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terça-feira, 25 de janeiro de 2011

27 de fevereiro

27 de fevereiro

1999 - Morre Dom Teodardo, o terceiro bispo de Dourados





Morre na Alemanha para onde voltou depois de ser jubilado como bispo de Dourados, dom Teodardo Leitz. Filho de Gustav e Lídia Leitz, nasceu em 18 de maio de 1915, em Karlsruhe, na Alemanha. Após estudos primários e secundários ingressou na Ordem Franciscana em 19 de abril de 1934. Estudou filosofia em Sigmaringem e Teologia em Fulda/Alemanha. Transferiu-se para o Brasil em 1939, já diácono, continuando os estudos na Faculdade de Teologia dos Franciscanos de Petrópolis, RJ. Em 30 de junho de 1940 foi ordenado sacerdote pelo bispo de Niterói D. José Alves. No fim do mesmo ano, veio para Mato Grosso, assumindo o cargo de coadjutor da paróquia de Rosário Oeste. Durante 12 anos percorreu a cavalo ou canoa os sertões de Mato Grosso. Em 24 de outubro de 1952, Frei Teodardo muda-se para Dourados, como vigário da cidade, tendo permanecido por durante 9 anos à frente da paróquia. 

Em 1961, frei Teodardo é transferido para Rio Brilhante, onde iniciou a construção do Seminário dos Franciscanos, e depois para Campo Grande como vigário da paróquia de São Francisco. Em janeiro de 1970 retorna definitivamente a Dourados, novamente como vigário da paróquia da Imaculada Conceição. Com a renúncia do bispo, dom Carlos Schmitt, , frei Teodardo foi eleito administrador da Diocese e, em 5 de novembro de 1970 o Papa Paulo VI o nomeou bispo de Dourados. Recebeu a sagração no dia 13 de fevereiro de 1971 na cidade de Freiburg na Alemanha e tomou posse em 17 de março do mesmo ano.

Em seus 15 anos à frente da Diocese de Dourados, dom Teodardo implantou diversos movimentos: cursilho da cristandade, movimento jovem, pastoral das Vocações, pastoral da Terra, pastoral da Saúde, vicentinos e outros. 

Coerente com seu lema de bispo: "Evangelizar os pobres", e com o compromisso da "opção preferencial pelos pobres", do Vaticano II, dom Teodardo se colocou decididamente ao lado dos trabalhadores rurais sem-terra durante os primeiros movimentos pela reforma agrária, no início da década de 80, ainda durante o regime militar. Destacou-se no apoio aos trabalhadores rurais, durante a ocupação da gleba Idalina, em Ivinhema, em abril de 1985. Nessa ocasião, acolheu os despejados e lhes ofereceu uma área da diocese, no distrito de São Pedro para acampar. Durante oito meses, 3.000 pessoas ficaram por conta da Diocese de Dourados, inclusive a alimentação e o atendimento sanitário, até que o governo do Estado, desapropriou uma área no município de Nioaque e assentou os acampados.


FONTE: Frei Pedro Knob, A missão franciscana do Mato Grosso, Custódia Franciscana das Sete Alegrias de Nossa Senhora de Mato Grosso, Campo Grande, 1988, página 216.


sexta-feira, 4 de outubro de 2013

5 de outubro

5 de outubro

1783 – Leme do Prado deixa administração de Corumbá






Pinto Figueiredo substitui João Leme do Prado na administração do povoado de Albuquerque (atual Corumbá), recém-fundado e relata ao governador Luís de Albuquerque a situação deplorável em que encontrou o povoado:

No dia 26 de agosto portei nesta povoação com toda a conduta a Salvamento e com o número completo de colonos que a V. Exa. já terá exposto o meu mestre de campo comandante.

Achei a dita povoação formalizada com uma casa de oração e uma rua de 27 pessoas de comprido, guarnecida de casas inúteis pois estão a cair, e toda a circunferência bastantemente decortinada.

Fez-me entrega o Cap.m Mor João Leme do Prado, de tudo aquilo com que se achava presente a Fazenda Real, por relação cuja remeto ao meu mestre de campo...

Ainda no mesmo ofício encarece ao governador a urgência de mandar para a povoação um curioso de cirurgia, a fim de curar um grande número de enfermos, e um sacerdote para a assistência espiritual.


FONTE: Lécio G. de Souza, Historia de Corumbá, edição do autor,sd., página 38




5 de outubro

1884 – Floriano Peixoto, governador de Mato Grosso

Nomeado por carta imperial de 11 de agosto, assume o governo do Estado perante a assembléia provincial em Cuiabá, o brigadeiro Floriano Peixoto, que sete anos depois estaria à frente da presidência da República. No Estado dedica-se à campanha abolicionista e a dirigir uma eleição tumultuada para preencher uma vaga de deputado na Câmara Geral, que terminou sendo anulada. 

“Sua administração – segundo Generoso Ponce Filho – foi proveitosa para Mato Grosso. Entre os serviços que este lhe deve conta-se o haver criado uma taxa sobre a erva-mate exportada, que Tomás Larangeira, desde 82, época da sua concessão, explorava sem qualquer contribuição para o erário. A Floriano se deve o haver atraído para a civilização 10.000 índios bororos coroados e o de ter incorporado às rendas da província a exploração do abastecimento de água da capital, que, embora executada a expensas do tesouro era explorada pelos construtores da obra.

Como administrador e como político Floriano Peixoto granjeia amizades duradouras no meio matogrossense.” 


FONTE:  Generoso Ponce Filho, Generoso Ponce, um chefe, Pongetti, Rio de Janeiro, 1952, página 53




5 de outubro 

1932 – Legalistas ocupam Três Lagoas






Oficialmente encerrada a revolução constitucionalista, com a rendição de São Paulo, as tropas governistas que combateram os rebeldes do Sul de Mato Grosso em Alencastro, Paranaíba, Santa Quitéria e Sucuriu, sem resistência, ocupam Três Lagoas:

Na manhã de 5 de outubro o tenente-coronel Flávio do Nascimento, após parlamentar com o comando revolucionário na cidade de Três Lagoas, transferiu seu QG para essa cidade. Em boletim especial expediu ordens aos comandantes do 21º BC, contingente da PM e patriotas no sentido de arrecadarem e recolherem ao material bélico do QG toda munição de guerra em poder dos soldados. Nesse dia à noite as tropas rebeldes evacuaram a cidade, embarcando em trem especial para Campo Grande.


FONTE: Lindolpho Emiliano dos Passos, Goiás de Ontem, Memórias Militares e Políticas, edição do autor, Goiânia, 1987, página 112.


segunda-feira, 7 de março de 2011

22 de agosto

22 de agosto


1861 – Nasce em Cuiabá Antônio Azeredo


Senado Federal, Rio de Janeiro

Nasceu em Cuiabá, Antônio Francisco de Azeredo, filho de Ozeias Francisco de Azeredo e de Blandina de Figueiredo Azeredo. 

Oriundo de família sem posses, ainda jovem colaborou em jornais de Cuiabá. Iniciou os estudos no Liceu da capital mato-grossense e posteriormente seguiu para o Rio de Janeiro, onde ingressou na Escola Militar. Abandonou, porém, abandonou a formação militar, ingressou na Escola Politécnica, e a partir de então vinculou-se definitivamente ao jornalismo. Era republicano e abolicionista.

