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quarta-feira, 1 de setembro de 2021

11 de dezembro

11 de dezembro 

1865 -Taunay chega ao Taquari 

A frente das tropas, a comissão de engenharia da força expedicionária alcança o rio Taquari:

"Percorremos uma outra légua a rumo O e atingimos a margem esquerda do majestoso Taquari, depois de 5 1/2 léguas de viagem, caminhando, ora entre cerrados, ora entre capoeiras de difícil trânsito. O Taquari. formado pelos rios Pântano e São José de um lado, Ariranha e /taquari propriamente dito do outro, (os quais têm as suas cabeceiras em uma zona de sete léguas, mais ou menos), apresenta já aí considerá vel massa de água; largura de 72 metros e profundidade variável; oferecendo mais adiante do porto nado em toda sua extensão, mesmo nas maiores secas.

A sua correnteza é extraordinária na cachoeira que aí se forma, modificada no remanso, onde tem apenas a velocidade de 1,10 a 1,30 por segundo: o leito é de areia e em alguns lugares de rocha; corre na direção S.S.O. A passagem é feita por meio de uma canoa que os viajantes terão muitas vezes que ir buscar a nado na margem oposta, pois que não se encontram barqueiros". 

FONTE: Taunay, Em Mato Grosso Invadido, Edições Melhoramentos, S. Paulo, sd., página 99.


11 de dezembro

1924 - Estado arrenda minas de manganês em Corumbá

Realizada concorrência pública para arrendamento das minas de manganês situadas no município de Corumbá, tendo sido aceita a proposta da Empresa de Mineração, que assinou o respectivo contrato a 18 do mesmo mês.

Para o presidente Estevão Alves Correa, que firmou o contrato, a iniciativa abre "nova fase de esperanças de próximo início do aproveitamento das opulentas jazidas de minérios do Urucum, cuja produção industrial, inaugurada a 6 do corrente, contribuirá, sem dúvida, para o progresso local e do Estado".


FONTE: Mensagem à Assembleia Legislativa de Mato Grosso, em 13 de maio de 1925,página 50.



11 de dezembro

1953 - Criados os municípios de Sidrolândia e Água Clara

O governador Fernando Correa da Costa, sancionou lei, criando mais dois municípios no Sul do Estado: Sidrolândia, desmembrada de Campo Grande e Água Clara, de Três Lagoas.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

17 de dezembro

17 de dezembro

1865 – Forças brasileiras acampam em Coxim



As tropas brasileiras que combaterão os paraguaios na fronteira, após vários meses no trajeto entre São Paulo e Mato Grosso, acampam “no lugar denominado Beliago, ou mais vulgarmente Coxim, incorporando-se a elas o contingente de tropas da província de Goiás, o qual aí se achava desde o dia 7 de setembro daquele ano e era composto de um esquadrão de cavalaria e de um batalhão de linha n. 20, completado com duas companhias de praças voluntárias.”

O tenente Taunay, da comissão de engenharia da força, descreve o novo acampamento da expedição brasileira:

“O local, indicado por vários entendidos como o mais próprio para cobrir a capital da província de Mato Grosso e ao mesmo tempo defender as estradas que dessem pronta comunicação com as outras províncias limítrofes, assenta, como dissemos, na confluência dos dois rios Taquari e Coxim, os quais unem as suas águas depois de curso bastante longo, vindo o primeiro da direção média E. e o outro de S.E., e formando no ponto de reunião uma corredeira importante, a última que encontravam os navegantes desses caudais, ao demandarem o rio Paraguai e a cidade de Cuiabá. Este local devia para o futuro tomar certo incremento e já se ia constituindo em núcleo de população, quando os paraguaios prolongaram até aí a sua devastadora incursão. Era ponto de muitos gêneros de Goiás, tendo sido, desde o século passado, necessidade de se formar aí um estabelecimento, quando em uso a navegação interna pelos rios Paraná e Pardo de um lado, e Camapuã e Coxim do outro, para lá do varadouro que levava do vale do Paraná ao do Paraguai. Até a barra dos dois rios, chegam canoas grandes com extrema facilidade, sendo possível a vinda de vapores a 2 ½ léguas abaixo dela, como já se deu.


