituir o território de Mato Grosso do Sul, é, oficialmente entregue a Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, cujos trilhos foram ligados a 31 de agosto, completando a obra, com o encontro das duas frentes de trabalho, de Itapura e Porto Esperança. 

O trem inaugural chegou a Campo Grande por volta das 10 horas:

A fim de recepcionar a comitiva oficial que precedia à solenidade inaugural, o intendente municipal, sr. José Santiago, foi a Rio Pardo, acompanhado dos srs. dr. Silva Coelho, juiz de direito, José Paes de Faria, Pedro Romualdo e Miguel Garcia. Aquela ilustre comitiva compunha-se do dr. Carlos Euler, representante do sr. ministro da Viação, coronel José Beviláqua, representando o ministro da Guerra, senador Antônio Azeredo, general Caetano Albuquerque, deputado A. de Mavignier, drs. Firmo Dutra, Emílio Amarante, Hilário Adrião e os jornalistas C.S. Rutlindg do Times, Dário de Mendonça do Jornal do Comércio, do Rio, Macedo Soares de O Imparcial e Sílvio Cardoso, de a Época, além de outras pessoas gradas e convidados.


A Câmara municipal, reunida em sessão solene, recepcionou os visitantes, sendo os representantes do governo saudados pelo juiz de direito dr. Manoel Pereira da Silva Coelho. O senador Antônio Azeredo agradeceu em nome do governo e dos visitantes.

A ferrovia foi desativada em 10 de junho de 2015.


FONTE: J. Barbosa Rodrigues, História de Campo Grande, Edição do autor, Campo Grande, 1980, página 129


14 de outubro

  
1924 – Nasce em Miranda, Antonio Mendes Canale

Senador Mendes Canale lê mensagem presidencial no Congresso
 
Filho de Humberto Canale e Ilva Mendes Canale,nasce em Miranda, Antonio
Mendes Canale. Realizou seus primeiros estudos em sua cidade natal, concluindo o primário no Ginásio Estadual Dom Bosco, de Campo Grande. Em 1941 bacharelou-se em Ciências e Letras no Ginásio Dom Bosco. Em 1947 concluiu o curso de contador na Escola Técnica de Comércio Carlos de Carvalho. Bacharelou-se em Direito na primeira turma da Faculdade de Direito de Mato Grosso, em Cuiabá. Deputado estadual por duas legislaturas seguidas (1950/58); prefeito de Campo Grande em dois mandatos (1963/67 e 1970/73); e senador da República (1975/1983 e 1987-1991) chegou à 1a. secretaria do Senado. Faleceu em Campo Grande em 1º de junho de 2006.O terminal rodoviário de Campo Grande, inaugurado na gestão do prefeito Nelson Trad Filho, tem o seu nome.
 

FONTE: Orlando Mongelli, Antônio Mendes Canale, o político administrador público que se notabilizou pelos ideais democráticos, in Campo Grande, personalidades históricas (vol I), Fundação de Cultura de MS, Campo Grande, 2012, página 41.

13 de outubro



13 de outubro

1889 - Epidemia de febre amarela mata em Corumbá


Chega ao porto de Cuiabá, por volta do meio dia, o vapor Dona Constança, com a notícia de uma epidemia de febre amarela em Corumbá e o objetivo de buscar socorro na capital. A chegada do vapor causou um grande alvoroço na cidade, com enorme repercussão, conforme registro do órgão de imprensa da província:

As notícias cruéis de que era portador o D. Constança, confirmando amplamente que ainda nessa manhã havíamos dado sobre a seção mortífera da epidemia ou endemia ali grassando, vieram demonstrar-nos do modo o mais efetivo possível quanto era lastimável na mísera população o estado de espírito público, sob a brutal pressão dos fatos aterradores que o acabrunhavam.

Também, não há pintar a funda impressão de lástima e desesperadora ansiedade que nos comprimiu e amarrotou a alma a todos.