O início de sua trajetória política coincidiu com a instalação da República. Eleito em 15 destembro de 1890 deputado constituinte pelo Partido Republicano criado em Mato Grosso por Generoso Ponce, tomou posse quando da instalação do Congresso Nacional Constituinte, em 15 de novembro seguinte, e participou dos  trabalhos de elaboração da Constituição de 1891. Após encerrar o mandato em 1893, bacharelou-se pela Faculdade de Direito do Rio de Janeiro, em 1895. 

Ao ser eleito senador em 1897, iniciou uma longa permanência no Senado, que seestenderia por três décadas. Durante as crises políticas mais graves ocorridas em Mato Grosso, utilizou-se da tribuna do Senado com o claro objetivo de defender seus correligionários, entre os quais se destacava Generoso Ponce. De modo geral, lançava mão de seu prestígio político, dos periódicos sob seu controle e das relações com o Poder Executivo federal para manter e ampliar sua base política no estado.

Era amigo do líder político gaúcho Pinheiro Machado, com quem fundou em 1910 o Partido Republicano Conservador (PRC). Tornou-se membro da comissão  executiva do partido e uma de suas figuras mais importantes. Em Mato Grosso, o partido foi criado em 1911. Nesse mesmo ano o senador Azeredo influiu decisivamente na eleição para o governo do estado de Joaquim Costa Marques, que também contava com o apoio de Ponce. 

Com a morte de Joaquim Murtinho em 1911, Antônio Azeredo não tinha rivais em se tratando de conexões entre o Poder Executivo federal e Mato Grosso. Mesmo levando-se em conta a participação de lideranças locais na conformação do quadro político estadual, sua capacidade de influir na composição das chapas   para os cargos eletivos mais importantes era expressiva, e não poucas vezes o jogo político do estado foi decidido na  capital federal.

Após o falecimento Pinheiro Machado, com quem mantinha relações muito próximas, Azeredo assumiu a vice-presidência do Senado, entre 1915 e 1930. Em 1915 apoiou a candidatura do general Caetano de Albuquerque ao governo de Mato Grosso. O nome do militar foi apresentado pelo PRC, não deixando chance para a oposição. No entanto, as relações de Caetano de Albuquerque com o PRC dirigido pelo senador Azeredo foram aos poucos se deteriorando, e isso tornou mais difícil sua gestão, considerando que o partido tinha a maioria na Assembleia Legislativa. O problema central residiu na distribuição dos cargos no governo, ou seja, na preterição de nomes sugeridos pelo PRC em favor de oposicionistas pertencentes ao Partido Republicano Mato-Grossense (PRMG) chefiado por Pedro Celestino. Interferindo diretamente na questão, Antônio Azeredo obteve do presidente Venceslau Brás o acatamento ao pedido de intervenção federal em Mato Grosso, apresentado em 1917.

Antônio Azeredo tipifica exemplarmente o representante político que utilizava com frequência sua capacidade de influir nas questões internas de seu estado agindo a partir do Rio de Janeiro. Não sem razão foi durante a Primeira República o único parlamentar de Mato Grosso a participar do restrito grupo responsável pela discussão e a indicação de possíveis nomes para a presidência da República. Além de suas atividades no campo político, atuou fortemente na imprensa. Foi fundador da Gazeta da Tarde e do jornal Diário de Notícias e responsável pela redação dos dois periódicos. Foi também proprietário do O Malho e A Tribuna, sendo que desta última foi redator chefe.
Tendo perdido o mandato com a vitória da Revolução de 1930, que dissolveu os órgãos legislativos do país, partiu para o exílio na Europa.

Faleceu no Rio de Janeiro, então Distrito Federal, no dia 8 de março de1936.
Publicou Voto divergente da Comissão de Constituição e Diplomacia sobre o Tratado de Petrópolis (1904), A situação de Mato Grosso (1916), Discursos parlamentares (1925), Resposta ao senador Epitácio Pessoa sobre a sucessão presidencial e nomeação de juiz seccional de Mato Grosso (1926) e Invasão paraguaia em Mato Grosso.

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 FONTE: João Edson Fanaia, Azeredo, Antonio, CPDOC Fundação Getúlio Vargas, Rio de Janeiro.



22 de agosto



1882 - Frei Mariano recebido festivamente em Nioaque






Na condição de vigário visitador, frei Mariano chega a Nioaque, onde é festivamente referenciado pela população da vila histórica, pelas razões explicadas por ele, em carta ao diretor do jornal O Iniciador, de Corumbá, publicada na edição de 2 de novembro:

Em 22 de agosto p.p. cheguei a esta paróquia e abri a minha visita, que nesta data encerrei, na forma do ritual, dando a bênção com o sacramento.

Ao retirar-me saudoso do centro desta parte do rebanho, que tão dignamente me tratou, não posso passar em silêncio um circunstância, que, patenteando a grandeza dos decretos do Onipotente, merece a atenção dos homens pensadores, porque revela o triunfo da misericórdia divina, sobre a iniquidade dos homens. Em fevereiro de 1865 passei por esta paróquia preso como um criminoso,escoltado por 25 satélites do tirano Lopes, coberto com um pedaço de tapete da igreja de Miranda e assim brutalmente conduzido ao cativeiro no Paraguai e, precisamente, quando passava pela frente da igreja desta paróquia, a estavam saqueando-la. Os tempos mudam-se; e no dia 22 de agosto de 1882 (dezessete anos depois), entrei nesta paróquia de uma maneira diametralmente oposta. Ao chegar às primeiras casas, não encontrei, como outrora, uma guarda avançada de selvagens paraguaios, que, por escárneo, gritaram: quien ven lá? -  mas sim o pároco com a cruz algada, que me ofereceu a estola paroquial, sendo acompanhado pelas pessoas mais gradas do lugar; e em vez de ser levado a uma masmorra, como outrora, fui conduzido debaixo do pálio, como manda o ritual à casa do Deus vivo.

Não entrei na paróquia como escravo e troféu de importância, como diziam meus algozes, mas sim revestido de um caráter sublime, como delegado do ilustre prelado, que tão dignamente dirige a igreja cuiabana.

Ao entrar na igreja, em lugar do rufo dos tambores, fui recebido com o festivo repique dos sinos e senti tão viva emoção, que a pena não se presta descrever.

Encontrei a igreja bem ornada, porque em lugar de saqueadores, havia ali um povo prostrado e culto que abria passo ao seu pastor (ainda que indigno) que ia levar-lhe as consolações espirituais e os tesouros dos sacramentos.

Ao recitar o discurso da abertura da visita, não pude furtar-me a relembrar as calamidades passadas, comparando essa época com a atual, o que produziu muito enternecimento nos espectadores e especialmente alguns que foram meus companheiros de infortúnio.

Humilhando-me perante Deus que se dignou conceder-me tão assinalada vitória sobre meus algozes, foi tal a emoção de que me senti possuído que não me foi possível concluir o sermão... Se aí estivesse presente o bárbaro invasor, eu lhe perguntaria: Onde estão essas tuas espadas com que decepastes tantas cabeças? Onde estão tuas baionetas com que sacrificastes tantos inocentes? Onde o fogo, com que em minha presença, destruístes tantas casas neste lugar?

Então, dir-lhe-ia: Vê como Deus depossuit potentes de sede, et exaltavit humiles".



