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quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

4 de maio

4 de maio


1866 - Guerra do Paraguai: colunas se juntam 


Taunay, 2º tenente e escriba da expedição brasileira

A caminho de Miranda, no acampamento do rio Negro, a primeira brigada que deixara antes o Coxim, é alcançada pela segunda, trazendo o novo contingente que enviara a província de Goiás. “Neste tempo - anota Taunay - achava-se a coluna a braços com as mais atrozes necessidades. A carne faltava de todo, os soldados quase que exclusivamente se sustentavam de fruta de jatobá e de outras árvores silvestres. O abuso trouxe logo o desenvolvimento de várias enfermidades, cuja atividade era ajudada pelas condições climatéricas do lugar. Com efeito, o acampamento assentava em chão fofo, que em covas de dois a três palmos de profundidade davam a água de beber. De mais por todos os lados pântanos extensos, sujeitos à ação do sol ardente, produziam exalações deletérias".



FONTE: Taunay, Em Mato Grosso invaddo, 14a. edição, Companhia Melhoramentos, S.Paulo, 1942, página 71.




4 de maio


1898 - Mesa de Rendas em Porto Murtinho





Em ato solene é inaugurada a mesa de Rendas de Porto Murtinho, em prédio doado à União pelo Banco Rio e Mato Grosso, novo proprietário da Companhia Mate Larangeira, controlado pelos irmãos Murtinho. Presentes o superintendente do banco, José Leite Pereira Gomes e o inspetor da Alfândega de Corumbá, capitão Antônio Correa da Silva Pereira. O primeiro escriturário da nova repartição foi Eugênio Nunes de Arruda. 



FONTE: Estevão de Mendonça, Datas matogrossenses, 2a. edição, Governo de Mato Grosso, Cuiabá, 1972, página 218.

FOTO: extraída do Album Graphico de Matto-Grosso (1914).



4 de maio 

1909 - Agua encanada, esgoto sanitário e iluminação para Corumbá


O intendente municipal de Corumbá, Pedro Paulo de Medeiros, faz publica edital de concorrência pública para para dotar a sede do município dos serviços de água potável, esgoto sanitário e iluminação pública:

"O 1º Vice-Intendente Municipal, em exercício, faz saber que a Câmara Municipal deliberou e ele manda publicar a seguinte Resolução:

Art. 1° - Fica nula e de nenhum efeito a concessão a que se refere a Resolução n? 51 de 21 de Dezembro de 1908 para o abastecimento de água potável e iluminação elétrica a esta cidade.

Art. 2° - O poder executivo municipal fica autorizado a chamar nova concorrência para cada um desses serviços, inclusive o de esgotos, limitando o prazo improrrogável de quatro meses para apresentação das respectivas propostas.

§  1° - Para a apresentação das propostas, cada proponente é obrigado à caução da quantia de dois contos de réis em moeda corrente, que reverterá para os cofres municipais no caso do não comparecimento do proponente ou seu representante idôneo para a assinatura do respectivo contrato da proposta aceita.

§ 2° - O depósito para garantia da execução de cada proposta aceita será da quantia de cinco contos de réis.

§ 3° - O proponente para o abastecimento de água potável, cuja proposta for aceita, depositará, além dos cinco contes de réis, também em moeda corrente, para pagamento dos estudos, plantas e orçamentos de que trata a Resolução n° 55, de 28 de janeiro do corrente ano.

Art. 3° - O privilégio para cada um dos referidos serviços será de 60 anos, no máximo, sendo os mesmos serviços executados e explorados exclusivamente pelo concessionário ou empresa que organizar, dentro ou fora do país.

Art. 4° - É fixado em sessenta dia o prazo para assinatura dos respectivos contratos desses serviços, sendo improrrogável dito prazo..

Art. 5° - Fica o poder executivo municipal autorizado a aceitar as propostas que julgar mais convenientes aos interesses do município, mandando lavrar os respectivos contratos.

Art. 6° - Revogam-se as disposições em contrário".