De manhã havíamos dito - não haver que comentar, sim que providenciar; e devemos fazer-nos esta justiça - que ante a evidência da desgarradora posição da nossa querida irmã, a alma cuiabana não se equivocou, egoísta, no cumprimento do dever, - e, assim como ela, a administração pública, no seu posto de responsabilidade, foi encontrada na altura da penosíssima situação.¹

Não se conhecem os números de mortes ocasionadas pela doença, mas a imprensa cuiabana, sem detalhes em novembro informava que "já subia a trezentos o número dos infelizes que sucumbiram pela febre amarela".²

Graças às prevenções tomadas pelo governo a febre amarela que assolou Corumbá não chegou à capital do Estado. Quanto a infestação fora de Corumbá, há breve informação de sua chegada à vila de Miranda:

Por carta particular sabemos que a próspera e ubérrima zona do município de Miranda, está sendo invadida pela cruel epidemia de febre amarela. S.Exa. o sr. governador deste Estado, logo que teve conhecimento desta infausta nova, tomou imediatamente enérgicas e acertadas providências a respeito.³


FONTE: ¹A Província de Mato Grosso, 20 de outubro de 1889; ²A Gazeta (Cuiabá), 21 de novembro de 1889; ³O Matto-Grosso (Cuiabá), 12 de janeiro de 1890.


13 de outubro

1890 - Criado o Lloyd Brasileiro

Brazil Fluvial, do Lloyd Brasileiro da linha Assuncion-Corumbá


Sucedendo à Companhia de Navegação a Vapor do Alto Paraguai, é criada pelo governo federal a Companhia de Navegação Lloyd Brasileiro, que em 1920 passaria à Lloyd Brasileiro S/A. O Lloyd explorou a linha marítima e fluvial para Mato Grosso, garantindo o tráfego na hidrovia do Paraguai até 1943, quando foi incorporado pelo Serviço Nacional da Bacia do Prata, também estatal. Atuando no trecho Montevideu-Corumbá, em conexão com os seus vapores marítimos, o Lloyd utilizava, para passageiros os paquetes Ladário, Vênus e Mercedes, fazendo viagens duas vezes por mês. E para cargas, os vapores Murtinho, Miranda e Cáceres em viagens mensais. Para o trecho Corumbá-Cuiabá existiam o Coxipó, o Nioaque, o Oiapoque e o Orvalho, embarcações de menor calado.

Em 1926, mais três vapores foram incorporados à sua forta: o Argentino, o Paraguai e o Uruguai.


FONTE: Augusto César Proença, Corumbá de todas as graças, Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, sd., página 45.




13 de outubro

 
1896 – Ruy Barbosa defende viúva de Lopes na justiça


Madame Linch queria apossar-se da metade de Mato Grosso do Sul


Rui Barbosa, o renomado jurista baiano faz célebre discurso no Senado em defesa de direitos requeridos por filhos de Solano Lopes, sobre pretensa propriedade de terras no Sul de Mato Grosso. Rui responde ao deputado César Zama, da bancada baiana, que o criticou por haver ele aceitado patrocinar a causa dos herdeiros do ex-ditador paraguaio.

Athamaril Saldanha resume a história:

Francisco Solano Lopez, ao assumir a presidência do Paraguai, suscitou o levantamento da questão dos limites. Sabia o presidente da existência de ervais do nosso Estado e para aquilatar o seu valor, mandou pessoa de sua confiança percorrer a região entre serra de Maracaju, rio Ivinhema e rio Paraná. O enviado voltou maravilhado com as florestas, campos e sobretudo com a imensa quantidade de ervais ainda virgens.


Ativou então sua política de revisão dos limites, cujo extremo não seria mais o rio Iguatemi, porém o rio Ivinhema, que afirmava ser o discutido Igureí. Os limites então dados da área pretendida, coincidiam justamente com a área ervateira de Mato Grosso.


