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domingo, 22 de janeiro de 2023

OBISPO MAIS FAMOSO DE MATO GROSSO

 

22 de janeiro

1918 – Dom Aquino assume o governo do Estado




Consequência de amplo acordo entre situação e oposição, depois da Caetanada, que resultou na renúncia do presidente Caetano Manoel de Faria e Albuquerque e na intervenção federal que durou um ano, assume o governo, o bispo de Cuiabá, Dom Francisco de Aquino Correa, no que foi chamado de governo da conciliação.¹

O Matto-Grosso, principal órgão da imprensa no Estado, publicou reportagem completa sobre o dia da posse do novo presidente:



Desde o alvorecer da manhã de 22,apenas se teve aviso da passagem da lancha Iguatemi em S. Antonio do Rio Abaixo, toda a Cuiabá se pôs em preparativos para receber carinhosamente D. Aquino, sabedores como eram todos de que S. Exa. Para aqui se encaminhava a bordo daquela embarcação.



As comissões incumbidas de irem ao encontro do querido eleito do povo mato-grossense puseram-se em ação, e às 9 ½ descia o Cuiabá a lancha 13 de Junho da Secretaria da Agricultura, levando a seu bordo a comissão central encarregada da recepção a D. Aquino, composta dos srs. Capitão tenente Paes de Oliveira, coronéis João Celestino, Gurgel do Amaral, Manoel Moreira, drs. Campos Junior e Geonísio de Mendonça, representantes do interventor federal; D. Antonio Malan por si, e padres Batista Couturon e Colbachini representando a Congregação Salesiana do Estado.

A bordo da “Rosa Bororo” desceu o coronel Alexandre Addor, intendente geral do município, acompanhado de diversos cidadãos da elite cuiabana, dentre eles o capitão Romão da Silva Pereira, representante da guarnição federal desta cidade.

Assim organizada a embaixada que ia ao encontro de D. Aquino, seguiu improvisada flotilha até um pouco abaixo do Poço Grande onde foi encontrada a Iguatemi que sulcava, garbosamente embandeirada as águas barrentas do Cuiabá.

Passando daí em diante a acompanha-la os transportes que tinham ido ao seu encontro, seguiram-na até a usina do sr. Joaquim Martins, onde as diversas comissões daqui enviadas transbordaram para o Iguatemi, apresentando então a D. Aquino as boas-vindas  e votos de felicidade pelo seu governo.,

Prosseguindo os itinerantes em demanda da cidade, aqui desembarcaram por volta de meio dia, sendo D. Aquino alvo das mais estrepitosas palmas ao pisar na terra cuiabana.

Ao desembarcar em companhia do dr. Camilo Soares, que o fora trazer a bordo da Iguatemi, foi saudado pelo cel. Alexandre Magno Addor que em nome do governo municipal apresentou boas vindas à S. Exa.

Do seio do povo dirigiu a palavra ao recém vindo, o sr. Tomé Ribeiro.

O CORTEJO

Depois de recebidos por D. Aquino os cumprimentos de diversos representantes dos partidos políticos do Estado, de congregações religiosas e da imprensa, organizou-se imponente cortejo que respeitosoe vivamente possuído de entusiasmo, acompanhou S.Exa. em demanda da residência oficial.

Ao passar o virtuoso prelado em frente a a igreja de S. Gonçalo, de uma tribuna ali improvisada, saudou-o um inteligente aluno do Liceu Salesiano, sendo logo substituído pelo delegado da sociedade de S. Luiz Gonzaga que apresentou em nome de seus consócios votos auspiciosos de boas vindas a Dom Aquino.

Em sinal de estima para com este futuroso rebento da estirpe cuiabana, discursou também enaltecendo-lhes as virtudes morais e cívicas e augurando dias venturosos no seu governo a gentil senhorita Alda de Oliveira.

Falou por último, abundando nos mesmos conceitos dos oradores que o precederam o sr. João Nunes.

Continuando seu caminho o préstito cívico teve que parar novamente à praça da República para ouvir o ilustre dr. José Mesquita, que ali pronunciou um substancioso discurso, saudando o presidente eleito em nome do povo mato-grossense.

Abafadas pelas mais estrepitosas palmas as últimas palavras do orador, o préstito que cada vez mais se avolumara atravessou por entre duas alas formadas pelas alunas de todas as escolas e colégios públicos e particulares de Cuiabá, tendo D. Aquino feito o trajeto da República até ao palacete de sua nova residência, debaixo de uma verdadeira chuva de flores que lhe arremessava a petizada vivaz de nossas escolas.