22 de agosto

2017 - Morre em Campo Grande ex-governador Pedro Pedrossian



Faleceu em Campo Grande, o ex-governador Pedro Pedrossian, cuja trajetória é resumida em dados do CPDOC da Fundação Getúlio Vargas:


"Pedro Pedrossian nasceu em Miranda, então Mato Grosso, em 13 de agosto de 1928, filho de João Pedro Pedrossian e de Rosa Mardini Pedrossian, ambos de origem armênia.
Fez os estudos secundários em Mato Grosso e ingressou na Universidade Mackenzie, na cidade de São Paulo, formando-se em engenharia civil. Em seguida, tornou-se engenheiro residente da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil em Três Lagoas (MS). Passou a chefe de divisão da ferrovia em Campo Grande, então em Mato Grosso e atual capital de Mato Grosso do Sul. Foi assessor do presidente da Rede Ferroviária Federal, no Rio de Janeiro, e diretor superintendente da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil em Bauru (SP), de 1961 a 1964.
Em outubro de 1965 foi eleito governador pela coligação do Partido Social Democrático (PSD) e do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). Tomou posse em 31 de janeiro de 1966 sucedendo a Fernando Correia da Costa. Foi o candidato a governador mais votado em toda a história de Mato Grosso, com 109.905 votos.
Após a extinção dos partidos pelo Ato Institucional nº 2 (27/10/1965) e a posterior instauração do bipartidarismo, ingressou na Aliança Renovadora Nacional (Arena), partido de apoio ao regime militar instalado em abril de 1964. Em agosto de 1967, foi apresentado pelo deputado estadual Júlio Castro Pinto, também da Arena, um projeto pedindo à Assembléia Legislativa a decretação do seu impedimento, sob a alegação de que recebia o apoio sistemático da oposição. Conseguiu entretanto superar a crise, mantendo-se no cargo.
Em seu governo, desdobrou as secretarias, redividindo-as em Interior e Justiça, Fazenda, Agricultura, Segurança, Indústria e Comércio, Saúde, Educação e Cultura, Governo e Coordenação Econômica e Viação e Obras Públicas. Promoveu a construção da ponte Júlio Müller, sobre o rio Cuiabá, na capital, e da estação para abastecimento de água e serviço de captação; ampliou a produção de energia elétrica; levou à frente a construção da usina hidrelétrica nº 3, do rio Casca; construiu o palácio do Poder Legislativo; aparelhou os hospitais dos Tuberculosos e Adauto Botelho; concluiu a maternidade do Hospital Geral de Cuiabá; criou uma escola de recuperação de crianças excepcionais e fundou duas universidades, a Federal de Mato Grosso, em Cuiabá, e a Estadual de Mato Grosso, em Campo Grande.
Em 15 de março de 1971, findo o mandato, passou o governo ao arenista José Fragelli, eleito pela Assembléia Legislativa em outubro do ano anterior.
Em outubro de 1977 foi sancionada a lei que dividiu em dois o estado de Mato Grosso. Surgiria assim, a partir de janeiro de 1979, o estado de Mato Grosso do Sul, tendo Campo Grande como capital e um governador nomeado. O antigo estado de Mato Grosso permaneceria com Cuiabá como capital. No início de 1978 a Arena viu-se dividida, na região que iria constituir o futuro estado de Mato Grosso do Sul, em duas grandes correntes: a ortodoxa (formada por antigos udenistas e pessedistas), que se denominava “ala democrática”, e a “independente”, que agrupava os seguidores de Pedrossian. Muitos políticos da “ala democrática”, supondo já muito provável a eleição de Pedrossian para o governo do novo estado, tentavam impedir essa indicação. As divergências entre as facções arenistas levaram o ex-governador ao palácio do Planalto em fevereiro desse ano para entregar ao presidente da República um documento em que se defendia das acusações que lhe eram feitas pelo governador Garcia Neto, pelo ex-governador José Fragelli e pelo senador Mendes Canale. Essas acusações caracterizavam sua administração como um período de irregularidades administrativas, com apropriação de terras públicas e importações de materiais que não chegavam a ser utilizados, e afirmavam ainda que fora demitido da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, em 1967, por corrupção. Em fins de março, Pedrossian entregou ao presidente Ernesto Geisel (1974-1979) outro documento, em que renunciava à candidatura ao governo do estado. Em entrevista ao Jornal do Brasil (13/3/1978), declarou que sua candidatura ao Senado, em eleição direta, em vez de ao governo, por via indireta, seria uma forma de se submeter ao julgamento popular.
Em 15 de novembro de 1978 foi eleito com 107.519 votos. Assumindo o mandato em fevereiro de 1979, fez parte das comissões de Agricultura, de Educação e Cultura, de Relações Exteriores, de Serviço Público Civil e Transportes e de Comunicação e Obras Públicas. Com a extinção do bipartidarismo, em 29 de novembro de 1979, e a conseqüente reformulação partidária, filiou-se ao novo partido governista, o Partido Democrático Social (PDS).
Com a nomeação de Harry Amorim para o governo do estado, Pedrossian, com os senadores Saldanha Derzi e Mendes Canale, acusou-o de ter cometido erros administrativos, entre eles a importação de tecnocratas de outros estados, aos quais ofereceu mordomias e salários principescos. Em junho de 1979, entregou pessoalmente um documento ao presidente João Figueiredo (1979-1985) em que acusavam formalmente o governador de instaurar um política de concessão de favores e barganhas e, inclusive, de distribuir recursos do estado a prefeitos e deputados da Arena visando a minar as bases políticas das tradicionais lideranças e criar o seu próprio grupo, com a ajuda de Levi Dias, deputado federal e ex-prefeito de Campo Grande. O signatário solicitava para a solução do impasse político instaurado no estado a nomeação do então prefeito de Campo Grande, Marcelo Miranda, para o governo de Mato Grosso do Sul, o que foi feito.
Em outubro de 1980, Marcelo Miranda foi exonerado por motivos político-eleitorais e Pedrossian foi indicado por Figueiredo para ocupar o cargo. A indicação ocasionou uma dissidência no PDS, tendo como um dos líderes o suplente da vaga, José Fragelli, e provocou uma manobra por parte do ministro da Justiça, Ibrahim Abi-Ackel, na qual o Senado concederia uma licença ao parlamentar, evitando a sua renúncia e, conseqüentemente, a perda do mandato e a posse de Fragelli. Contudo, Pedrossian não teve outra saída senão a renúncia. Assumiu o governo em 6 de novembro de 1980, após seu nome ter sido aprovado pelo Senado por maioria simples, com 33 votos a favor, 24 contra e duas abstenções. Ainda nesse mesmo mês, no dia 17, perdeu a maioria na Assembléia Legislativa, em razão de terem seu presidente, deputado Londres Machado, e os deputados Ari Rigo e Getúlio Gideão abandonado o PDS.
Em agosto de 1981 acusou os parlamentares de seu estado que haviam passado para a oposição de procurar indispô-lo com o governo federal, com a acusação de que estaria sofrendo de insanidade mental. Nessa ocasião, estava de fato internado num clínica, segundo seus assessores, para se submeter a um tratamento da coluna. Seus opositores, no entanto, diziam tratar-se de uma clínica psiquiátrica.
Em abril de 1982, demitiu o prefeito de Campo Grande, Levi Dias, medida que gerou protestos e agravou a crise no PDS. O declínio de seu prestígio refletiu-se em novembro de 1982, quando o candidato do PDS ao governo, José Elias Moreira, foi derrotado por Wilson Martins, do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB).
Em 1986 deixou o PDS e filiou-se ao Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), assumindo a liderança do partido no estado. Em novembro desse ano, disputou uma das duas vagas ao Senado. Embora tenha sido o segundo mais votado, devido às regras da sublegenda, que privilegiavam os candidatos mais votados das sublegendas que obtivessem maior número de votos, foi derrotado por Wilson Martins e Saldanha Derzi, lançados pela Aliança Democrática, integrada por PMDB, Partido da Frente Liberal (PFL), Partido Comunista Brasileiro (PCB) e Partido Democrático Trabalhista (PDT).
Aliado político de Fernando Collor, empossado na presidência em março de 1990, candidatou-se ao governo em outubro daquele ano. Eleito, assumiu seu terceiro mandato como governador em 15 de março de 1991, sucedendo a Marcelo Miranda (1987-1991). No discurso de posse, após destacar o estado falimentar que se encontrava Mato Grosso do Sul, com os servidores em greve e uma dívida que ultrapassava um bilhão de dólares, anunciou o corte de 25% dos cargos em comissão e extinguiu as secretarias de Cultura e de Assuntos Fundiários. Ao mesmo tempo, porém, criou pastas para as áreas de habitação e comunicação. Além disso, suspendeu todos os pagamentos de dívidas do governo anterior e, visando a pôr um ponto final na greve dos servidores, deu prioridade ao pagamento dos salários atrasados. Ainda durante a campanha, havia prometido regularizar o pagamento dos servidores, atrasados quatro meses até maio de 1991. Em abril, recorrendo a empréstimos bancários, regularizou o pagamento dos servidores.
Em maio de 1992, Pedro Collor, irmão de Fernando, fez denúncias que envolviam o presidente em casos de corrupção promovidos pelo tesoureiro da sua campanha eleitoral, Paulo César Farias. Pedrossian, a princípio, assumiu uma posição cautelosa, recusando-se a comentar o teor das acusações e o pedido de impeachment. Em agosto desse ano, porém, após a divulgação do relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instituída para investigar as atividades de Paulo César Farias, e quando crescia o movimento popular pró-impeachment de Collor, embora não tenha ficado abertamente a favor da abertura do processo, liberou a bancada para que votasse de acordo com sua consciência. Em 29 de setembro o pedido para abertura do processo de impedimento foi votado e aprovado pela Câmara. Afastado da presidência logo após a votação, Collor renunciou em 29 de dezembro de 1992, pouco antes da conclusão do processo pelo Senado, que decidiu pelo impedimento. Foi efetivado o vice Itamar Franco, que vinha exercendo o cargo interinamente desde a decisão da Câmara.
Em março de 1994 Pedrossian foi considerado pelas pesquisas de opinião um dos governadores com maiores índices de aprovação. Com esse respaldo, nas articulações para definição da coligação que apoiaria o candidato a presidente Fernando Henrique Cardoso, combateu a aliança entre o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) e o PMDB regional, que sustentava a candidatura de Wilson Martins ao governo. No decorrer das articulações, deixou claro a Fernando Henrique que só o apoiaria caso ele mesmo indicasse o candidato à sua sucessão. Fernando Henrique decidiu manter o apoio de Pedrossian, resolução que provocou uma divisão no PSDB regional. Pedrossian acabou abstendo-se de lançar um nome à sua sucessão. Passou o governo em 1º de janeiro de 1995 para o candidato eleito, o peemedebista Wilson Martins.
Em 1998, disputou pela terceira vez o governo à frente de uma coligação do PTB com o PFL. Apontado pelas pesquisas de opinião, nos meses que antecederam o pleito, como franco favorito, acabou em terceiro, ultrapassado pelo candidato do PSDB, Ricardo Bacha, e pelo candidato do Partido dos Trabalhadores (PT), José Orcino Miranda dos Santos, o Zeca do PT. No segundo turno, apoiou o candidato petista, que foi eleito.
Voltou às urnas em outubro de 2002, disputando uma das duas vagas em disputa no Senado. Concorrendo na legenda do Partido Social Trabalhista (PST), foi derrotado por Ramez Tebet, do PMDB, e Delcídio Gomes, do PT. Posteriormente, filiou-se ao Partido Republicano Brasileiro (PRB), agremiação ligada à Igreja Universal do Reino de Deus.
Em maio de 2006 lançou o livro de memórias Pedro Pedrossian – O pescador de sonhos, publicado pelo Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul.
Em março de 2009, filiou-se ao Partido da Mobilização Nacional (PMN).
Recebeu título de doutor honoris causa da UFMT, em 2010.
Casou-se com Maria Aparecida Pedrossian, com quem teve cinco filhos. Um deles, Pedro Pedrossian Filho, foi deputado federal na legislatura 1999-2003".


