1867 - Retomada de Corumbá: governador presta contas
Por
ocasião de sua saída de Cuiabá, o governador de Mato Grosso, Couto Magalhães,
que se dirige a Corumbá, em apoio à retomada ocorrida em 13 de junho, envia
ofício ao ministro da Guerra, no Rio de Janeiro, com informações gerais sobre
aquele acontecimento histórico:
"Comunico à V. Ex. que a praça de Corumbá assaltada dia 13 do corrente pela vanguarda do 2° corpo de operações desta província caiu em nosso poder, e com ela toda a fronteira do baixo Paraguai brasileiro, menos Coimbra.
A guarnição paraguaia morreu quase toda em desesperada resistência, inclusive o comandante desta praça o coronel paraguaio Hermogenes Cabral.
Os vapores Anhambahy e Rio Apa conseguiram evadir-se com muita perda depois de sofrerem o fogo combinado de duas peças raiadas e de nossa infantaria.
Tudo quanto estava em poder do inimigo caiu em nossas mãos, grande quantidade de armamento, 8 canhões, depósito de víveres, e, o que é mais precioso, cerca de 500 patrícios nossos, que há quase três anos ali sofriam os tratos do mais duro cativeiro.
Estão vingados com o sangue inimigo as mortes por lanceamentos, e depois de açoites que ali sofreram nossos compatriotas, com barbaridade que desonra a humanidade.
Não tenho tempo para entrar em mais detalhes, porque julgo urgente reforçar aquele ponto para evitar alguma tentativa do inimigo contra a vanguarda que está isolada, e, enquanto a força com que aqui estou acampado esteja cansada, porque temos vindo a marchas forçadas, contudo como o rio está agora desembaraçado, eu aproveito a noite para seguir já com a flotilha, rebocando 1000 homens e amanhã estarei em Corumbá com quatro navios de guerra, de sete bocas de fogo para as da flotilha dois mil homens dispostos a vingar a honra nacional, tão gravemente comprometida nesta província e a quem a recente vitória deu consciência de sua força.
O governo imperial deve tomar em toda consideração e o patriotismo, dedicação e energia do comandante da vanguarda tenente coronel de comissão Antonio Maria Coelho, dos distintos oficiais que o acompanharam e dos bravos soldados, que depois de uma rápida marcha através de oitenta e quatro léguas de pantanais restauraram a integridade do Império e a honra desta província".
FONTE: Diário do Rio de Janeiro, 13 de
agosto de 1867.
21 de junho
1872 - Governo manda indenizar família do Guia Lopes da Laguna
Atendendo apelo do visconde de Taunay, o governo imperial mandou indenizar, dona Senhorinha Barbosa, viúva de José Francisco Lopes, e filhos. A notícia é dada pelo próprio Taunay:
"A promessa feita por mim ao guia da coluna de Mato Grosso não foi esquecida. Lavrei-a em termos positivos na minha história da retirada da Laguna, e apelei para o governo brasileiro.
Hoje posso com entusiasmo declarar solvido o compromisso que existia entre a nação e a sombra daquele homem que, na esfera, foi um verdadeiro herói.
Graças à conscienciosa informação do major Cândido Pires de Vasconcelos, empregado de fazenda, testemunha e participante da retirada da Laguna, caráter sisudo e bom companheiro, o governo imperial mandou, por despacho de ontem datado, pagar em Cuiabá à viúva e filhos de José Francisco Lopes, não só as reses consumidas pela força brasileira, como os vencimentos que ele deixara de receber.
Esse ato, que à primeira vista parece de poucas consequências, entra no número daqueles rasgos singelos que a antiguidade tanto apreciava, porque abalam as fibras íntimas da alma dos que vêm neste transitório mundo alguma coisa mais do que força e matéria e colocam acima das contingências do acaso ou das combinações do espírito positivo e da razão fria e calculista um movimento nobre e generoso do coração.
ALFREDO D'ESGRAGNOLLE DE TAUNAY
Rio, 22 de junho de 1872".
FONTE: Jornal do Comercio (RJ) 23 de junho de 1872.
21 de junho
1872 - José Antônio Pereira chega a Campo Grande
De Monte Alegre, Minas Gerais, com uma pequena caravana, chega a Campo Grande e acampa na cabeceira do Anhanduí, onde o tributário do rio Pardo é formado pelas águas dos atuais córregos Prosa e Segredo, o José Antonio Pereira.
Epaminondas Alves Pereira, neto do fundador da cidade resume o longo percurso de sua primeira viagem a Mato Grosso, desde o triângulo mineiro:
“Em 4 de março de
A comitiva, após três meses de caminhada, chega a 21 de junho à confluência de dois córregos, mais tarde denominados Prosa e Segredo. José Antônio Pereira, com seus quase cinquenta anos de idade, alquebrado pela longa viagem, mas satisfeito com o panorama que a seus olhos se descortinava, deu por finda a excursão.
"Enquanto descansam, constroem um rancho coberto de folhas de buriti; em seguida, derrubam pequena mata que existia entre os dois córregos. Numa área, de aproximadamente um quarto de alqueire, procedeu-se o preparo da terra e o plantio de milho e arroz, cuja lavoura, devido à fertilidade exuberante do solo, correspondeu plenamente à experiência otimista de José Antônio e seus companheiros de jornada.”
1872 é historicamente tido como o ano da fundação de Campo Grande, apesar de ser oficialmente festejado o 1899 ano em que a 26 de agosto o povoado é transformado em município, como o dia do aniversário da cidade, feriado municipal, desde 1919, por decreto do intendente Rosário Congro. Em 1972, na gestão do prefeito Antonio Mendes Canale, o município chegou a festejar o seu centenário, evento repetido em 1999. Tanto 1872 com 1899 estão na bandeira e demais símbolos da cidade.