FONTE: Correio do Estado (Corumbá) 27 de abril de 1910.

sexta-feira, 4 de março de 2011

16 de julho

16 de julho

1797 - Fundado o presídio de Miranda



Planta do presídio de Miranda, de Francisco Rodrigues do Prado (Itanarati)

Com o objetivo de guarnecer a região pantaneira de eventuais ameaças espanholas, a partir de Assunção e do forte San José, à margem do rio Apa, o governador Caetano Pinto de Miranda mandou fundar o presídio Nossa Senhora de Carmo do Emboteteu. O estabelecimento foi construído pelo tenente Francisco Rodrigues do Prado que denominou-lhe e ao rio (então Emboteteu) de Miranda, em homenagem ao governador responsável por sua criação.

Vistoriando o local em 1820, o sargento-mor engenheiro Luiz D'Alincourt,constatou que o mesmo achava-se inteiramente irruinado: " a trincheira que está por terra, em várias partes, dá livre passagem ao gado; a estacaria quase toda podre; partes dos Quartéis têm caído, e os que restam estão danificados; no Paiol e Armazém do mantimento chove em abundância; finalmente não merece já o nome de Prezídio".

 
O resumo, de 1939, é do historiador Virgílio Correa Filho:

Posto que edificado em má posição topográfica, o posto militar converteu-se, por lei provincial de 1835, em freguesia e foi-se desenvolvendo até que, em 1859, condenado pelas comissões de engenheiros, que lhe arguiram o diminuto valor estratégico, transferiu-se o comando do distrito para Nioaque.
"Continuando como vila, a que foi elevada por lei de 30 de maio de 1857, e cabeça de comarca, padeceu como todos os povoados do Sul, os horrores do domínio paraguaio.

Passada a fase de expiação, começou novamente a desenvolver-se, enriquecida pela indústria pastoril, até que a desanexação de muitos de seus termo, que se erigiram em novas comarcas, veio diminuir-lhe sobremaneira a importância.

Jaz à latitude 20° 14' e 13° 8' de longitude O. Rio, à margem do rio Miranda, navegável por embarcações apropriadas, que a ligam a Corumbá.

Modernamente,além dessa via de comunicação, serve-lhe o comércio a E.F.Noroeste, além de estradas de rodagem, entre as quais sobreleva, pela sua importância, a que vai a Bela Vista.

É cabeça de comarca, tendo dois distritos de paz, o de Miranda e o Bonito, aos quais correspondem outros tantos distritos policiais.

Em 1918, a arrecadação efetuada montou a réis 57:536$105, e a 76:815$800 em 1924.


FONTES: Luiz D'Alincourt, Memória sobre a Viagem do Porto de Santos à Cidade de Cuiabá, Editora de Universidade de São Paulo, São Paulo,1975, páginas 169 e 170; Virgílio Correa Filho, Mato Grosso (2ª edição), Coeditora Brasileira, Rio de Janeiro, 1939, página 168. 


 
16 de julho


1902 Morre em Corumbá, Dormevil Malhado


Aos 64 anos falece em Corumbá, o herói de guerra e médico humanitário, o baiano Dormevil Malhado. O acontecimento ganha as páginas de A Pátria, jornal de Pedro Trouy:

Depois de longa e cruel enfermidade, a que foram improfícuos todos os cuidados e esforços médicos, faleceu às 9 horas da noite de 16 do corrente o estimadíssimo e venerando clínico dr. Dormevil José dos Santos Malhado, na adiantada idade de 67 anos.


O seu passamento é com justíssimas razões muito lamentado, pois quer nesta cidade como na capital do Estado, onde como Apóstolo do bem sentiu-se envelhecer, contava o ilustre morto muitos amigos que na sua caridade conquistara, tanto no palácio do rico como no albergue do pobre.
Pertencendo ao quadro do exército, chegou ao Estado muito moço e seus relevantes serviços ao povo e à pátria datam da epidemia de varíola que em 1867 lutuou a capital do Estado e da campanha do Paraguai, em cujas últimas expedições tomou parte.


Exerceu sempre com especial zelo e carinho diversos cargos públicos, entre outros os de Inspetor de Higiene, por diversas vezes, lente de pedagogia e da língua vernácula do Liceu Cuiabano, Diretor Geral da Instrução Pública, em cujo caráter aposentou-se e, ultimamente, o de inspetor do Porto desta cidade.