Essa pendência foi levada sem qualquer solução, e tudo leva a crer, fora o principal motivo, embora alegasse outros, da guerra de 1870. Como prova citaremos o fato de que tendo Urbieta assumido o governo do Alto e Baixo Paraguai, por designação de Francisco Solano Lopez, com sede em Corumbá, ocupada por tropas paraguais em 03.01.1865, uma de suas primeiras medidas foi, obedecendo ordens superiores, vender a Elisa Lynch, companheira de Lopez, uma área que compreendia exatamente a região pretendida pelo chefe paraguaio, ou seja, abaixo do rio Ivinhema, pela importância de um milhão de pesos, a título de contribuição às despesas da guerra.


Cessada a guerra com o Paraguai, Elisa Linch transfere os direitos, que supõe ter sobre as terras por ela adquiridas ao governo paraguaio, durante a ocupação da região Sul do Estado, ao seu filho Venâncio Lopez. Para dar um caráter mais legal, levara a registro, os seus documentos ao Cartório de Corumbá, em face ainda à exigência consoante no Decreto n. 169-A de 1890, que exigia essa medida, para a transferência de propriedade ou direitos. Baseado nas exigências legais, pretendeu Venâncio Lopez imbuir-se da posse das glebas cobiçadas. Diante das dificuldades emergidas, Linch, então residente em Buenos Aires, mandou ao Rio de Janeiro o dr. Juan Silvano Godoy com a finalidade de conseguir ao governo do Brasil o direito de propriedade de seu sucessor.


O ministro das Relações Exteriores, dr. Carlos de Carvalho, apreciando o fato, assim se manifestou em seu relatório de 1896:

"Por ocasião da guerra contra o governo do Paraguai, foram vendidas a Elisa Linch, em 1865, terras que o Brasil sempre considerou como suas no atual Estado de Mato Grosso. Pretendem os sucessores da compradora, que lhes seja reconhecida a validade dessa aquisição. Concluídos os trabalhos demarcatórios de limites e seus antecedentes, expostos no anexo de 1875, excluem essa pretensão".

Contrariado em seu propósito, Venâncio Lopez decidiu recorrer ao judiciário em pleito famoso confiado a Rui Barbosa contra quem investiu descobertamente o deputado Cezar Zama. Além de revidar seu antagonista, em famoso discurso, em 13 de outubro de 1896, cuidou o senador baiano de aforar a causa avaliada em 30 mil contos de réis, perante o Juízo Federal do Rio de Janeiro.


A impugnação do senador Antonio Azeredo, representante do Estado de Mato Grosso, em grau de recurso ao Supremo Tribunal Federal, sumariamente decidiu transferi-la para o juízo de Cuiabá, para onde seguiu o dr. Costa Neto, colaborador do eminente patrono.


O juiz federal em Cuiabá, dr. João Morais Matos, tomando conhecimento dos arrazoados e dos defensores do Estado de Mato Grosso, dr. Alfredo José Vieira e Arnaldo Novis, prolatou a 18 de outubro de 1900, a sua sentença, que julgou a ação improcedente.


Confirmou-a por acórdão de 17 de dezembro de 1902, o Supremo Tribunal Federal, ao julgar a apelação.


FONTE: Athamaril Saldanha, Ciclo da Erva-Mate em Mato Grosso do Sul (1883-1947), Instituto Euvaldo Lodi, Campo Grande, 1986, página 455.