NA RESIDÊNCIA PRESIDENCIAL

Chegando D. Aquino Correa no palacete da rua Pedro Celestino onde está residindo, aí saudou-o pela Assembleia Legislativa o sr. desembargador Trigo de Loureiro que em nome da corporação política a que pertence, hipotecou ao governo que se ia iniciar, todo o apoio e colaboração do poder legislativo estadual.

DOM AQUINO FALA AO POVO DE CUIABÁ
Depois de ouvida atentamente a palavra do representante da Assembleia Legislativa, ficou a multidão que concorrera às festas da recepção a D. Aquino, sôfrega por ouvir-lhe a palavra sempre fluente e a frase sempre burilada.

S. Exa. Começou o seu discurso por agradecer nominalmente a todos os que o haviam saudado ao chegar a esta cidade, em nome individual ou por mandato e terminou por agradecer em palavras repassadas de gratidão e sinceridade o carinho com que vinha sendo distinguido.

Na sua bondade em tudo revelada, não esqueceu nem mesmo o concurso prestado pelos selvícolas à sua brilhante recepção.

Perorando acentuou o desprendimento dos partidos políticos do Estado aceitando a sua candidatura à Presidência, para se firmar um regime de paz e de concórdia, e enalteceu a colaboração dos drs. Wenceslau Brás e Camilo Soares, pela vitória desta primeira etapa na política de Mato Grosso.

As últimas palavras de S.Exa. foram acompanhadas dos mais expressivos aplausos, findos os quais dispersou-se a massa popular

O COMPROMISSO DO PRESIDENTE ELEITO E DOS SEUS SUBSTITUTOS LEGAIS

Às 17 horas penetrou no edifício onde funciona a Assembleia Legislativa, que estava reunida em sessão. S.Exa. D. Aquino Correa, que foi ali recebido pelos deputados: drs. Eurindo Neves, Rangel Torres e cel. Pilades Rebuá, que o levaram a tomar assento à esquerda do presidente da Assembleia, o vice em exercício, cel. Faria Albernaz.

Para o fim de prestar o compromisso do cargo de 1° vice-presidente do Estado, compareceu ao passo da Assembleia o dr. Antonio Ferrari, bem como o capitão Paes de Oliveira, para fazê-lo ao de 3°.

Prestado por S.Exa. D. Aquino o compromisso e pelos seus substitutos constitucionais já referidos, ouviu-se demorada salva de palmas, logo que o presidente da Assembleia proclamou empossados os cidadãos compromissados.

Ao se retirar D. Aquino do edifício da Assembleia, fora como acontecera ao penetrar ali, recebido com as continências de estilo, prestadas por uma companhia do 1° Batalhão da Força Pública, comandada pelo cap.Benedito Augusto de Carvalho e pelo esquadrão de cavalaria.

Tanto na ida como em seu regresso teve uma concorrência numerosíssima no seu acompanhamento.

NO PALÁCIO DO GOVERNO

De volta da Assembleia D. Aquino se dirigiu ao palácio do Governo onde foi recebido pelo dr.Camilo Soares e seus auxiliares.

Este, na qualidade de interventor federal, leu perante S. Exa. uma exposição de sua gestão no período em que aqui desempenhou funções governamentais e terminou por apresentar a D. Aquino Correa, votos de felicidade pelo seu governo.

Respondendo S. Exa. às palavras do dr. Camilo Soares, disse que o seu programa de governo podia se reduzir a esta trilogia: paz, economia e trabalho..

Referindo-se à primeira das facetas do plano traçado, disse, precisamos ter uma paz generalizada e completa, isto é, mantê-la entre o Estado e os poderes centrais da República+, cultivá-la entre si os poderes constituídos do Estado, e procurarem-na de modo eficiente os partidos políticos, conservando-se mesmo cada um em seu posto e independente de fusão.

S. Exa. encareceu depois as conveniências de rigorosa economia em seu governo para o que disse muito contar com o poder legislativo, e, por último apelou para todas as forças vitais do Estado, para, sob os auspícios da concórdia, da economia e do trabalho promovermos o progresso e o engrandecimento de Mato Grosso.

Retirando-se S. Exa.do palácio do Governo, sendo-lhe prestadas as continências da pragmática, dirigiu-se à sua residência acompanhado de crescido número de autoridades e amigos.²
 


FONTE: ¹Rubens de Mendonça, História do Poder Legislativo de Mato Grosso (volume I), Assembleia Legislativa, Cuiabá, 1967, Página 111. ²O Matto-Grosso, (Cuiabá) 24 de janeiro de 1918.