Durante o antigo regime foi por vezes vice-presidente desta então província, deputado à Assembléia Provincial, membro do diretório do extinto partido liberal e seu presidente, e teria sido eleito deputado geral se ele próprio não desistisse da cadeira que seus amigos lhe ofereceram para pedir-lhes a dessem a outrem.


Dotado de invejável talento, a sua palavra fluente arrebatava; sua pena de ouro enriqueceu e enobreceu por muito tempo a imprensa mato-grossense.
Como discípulo de Esculápio, a sua ciência era um sacerdócio em vez de uma profissão. Nunca visou os proventos que poderia ter tirado de sua competência; nunca lhe foram indiferentes os gemidos do pobre aos quais acudia sempre, mesmo periclitando a própria saúde.


A Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá lhe deve inolvidáveis e inimitáveis serviços, como a população desta cidade pelo inexecedível desvelo, pelo incansável cuidado, pelo paternal interesse com que, só, completamente só, acudia a todos durante o período da varíola que dizimou esta cidade no ano de 1900.


A sua idade e o estado de saúde, então alterada, não lhe foram obstáculo no exercício de seu sacerdócio.


Morreu pobre porque não fez profissão da medicina, legando à sua inconsolável esposa, às sua seis filhas e aos seus filhos apenas um nome honrado, coberto de bênçãos de um povo inteiro agradecido.


Ao seu enterro, que teve lugar às 8 horas da manhã seguinte, concorreu avultado número de amigos e uma guarda postada em frente ao cemitério prestou-lhe as honras a que a sua patente de capitão honorário do exército tinha direito.



FONTE: Estevão de Mendonça, Datas Matogrossenses, 2a. edição, Governo do Estado, Cuiabá, 1973, página 40. 



16 de julho

1916 - Assassinado o primeiro vigário de Campo Grande





Tendo assumido o posto em 19 de outubro de 1912 e suspenso das ordens sacras em junho do ano seguinte, o padre José Joaquim de Miranda é assassinado em sua casa, à rua 13 de Maio esquina com a avenida Mato Grosso, por um grupo de cavalarianos à frente o tenente Jacques da Luz. Primeiro vigário da cidade, levava uma vida desregrada para os padrões da época. Além de bom carteador e político extremado, afirma a crônica, portava sempre um "respeitável 44 para impor a lei dos homens, enquanto ao altar, após noites mal dormidas, pregava a lei de Cristo". 

Suspenso das ordens religiosas, negou-se a entregar a paróquia ao colega Mariano João Alves, empossado em 3 de junho de 1913, "mas só dois meses após logrou entrar na matriz, graças a intervenções insistentes de prestigiosos moradores da localidade." Antes de ser morto,chegou a eleger-se 2º vice-intendente municipal, cargo correspondente a vice-prefeito. Consta ainda que "substituindo os livros de prática religiosa e as imagens do Redentor, o padre trazia consigo, sob o colchão, sete armas de guerra e 2.000 cartuchos de Mauser"!


FONTE: Emílio Garcia Barbosa, Esboço histórico e divagações sobre Campo Grande, in Série Memória sul-mato-grossense,volume XIV, Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul, Campo Grande 2011, página 234. 

FOTO: Rua 13 de Maio, Campo Grande, década de 10 do século XX. Acervo do Arquivo de Campo Grande (Arca).




16 de julho

1918Campo Grande elevada à categoria de cidade


O intendente Rosário Congro
Fundado em 1872, quando José Antonio Pereira desembarcou pela primeira vez na afluência dos córregos que ficariam conhecidos como Prosa e Segredo, distrito de paz, pela lei no. 792, de 23 de novembro de 1889, município pela lei no 225, de 26 de agosto de 1899, e comarca em 1911, a vila de Santo Antônio de Campo Grande, recebeu os foros de cidade, pela lei no 772, de 6 de julho de 1918. O fato foi festivamente comemorado:

“Foi armado um grande palanque no jardim (atual praça Ari Coelho) para as comemorações populares, ocupado por vários oradores, que exaltavam a importância do acontecimento e o progresso da cidade que nascia.