FONTES: CÂM. DEP. Internet; CORRESP. GOV. EST. MT; Estado de S. Paulo; Folha de S. Paulo; Globo ; Grande encic. Delta; INF. FAM. PEDRO PEDROSSIAN FILHO; Jornal do Brasil; MENDONÇA, R. Dic.; MENDONÇA, R. História; NÉRI, S. 16; Perfil (1980); Perfil parlamentar/IstoÉ; Veja; Portal da Universidade Federal do Mato Grosso. Disponível em <http://www.ufmt.br>. Acesso em 02/09/2013










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sábado, 5 de fevereiro de 2011

22 de março

22 de março

1767 - Criado o forte do Iguatemi






Carta-Régia da Coroa portuguesa aprova a criação da Povoação e Praça de Armas Nossa Senhora dos Prazeres e São Francisco de Paula do Iguatemi, em território do Sul de Mato Grosso, cuja construção seria iniciada quase dois anos depois pelo capitão João Dias de Barros.

"E assim, dos dez anos que durou o apavorante presídio de Nossa Senhora dos Prazeres - resume o historiador - pesadelo de nobres e plebeus, espectro estarrecedor de poderosos e humildes, - tais tradições ficaram, que o nome tão eufônico do caudal que lhe deu o nome vulgar, se transformou no símbolo evocador de calamidades sem conta."

A desalentadora conclusão é do pesquisador Affonso de Taunay:

Não há no passado paulista nome que recorde mais sinistras lembranças quanto esse do rio matogrossense, afluente do Paraná, em cujas margens se ergueu a colônia militar setecentista a que, como por ironia, atribuiu a preferência piedosa do capitão-general,seu fundador, a invocação de Nossa Senhora dos Prazeres.

E realmente na história dolorosa dos estabelecimentos congêneres, aqui e ali semeados na solidão de nossas fronteiras, como atalaias e cobertura do território brasileiro,quer hajam sido em Mato Grosso ou na Amazônia, apenas talvez possa o horrível Forte do Príncipe da Beira tão lôbregos anais apresentar, tanta dor e tanto sacrifício; tanto dispêndio de energia inútil e tão torvas reminiscências consiga evocar, quanto ao presídio paulista, posto avançado nas lindes castelhanas do Paraguay. Túmulo de milhares de brasileiros, violentamente arrancados aos seus lares pelo despotismo colonial, e encaminhados como para matadouro certo,foi o Iguatemi a causa do terror dos humildes e dos desvalidos da capitania de S.Paulo,durante lustros a fio, a causa do despovoamento intenso do território paulista, a que arrebatou milhares de almas pelo êxodo e o refúgios dos sertões brutos. E ao mesmo tempo, quanto motivo de sofrimento para os militares e funcionários encarregados de sua localização, da sua guarda e manutenção,desde os primeiros dias até os últimos! Que soma de privações desencadeada sobre todos estes homens agrilhoados pela cadeia do real serviço e a instigação do infinito respeito às vontades régias.