 
 

quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

7 de janeiro

7 de janeiro
1887 – Epidemia de cólera em Corumbá





Relatório do presidente da Câmara Municipal, Antônio Antunes Galvão, aos demais vereadores, aponta a principal causa da cólera que ataca a população da cidade e revela números da tragédia : “Há muito a nossa cidade precisa de saneamento que não se tem podido realizar. Pelo obituário comparado ao Rio de Janeiro, cidade taxada de pestilenta, vê-se que aqui morre sempre 8 a 10 vezes mais que naquela cidade”.

A propósito, a historiadora Lucia Salsa Correa, observa:

No período de 1867, ocasião da retomada de Corumbá, até o ano de 1920 a cidade padeceu com o surgimento de 34 epidêmicos, dos quais a Varíola foi a mais frequente, malgrado as campanhas e os esforços quase sempre infrutíferos das autoridades municipais.

A desastrosa epidemia de cólera em Corumbá (1886/1887), por exemplo, conforme detalhados relatórios do então presidente da Câmara Municipal, provocou uma profunda crise em todos os setores da cidade, desenvolvendo-se de forma avassaladora. Um cálculo aproximado revelou ter sido em número de mil as pessoas atingidas pelo Cólera em Corumbá, sendo que as autoridades locais não possuíam de fato meios adequados para enumerar e avaliar as perdas e danos causados nessas circunstâncias.

Quanto a origem da doença, além do contágio através do porto e da absoluta falta de saneamento básico na vila, "os aspectos mais dramáticos das epidemias parecem ter sido o abandono dos doentes pobres pelas ruas e até de cadáveres, a falta de medicamentos e de hospitais mesmo provisórios, além das fugas em massa da população para os campos, o que causava maior descontrole sobre as doenças e os óbitos".

Até a década de 18 do século XX, esse quadro de vulnerabilidade às endemias perdurou na cidade, vindo a rarear a partir de 1918, quando Corumbá e outros municípios do Estado, entre eles Campo Grande, foram alcançados pela temível gripe espanhola.

FONTE:  Lúcia Salsa Correa, Corumbá: um núcleo comercial na fronteira  de Mato Grosso 1870 - 1920, edição da autora, Corumbá, 1981, página 92.


7 de janeiro

1921 - Greve no porto de Corumbá isola Cuiabá

Paralisação dos trabalhadores no porto de Corumbá que já dura mais de um mês e uma super enchente no rio São Lourenço, que interrompeu as comunicações com a capital, isolaram Cuiabá. A crise tem repercussão em todo o Brasil, aqui resumida pelo Jornal do Commercio, do Rio de Janeiro:

" Há cerca de um mês todo o pessoal da navegação declarou-se em parede, estando amarradas embarcações em Corumbá e suspensas assim as comunicações com Cuiabá.

O governo do Estado tem procurado conciliar os paredistas com os armadores, mas até agora sem resultado positivo.

É difícil a situação, pois isolando a capital, está criando embaraços de toda a ordem ao comércio e à população.

A extraordinária enchente do rio São Lourenço interrompeu as comunicações telegráficas com o sul do Estado, havendo aqui cerca de oitocentos despachos que não podem seguir o seu destino.

O general Rondon, que visitou a zona de interrupção, comunica que é impossível o restabelecimento das linhas antes da vazante, pois os fios estão em baixo.

A diretoria dos Telégrafos prestaria grande serviço determinando que S.Paulo encaminhe os telegramas para o Sul do Estado, inclusive Corumbá, por intermédio da Paulista e da Noroeste".¹ (Jornal Commercio 7/1/1921)

A greve, ainda segundo a imprensa carioca reinvindica aumento salarial e é pacífica.

A navegação começou a ser normalizada no dia 21 de janeiro: 

"Devido aos esforços do comandante da Circunscrição Militar, ficou restabelecido definitivamente o tráfego fluvial, tendo já algumas lanchas subido o rio em viagem para diferentes destinos".²

FONTE: ¹Jornal do Commercio (RJ) 07/01/1921, ²O Jornal (RJ), 22/01/1921.


7 de janeiro

1930 - Tomam posse prefeito e vereadores de Campo Grande





São empossados o último intendente geral Antero Paes de Barros e os vereadores de Campo Grande da chamada República velha, abolida pela revolução de Getúlio Vargas, no dia 10 de outubro. O ato é registrado pelo Jornal do Comércio:

"Conforme fora previamente anunciado, realizou-se ontem ao meio dia, no Paço Municipal, a solenidade de compromisso e posse dos vereadores e intendente que administrarão o município no triênio de 1930 a 1932.