Houve ainda um grande churrasco, tipo matogrossense do sul, com muita bebida e alegria. Na intendência foi realizada sessão cívica com inauguração de retratos de algumas personalidades importantes ligadas à história da cidade.


O intendente baixou resoluções dando o nome de presidente Dom Aquino à rua que hoje conserva esta denominação e é uma das principais da cidade. O nome anterior era Primeiro de Março.”





FONTE: Paulo Coelho Machado, Arlindo de Andrade o primeiro juiz de direito de Campo Grande, Tribunal de Justiça, Campo Grande, 1988, página 38.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

24 de abril

24 de abril

1865 – Paraguaios invadem Coxim



A vila de Coxim no tempo da guerra em desenho de Taunay



No seu apogeu, como entreposto do comércio com os goianos, Coxim interrompe abruptamente seu ciclo de crescimento econômico, com a invasão de Mato Grosso, em 1865 pelo exército do general Solano Lopez. A cidade foi ocupada por cerca de um ano por forças inimigas, que abandonaram a vila em 1866 com a aproximação da coluna de São Paulo, Minas e Goiás.

Conta Ronan Garcia da Silveira que “no momento em que aconteceu aquela invasão, provocando o pânico, ocorreram fugas de moradores, diante da presença dos paraguaios que, ao dominarem a região, estabeleceram o seu quartel general no lugar denominado fazenda São Pedro.


Relata a literatura referente ao episódio, que a notícia da invasão foi levada a Cuiabá pelo cidadão Antonio Theodoro de Carvalho, morador na região, que chegou à capital da província no dia 8 de maio de 1866, ou seja, treze meses após a invasão".¹


Sobre a localidade depõe Taunay, que por lá passou em 1865, como membro da comissão de engenheiros da força expedicionária brasileira que se dirigia à fronteira fez o seguinte depoimento:

"Antes da guerra este lugar, colonizado por gente de Mato Grosso, foi-se desenvolvendo com alguma lentidão. Entretanto nas vizinhanças estabeleceram-se vários mineiros que cultivavam com bom resultado as suas terras. Entre esses citaremos o Sr. João Theodoro de Carvalho. As poucas casas da colônia foram queimadas pelos paraguaios que chegaram ali no mês de abril de 1865 e não puderam ir além se não umas sete léguas, porque a cavalhada ia-lhes morrendo toda. Depois estabeleceu-se a nossa expedição e dela ficaram não só ranchos, como até algumas moradas boas e um grande depósito. Gente  afluiu para aí e constituiu então uma espécie de povoação".

O autor de Retirada da Leguna informa ainda que em toda a linha onde fora levantado o acampamento militar "está compreendido o lugar chamado Coxim e que fora destinado pelo governo imperial para o estabelecimento da colônia militar de Taquari ou Beliago".²

Sobre a invasão a Coxim, El Semanário, orgão da imprensa oficial do governo paraguaio, em sua edição de 3 de junho de 1865, dá a seguinte notícia:

"Nuestras fuerzas del Norte siguen en buen estado, y son señores de la frontera de Alto Paraguay, y sus afluentes,así como de todos los pontos tomados al enemigo que conoce el público.

De nuevo tenemos que dar cuenta de que nuestros soldados van poco a poco ganando terreno en Matto Grosso.

Una partida que despachó em Sor, Coronel Resquin al mando del capitan Ciudadano Juan Batista Agüero llegó el 24 de Abril a la colônia de Coxim a la derecha del Rio Taquari, despues de una marcha de mas de 70 leguas en la mayor parte por pantanales y cordilleras.

Tuvieron que atravezar a pié 22 léguas de esteros que hay desde el Rio Negro hasta cerca del arroyo Piuba.

La colonia se encontró desocupada de guarnicion: sus habitantes la habian abandonado como seis a ocho dias antes, a escepcion de 4 indivíduos que huyeron a la vista de nuestras tropas.