Existia em 1862 o projeto de criação de uma colônia militar à margem direita do Taquari e o presidente de então, o sr. Herculano Ferreira Pena, tornou salientes em seu relatório à assembléia provincial as vantagens que para o profuso abastecimento dos pontos situados à margem do grande Paraguai, e mesmo para o da capital se originariam com a formação de um centro povoado que, atraindo a exportação ao Coxim, a estendesse com pouco custo até Corumbá, Dourados, etc. Tendo havido o projeto de se construir uma obra de fortificação passageira para a guarnição que aí ficou com quatro bocas de fogo, por ocasião da descida das forças para Miranda, não achou o engenheiro, 1º tenente Joaquim José Pinto Chichorro da Gama, em todos os terrenos próximos, um local conveniente para esse fim. A planta, porém, e o traçado foram entregues ao coronel comandante das forças.


Debaixo do ponto de vista militar, como já mostramos, não preenche a posição nenhuma das condições precisas. Considerado, porém, pelo lado pitoresco e comercial, o Coxim, cercado de outeiros baixos, banhado por um belo rio, navegável e de águas claras, rodeado de frondente vegetação, em situação favorável à saúde, como demonstrou exuberantemente a estatística do hospital ambulante da força é localidade aprazível e uma das mais apropriadas para um centro de população.


O Taquari, depois de receber o contingente do Coxim rola uma massa considerável de água, apresentando, entre margens altas e abruptas, a largura média de 176 metros. Pelo lado esquerdo segue-o uma fita larga de bonita mataria e, dali a 40 léguas, sempre com um curso regular e livre de obstáculos, vai atirar-se no rio Paraguai, abaixo de Corumbá, que fica à margem direita daquele caudal.


Os recursos de que dispunha o lugar eram diminutíssimos: apenas duas fazendas se achavam numa periferia de 12 léguas, ambas de minguados produtos; tendo sindo, além disso, uma delas, a de Luiz Teodoro, devastada pelos inimigos, os quais, na invasão de abril daquele ano, além de queimarem os mantimentos que não podiam levar, estragaram também todas as plantações            ainda novas. Pouco ou nenhum gado existia em seus arredores e as más pastarias favorecem o desenvolvimento da peste de cadeiras, tão fatal aos animais muares e cavalares em todo o sul de Mato Grosso. 


Uma alteração profunda no sistema atual de viver não há contudo sofrer demora: a passagem para a vida agrícola. A moléstia que grassa entre os cavalos produzirá esta modificação. Não há cavalo que resista àquela peste, depois de poucos anos de trabalho, de modo que, em certas épocas, qualquer animal atinge preços despropositados. Em alguns anos a dificuldade em obter cavalhada tem impossibilitado o costêo, sem o qual o gado se torna arisco e bravio, como o que avistamos na base da serra de Maracaju. (...)


Nessas condições e já começando a sentir a penúria da falta de víveres, como acima deixamos expendido, acampou a força esperando ordem para posteriores marchas. O tempo das águas começando em setembro, devia prolongar-se até maio, impedindo a passagem pelos terrenos inundados que separam o Coxim do rio Aquidauana, onde, de novo, aparecem as terras altas, e onde se acham os primeiros postos paraguaios.”
 


FONTE: Taunay, Em Mato Grosso Invadido, Companhia Melhoramentos de S. Paulo, sd, página 58

IMAGEM: barracão da comissão de engenheiros no acampamento de Coxim. Desenho de Taunay.



17 de dezembro


1880 - Corumbá anuncia arrocho fiscal 

Em edital a Câmara Municipal de Corumbá comunica aos contribuintes de Corumbá e Ladário as normas fiscais que vão vigorar a partir de 1881. O aviso foi publicado no semanário O Iniciador de 23 de dezembro:






17 de dezembro

1913 – Expedição Roosevelt no rio Taquari

Paraguai rio acima com destino a Cuiabá, a comissão do ex-presidente americano, que tem como guia o sertanista Cândido Rondon, alcança a foz do Taquari:


“A 17 de dezembro o cel. Rondon e vários membros da comitiva saíram em uma pequena embarcação para a fazenda de um tal senhor Barros – Las Palmeiras – no rio Taquari. Nós continuamos a descer o Paraguai mais algumas milhas e em seguida subimos o Taquari. Foi uma bela viagem. O rio, que é raso (fomos obrigados a parar várias vezes), corre por uma vasta planície pantanosa, com raras elevações cobertas de árvores. Havia muitas aves aquáticas. Pululavam as anhingas. Mas a mais interessante e atraente de todas as aves era o imponente jaburu. Bandos e bandos dessa espécie de cegonha branqueavam os pântanos ou se enfileiravam nas margens do rio.