Depois de empossados os vereadores, estes elegeram o seu presidente o dr. J.P. Teixeira Filho. Em seguida, a câmara deferiu o compromisso ao Intendente, cel. A. Antero Paes de Barros. Após o ato, o presidente da Câmara proferiu uma brilhante alocução com a qual frisou, que tanto ele, como seus companheiros de Conselho, se sentiam animados dos melhores sentimentos no sentido de promoverem por todos os meios possíveis, o engrandecimento e progresso do Município.

Usou depois da palavra o intendente Cel. Antero de Barros que, em eloquente discurso, explanou as suas ideias sobre o que já se tem feito em Campo Grande e quais as obras que em sua administração pretende levar a efeito para que o nosso município atinja o ponto culminante que lhe será reservado, esperando a sincera e leal colaboração do legislativo para conseguir o seu desideratum.

À cerimônia estiveram presentes as autoridades, pessoas gradas e grande massa popular".

Assumiram ainda os vereadores Martinho Barbosa Martins, Aureliano Pereira da Rosa, Arnaldo Estevão de Figueiredo, Sebastião Inácio de Sousa, Nestor Martins Costa, José Marcondes Olivetti, José Jaime Ferreira de Vasconcelos, Plotino de Aragão Soares e Victor Pace. 


FONTE: Jornal do Comercio (Campo Grande) 8 de janeiro de 1930.  

30 de junho

30 de junho

1791 – Guaicurus recebem carta patente


Guaicurus, os senhores do Pantanal

Os chefes guaicurus Queima e Emavidi Xané são agraciados com carta patente do governo português:

João de Albuquerque de Melo Pereira e Cáceres, do conselho de S. M. cavaleiro da ordem de S. João de Malta, governador e capitão general das capitanias de Mato Grosso e Cuiabá, &. Faço saber aos que esta minha carta patente virem, que tendo a nação dos índios Guaicurus ou Cavaleiros solenemente contratado perpétua paz e amizade com os portugueses, por um termo judicialmente feito, no qual os chefes João Queima de Albuquerque e Paulo Joaquim José Ferreira, em nome de sua nação, se sujeitaram e protestaram uma cega obediência às leis de S. M., para serem de hoje em diante reconhecidos como vassalos da mesma senhora: mando e ordeno a todos os magistrados, oficiais de justiça e guerra, comandantes e mais pessoas de todos os domínios de S. M., os reconheçam, tratem e auxiliem com todas as demonstrações de amizade. E para firmeza do referido lhes mandei passar a presente carta patente, por mim assinada e selada com o sinete das minhas armas. Nesta capital de Vila Bela, aos 30 de junho de 1791. – João de Albuquerque de Mello Pereira e Cáceres.


No dia seguinte era celebrado termo de paz entre o governo português e os guaicurus.

FONTE: Carlos Francisco Moura, O Forte de Coimbra, Edições da UFMT, Cuiabá,1975, página 79.


30 de junho

1902 - Campo Grande declara neutralidade na eleição estadual

Políticos de todos os partidos, publicam manifesto, onde explicam que não serão hostis ao governo mas que também não prometem coisa alguma, declaram neutralidade do município para a eleição que em 1903, elegeria Totó Paes para o governo do Estado. O documento dos líderes campograndenses aponta várias razões para manter a cidade distante das disputas eleitorais, destacando as "sucessivas alterações da ordem pública em todo o Estado, os fatos lamentáveis ocorridos devido às revoluções, implantadas especialmente aqui no sul desde 1890 e 1900". Entendiam que tais episódios "tem acentuado de tal modo uma má impressão entre nós. Esta situação tem nos levado a deixar de acreditar na tranquilidade almejada. Estamos desgostosos do lugar onde vivemos, fundamos nossas propriedades, constituímos família e acumulamos as nossas economias".

Mais adiante, questionam: "Por que não desfrutamos de plena paz? Por que a ação do governo não se faz chegar até aqui? Se os bandidos invadem as nossas propriedades, roubam o fruto do nosso trabalho, não temos a quem providências", ao que respondem:

"Se queremos defender os nossos interesses, somos obrigados a usar dos meios ao nosso alcance e com eles perseguimos os malfeitores. Isso é o que tem acontecido".

Por fim, os manifestantes colocam sua posição diante do pleito eleitoral:

"Até hoje Campo Grande não tem tomado parte em movimentos revolucionários e tem conseguido manter-se na neutralidade. E alegra-nos inteiramente poder subscrevermos que, até esta data, não há divergência de opinião entre os habitantes dessa localidade. Em breve haverá a eleição para presidente e vice-presidente do Estado e deputados estaduais. E para que não diga que tomamos uma deliberação de última hora, antecipadamente cumprimos o dever de cientificar-vos que resolvemos não concorrer para as referidas eleições. Estamos ao lado do governo atual (Coronel Antonio Pedro Alves de Barros) e demais autoridades legitimamente constituídas. Não seremos em circunstância alguma hostis ao governo e nem também podemos lhe prometer coisa alguma".