Los papeles tomados hemos publicado em el último número del Semanário: de mas se ve claramente que el Gobierno brasileiro tomaba sumo interes de reducir a los índios de la tribu de Caiapó, indígenas de las vertientes de los rios Coxim y Tacuari para aumentar con ellos las poblaciones, segun han hecho por nuestros mismos indigenas de Terecañi (Villa de Ygatimi), a quienes atrayendo en sus promesas les hizo poblar el Carguataticora a la derecha de la desembocadura de nuestro rio Ybeneima, o Ygurei el el Paraná, locual consta de declaraciones de indios tomados en el Brilante". 

Da invasão da vila, documento raro, carta publicada por um jornal carioca, de um comerciante que conseguiu escapar, deixando tudo para trás, inclusive a roupa do corpo:

A 24 de abril do corrente ano, pelas 6 horas da manhã, ao erguer-me do leito e abrir a porta de minha casa de negócio, que se acha situada na barranca do rio Taquari, à margem direita, (em o núcleo colonial de Coxim), avistei na margem oposta grande número de soldados paraguaios, e que gritavam-me lhes levasse uma canoa; à minha relutância sucedeu atirarem-se ao rio uma porção de lanceiros a cavalo, e após um chuveiro de balas foram arremessadas sucessivamente sobre minha morada, que me obrigaram a correr com o único fato com que me tinha erguido da cama, sem ter tempo tomar nem ao menos o chapéu, deixando em poder desses inimigos desleais minha casa de negócio que possuia, além de um bom fundo de negócio de ferragens, louça, molhados,  alqueires de sal, perto de quarenta arrobas de café e muitos gêneros alimentícios; ficou em duas canastras 4:000$ em dinheiro, sendo 3:200$ em notas e 800$ em prata; mais 60$ na gaveta da mesa em que eu escrevia. Várias letras de não pouca importância, borradores onde se achavam bem avultadas somas, uma igarité nova na importância de 2:000$, trinta e tantas rezes, etc.

Assim eu que já possuia alguns meios com que manter-me com alguma decência, anoiteci o dia 24 de abril pedindo por esmola uma calça para vestir e um chapéu para amparar-me a cabeça dos raios do sol; neste estado de miséria vim-me arrastando até este ponto (Santana de Paranaiba) onde declarei ao sr. delegado de polícia a minha chegada que foi a 18 de maio, e apresentei-me a ele declarando ser daquele dia em diante um soldado voluntário da pátria, e protesto haver todos os meus prejuízos, e se eu sucumbir na luta ficará o direito para o meu sócio Sr. D. Manoel Cabaça, de Corumbá para fazer as necessárias reclamações. - Francisco Carvalhaes Silveira - Vila de Santana de Paranaíba, 27 de maio de 1865.


FONTE: ¹Ronan Garcia da Silveira, História de Coxim, Prefeitura Municipal, Coxim, 1995, página 30. ²Taunay, Marcha das forças, Companhia Melhoramentos de São Paulo, São Paulo, 1928, página 142. ³Correio Mercantil (RJ) 31 de julho de 1865.





24 de abril

1912 - Inaugurada usina de energia elétrica de Corumbá

Em funcionamento desde 6 de janeiro, quando foi entregue o serviço de iluminação pública da cidade,, é oficialmente inaugurada a usina elétrica da Corumbá:

"Em meio de numerosa e seleta concorrência, na qual se destacavam muitas famílias, o dr. Secretário de Agricultura e o inspetor da Região Militar, foi ontem inaugurada oficialmente a usina hidrelétrica Rosaura, da Companhia de Eletricidade de Corumbá, ao mesmo tempo batizada pelo capitão de fragata Wanderley, Intendente Geral do Município.

Após o discurso do representante da empresa, fazendo entrega da usina, abriu-se a chave comutadora, dando luz à toda a cidade.

Foram padrinhos o almirante José Carlos de Carvalho e dona Amália Wanderley".

FONTE: O Debate, (Cuiabá) 26 de abril de 1912.