Não são aves espantadiças, apesar do grande porte; antes do vôo dão uma carreira de alguns metros e depois lançam-se no ar. Certa vez, à tarde, um casal de jaburus se pôs a voar em curvas, muito alto sobre nossas cabeças, subindo cada vez mais, até quase desaparecer nas alturas. Outra ocasião, já dia avançado, passou um bando pela embarcação, rebrilhando, à luz da tarde, o corpo branco com pontos pretos; junto com eles os colheireiros também voavam, como manchas rosadas entre os seus companheiros de neve. 


Enxames de jacarés apareciam a toda hora, e nós matamos inúmeros desses nocivos anfíbios. E eles – coisa singular – ficavam impassíveis à nossa aproximação e ao estampido dos tiros. Às vezes se punham eretos sobre as pernas como se fossem miniaturas de monstros pré-históricos. Um deles mostrou, pelo seu modo de agir, a insignificância das dores causadas pelo tiro sobre esses animais de nervos insensíveis e sangue frio. Estava estirado na praia quando foi atingido por uma bala calibre 22. Deslizou para a água, mas caiu justamente no meio de um cardume de piabas. Num momento pareceu haver esquecido tudo com exceção do seu voraz apetite, e começou a deglutir os peixes. Abocanhou peixe por peixe, levantando a cabeça acima da água cada vez que agarrava um; mas uma segunda bala pôs fim à cena. Alguns deles, quando são visados pela arma, mostram o mais extraordinário indiferentismo.”
 



FONTE:  Marco Rossi, Viajantes do Pantanal - séculos XVI a XX, Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, 2002, página 82


17 de dezembro

2013 - Privatizada a BR-163 em Mato Grosso do Sul

Leilão da BR-163 em Mato Grosso do Sul (Foto: Editoria de Arte/G1)

 
A Companhia de Participações em Concessões (CPC, parte do Grupo CCR) arrematou nesta terça-feira (17) a concessão do trecho da BR-163 que corta  Mato Grosso do Sul, por um preço de pedágio 52,74% menor que o máximo fixado pelo governo.


A empresa ofereceu uma proposta de tarifa de R$ 0,04381 por quilômetro (ou R$ 4,381 para cada 100 quilômetros rodados). O valor representa um deságio (desconto) de 52,74% em relação ao teto de R$ 0,0927 fixado pelo edital – o maior teto entre os quatro leilões de rodovia federal já realizados este ano.
Seis grupos participaram da disputa, que é o penúltimo leilão de trecho rodoviário feito pelo governo em 2013.


O trecho da BR-163 que será transferido para a iniciativa privada tem 847,2 quilômetros. O segmento vai da divisa entre MT e MS, ao norte, até a divisa de MS e PR, ao sul. Ele passa por 20 municípios de Mato Grosso do Sul e, ao longo dele, serão instaladas nove praças de cobrança de pedágio.


A concessão será mantida por um prazo de 30 anos. Nesse período, o governo estima que a concessionária deverá arrecadar cerca de R$ 18,8 bilhões.
A BR-163 é uma das principais vias de escoamento da produção de grãos das regiões Centro-Oeste e Norte. O trecho da rodovia em Mato Grosso já havia sido leiloado e arrematado pelo grupo Odebrecht. A aposta é que a duplicação da estrada em toda a sua extensão aliviará o atual movimento de cargas que percorrem a rodovia e seguem em direção aos portos de Santos (SP) e Paranaguá (PR).

Quarto leilão de rodovia do ano
O leilão da BR-163 faz parte do Programa de Investimento em Logística (PIL), lançado pelo governo em agosto do ano passado para concessão de nove lotes, em um total de 7,5 mil quilômetros de rodovias federais.

Investimentos
A previsão do governo é que sejam investidos cerca de R$ 5,69 bilhões no trecho da BR-163/MS ao longo do período de concessão.
A concessionária terá que duplicar praticamente todo o trecho concedido. Dos 847,2 quilômetros que serão administrados pela iniciativa privada, 806,3 quilômetros são de pistas simples, que deverão ser duplicadas em um prazo máximo de cinco anos.
Pela regra do leilão, a cobrança de pedágio em toda a extensão da rodovia só pode começar depois de concluídos 10% das obras de duplicação (80,6 quilômetros).
Além disso, a concessionária também será obrigada a fazer uma série de obras de melhorias no trecho, o que inclui a construção de 35,3 quilômetros de vias marginais, três acessos e pelo 16 passarelas. A empresa vencedora terá, ainda, que investir na implantação de um sistema de controle de tráfego (com monitoramento da pista, painéis de mensagens, câmeras de vigilância e controle de velocidade, entre outros), e um sistema de atendimento aos motoristas, com atendimento médico, socorro mecânico e instalação de pontos de apoio e parada.