São seus signatários, Antonio Firmino de Novais, Vicente Alves Arantes Tultuna, Amando de Oliveira, Bernardo Franco Baís, Joaquim Guilherme Almeida, Sebastião Lima, Salustiano Costa Lima, Antonio Norberto de Almeida, Augusto Marino de Oliveira, Manoel Rodrigues Pereira Neiva, Joaquim Alves Pereira, Francisco Sebastão, João Carlos Sebastião, Manoel Joaquim de Carvalho, José Antonio da Silva, José Ignacio de Souza, Venâncio Theodoro de Carvalho "e seguem assinatura de muitos eleitores do distrito".

Deixaram de subscrevê-lo o intendente geral (prefeito) do município, Francisco Mestre e os vereadores recém eleitos para a primeira legislatura: Jerônimo José de Santana, João Correa Leite, Manoel Ignacio de Souza, João Antunes da Silva e José Vieira Damas.

FONTE: A Reacção (Assunção, PY) 30 de outubro de 1902.


30 de junho

1905 – Telégrafo chega a Bela Vista


Major Rondon em seu acampamento em Bela Vista

Em menos de trinta dias, Rondon estende 61 quilômetros e 590 metros de linha telegráfica entre Margarida e Bela Vista, cuja estação inaugura, encerrando a ligação norte-sul:

“Não foi possível traçar um só alinhamento ligando aqueles dois pontos, porque extenso e formidável brejo se lhes interpunha. Foi necessário projetar diversos alinhamentos, a fim de contornar as cabeceiras do brejão, entre os córregos de Guaviara e Derrota”. ¹


Sobre esse fato, Sydney Nunes Leite acrescenta:

Em junho de 1905 foi assinado o contrato para a construção da casa da estação telegráfica de Bela Vista, entre o major Cândido Mariano da Silva Rondon, presidente da comissão construtora da linha telegráfica de Mato Grosso e Luciano Arcomanni, pela quantia de 21 contos de réis. Serviram de testemunhas do ato os senhores Gabriel de Almeida e Alfredo Pinto, conforme consta nos livros de notas do Cartório do 2° Ofício desta comarca.

O primeiro telegrafista da estação de Bela Vista foi o cidadão José Rodrigues de Assis, casado com Laura Almeida Assis.

Nos primeiros tempos existiam duas chefias nas repartição: agente do Correio e encarregado da Estação Telegráfica. Essas chefias eram exercidas por pessoas diferentes. Assim as pessoas que serão citadas pertencem a uma das chefias, sem identificar a qual delas pertenceu.

Eis alguns nomes:Ernesto Amâncio Torquato,Elvina Carneiro Fernandes (Noquinha) , João Leôncio de Araujo, João Paulo Correa, Claudio Otaviano da Silveira, Gregório de Melo, Balbino S. Couto, Bonifácio Ferreira da Silva, Conceição Brum Monteiro, Marcelina Fernandes Silveira, Gastão Deniz, Adriano M. Serra, Valério G.Nogueira, Geraldo Cardoso, Artemio Bachi Naveira, Feliciano Torres, Carlos Pinto de Almeida, Dauth Pinto de Almeida e tantos outros como o atual Ailton Carvalho Vieira.

O telégrafo instalado em nossa cidade, no distante ano de 1905, veio servir como meio mais rápido de comunicação dos pioneiros com a civilização, tirando em parte, do isolamento em que viviam do resto do país. Foi o marco da integração de nossa terra com o restante da Pátria.²


FONTE: ¹Esther de Viveiros, Rondon conta sua vida, Cooperativa Cultural dos Esperantistas, Rio de Janeiro, 1969. Página 193. ² Sydney Nunes Leite, Bela Vista uma viagem ao passado, edição do autor, Bela Vista, 1995, página 128.



30 de junho

1916 - Nasce José Barbosa Rodrigues, diretor do Correio do Estado



Nasce em Minas Gerais, José Barbosa Rodrigues. Ainda jovem, em companhia da esposa Henedina e do primeiro filho, José Maria, mudou-se para Ponta Porã, onde o casal exerceu o magistério. Em seguida mudou-se para Campo Grande. Iniciou suas atividades como professor primário numa escola rural na região do Ceroula, dando aulas para filhos de imigrantes japoneses. Para completar a renda familiar, trabalhou como zelador no "Jornal do Comercio", o único diário de Campo Grande na época, onde iniciou sua carreira como redator.