FONTE: E. Barsanulfo Pereira, História da fundação de Campo Grande, edição do autor, Campo Grande, 2001, página 32.
21 de junho
1881 - Nasce em Miranda, Aníbal de Toledo
O último governador de Mato Grosso na república velha |
FONTE: Nilo Póvoas, Galeria dos varões ilustres de Mato Grosso, volume 2, Fundação de Cultura do Estado, Cuiabá, 1978, página 17.
21 de junho
1904 - Fundada a companhia Noroeste do Brasil
Realizou-se no Rio de Janeiro a assembleia constitutiva da sociedade anônima denominada Companhia de Estradas de Ferro Noroeste do Brasil, com a finalidade definida no artigo 2° de seus estatutos:
“aquisição de privilégio, garantia de juros e outros favores concedidos ao Banco União de S. Paulo por decreto do governo federal brasileiro no 862, de 16 de outubro de 1890 e, portanto,
FONTE: Paulo Roberto Cimó Queiroz, As curvas do trem e os meandros do poder, o nascimento da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, Editora UFMS, Campo Grande, 1997, página 21.
21 de junho
1917 – Nasce
Wilson (à direita) e a infância na fazenda São Pedro na Vacaria |
Em 1962 elege-se deputado federal, cargo que exerce até dezembro de 1968, quando é cassado pelo AI-5. Em 1966 fundou o MDB em Mato Grosso e tornou-se seu primeiro presidente. Em 1979 recupera seus direitos políticos e é eleito o primeiro presidente da OAB de Mato Grosso do Sul.
Em 1982 torna-se o primeiro governador do Estado em eleições diretas, pelo PMDB. Em 1986 é eleito senador Constituinte. Em 1995 ocupa seu segundo mandato de governador do Estado, encerrando sua carreira política.
FONTE: Wilson Barbosa Martins, Memória janela da história, Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, 2010.
21 de junho
1925 - Coluna Prestes inicia retirada de Mato Grosso para Goiás
Depois de seguidos confrontos com o inimigo, a coluna Prestes deixa Mato Grosso e entra em Goiás. Desde as cabeceiras do Camapuã, onde estruturou-se de vez a organização guerrilheira, Siqueira Campos sustentou vários combates parciais, na ponte de Capela, sobre o rio Sucuriu e nas cercanias da Fazenda Dois Córregos, com tropas legalistas sob o comando do Major Bertoldo Klinger. Este no primeiro momento, repeliu o ataque à ponte da capela, mas não conseguindo contato com a sua retaguarda,interceptada que fora pelo 4° Destacamento, de Djalma Dutra, tentou,com duas ou três investidas, romper, pelo norte, o cerco que o constrangia. Foi,porém repelido pelas forças de Siqueira Campos, que então contra-atacaram, tomando-lhe parte do acampamento - situado na margem direita do arroio Dois Córregos - um fuzil metralhador e certa quantidade de munição. Embora sitiado desde o meio-dia de 19 de junho, o Major Klinger ocupava uma posição privilegiada, excelente para a defensiva. Uma vitória esmagadora da Coluna naquela circunstância iria ser um verdadeiro desastre em perda de tempo e de material humano e armamento." Com efeito, a Coluna levantou o cerco na madrugada de 21, e iniciou a retirada para o vizinho estado de Goiás. O grosso da tropa passou e Siqueira Campos,com o seu 3° Destacamento ocupou-se em fixar o inimigo.
FONTE:Glauco Carneiro, O revolucionário Siqueira Campos, Recor Editora, Rio, 1966, página 375.
21 de junho
1931 - Vespasiano nomeado prefeito de Campo Grande
Vespasiano Barbosa Martins, na praça do Rádio em Campo Grande |
FONTE: Nelly Martins, Vespasiano, meu pai, edição da autora, Brasilia, 1989, página 59.
21 de junho
1933 - Trânsito agitado preocupa em Campo Grande
Crônica publicada no Jornal do Commercio, assinada sob o pseudônimo de Rolan do Toras, reclama providências das autoridades estaduais e municipais para os perigos que representa o tumultuado tráfego de veículos no perímetro urbano da cidade.
FONTE: Jornal do Commercio, 21 de junho de 1933.
FOTO: Rua 14 de Julho na década de 30, acervo ARCA.
21 de junho
2001 - Ramez Tebet assume o Ministério da Integração Nacional
Ramez Tebet toma posse no ministério de Fernando Henrique Cardoso |
Nomeado pelo presidente Fernando Henrique, assume o Ministério da Integração Nacional o senador Ramez Tebet (PMDB/MS). Na posse, o presidente destacou as tarefas a serem encaradas pelo novo titular da pasta:
"Quero ressaltar que o ministro Ramez Tebet assume esta pasta em um momento de profunda transformação na estrutura de seu Ministério, da criatividade e discernimento. Estas foram as características que FHC elegeu para o novo Ministro, com perspectiva de melhoramentos. Quem estiver aqui neste palácio há de saber que, neste país, há um problema emergente. É emergente falar sobre pessoas abandonadas que não têm onde ficar, referido-se aos flagelos da seca e às enchentes que podem ocorrer simultaneamente em diferentes regiões do país."
Em setembro Ramez deixou o ministério para assumir a presidência do Senado.
FONTE: Castilho Coaraci, Simplesmente Ramez Tebet, Life Editora, Campo Grande, 2007, página 139.