A vencedora
A Companhia de Participações em Concessões (CPC) é controlada pelo Grupo CCR, uma empresa de concessão de infraestrutura que atua nos segmentos de concessão de rodovias, mobilidade urbana e serviços, e afirma ter valor de mercado de R$ 32,2 bilhões.


O grupo tem a concessão de 2.437 quilômetros de rodovias em São Paulo, no Rio de Janeiro e no Paraná. Também detém participação na operadora dos meios eletrônicos de pagamento Sem Parar e Via Fácil.


O CCR já participou de outras disputas por diferentes tipos de concessões. Tem participação na ViaQuatro, que opera a Linha 4-Amarela do Metrô de São Paulo, e na Controlar, que faz a inspeção veicular na capital paulista.


Em outubro, o grupo venceu uma licitação do governo da Bahia para construção e exploração comercial do Metrô de Salvador. O contrato assinado entre o governo e a companhia tem duração de 30 anos.

Propostas apresentadas no leilão
O número de concorrentes no leilão da BR-163/MS, realizado nesta terça-feira, na BM&FBovespa, em São Paulo, foi maior que o do último leilão – de trechos das BRs-060/153/262 –, quando cinco grupos e empresas participaram com propostas. Nos dois primeiros leilões, entregaram ofertas oito e sete grupos, respectivamente.


Confira os seis grupos que entregaram propostas para a BR-163/MS:
– Companhia de Participações em Concessões (CPC/CCR) – proposta de R$ 0,04381 por km (52,74% de deságio)


– Consórcio Queiroz Galvão Infraestrutura – proposta de R$ 0,05459 por km (41,11% de deságio)


– Consórcio Rota do Futuro (formado por Ecorodovias Infraestrutura e Logística S/A; Coimex Empreendimentos e Participações Ltda; Rio Novo Locações Ltda; Tervap Pitanga Mineração e Pavimentação; Contek Engenharia S/A; A. Madeira Indústria e Comércio Ltda; Urbesa Administração e Participações Ltda.) – proposta de R$ 0,05175 por km (44,17% de deságio)


– Investimentos e Participações em Infraestrutura S.A. (Invepar) – proposta de R$ 0,06396 por km (31% de deságio)


– Odebrecht Transport S.A. – proposta de R$ 0,08482 por km (8,5% de deságio)


– Triunfo Participações e Investimentos S.A. – proposta de R$ 0,08992 por km (2,99% de deságio)



FONTE
: G1, 17 de dezembro de 2013

sábado, 14 de dezembro de 2013

28 de dezembro

28 de dezembro

1864 - Paraguaios ocupam forte Coimbra



Após três dias de batalha, o coronel Porto Carreiro, comandante brasileiro do forte Coimbra, decide abandonar a fortaleza, imediatamente ocupada pelo inimigo. Os pormenores dos combates, averbados pelo vencidos, estão no relatório do comandante Vicente Barros ao ministro da Guerra e Marinha do Paraguai:



Senhor  Ministro:



Tenho a honra de levar ao conhecimento de V.E. o resultado das operações feitas pela força sob meu comando em cumprimento da comissão a mim confiada pelo Exmo. Senhor  Presidente da República.

Depois de uma rápida e feliz viagem,  a expedição ancorou em frente de Coimbra na noite de 26 do corrente, e imediatamente depois fiz desembarcar parte da força de meu comando na costa esquerda do rio Paraguai à distância de uma légua mais abaixo do forte, de onde mandei proceder  ao reconhecimento do terreno,  ocupado as posições estratégicas mais importantes que deviam servir de pontos de operações  à divisão expedicionária e de onde podia bombardear com vantagem,  esperando desalojar a guarnição do forte.
O vapor de guerra brasileiro Anhambay com outro mais novo, que marchou no mesmo dia rio acima encontravam-se no porto, o qual colocando-se mais tarde à proteção do forte, contribuiu poderosamente  em sua defesa.

Feitos todos os preparativos necessários, despachei a um oficial parlamentário para notificar ao comandante do forte a intimação de rendição que tenho a honra de anexar uma cópia à V. E. Esta intimação mereceu do dito comandante a contestação, cuja tradução também junto.