Em 1954, com a instalação do Correio do Estado, aceitou convite para dirigir o novo diário, de propriedade de um grupo político ligado à UDN, partido ao qual eram filiados José Fragelli, Lúdio Coelho, Wilson Barbosa Martins e outras importantes figuras do cenário político regional. Dois anos depois da fundação, J. Barbosa Rodrigues já era dono do jornal.

Além de empresário e jornalista, J. Barbosa Rodrigues foi escritor e historiador, membro da Academia Sul-Matogrossense de Letras e do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul. Na área socioeducativa criou a Fundação Barbosa Rodrigues a Orquestra Jovem, em Campo Grande e o Museu de História do Pantanal em Corumbá.

Faleceu em 19 de março de 2003. 



FONTE: Correio do Estado, caderno Correio B, Campo Grande, 30/06/2016.



30 de junho

1934 – Assassinado prefeito de Ponta Porã 


Modesto Dauzacker e sua esposa Lola, em foto de 1932, no Campanário


Foi morto a tiro, o coronel Modesto Dauzacker, prefeito de Ponta Porã, a maior e mais importante cidade da fronteira Brasil-Paraguai. A ocorrência está sintetizada em telegrama do interventor federal do Estado ao presidente Getúlio Vargas:

Ontem, pela manhã, quando se dirigia prefeitura municipal, em uma rua de Ponta Porá foi brutalmente assassinado nosso valoroso amigo coronel Modesto Danzacker, prefeito daquele município. Criminoso preso flagrante não se sabendo até agora verdadeiro móvel delito. Levando tal fato conhecimento V. Exa. exprimo meu grande pesar pela perda irreparável tão dedicado auxiliar esta Interventoria.


O assassínio do prefeito teve repercussão nacional, conforme nota no Diário de Notícias (RJ), em sua edição de 22 de julho de 1934:

"Cuiabá, 14 de julho - (Do correspondente, por via aérea) - A 30 de junho último foi assassinado o prefeito de Ponta Porá, coronel Modesto Dauzacker, no memento em que se dirigia à prefeitura para despachar o expediente. Alvejado à queima-roupa, por Nelson Martins, foi atingido por dois projetis, um na boca, outro no coração, tendo morte instantânea. O criminoso foi preso em flagrante por um pelotão do 11° R.C.I., que estava em exercícios, sob o comando do tenente Pontes. O fato causou geral consternação. Foi aberto inquérito sob a presidência do promotor público. Atribui-se o móvel do crime à circunstância de haver sido Martins preterido na nomeação de agente fiscal de Guaíra".

Modesto Danzacker, que antes de assumir a prefeitura, foi administrador do Campanário, sede da Companhia Mate Larangeira, era homem da estreita confiança da empresa ervateira.



FONTE: Odaléa da Conceição Deniz Bianchini, A Companhia Matte Larangeira e a ocupação da terra do Sul de Mato Grosso, Editora UFMS, Campo Grande, 2000, página 158. 


6 de janeiro

6 de janeiro


1823 - Mato Grosso festeja a independência do Brasil

O povo de Cuiabá, confirmada a proclamação da independência do Brasil, no dia 7 de setembro do ano anterior, reúne-se para comemorar e marcar um de seus principais registros históricos: 