24 de abril
 
1912 – Câmara doa áreas a entidades



De autoria do vereador Amando de Oliveira a Câmara de Campo Grande recebe projeto de lei reservando várias áreas do município com finalidade de utilização pública:
 
“Art. 1º - Ficam reservados para terrenos de utilidade pública e para os fins que se destinam, os seguintes: Na quadra urbana – a) As quadras entre as ruas 14 de Julho e 24 de Fevereiro (atual Rui Barbosa), Cândido Mariano e Antônio Maria Coelho;
b) Os lotes ns. 63 e 65 na rua Cândido Mariano para a sede da Sociedade Agro-Pecuária do Sul;
c) Para Grupo Escolar os lotes 8 e 10 na avenida Marechal Hermes (atual Afonso Pena);
d) Para Mercado e Praça entre as ruas Afonso Pena (atual 26 de Agosto), Anhanduy e 15 de Novembro;
e) sem registro;
f) Para Praça da Matriz, a atual 2 de Novembro, que passará a denominar-se Praça Santo Antônio; e
g) Para sede da Sociedade Operária os lotes 2 e 4 da rua Cândido Mariano, esquina da rua 24 de Fevereiro (atual Rui Barbosa).”




FONTE: Cleonice Gardin, Campo Grande entre o sagrado e o profano, Editora UFMS, Campo Grande, 1999, página 142.




24 de abril

1912 – Chega a idéia do telefone em Campo Grande





O farmacêutico Ataualpa Carvalho encaminhou requerimento à Câmara Municipal, acompanhado de minuta de um contrato para a instalação de uma rede telefônica. A iniciativa resultou na abertura de concorrência para a exploração do serviço, que chegaria a Campo Grande somente no final da década, “com a instalação dos primeiros telefones de magneto, com pilhas e manivelinha, para as chamadas ao centro, que fazia as ligações solicitadas. Tão poucos eram os aparelhos que ninguém pedia o número, mas o nome da pessoa chamada.”
Segundo Paulo Coelho Machado, "a primeira telefonista profissional foi Idalina Mestre, viúva do primeiro intendente de Campo Grande, Francisco Mestre. A mesa telefônica estava instalada na residência dela, na rua 14 de Julho, defronte ao jardim, mais ou menos no meio da quadra. Era uma mulher robusta, pele rosada, cabelos claros, atenciosa e amável."



FONTE: Paulo Coelho Machado, A rua velha, Tribunal de Justiça, Campo Grande, página 182.


24 de abril

1927 - Assassinado juiz de Direito de Corumbá 









Vítima de atentado à bala, ocorrido dois dias antes, morre eu sua casa, o juiz de Corumbá, Barnabé Gondim. O homicídio teve grande repercussão no Estado. Um dia antes de seu falecimento, o jornal A Cidade, de Corumbá, dá detalhes do atentado e da luta dos médicos para salvar a vida do magistrado:


Causou grande mágoa no seio da sociedade corumbaense, o atentado do qual foi vítima, anteontem (dia 21), o Exmo. Sr. Dr. Bernabé A. Gondim, estimado Juiz de Direito desta comarca.


Eram 16 e meia horas, mais ou menos, daquele dia, quando o dr. Gondim, estando em sua residência, presencia a entrada ali de uma pessoa desconhecida que acabava de chegar de automóvel.


Depois de algumas palavrar, tenta essa pessoa conduzi-lo apressadamente para o veículo com o intuito, certamente, de sequestra-lo ao que o M.M. juiz procurou resistir.


Entrementes uma criança que presenciava os últimos momentos da contenda, foi-se assustada para o interior da casa, levando ao conhecimento das pessoas que lá se achavam, aquele fato que acabava de assistir. Antes porém que alguém chegasse ao local, ouviram-se três tiros consecutivos, dois dos quais atingiram a pessoa do dr. Gondim, nas seguintes posições: 1° projetil – um ferimento na face anterior do terço superior do antebraço esquerdo, cujo projetil se acha na face posterior logo abaixo da pele; 2° projetil – um ferimento na região escapular direita, (orifício de entrada). Um outro no bordo esquerdo do externo no 2° espaço intercostal (orifício de saída). Este ferimento lesou o pulmão direito o qual apresenta um grande hematorax (derrame de sangue); um ferimento do bordo interno da mão entre o polegar e o index, outro no bordo interno, (orifício de saída da bala) que fraturou os metacarpianos na sua trajetória; - este ferimento deu-se com o mesmo projetil que perfurou o tórax.