Depois da negativa do comandante do forte de Coimbra decidi apelar pelas armas. E com efeito, cerca das 11 do dia mandei romper o fogo. A princípio somente as canhoneiras grossas sustentaram o combate contra as baterias inimigas, porém logo tomaram parte peças volantes, cuja colocação na fralda do morro fronteiriço a Coimbra representava alguma dificuldade, e que bem colocadas, fizeram algum efeito em seus tiros acertados na fortaleza e sua guarnição.

Aos dois dias de bombardeio, oportuno fazer uma tentativa de assalto; a qual se lvou a efeito às duas da tarde do dia 28 do corrente, com mais ardor do que a prudência aconselhada. Parte da força que ocupa a fralda da colina de Coimbra ao mando do sargento-major Luis Gonzalez, avançou rapidamente em direção aos muros do forte por meio de quatro fendas diferentes abertas abaixo do mais sustentado fogo da artilharia do forte, por todas as peças que batem a fralda do morro. No momento de acercar-se à muralha nossos soldados receberam uma torrente de balas, metralhas e granadas procedentes tanto do forte como do vapor inimigo. Mas os paraguaios, conservando sempre sua serenidade e com uma decisão e arrojo admiráveis, avançaram sempre sobre aqueles de seus mesmos companheiros de armas que primeiro haviam vertido seu sangue por sustentar os direitos da Pátria. Muitos conseguiram assim alcançar os altos muros do forte, sendo quase invariavelmente rechaçados à ponta de baioneta ou vítimas das granadas que eram atiradas ao pé do muro.

O assalto foi executado com toda a velocidade que recomendam as ordens, porém visto as grandes dificuldades que lhes impediam o passo, tanto por parte dos defensores do forte, quanto pela natureza desvantajosa do terreno, se retiraram os nossos recuando-se sobre esta reserva, levando consigo a maior parte dos feridos.

Nesta jornada distinguiu-se o benemérito subtenente de 1ª. Classe da 3ª. Companhia do batalhão n° 6, Juan Tomas Rivas, que dando um nobre exemplo à sua companhia foi o primeiro pisando os cadáveres de seus companheiros conseguiu subir o muro por duas vezes, repelido na primeira e caindo na segunda de um balaço na frente a aumentar o número dos que com seus gloriosos restos escalavam desde o pé do muro. Este digno oficial da Pátria, caiu heroicamente dos altos muros de Coimbra, deixando um assinalado exemplo para seus companheiros, por sua decisão, serenidade e bravura.

O sub-tenente 2° da companhia de caçadores do batalhão n° 7, Manuel Lopez, não caiu menos gloriosamente de um capacete de bomba na frente, conduzindo a companhia sob seu comando,  a cuja cabeça seguiu até que desfaleceram suas forças.

Durante a séria ameaça do alferes Rivas lograram escalar e penetrar na praça por um de seus flancos o sargento Laureano Sanabria e 7 companheiros da companhia que o batalhão n° 7 tinha ali de serviço, e lutaram corpo a corpo, até sair fora de combate todos eles, mortos ou feridos, à exceção do soldado Pedro Castellano a quem ao descer  do muro conseguiu escapar ileso.

Pelo que se vê a fortaleza era sustentável, porém podendo tentar-se com esperança outro assalto com os conhecimentos adquiridos na primeira tentativa e o exemplo de haver podido assaltar os muros o sargento Sanabria e seus valentes companheiros, tomei as medidas necessárias para o dia seguinte,  fazendo entre outras que as peças da companhia situadas à esquerda do rio, à ordem do capitão Almiron, tomassem uma posição mais conveniente para impossibilitar o fogo do Anhambay, cortando-lhe sua retirada, afim de que nãopudesse escapar, porém  a guarnição do forte, apercebendo-se destes movimentos e tremendo ante a ideia de uma assalto mais estudado com o conhecimento que havia adquirido da intrepidez de nossos soldados, aproveitando-se  da escuridão da noite e ao abrigo das brenhas, fugiu precipitadamente, amparando-se no vapor Anhambay para escapar rio acima, levando o soldado já citado, Pedro Castellanos e deixando um ferido de sua nação. Até aqui o tenente-coronel Porto Carreiro havia feito boa defesa da inexpugnável  fortaleza que comandava.

