22 de dezembro
1856 - Nasce Joaquim Eugenio Gomes da Silva (Nheco)
Filho de Joaquim José Gomes da Silva (Barão de Vila Maria) e Maria da Glória Pereira Leite da Silva, nasce em São Luis de Cáceres, Joaquim Eugênio Gomes da Silva, o Nheco. Em 1879, recém casaco com d. Maria das Mercês, filha de de Francisco Leite de Barros e de Antonia de Arruda Leite de Barros, muda-se para Corumbá para apossar-se de terras localizadas à margem esquerda do rio Paraguai, na fezenda Firme, ocupadas anteriormente por seu pai. Segue-o Carlos Vandoni de Barros, destacando seus principais colaboradores:
Nessa primeira fase da fundação da fazenda, cujo nome era "Firme", e na fase do povoamento que, incontestavelmente, foi a principal, pois no dizer de Alberdi, "provar é progredir", foram seus cooperadores, além de outros, o seu cunhado Gabriel Patrício de Barros, já falecido, organização completa do homem de bem, veterano de guerra contra o governo do Paraguai, homem reto e bom, coração sempre aberto à caridade; Manuel Gomes da Silva, já falecido, alma intrépida e infatigável, que fopi, sem dúvida alguma, um dos mais ardorosos companheiros de Nheco; João de Barros, o homem que todos nós conhecemos e admiramos, o homem exemplo, como já escrevemos alhures, que é hoje uma das venerandas figuras dessa região, onde a sua palavra é acatada e respeitada; João Batista de Barros, organização de homem alegre e bom, coração magnânimo, incentivador de energias, espírito acolhedor e afável, e Antonio Pedro da Costa, um dos mais dedicados colaboradores de Nheco, que foi em vida um desses temperamentos inconfundíveis, um caráter como poucos, um homem honerado na mais alta expressão da palavra.
A sesmaria, dividida entre os filhos de Nheco, passaria a ser conhecida como Nhecolândia, com várias fazendas, dedicadas à criação de gado.
Nheco faleceu em 1909. A direção de sua fazenda, ficou a cargo do filho primogêntio, Mario Gomes da Silva, que veio a falecer cinco anos depois. Ao morrer, Nheco deixou uma gleba de terras pastais e lavradas que se estendia do rio Paraguai à vazente Grande ou Funda. Deixou esposa e os filhos Mário Gomes da Silva, Paulino Gomes da Silva, Eugênio Gomes da Silva, Luis Gomes da Silva, Estêvão Gomes da Silva, Otília Gomes Nery e Mercedes de Barros Maciel.
FONTE: Carlos Vandoni de Barros, Nhecolândia, (2a. edição), Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, 2012, página 109.
22 de dezembro
1930
– Lei dos dois terços de trabalhadores brasileiros preocupa multinacional do mate
Legislação da revolução
de 30, obriga que as empresas tenham no mínimo de 2/3 de trabalhadores
brasileiros. A medida atinge de cheio a Companhia Mate Larangeira,
cujos recursos humanos eram, em sua maioria esmagadora, de origem estrangeira,
principalmente paraguaia. Em reunião da diretoria, o presidente
da empresa manifesta sua apreensão à nova lei:
Uma outra ameaça [...] que irá proporcionar grave
perturbação nos trabalhos organizados há tantos
anos e a custa de tão pesados sacrifícios é a recente
exigência do Ministério do Trabalho, para que dois terços
do nosso pessoal nos diversos serviços sob nossa exploração,
sejam compostos de trabalhadores nacionais e isso dentro do prazo de
noventa dias.
FONTE: Odaléa Bianchini, A Companhia Matte Larangeira
e a Ocupação da Terra do Sul de Mato Grosso (1880-1940),
Editora UFMS, Campo Grande, 2000, páginas 175 e 254.
22 de dezembro
1936 – Vespasiano reage e escapa de atentado em Cuiabá |
Senador João Vilasboas, deputado Estevão Alves Correa e senador Vespasiano |
Em luta aberta contra o governador Mário Correa, os senadores oposicionistas Vespasiano Barbosa Martins e João Vilasboas sofrem atentando, de repercussão em todo o Estado:
A nossa pacata cidade de Cuiabá assistiu estarrecida e indignada, na noite de 22 do mês passado, a execução de um plano tenebroso, que visava a eliminação dos dois preclaros chefes da ‘Aliança Mato-Grossense’, senadores João Vilasboas e Vespasiano Martins, ultimamente chegados a esta capital.
Por volta das 22 horas daquele dia, depois da saída da última visita, dispunham-se já aqueles dois ilustres representantes matogrossenses no Senado da República a recolherem-se aos seus aposentos, quando a casa em que se hospedavam foi inopinadamente invadida por numeroso grupo de perigosos facínoras, arrebanhados em diversas localidades.
Penetrando na casa, o primeiro a ser visto foi o senador João Vilasboas que recebeu o primeiro tiro, ferindo-o no ombro direito.
Aos disparos desse primeiro tiro, acode o senador Vespasiano com o seu revólver em punho, recebendo logo a cerrada fuzilaria dos assaltantes.
Com uma coragem indômita, deteve o nosso valoroso chefe, um dos celerados, ferindo dois deles, obrigando-os a sair em debandada.
Terminada aquela luta infrene, desigual, estava a esvair-se em sangue o destemido chefe. Havia recebido três ferimentos: um na região acromial esquerda, com fratura do osso; um outro no terso superior da coxa direita, mais um outro na região deltoidiana direita e ainda mais um raspão de bala no antebraço direito, sendo que destes ferimentos só o da coxa apresentava orifício de entrada e saída.
FONTE: Rubens de Mendonça, História do Poder Legislativo de Mato Grosso, Assembléia Legislativa, Cuiabá, 1967, página 239
FOTO: do livro História do poder legislativo de Mato Grosso, de Rubens de Mendonça.