O forte foi abandonado em 27 de outubro de 1777, depois de confronto dos paulistas com tropas espanholas do Paraguai.
 

FONTE: J. Barbosa Rodrigues, História de Mato Grosso do Sul, Editora do Escritor, São Paulo, 1989, página, 76; Affonso de Taunay, Na era das bandeiras, Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, 2010, página, 164.




22 de março

1920 - Enchente no pantanal interrompe tráfego ferroviário

Telegrama do diretor da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, engenheiro Arlindo Luz, ao ministro da Viação, dá conta da aflitiva situação do transporte entre Porto Esperança e Miranda, em virtude da cheia desse ano ano no Pantanal e seu impacto no transporte de passageiros e de mercadorias:

"Enchentes pantanais em Mato Grosso continuam a impedir a regularidade do tráfego entre Miranda e Porto Esperança. Desde os últimos dias de dezembro temos tido sempre alguns trechos da linha debaixo d'água. Nessas condições o trabalho se vem fazendo com as locomotivas pequenas e sem horário prévio. Nos últimos dias as águas do pantanal estão subindo muito, determinando interrupção do tráfego desde ontem. O tráfego para Corumbá, até que baixem as águas, será feito pelo rio Miranda. Moradores antigos, conhecedores do regime do rio Paraguai, preveem para este ano grande e prolongada enchente. Todos esses fatos reforçam minha opinião sobre a necessidade de grande levantamento das linhas no pantanal, dando caráter definitivo à estrada. Essas obras fazem parte do programa de grandes melhoramentos na Noroeste, já já iniciados no corrente ano por ordem de v. exa".

FONTE: Correio Paulistano, 23 de março de 1920.

22 de março

1956 - Morre em São Paulo, dom Aquino Correa

Dom Aquino presidente do Estado visita Campo Grande

Nascido em Cuiabá a 2 de abril de 1885, dom Aquino é uma das figuras de maior destaque na história de Mato Grosso. Doutor em Filosofia pela Universidade Gregoriana de Roma, dirigiu o Liceu Salesiano em Cuiabá, é eleito em abril de 1914 pelo papa Pio X bispo titular de Prusiade e bispo auxiliar de d. Carlos Luiz D'Amour, arcebispo de Cuiabá, sendo então o bispo mais novo do mundo.
A 1º de novembro é eleito presidente do Estado de Mato Grosso, como candidato da conciliação, depois da renúncia de Caetano de Albuquerque e de um pequeno período de intervenção federal. Em agosto de 1921 é promovido a arcebispo metropolitano. Poeta consagrado e orador de escol, Dom Aquino foi até hoje o único mato-grossense a ocupar uma vaga na Academia Brasileira de Letras, para a qual fora eleito a 9 de dezembro de 1926. Ao lado de Rondon, dom Aquino Correa é o vulto da história de Mato Grosso que recebeu maiores homenagens no Estado antes da divisão, dando nome a ruas e escolas em quase todas as cidades. Em Campo Grande nomina uma de suas principais vias públicas.



FONTE: Estevão de Mendonça, Datas Matogrossenses, (2a. edição), Governo de Mato Grosso, Cuiabá, 1973, página 144
FOTO: Lélia Rita E. de Figueiredo Ribeiro, Campo Grande O homem e a terra, edição da autora, sd, Campo Grande, página 296



22 de março



2011 - Morre Lúdio Coelho, prefeito de Campo Grande e Senador





Morre em Campo Grande o ex-prefeito Lúdio Martins Coelho. Filho de Laucídio Coelho e Lúcia Martins Coelho, Lúdio nasceu em Rio Brilhante em 22 de setembro de 1922. Agropecuarista e homem de negócio, foi dirigente do Banco Financial de Mato Grosso, até sua incorporação ao antigo Bamerindus.

Sua estreia na política deu-se em 1965, como candidato da UDN ao governo de Mato Grosso. Perdeu para Pedro Pedrossian, do PSD. Em 1983, já no PMDB é nomeado prefeito de Campo Grande pelo governador eleito Wilson Barbosa Martins. Em 1986 tenta o governo de Mato Grosso do Sul, pelo PTB, e é derrotado por Marcelo Miranda (PMDB).

Em 1988 volta à prefeitura de Campo Grande, vencendo sua primeira eleição direta e em 1994, elege-se senador da República, mandato em que encerra sua carreira política. 

Na prefeitura de Campo Grande organizou as finanças do município e implantou a secretaria de assuntos fundiários, promovendo uma reforma urbana com a criação dos comodatos e dos loteamentos sociais. Atuou com destaque no setor de transportes coletivos com a implantação dos terminais e do sistema integrado de ônibus urbanos.

No Senado, defendeu a Lei de Responsabilidade Fiscal, acreditando no conceito aplicado em sua gestão em Campo Grande, segundo o qual "uma boa administração consiste em não gastar mais do que arrecada".

Veja o velório e sepultamento de Lúdio Coelho em reportagem da TV Record MS.


 

FONTE: Senado da República 
FOTO: Impactoms

domingo, 13 de fevereiro de 2011

20 de maio



20 de maio

1889 - Campo Grande, a cidade contra o crime

Santo Antonio de Campo Grande no início do século passado

Sub-delegado de maio a outubro de 1889, Joaquim Vieira de Almeida já se preocupava com a criminalidade importada, sobretudo de Estados vizinhos, como consta no ofício abaixo endereçado ao juiz de Rio Verde, em Goiás:

Subdelegacia de Polícia de Campo Grande, 20 de maio de 1889 - Província de Mato Grosso. - Comarca de Miranda, Ilmo. Snr. Sendo as fronteiras pontos em que criminosos de costume procuram para se ocultarem, infestando as localidades como seja esta, que sendo já bastante povoada acha-se atulhada de criminosos foragidos das províncias vizinhas, segundo a voz pública, parte dos quais habituados a praticarem desacatos, põem sempre em alarme os lugares onde permanecem; tomo por isso a deliberação de dirigir-me a V. S. visto constar haver neste Distrito criminosos dessa Província e Comarca de onde é V.S. muito digno juiz municipal, a fim de se julgar de direito expedir precatórias dirigidas ao Snr. Dr. Juiz municipal do termo de Miranda ao qual pertence esse distrito, a fim de serem capturados. Ilmo. Sr. Dr. Juiz municipal do termo de Rio Verde, da província de Goiás.



FONTE: Revista Folha da Serra, edição de 26 de agosto de 1936.


20 de maio

2001 - Morre Vicente Emílio Vuolo




Aos 72 anos, falece em Brasília, o advogado Vicente Emílio Vuolo, filho do italiano Francesco Palmieri Vuolo e de Adalgisa Rosa Vuolo.

Bacharelou-se em ciências jurídicas e sociais pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) em 1956.