Depois da fuga da guarnição que, sem dúvida, receosa dos ataques para o dia seguinte, a fortaleza foi ocupada pela guarda que lhe era mais imediata e desde o dia de ontem a bandeira nacional tremula sobre os muros de Coimbra, que caiu ao nosso poder com 37 canhões, sua bandeira e o estandarte de sua guarnição, centenas de armas portáteis de toda classe, com um parque imenso, víveres, roupa feita e de uso, assim como outros objetos, como maestranza, botica, serviço de oratório, uniformes de oficiais, decorações,etc.

Não é possível, senhor ministro dizer à V.E. o número nem classe de mortos dos inimigos, porque forma jogados n’água, porém, pelos rastos de sangue encontrados e os projéteis explodidos, esse número não deve ser insignificante.
Do nosso lado, nós não tivemos na classe oficial mais perdas do que os dos homens corajosos que eu mencionei e a tropa, constante da lista anexa, cujo número considero pequeno, considerando que nossos soldados combatiam contra as muralhas e a completa vantagem dos inimigos, cuja mosqueteria era  invisível aos nossos soldados, fazendo seu fogo pela abertura de seus parapeitos.

Como V.E. observará pela lista de feridos que tenho que acompanha nesta classe se encontra o sargento-major Luis Gonzalez e os sub-tenentes Manuel Nuñes e Plácido Mendez, não sendo por enquanto de caráter grave suas feridas. O major Gozalez tem sustentado bem o posto que lhe foi confiado.
Eu devo felicitar ao Exm°  Señor  Presidente da República e à Pátria, pelo bizarro comportamento das tropas de meu comando em Coimbra, porque a resistência de uma fortaleza de séculos, provou tão vantajosamente dos brios dos soldados da Pátria.

Amanhã empreenderei minhas operações sobre Albuquerque e Corumbá onde espero encontrar os fugitivos deste forte.

Fortaleza de Coimbra, 30 de dezembro de1864.

Deus guarde à V.E. muitos anos.

VICENTE BARRIOS

FONTE: El Semanário, Assunção (PY), 7 de janeiro de 1864. 

FOTO: vapor brasileiro Anhambay,exposto no parque Vapor Cuê, em Caraguataí, Paraguai.



28 de dezembro

1876 – Dom Luis nomeado bispo de Mato Grosso



Para suceder a dom José Antonio dos Reis, falecido em onze de outubro, é nomeado bispo da província de Mato Grosso, o maranhanse dom Carlos Luis D’Amour, que chegou a Cuiabá em de maio de 1879.
Último bispo do Império e primeiro da República, ficou à frente do arcebispado até julho de 1921, quando faleceu, sendo substituído por dom Aquino Correa. Dom Luis foi o primeiro bispo a visitar Campo Grande.
  A vila chefiada por José Antonio Pereira foi a última a ser visitada pelo prelado cuiabano em sua primeira viagem ao Sul do Estado. 


FONTE: Estevão de Mendonça, Datas Matogrossenses, (2ª edição) Governo de Mato Grosso, Cuiabá, 1973, página 343.



28 de dezembro

1877 - Jornal de Corumbá anuncia descoberta de diamante em Coxim

Com notícia atribuída ao jornal O Iniciador, de Corumbá, a Gazeta de Notícias, do Rio de Janeiro, dá destaque à descoberta de um grande veio de diamantes, descoberto na freguesia de S. José de Herculânia (Coxim):

"Mais de uma vez referindo-nos as imensas riquezas desta província, que jazem inexploradas por falta de braços e de iniciativa particular, temos falado de sua prodigiosa riqueza do reino mineral, asseverando que o ouro, a prata e os diamantes abundam tanto, que só esperam o trabalho de extraí-los do seio da terra, pois suas jazidas não mais ou menos sabidas. A importante descoberta que se acaba de fazer em S. José de Herculânia de uma riquíssima mina de brilhantes é uma prova de que quanto temos afirmado não são puras declamações.

Há muitos anos se sabe no Coxim (S. José de herculânia) existem terrenos diamantinos, e muita gente mesmo que se dedicava à mineração tinha tirado algum resultado, que cobrindo as despesas feitas, deixava ainda lucros; porém, ou porque o trabalho se fizesse em pequena escala ou porque não minerassem nas verdadeira jazidas de diamantes, esses resultados nunca foram tais que prometessem uma riqueza àqueles que se ocupassem daquele trabalho. Hoje, porém, acaba de descobrir-se a poucas léguas da freguesia de Herculânia uma mina de diamantes, que promete esplêndidos resultados àqueles que empreenderem sua exploração.