Em 6 de Janeiro a Camara fes cantar na Cathedral d’ esta Cid.e o Hino –Te Deum Laudamus– em acção de graças, e fes publicar trez dias de Luminarias pela Aclamação do Principe Regente, o Imperador Constituicional e Perpetuo Defensor do Brasil, e no dia 22 do dito mes, se ajuntarão na Camara a Ex.ma Junta Governantiva, e mais Cidadãos, Clero, e Povo, q.’ tinhão sido convidados, p.r Edital de 15, para-se manisfestar e declarar a vontade daquellas Respeitaveis Corporaçõens, e Povos, ora presentes, em abundantissimo numero, sobre a Independencia do Brasil, e aclamacão de S.M.I. Elevada a alta e Sublime Dignidade de Imperador do Brasil e seu Defensor Perpetuo, pela Nobre e Leal Cidade ao Rio de Janeiro, e p.r algumas outras Cidades, e Villas d’este vasto Imperio, como constava pelos Diarios daquella Cidade N. 124, 125, – e 126 – datados á 15,- 17, e 19 do mes de Outubro do anno transposto, chegados de proximo a esta Cidade, e com effeito foi expremido, e declarado p.r votos unanimes, acompanhados d’entusiasmo, e satisfação, q.’ o Povo do Brasil he livre, e Independente, que sua divisa por tanto deve ser, e he = A Independencia, ou morte = que tendo sido esta mesma Independencia, e liberdade, sustentada, Defendida, e Protegida em Gloria, e Proveito d’ este vasto Imperio, pelos Talentos, e Intrepides do Jovem Principe o Snr. D- Pedro d’ Alcântara ja amiassada pelos inimigos declarados d’ este mesmo Imperio, os degenerados Deputados das Cortes de Lisboa, q.’ a seu arbitrio, e com descarada perfidia | Despoticam.e, a querião agrilhoar, e escravisar p.r tanto havia p.r hadotado o Systema, a Heroyca Resolução daquella Nobre, e Sempre Leal Cidade do Rio de Janeiro, e outraz cidades, e Villas das próximas Prov.as, em terem aclamado o Mesmo Augusto Senr.’ D. Pedro d’ Alcântara Imp.or Constitucional do Brasil, e seu Perpetuo Defensor, e q.’ p.r isso, o innaogoravão, reconhecião, e aclamarão Imperador do Brasil, e seu Defensor Perpetuo, como expressa, e Declaradam.e foi confirmado, p.r todos, pela correspondencia, e repetição dos vivas, q.’ forão dados pelo Presidente da Camara o Alferes Jose de Pinto e Asevedo, o q.e aproximando-se a huma Janella da mesma, de pois de desenrolar a bandeira de q.’ usa a Camara, sustentada pelo Vereador transposto o Cap.m Jose Pereira dos Guimarães, e em voses inteligeveis, e claras, e altas, disse-viva a Nossa Santa Religião, viva o Imp.or Constitucional do Brasil, e seu Perpetuo Defensor, Viva a Imperatriz, sua Augusta Esposa, Viva a Augusta Descendencia de Suas Mag.es, Imperiais = Viva a Independencia do Brasil, Viva o Povo do Brasil, findando-se com repetidas vivas dadas p.r immenso Povo, q.’ para as ruas, e praças fronteiras tinha comcorrido, e assignarão a vereança mais de 200 pessoas.


FONTE: Annaes do Senado da Câmara do Cuiabá (1823) 


1778 - Guaicurus cometem chacina no forte Coimbra

 

 

Índios guaicurus, insinuando visita pacífica ao forte Coimbra,traiçoeiramente, cometem chacina contra a guarnição militar. O episódio é revisto pelo pesquisador Carlos Francisco Moura:

Era um grupo numeroso de índios a pé e a cavalo,acompanhados de suas mulheres. Vinham sem lanças nem flechas e traziam carneiros, aves, peles de animais e outros artigos para negociar.

O cacique e seu intérprete entraram na estacada para parlamentar com o comandante Marcelino Camponês, enquanto do lado de fora os soldados comerciavam com os índios, vigiados por uma escolta de doze soldados armados.

Alegando que as mulheres tinham medo de arma de fogo, os guaicurus pediram ao ajudante Tavares que as retirasse à escolta e as colocasse sob uma tolda próxima.Disseram que os soldados não precisavam ter medo pois eles estavam sem armas, só com cacetes e facas. Atendidos nesse pedido, convidaram os soldados a descansar no regaço de suas mulheres. Estavam assim descuidados alguns, e outros negociando ativamente com os índios, quando o cacique, carregado de presentes oferecidos pelo comandante, saiu da estacada. Já próximo ao local onde se encontravam índios e soldados deu um assovio e imediatamente a esse sinal cada índio atacou com o cacete o soldado que estava mais próximo e a seguir o degolou com a faca. Tão inopinado foi o ataque que em poucos instantes estavam quase todos mortos, e quando os soldados que estavam na estacada saíram em auxílio dos companheiros, já os guaicurus se retiravam sem nenhuma perda, levando armas e até roupas dos soldados mortos.

Nessa trágica cilada morreram 54 soldados e ficaram feridos seis.


FONTE: Carlos Francisco Moura, O forte de Coimbra, Editora da UFMT, Cuiabá, 1975, página 34.

FOTO: Reprodução guaicuru. Meramente ilustrativa. 



6 de janeiro

1865 - Paraguaios degolam cirurgião brasileiro

É degolado por soldados paraguaios, no Pantanal, o médico-cirurgião, José Candido de Freitas, lotado na armada do forte Coimbra. Com 30 anos de idade, natural da Bahia, José Cândido foi vítima do massacre contra os passageiros do Anhambai, navio brasileiro em fuga de Coimbra para Cuiabá:

Na foz do São Lourenço, a 6 de janeiro de 1865 o Anhambaí é avístado pelos dois navios de guerra paraguaios.