Em 1957, tornou-se chefe de polícia do governador João Ponce de Arruda (1956-1961). Primeiro promotor de justiça em Cuiabá, ocupou também a Procuradoria da República no estado e a Procuradoria Regional Eleitoral, além de membro do Conselho Penitenciário de Mato Grosso. Nas eleições de outubro do ano seguinte, elegeu-se deputado à Assembleia Legislativa do seu estado na legenda do Partido Social Democrático (PSD), assumindo o mandato em fevereiro de 1959. Foi vice-líder do PSD entre 1959 e 1961, prefeito de Cuiabá de 1962 a 1966 e consultor jurídico do estado. Com a extinção dos partidos políticos pelo Ato Institucional nº. 2 (27/10/1965) e a posterior instauração do bipartidarismo, filiou-se à Aliança Renovadora Nacional (Arena). Nessa legenda, foi mais uma vez eleito no pleito de novembro de 1970, exercendo a vice-presidência da mesa da Assembleia entre 1973 e 1974. Ainda nessa legislatura, foi presidente da comissão especial pró-solução do problema energético da região norte e leste mato-grossense.

Em novembro de 1974, foi eleito deputado federal pelo estado de Mato Grosso na legenda da Arena, assumindo o mandato em fevereiro de 1975. Nesse mesmo ano, passou a integrar a Comissão de Trabalho e Legislação Social e, como suplente, a Comissão de Transportes da Câmara. Em 1975, apresentou um projeto que previa a inclusão da construção de uma ferrovia interligando São Paulo-Rubinéia (SP)-Aparecida do Taboado (MS)-Rondonópolis (MT)-Cuiabá (MT) no Plano Nacional de Viação. No ano seguinte, o projeto foi sancionado pelo então presidente da República, Ernesto Geisel.

Nas eleições de novembro de 1978, foi eleito senador, assumindo o mandato em fevereiro do ano seguinte, após ter deixado em janeiro a Câmara Federal. Foi presidente e vice-presidente da Comissão de Transportes, Comunicações e Obras Públicas e membro da Comissão de Justiça. Durante o mandato de senador, continuou na batalha pela ferrovia e conseguiu um convênio entre a União e o estado de São Paulo, onde cada um participaria com 50% dos recursos para a construção de uma ponte rodoferroviária sobre o rio Paraná, em São Paulo, principal obstáculo para o desenvolvimento do projeto.

Com a extinção do bipartidarismo em novembro de 1979 e a conseqüente reformulação partidária, filiou-se ao partido governista, o Partido Democrático Social (PDS).

Nas eleições de novembro de 1982, concorreu a uma cadeira no Senado Federal, na sublegenda do PDS, sendo derrotado no pleito por Roberto Campos, do mesmo partido. Em fevereiro de 1984, ao formalizar sua adesão ao Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), afirmou que foi traído pelo PDS, ao preterir seu nome como candidato ao Senado, dando apoio e colocando a máquina do Estado a serviço do ex-embaixador Roberto Campos.

Em 1986, chegou a anunciar e lançar sua candidatura pelo PMDB ao Senado. No entanto, renunciou à candidatura em outubro alegando motivos de saúde. Ao comunicar essa decisão, Vuolo reiterou total apoio ao candidato do partido ao governo estadual, Carlos Bezerra. Paralelamente, circularam informações de que Vuolo estaria ressentido com o partido por não ter conseguido incluir o nome de um dos seus filhos na lista de candidatos proporcionais aprovados pela convenção.

Afastado dos cargos eletivos, mas permanecendo na luta pela construção da ferrovia, em 1988 Vicente Vuolo participou de um simpósio onde conseguiu convencer o chamado “rei da soja”, Olacir de Morais, a desistir da construção de uma ponte na localidade de Colômbia (SP), na divisa de São Paulo com Minas Gerais, para lutarem pelo projeto originariamente apresentado por Vuolo e pela utilização de tecnologia italiana. Ainda nesse período, Orestes Quércia, governador do estado de São Paulo, lançou a pedra fundamental da construção da ponte. No ano seguinte, o então presidente José Sarney assinou o contrato de concessão da Ferronorte, de propriedade do grupo Itamarati sob o comando de Olacir de Morais, que objetivava a construção de uma ferrovia no Centro-Oeste brasileiro.

Em 1995, com o início do primeiro governo de Fernando Henrique Cardoso, as obras da construção da ponte pararam em função do veto do então ministro do Planejamento, José Serra, à verba orçamentária destinada à conclusão da obra. Ainda nesse ano, Vuolo organizou várias manifestações pelo asfaltamento da rodovia MT-100, que cumpria o papel de ligação com a ponte rodoferroviária.

Nesse ínterim, Vuolo organizou várias manifestações pela retomada das obras, além de lançar um manifesto, em 1997, lido na íntegra pelo então deputado federal matogrossense Gilnei Viana, na Câmara dos Deputados, que pedia o fim da quebra de contrato por parte do governo federal. Posteriormente, os recursos para a conclusão da obra foram liberados pelo governo de Fernando Henrique Cardoso, através do programa Brasil em Ação, que reunia as previsões orçamentárias do governo federal. Nesse mesmo ano, liderou um protesto pela pavimentação da rodovia MS-306, que, juntamente com a obra na MT-100, proporcionaria um novo acesso a São Paulo e a integração nacional.

Ainda em 1997, foi aprovado pela Assembléia Legislativa de Mato Grosso o projeto de autoria do deputado Wilson Santos, que deu o nome de Senador Vuolo ao trecho da ferrovia que corta o estado do Mato Grosso e sob a autoria do deputado sul-matogrossense também deu seu nome aos trechos de Aparecida do Taboado-Inocência-Chapadão do Sul-Costa Rica, todos no Mato Grosso do Sul. Em virtude de sua dedicação à causa da ferrovia, recebeu diversas homenagens, entre elas a medalha de Mérito Ferroviário, concedida pela Rede Ferroviária Nacional, e o título de senador honorário do Oeste Paulista, da Associação dos Municípios do Oeste Paulista.

Era casado com Leide da Costa Vuolo, com quem teve três filhos.



FONTE: Cristiane Jalles, Vicente Emilio Vuolo, FGV CPDOC, (http://www.fgv.br/Cpdoc/Acervo/dicionarios/verbete-biografico/vicente-emilio-vuolo)




sexta-feira, 4 de março de 2011

20 de julho

20 de julho


1910Criada comarca de Campo Grande


Arlindo de Andrade com o presidente Pedro Celestino
Por força da lei n. 549, sancionada pelo presidente Pedro Celestino Correa da Costa, a vila de Campo Grande é elevada à categoria de comarca especial.
O artigo 2° da lei dispunha: "Formarão a Comarca de Campo Grande o município deste nome e o distrito de Vacaria, para esse fim desanexado da Comarca de Nioaque, conservando um e outro atuais". 

O primeiro juiz, Arlindo de Andrade Gomes, foi nomeado em 16 de março de 1911 e a instalação oficial da nova comarca ocorreu em 12 de maio seguinte.



FONTE: J. Barbosa Rodrigues, História de Campo Grande, edição do autor, Campo Grande, 1980. Página 99.


20 de julho


1911 - Bento Xavier reconhece a derrota na batalha final contra o major Gomes


De Vila Conceição, no Paraguai, onde se refugiou depois da luta decisiva com o major Gomes, Bento Xavier, em publicação no jornal O Tempo, de Assunção, transcrita pelo Correio do Estado (de Corumbá), explica a incursão, detalha os confrontos e reconhece a derrota:

No dia 1° de junho, a 1 hora da madrugada, passei a fronteira com 19 companheiros. A 1 hora da tarde desse mesmo dia, encontramo-nos com um piquete da polícia do Estado, comandado pelo capitão Reginaldo de Mattos. Travou-se a luta, ficando morto o capitão Mattos e ferido um de seus soldados, com a perna quebrada. Ficaram dois prisioneiros em meu poder, aos quais pus em liberdade para que conduzissem seu companheiro ferido até a casa mais próxima.