13 de outubro

1912 - Campo Grande homenageia governador 

Em sessão solene a Câmara Municipal de Campo Grande presta homenagem ao presidente Costa Marques, o primeiro governador do Estado a visitar o município. O governante foi agraciado, recebendo a denominação da principal praça da cidade. A sessão foi registrada na seguinte ata:

Aos treze dias do mês de outubro do ano de mil novecentos e doze, nesta vila de Campo Grande, Estado de Mato Grosso, no Paço da Câmara Municipal,  reunidos em sessão solene, digo: em sessão extraordinária e solene o seu presidente e todos os demais membros (vereadores), bem assim o Intendente Municipal, em exercício, receberam a visita de S. Exa. o dr. Joaquim de Mato Grosso, composta dos seguintes Srs.: - desembargador Antonio Fernando Trigo de Loureiro, vice-presidente da Assembleia Legislativa do Estado; desembargador Joaquim Pereira F. Mendes, presidente do Tribunal da Relação; dr. Deocleciano do Couto Meneses, chefe de polícia; coronel Manoel Francisco das Neves, oficial de gabinete interino; tenente Oswaldo Cícero de Sá, ajudante de ordens; dr. Paulo de Queiroz, promotor público da capital e representante do diário "O Debate"; dr. Álvaro de Barros, representante da "A Trbiuna"; tenente-coronel Manoel Pereira de Sousa, representante da "A Notícia"; major Antonio Gomes Ferreira da Silva, comandante do Regimento Misto Policial do Sul do Estado; coronéis João d'Almeida Caastro, Pio Rufino e José Elias de Almeida; - tomou assento no lugar da presidência, S. Exa. o dr. Costa Marques, que declarou aberta a sessão. - Usou da palavra o Intendente Geral do Muncípio, sr. José Santiago, propondo que a praça desta vila, situada entre as ruas Barão de Melgaço, Joaquim Murtinho e 24 de fevereiro, tomasse a denominação de Praça Costa Marques-; foi a proposta unanimemente aprovada. Usou da palavra S. Exa. o dr. Costa Marques, que explicou os motivos da excursão que empreendera à zona sul deste estado e compromete-se a empenhar todos os seus esforços no sentido de dotar Campo Grande dos melhoramentos urgens que necessita; outrossim, agradeceu a prova de simpatia que lhe devotava a municipalidade, da om a aprovação unânime da proposta acima. Usou da palavra o vereador sr. Amando de Oliveira, que enalteceu a iniciativa da viagem presidencial, não tendo S. Exa. medido sacrifícios os mais ingentes, para saber de perto daquelas imperiosas necessidades afetas à sua administração; fez lembrar um longo período de abandono a que ficou esta região por falta da ação governamental; disse que ao compromisso formal de S. Exa. de cuidar de perto dos nossos interesses, ele propunha aos seus colegas ficasse consignado na ata um voto de louvor e de solidariedade à administração do exmo. dr. Joaquim Augusto da Costa Marques, a fim de patentear as intenções de paz e harmonia para a boa direção e ordem dos negócios públicos. - Nada mais havendo a tratar, o Presidente, S.Exa. o dr. Joaquim Augusto da Costa Marques, declarou encerrada a sessão. Eu, Manoel Leite da Silva, secretário da Câmara, lavrei a presente ata que vai por todos assinada.


Além das autoridades citadas, compareceram à reunião, os seguintes convidados: Antonio Antunes Galvão, Vicente Miguel da Silva Abreu, Antonio Francisco d'Almeida, Tobias Santana da Silva, professor particular, João Clímaco Vidal, Áureo de Santiago, José Alves Quito, Francisco Vidal, Antonio Norberto de Almeida, Miguel Garcia Mertins, Francisco Pereira Lima, Menelau do Rosário, Francisco Trindade Marques, Apulcro Brasil. Juvenal de Almeida, Laerte Setubal, Júlio A. Auffé, Antonio Marcondes de Carvalho, Atilio Randolfo, Manoel Joaquim de Moraes, Fidelcino Vieira de Almeida, Antonio de Freitas, Inácio Augusto do Nascimento, Deonísio Rosas Marim, José Teófilo da Cunha e Zeferino Garcia.


FONTE: jornal O Debate (Cuiabá), 13 de dezembro de 1912.

OBISPO MAIS FAMOSO DE MATO GROSSO

  22 de janeiro 1918 – Dom Aquino assume o governo do Estado Consequência de amplo acordo entre situação e oposição, depois da Caetanada, qu...