Não se trata já de algumas pedras encontradas aqui e ali de diminuto tamanho, e que não compensam os gastos da extração, trata-se de uma verdadeira jazida de diamantes, cujos proveitosos resultados dependem apena de uma exploração bem empreendida. Com efeito, , o trabalho até hoje feito pelo sr. alferes honorário Vicente Ferreira Valente e seu sócio tem sido para assim dizer, superficial e não obstante tem dado bons resultados, os magníficos brilhantes em exposição na casa dos srs, Firmo José de Matos & Cia. são uma pequena amostra do que vale a mina.

Que resultados, porém, não dará a ela quando for inteligentemente explorada em maior escala, com maior número de braços e quando se adiantar a mineração que até agora tem sido feita superficialmente nas primeiras camadas?

É indubitável que esta importante descoberta fará, em breve tempo, da freguesia de S. José de Herculânia uma das primeiras cidades da província, e que esta vila muito lucrará com ela, pois será o mercado onde se terão de prover do necessário os habitantes de Herculânia, cuja população aumentará logo, não só com gente mesmo da província que para ali já está afluindo em grande escala, como da província de Goiás, que lhe fica vizinha.

Conta-nos que diversas pessoas desta vila preparam expedições comerciais para S. José de Herculânia, e se prometem pingues resultados da venda das mercadorias que para ali conduzirem, pois, segundo dizem, delas havia falta.

É provável que sua esperança, aliás, bem fundada, se realize, principalmente para os primeiros que lá chegarem; quanto a nós, fazemos votos para que tomem impulso as explorações empreendidas, e não duvidamos afirmar que a descoberta das minas de diamantes do Coxim, colocadas como estão ao alcance de todos, à margem do rio e junto a frondosas matas, vem abrir uma era de prosperidade e progresso para província de Mato Grosso".

FONTE: Gazeta de Notícias (RJ), 28 de dezembro de 1877.



28 de dezembro

1913 - Governador recebe Roosevelt 

Sede da fazenda São João, propriedade da família do governador Costa Marques.


Impossibilitado de passar por Cuiabá, em sua excursão por Mato Grosso, o ex-presidente Theodoro Roosevelt, dos Estados Unidos, foi oficialmente recebido pelo presidente de Mato Grosso, após estadia em Corumbá, na fazenda São João, pertencente a familiares do chefe do executivo estadual, localizada à cerca de 30 quilômetros da capital. O encontro do governador José Augusto da Costa Marques com o estadista americano foi registrado por Roosevelt em suas memórias da viagem:

Na manhã do dia 28 alcançamos a sede da grande fazenda São João, de propriedade do sr.João da Costa Marques. Ele, seu filho mais moço do mesmo nome, que era Secretário de Agricultura do Estado, sua encantadora esposa, o Presidente de Mato Grosso e vários outros cavalheiros e senhoras, vieram de Cuiabá, que ficava a uns trinta quilômetros acima, para cumprimentar-nos. Fomos, como sempre, tratados com grande cordialidade e generosa hospitalidade. A comissão de recepção nos encontrou algumas milhas abaixo da casa da fazenda,em um vapor de leme de roda e uma lancha, ambos enfeitados com profusão de bandeiras. A belíssima casa branca da fazenda se erguia à pequena distância da borda do rio, numa campina pontilhada de lindas palmeiras reais.

Da fazenda São João a expedição, que tinha como comandante o coronel Cândido Rondon, seguiu para Cáceres e de lá para o norte do Estado.


FONTE: Theodore Roosevelt, Nas selvas do Brasil, Editora da USP/ Livraria Itatiaia Editora, Belo Horizonte, 1976, página 82. 

FOTO: reprodução do Album Gráfico de Mato Grosso, 1914.

21 de dezembro

21 de dezembro


1913 – Roosevelt mata onça no Pantanal




Em sua excursão pelo Brasil o ex-presidente dos Estados Unidos caça em fazenda pantaneira, em Corumbá. Rondon, que guiava a comitiva de Theodore Roosevelt registrou a façanha em seu diário:

A estada na fazenda das Palmeiras foi muito agradável. Matou o sr. Roosevelt a sua primeira onça, um magnífico exemplar da nossa canguçu-açu, o maior e mais terrível felino sul-americano. No dia imediato, matava Kermit a segunda onça – um casal. Deu-se o sr. Roosevelt por satisfeito e tratou de apressar a viagem. Esforçava-se por levar a cabo a expedição, sacrificando, porém, tudo quanto lhe não parecesse indispensável à realização do plano traçado. É que muito o preocupava a feição que vinham tomando os acontecimentos entre os Estados Unidos e o México. Chefe de partido, não queria ficar ausente senão o tempo essencial, isso mesmo, porque tinham todos a atenção voltada para a sua expedição. Fora por isso cancelada a visita à fazenda do Firme, rico viveiro de onças e dos grandes mamíferos da América do Sul, que faltavam no museu.