Daí seguimos em direção a Aquidauana, onde chegamos a 11 do mesmo mês de junho. A 16, encontrando-nos no lugar denominado Areias, dando pasto aos nossos cavalos encilhados, fomos surpreendidos pelos governistas. Toda nossa cavalhada fugiu, ficando a pé os meus soldados, em número de 120 homens mal armados. Apesar disto, consegui organizar 50 de meus antigos companheiros com armas e empreendi a retirada, perdendo apenas um homem e fazendo várias baixas no inimigo. Consegui também recolher 33 dos meus cavalos encilhados.

Depois, acompanhado de um de meus amigos, dirigi-me ao encontro de uma força de 80 homens, comandada pelo capitão Ozório de Baires, que era meu partidário, para ir em busca do inimigo. Como não encontrei Baires, segui até Ponta Porã, onde também contava com alguns elementos. Estando já de regresso, a 21 fui informado por meu filho mais velho Antonio Xavier da Silva, que se tinha encontrado nas imediações de Bela Vista, na estância de minha propriedade, com uma força de 78 homens comandados pelo delegado de polícia Álvaro Brandão.

Assim que avistei-me com essa força travamos luta. O delegado viu-se obrigado a retirar-se precipitadamente, alcançando os currais da estância onde entrincheirou-se. Entretanto teve de abandonar também a posição, deixando cinco mortos e onze armas de fogo com algumas munições. Não foi mais perseguida essa força porque as minhas tinham ordem terminante de não perseguir o inimigo já derrotado.

Nesse mesmo dia segui para incorporar-me à minha gente acampada na Estrela, defronte da estância dos srs. Quevedo. Desse ponto fui para adiante comandando 50 homens. A 23 encontrei-me com uma força adversária de 200 soldados, mais ou menos, e como o encontro deu-se em uma lombada limpa e as tropas estavam muito perto uma da outra, não pude evitar o combate. Mandei, então, carregar sobre o inimigo para ver se conseguia envolver a cabeça da coluna.

Meu plano foi burlado pelo inimigo que já nos tinha descoberto e era muito superior a nós em número e armamento. Assim é que os governistas, não podendo retroceder, carregaram também sobre nós, dando-se uma pequena refrega da qual resultaram várias baixas de ambas as partes.

Vi-me, assim, obrigado a retirar-me, deixando a vitória aos adversários.


Esta é a expressão da verdade.²


FONTE: Correio do Estado (Corumbá) 20 de julho de 1911.



20 de julho

1932 - Instalada comissão revolucionária de Ponta Porã



Lício Borralho, de gravata, prefeito de Ponta Porã em 1932

Políticos e autoridades militares de Ponta Porã instalam a comissão revolucionária do município em apoio à guerra civil paulista, deflagrada no dia 9 e que tinha como comandante formal o general Klinger, até então comandante da 9a. Circunscrição Militar de Mato Grosso, com sede em Campo Grande. O acontecimento foi registrado na seguinte

Ata de instalação da Comissão Revolucionária do Município de Ponta Porã. Aos vinte dias do mês de julho de mil novecentos e trinta e dois, em a sala de audiência da Prefeitura Municipal desta localidade, reuniu-se pela primeira vez, com o objetivo de dar início aos seus trabalhos, a comissão especialmente aclamada pelos representantes das diversas correntes políticas do município, para formar a frente única revolucionária. Sob a presidência do senhor Doutor Raphael Bandeira e com a presença dos senhores comissários Doutor Lício Borralho, Prefeito Municipal, senhor José Pinto Costa e senhor Waldemiro Correa, foi declarada aberta a sessão. Em seguida foi pelo Doutor Raphael Bandeira, Delegado Militar do Município, numa oração cheia de patriotismo, explicado o fim da criação da referida Comissão, salientando que os seus trabalhos se destinavam a coordenar os esforços de todos os elementos revolucionários locais para a obtenção da vitória da Revolução Pró-Constituição Nacional, merecendo essas suas afirmações a mais completa afirmação, não só dos senhores comissários, como também dos demais presentes. Pelo secretário da Comissão foi lida, depois, a ata da reunião levada a efeito no Hotel Brasil, ontem nesta cidade, sob a presidência do senhor Tenente Coronel Francisco Jaguaribe Gomes de Mattos, em a qual foi designada, com aprovação do Comando 11 RCI, a aludida Junta Revolucionária.

E, após ser lida, também, a portaria baixada pelo mesmo Comando Militar, nomeando o senhor Doutor Raphael Bandeira, para desempenhar as funções de Delegado Militar do Município, foi encerrada a sessão. Nada mais havendo para constar, foi por mim, Adolph Calandrini Alves de Souza, servido de secretário, lavrada esta ata que vai assinada por todos os presentes e por mim subscrita.

(ass) Raphael Bandeira Teixeira, José Pinto Costa, Wlademiro Correa, Lício Borralho, Waldomiro Silveira, Eurindo Neves, Arthur Mendes Rocha, Roberto C. Teixeira, Alcindo de Figueiredo, H. Coutinho, Lourenço Gomes Monteiro, Nicoláo Baes Alliende, Glicério Póvoas, Salustio Otávio de Araújo, Antonio Moreira, Arnaldo Moreira, Arthur Gomes Maia, Carlos Souza, Ataliba Fagundes, Heitor Ferreira, Antonio de Souza Góis, Angelo Moreno, Lídio Lima, Antenor Neves, Bertholino Belarmino da Silva, Alberto Linhares Bentenmüller, Cristobal Lechuga, Jacinto Coelho de Souza, José Maria do Nascimento, Marcelino Lima, Achiles Verlangieri, José Manvailer, Hermenegildo da Costa Lima, Laurindo S. Marques, João Baptista de Souza e Adolph Calandrini Alves de Souza.


FONTE: Arquivo Público Estadual, Boletim nº 2 da Comissão Revolucionária de Ponta Porã, in Mato Grosso do Sul - trajetória 30 anos, Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, 2007, página 50. 

FOTO: do acervo de Yhuld Giovani Bueno.




20 de julho

1933 - Dom Vicente Priante nomeado 5° bispo de Corumbá




Realizou-se na capital paulista a sagração solene de dom Vicente Priante, elevado a bispo da diocese de Corumbá, por bula do papa Pio XI. Dom Priante assume a diocese, após mais de um ano de vacância, com a promoção de Dom Antonio de Almeida Lustosa para o arcebispado de Belém do Pará.

Salesiano, natural de Barra Mansa, onde nasceu a 17 de maio de 1883, cursou humanidades no Colégio Santa Rosa, de Niteroi. Em 1903 na Congregação salesiana recebeu o hábito do padre Carlos Peretto, inspetor das Casas Salesianas do Sul do Brasil.

De 1906 a 19012 exerceu o magistério, como professor e assistente nos colégios de Niteroi e Lorena. Em 1919 recebeu a consagração sacerdotal das mãos de dom Epaminondas d'Ávila, bispo de Taubaté e foi para a Casa de Jaboatão, em Pernambuco, como diretor, sendo transferido em seguida para o Colégio de São João, em Campinas, entidade que dirigiu até 1922. Ainda em Campinas foi diretor do Liceu N.S. Auxiliadora, até 1926, data em que a pedido do bispo de Uberada, dom Antonio de Almeida Lustosa, transferiu-se para a paróquia de São Domingos do Araxá.