Imediatamente perseguido rio acima pelo inimigo, tomando a dianteira o Iporá, o vapor brasileiro faz vivo fôgo sôbre o mesmo, apesar de seguir em retirada que se estendeu por seis léguas. O navio brasileiro se encontrava com apenas um rodízio de 32 que no décimo-terceiro tiro desmontou-se,conforme diz, em sua parte, o Capitão de Fragata Castro Menezes.Nêsse último disparo foi matar o 2.° Tenente de Marinha Gregório Benítez, do Iporá. Em uma das voltas mais estreitas do rio, foi o Anhambaí sôbre a barranca, perto do morro do Caracará, quando é abordado pelo Iporá que mais de perto o seguia. Após uma resistência gloriosa e diante  da demasiada superioridade do inimigo, alguns marinheiros saltam em terra e salvam-se, outros, entretanto, permanecem no navio, lutando contra o invasor. Em seus postos de honra, pelejando bravamente, estavam o comandante, Piloto José Israel Alves Guimarães, o comissário Fiúza e o 2.° Cirurgião DOUTOR  JOSÉ CÂNDIDO DE FREITAS ALBUQUERQUE que foram heróis da resistência. Ao médico militar os selvagens, depois de o fazer prisioneiro, degolam-no, mutilam-lhe, cortando as orelhas para remetê-las ao seu comandante, pois, como  diz Sacramento Blake, era assim que procediam os paraguaios com seus prisioneiros- de guerra.

FONTE: Luiz Castro de Souza, (artigo) in Revista Marítima Brasileira (RJ), 1961. 

1905 – Rondon em Nunca-Te-Vi, distrito de Bela Vista



A passagem do jovem major Cândido Rondon pela localidade de Nunca-Te-Vi, por ocasião da ligação do serviço telegráfico em Bela Vista, é assinalada por acontecimento que marca o perfil justiceiro e pacificador do célebre sertanista:

Curioso episódio se passou aí, quando estávamos em serviço na fronteira, nas proximidades de Nunca Te Vi. Em território brasileiro embora, era a população de Nunca Te Vi paraguaia – guaranis industriosos que desenvolviam suas lavouras, vivendo pacatamente. Foi quando revolucionários, expulsos do Rio Grande do Sul e que, vindos pela fronteira em busca de local onde se estabelecessem, deram com Nunca Te Vi. A pretexto de que não eram brasileiros, expulsaram os pobres guaranis de suas terras. Vieram eles procurar-me e eu consegui que o Presidente do Estado lhes reconhecesse e mantivesse a posse. Munido dessas credenciais, pude convencer os invasores de que se deveriam retirar pacificamente.

FONTEEsther de Viveiros, Rondon conta sua vida, Cooperativa Cultural dos Esperantistas, Rio de Janeiro, 1969.

6 de janeiro

1910 - Padeiros em greve, em Corumbá


Reclamando o direito de folgar aos domingos, trabalhadores em padarias em Corumbá fazem greve de protesto. A notícia de última hora é dada pelo jornal O Brazil:


FONTE: O Brazil (Corumbá) em 6 de janeiro de 1910. 


6 de janeiro

1912 - Inaugurada iluminação elétrica em Corumbá

Com um baile oferecido pela sociedade local ao dr. Oscar da Costa Marques, diretor de empresa concessionária,, é inaugurado em parte da vila, o moderno sistema de iluminação elétrica de Corumbá, que consta de seis arcos voltaicos. O evento é registrado pelo semanário O Debate, de Cuiabá:

"Foi inaugurada a iluminação elétrica desta cidade, que apresenta belíssimo aspecto.

Passageiros chegados no paquete Coxipó, entrando à noite, dizem apresentar Corumbá, visto de longe, o aspecto de uma grande cidade".

FONTE: O Debate (Cuiabá), 12 de janeiro de 1912.

6 de janeiro

1969 - Morre em Corumbá, Olegário Moreira de Barros

Falece em Corumbá, sua cidade natal, aos 69 anos, Olegário Moreira de Barros. Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito de São Paulo, exerceu os cargos de delegado e chefe de polícia do Estado, diretor de Imprensa Oficial, consultor jurídico, Procurador Geral, juiz de direito, secretário geral do Estado, desembargador e presidente do Tribunal de Justiça, tendo sido nessa condição nomeado interventor federal do Estado de Mato Grosso, tendo governado de 8 de novembro de 1945 a 8 de julho de 1946.

Jornalista, colaborou com todos os jornais de Cuiabá e Corumbá. Era membro da Academia Mato-Grossense de Letras, onde ocupava a cadeia n° 34, cujo patrono é o poeta José Tomás de Almeida Serra.

FONTE: Estevão de Mendonça, Datas Matogrossenses (2a. edição), Governo de Mato Grosso, Cuiabá, 1973, página 27.



  

OBISPO MAIS FAMOSO DE MATO GROSSO

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