O desconhecido que não chegou a ser visto pelas demais pessoas da casa do dr. Gondim, tão logo disparou a última bala, tomou o automóvel em que veio e fugiu apressadamente.


Prontos recursos médicos foram dispensados pelo dr. Nicolau Fragelli, que casualmente se achava no interior da residência do ofendido, prestando os seus serviços profissionais a um doente. Não se fez tardar para que também chegassem os drs. Gastão de Oliveira, João Leite de Barros e Cap. dr. Francisco de Oliveira, os quais prestaram espontaneamente os seus valiosos serviços.


Durante o resto da tarde daquele dia, esteve completamente repleta a casa do dr. Bernabé Gondim, de grande número de pessoas de todas as classes sociais que lhe foram visitar.1

O dr. Gondim, mesmo diante de todos os esforços dos médicos para salvar-lhe a vida, não resistiu. Sua morte foi lamentada em todo o Estado:

Vítima de bárbaro e covarde atentado, desapareceu do mundo dos vivos, a 24 de abril p. passado, em Corumbá, o ilustre dr.Bernabé Gondim, juiz de Direito daquela comarca.


Conforme telegramas enviados daquela procedência às nossas autoridades e imprensa, foi alvejado o dr. Gondim a 21 do referido mês, por três tiros, em sua própria residência pelo indivíduo de nome Antonio Malheiros, pronunciado por aquele magistrado, por crime de homicídio, praticado no ano passado, na pessoa do açougueiro Dutra.


O facínora que andava foragido desde que praticara aquele assassinato, viera após a respectiva pronúncia, a cavalo até Ladário, deixando ali a sua montada, tomou um auto e dirigindo-se à casa de residência do dr. Gondim, desfechou-lhe 3 tiros, fugindo, em seguida à toda força no mesmo auto e, retomando o seu cavalo, em Ladário, ganhou o rumo das suas terras, perseguido por forte escolta da força pública.


Impotentes foram todos os recursos da ciência para salvarem o dr. Gondim, que veio a falecer no dia 24, pelas 17 horas.


Com justa razão abalou toda a nossa sociedade que de perto conhecia o juiz de Direito de Corumbá.


Por haver pronunciado um criminoso por crime de morte perdeu a vida. É uma vítima do cumprimento do dever.


Era incontestavelmente um bom o dr. Gondim; incapaz de ofender ou melindrar a ninguém, incapaz da menor violência como bem o demonstrou durante o período de 4 anos em que ocupou o cargo de chefe de polícia do Estado e por isso, a ninguém poderia ser dado imaginar que viria cair como caiu, vítima do braço homicida.


Pai de família exemplar como sempre foi notado, deixa viúva e filhos menores na mais cruel desolação.


Registrando esse triste acontecimento acompanharemos a ação da justiça que com fundas razões antevemos se fará sentir enérgica para com o bárbaro criminoso, desafrontando assim não só a sociedade corumbaense mas toda a mato-grossense de um agravo como esse de profunda a tristíssima repercussão.2




PRISÃO DO CRIMINOSO - Notícia do Jornal do Comércio (Campo Grande) de 13 de julho de 1927, informa que foram presos, "domingo último em Porto Guarani, o bandido Antonio Malheiros, seu irmão Luis Malheiros e os seus comparsas Antonio Pereira e Guilherme Pereira, sendo o primeiro autor do bárbaro crime da morte do íntegro juiz, dr. Bernabé Gondim".

Em 28 de janeiro de 1942, Antonio Malheiros foi morto em confronto com a polícia, em sua fazenda no município de Bela Vista.


FONTE: 1Jornal A Notícia (Três Lagoas) 28 de abril de 1927, transcrição de A Cidade (Corumbá) 2Jornal A Cruz (Cuiabá), 1° de maio de 1927.

FOTO: Reprodução de editorial do Jornal do Comercio (Campo Grande), 25 de abril de 1927.

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