Suas últimas atividades, antes de tornar-se bispo de Corumbá, desenvolveram-se na direção do Instituto Dom Bosco, em São Paulo, tendo aos seus cuidados a paróquia de Maria Auxiliadora, do Bom Retiro, bairro paulistano.


FONTE: Jornal do Commercio (Campo Grande), 30 de julho de 1933.

FOTO: acervo da Diocese de Corumbá.


20 de julho

1959 - Executado vereador que denunciou contrabando 






É assassinado em Corumbá na noite de 20 de julho de 1959,o vereador Edu Rocha (PSD). O principal suspeito como mandante do crime foi o chefe da alfândega da cidade, Carivaldo Salles, denunciado pelo edil como chefe de uma quadrilha de contrabandistas de automóveis. As denúncias veiculadas pela revista "O Cruzeiro", então o principal orgão da imprensa brasileira, ganharam repercussão nacionalO homicídio, segundo a revista carioca, ocorreu por volta das 21,30 h e foi descrito em detalhes:

Nessa noite havia sessão na Câmara de vereadores local. Edu Rocha era o líder da bancada pessedista e também o vereador mais votado do município. Já exercera as funções de presidente dcâmara e era apontado como o mais forte candidato a prefeito da cidade. Nessa noite, Carivaldo Salles, que nunca antes comparecera à câmara, assistiu à sessão, desde o começo e quase até o fim. Estava extremamente nervoso. Fumava um cigarro após outro. Durante todo o tempo em que permaneceu no recinto pelas janelas da câmara podia-se ver, furtivamente, a cabeça de elementos notoriamente apontados como pertencentes à "gangde contabandistas. Esses capangas olhavam para dentro do recinto, de soslaio, pelos cantos das janelas, um de cada vez, como se revezando na tarefa de dar cobertura ao "chefe" em caso de algum imprevisto. Quando Edu Rocha terminou seu discurso sobre assunto rotineiro da vida da cidade (nome a ser dado a uma praça pública), Carivaldo saiu e foi sentar-se em seu automóvel vermelho e capota cinza. Tal qual uma fera traiçoeira, ali fora esperar sua vítima. As declarações de numerosas testemunhas permitem compor fielmente o cenário do crime: o "jeep" de Edu Rocha estava estacionado diante da residência da sra. Laura Provenzano, ao lado da Câmara de Vereadores. A uns 5 metros adiante do "jeep", de frente para este e inclusive na contramão), estava parado, sob uma árvore, o carro de Carivaldo. No volante do automóvel, vigiava o capanga do inspetor, de nome César Aral, vulgo "Papito", pistoleiro de má fama e temido pela sua periculosidade. Viera do Paraguai, e em Corumbá prestava serviços a Carivaldo como guarda-costas e como motorista. No assento traseiro do veículo, meio oculto na penumbra, Carivaldo, que abandonara o recinto da Câmara antes do término da sessão, esperava a hora do drama. Quando os vereadores sairam, no final dos trabalhos, muitos deles permaneceram na calçada, conversando em grupos. Edu Rocha e seu colega Arquibaldo Andrade foram os últimos a deixar a porta da Câmara. Palestraram sozinhos durante alguns instantes, e, por fim, a convite de Edu, resolveram tomar um cafezinho. Edu passou por trás do seu "jeep" para alcançar o lado esquerdo do veículo. Quando abriu a porta para sentar-se ao volante, ouviu-se a rajada fatal, entrecortada por um gemido fraco. Arquibaldo Andrade, que se aprestava para entrar no "jeep" pela porta direita, mal teve tempo de voltar a cabeça e ainda assim sentiu grãos de pólvora bateram em seu rosto como chuvisco. Nesse momentoo porteiro da Câmara, Feliciano Rodrigues, que fechava a porta do edifício, caia ao chão, contorcendo-se em dores e pedindo socorro. Arquibaldo Andrade pode ver o carro vermelho de Carivaldo arrancar em debalada carreira, desaparecendo no fim da praça. Ao correr para pedir socorro, Arquibaldo viu, saindo de "um ponto qualquer do jardim", o lugar-tenente de Carivaldo, o valentão Artigas Vilalva, de quem tanto falamos em nossas reportagens sobre o contrabando. (...) 

Ao tombar ao solo, Edu Rocha já não tinha mais vida. Não era para menos. A rajada de metralhadora foi disparada quase à queima roupa, a mais ou menos dois metros de distância, de vez que o carro do assassino passou rente ao jipe do vereador. A metralhadora empregada foi do tipo "piripipi", muito usada na Bolívia e Paraguai. O laudo do exame cadavérico, assinado  pelos cirurgiões que autopsiaram o corpo de Edu, atesta a brutalidade do crime. O vereador foi atravessado por 5 balas que penetraram: a) na boca, destruindo os incisivos superiores;b) na região frontal esquerda; c) na região frontal direita;d) na região external (peito) no seu terço médio; e) na região paraexternal esquerda, para dentro da linha mediana.


Levado a juri em 24 de outubro de 1963, Carinaldo foi absolvido por 5 a 2.



FONTE: Revista O Cruzeiro (RJ), 27 de agosto de 1959.



20 de julho


1972 - Vingança tardia: a morte do coronel Couto

Foi morto a tiro em Campo Grande, aos 44 anos, o coronel PM Benedito Campos Couto. Sua morte, teria sido um ato de vingança, segundo confidenciou a amigos o seu autor antes de cometê-la. Réu confesso do assassinato do vereador Hans Peters, de Terenos, no início da década de 60, Antonio Estevão de Marães, o Antonio Verdureiro, entregou-se à polícia em Campo Grande, logo em seguida ao homicídio. Na delegacia, cujo titular era o então major Benedito de Campos Couto, denunciou espancamento, o qual teria tido a participação direta de delegado, ocasionando-lhe, entre outras lesões, um processo irreversível de perda das funções sexuais.

Cumprida a pena, Marães, como havia jurado na cadeia, matou com um tiro de revólver o coronel Couto. O crime mobilizou a PM do Estado inteiro, a partir de Campo Grande com a finalidade de capturar o assassino, encontrado em poucas horas e, ao reagir - segundo a versão da polícia - recebeu uma saraivada de tiros, vindo a falecer horas depois na Santa Casa.¹

QUEM ERA O CORONEL - O coronel Benedito Campos Couto era uma figura legendária da polícia militar de Mato Grosso. Nascido em Cuiabá, cursou a Academia de Polícia do Barro Branco em São Paulo. Como capitão assumiu a Delegacia de Polícia e o comando do destacamento policial do município. No governo de Fernando Correa da Costa (1960-1965) atingiu o cargo de delegado especial da zona Sul de Mato Grosso, com 34 delegacias sob sua jurisdição.²

Considerado herói da corporação, por lei estadual, sancionada pelo governador Reinaldo Azambuja, o coronel Couto dá nome ao 1° Batalhão da PM e a uma rua em Campo Grande.


FONTE: ¹Barbosa, Eronildo, Sindicalismo no Sul de Mato Grosso 1920-1980, Campo Grande, página 110; ²Informações do site Midiamax, Campo Grande, 02/09/2020.

OBISPO MAIS FAMOSO DE MATO GROSSO

  22 de janeiro 1918 – Dom Aquino assume o governo do Estado Consequência de amplo acordo entre situação e oposição, depois da Caetanada, qu...