A expedição que chegou a Corumbá no dia 15 de dezembro permaneceu na cidade até a véspera do Natal, quando subiu o rio Paraguai.


FONTEEsther de Viveiros, Rondon Conta Sua Vida, Cooperativa Cultural dos Esperantistas, Rio, 1969, página 373 

FOTO: extraída do livro Viagens e caçadas em Mato Grosso, de H. Pereira da Cunha.




21 de dezembro

2011 - Caso Maiana Mariano comove população de Mato Grosso

É assassinada em Cuiabá, a mando de um comerciante com quem convivia, a jovem estudante Maiana Mariano Vilela, 16 anos. O empresário Rogério Silva Amorim, de 38 anos, separado da esposa, mantinha relação com Maiana há cerca de cinco meses. O relacionamento começou a se complicar, por razões não conhecidas, e ele teria, com a ajuda da ex-esposa, bolado um plano para se livrar da garota.

Contratou Paulo Ferreira Martins, de 44 anos e Carlos Alexandre da Silva, de 34 anos para matá-la. No dia do crime, pediu-lhe que passasse no banco, descontasse um cheque de R$ 500,00 e levasse o dinheiro para Paulo Ferreira em uma chácara próxima. Maiana, em uma moto, que lhe fora presenteada pelo amásio, descontou o cheque e levou o dinheiro, conforme combinado. Deu-se conta da cilada, apenas quando chegou ao local.

Dominada com facilidade por Paulo, que a esperava, foi asfixiada até a morte. Em seguida, o assassino, com o auxílio de Carlos Alexandre, conduziu o corpo até a ponte do Coxipó do Ouro, onde houve o sepultamento, em uma cova rasa. (Olhar Juridico 10/o3/2018)

Apenas cinco meses depois, o corpo da estudante foi encontrado, após escavações feitas pelo corpo de bombeiros. A ossada foi recolhida pelo Instituto de Medicina Legal (IML) e foram presos, além do mandante Rogério Silva Amorim e sua ex-esposa Calisângela de Moraes, mais seis pessoas envolvidas. 

Os cinco meses entre a morte de Maiana e a descoberta de seu corpo, foram acompanhados por Max Aguiar, do site HNT:

O relógio marcava 17h30 do dia 21 de dezembro de 2011, quando Suely Mariano Vilela, mãe de Maiana Mariano Vilela, que estava em viagem para o Paraná, recebeu um telefonema de Rogério Amorim, condenado por ser mandante, dizendo que a sua filha estava fora de casa há mais de 24 horas e ninguém sabia do paradeiro da adolescente. Mal sabia a mulher que quem lhe informava o desaparecimento de Maiana já tinha encomendado a morte dela.

Suely veio para Cuiabá e começou uma "caçada" por sua filha, que demorou cinco meses. O que mais chamou a atenção em todo esse tempo era que Rogério ajudava nas buscas, inclusive dizendo que ela poderia estar em São Paulo.

Entretanto, em maio de 2012, a Delegacia de Homicídios e Proteção à Família concluiu que Rogério mandou matar Maiana porque não estava suportando dois relacionamentos. "A pressão na mente dele foi tanta que ele resolveu torar a vida dela. A esposa de Rogério descobriu e pediu pra ele acabar com isso e Maiana não era fácil de soltar. Queria moto, roupas e outras coisas caras", disse a delegada que investigou o crime, Anaide Barros.² (HNT, 28/12/2016)

CONDENADOS - Em julgamento realizado em 19 de outubro de 2016, os indiciados foram condenados pelo Tribunal do Júri de Cuiabá, presidido pela juíza Mônica Catarina Perri. O empresário Rogério da Silva Amorim, foi sentenciado a 20 anos e 3 meses em regime fechado, como mandante do crime e por homicídio tipicamente qualificado. Paulo Ferreira Martins foi condenado a 18 anos e 9 meses e Carlos Alexandre da Silva a 1 ano e 6 meses em regime aberto.

FONTE: ¹Olhar Juridico, Cuiabá, 10/03/2018), ²HNT, Cuiabá, 28/12/2016









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