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domingo, 27 de fevereiro de 2011

24 de junho

24 de junho

1835 - Rusga: condenados à morte 




O juiz de Direito de Cuiabá, Antonio José da Silva e Guimarães, profere a sentença aos principais cabecilhas da Rusga, movimento nativista que massacrou comerciantes e líderes portugueses (bicudos) na capital da província em 30 de maio de 1834:

Conformando-se com a decisão dos Juízes de Fato, condeno os réus Vitoriano Gomes, Manoel Ciríaco, José Ferreira da Silva e Francisco Pereira do Nascimento à pena de morte, que será dada na forca, com as solenidades dos artigos 30 e 40 do Código Criminal, visto constar do presente processo plenamente serem os ditos réus os que haviam mortos os brasileiros adotivos os sargentos mores Antonio Joaquim Moreira Serra e Antonio José Soares Guimarães, de caso premeditado, e ânimo corrompido, e depois passaram a roubar as casas, fazendo arrombamentos e partilharam entre si, os mais companheiros, todo o dinheiro, ouro, prata e tudo mais quanto puderam conduzir fazendo violências às casas e às famílias: e aos réus Joaquim Leite Pereira, Joaquim José de Santana, Antonio da Silva Pamplona e João da casa de Ana Joaquina, os condeno em Galés perpétuas, visto que ajudaram mutuamente a perpetração dos roubos e arrombamentos e a Geraldo Justino e Antonio Euzébio os condenei a cada um a quatro anos de prisão com trabalhos e na multa de vinte por cento do valor furtado, visto que somente roubaram; e a José Anastácio Fernandes o absolvo da culpa e pena, visto não ser cúmplice e pagarem todas as custas.


FONTE: Rubens de Mendonça, Histórias das revoluções em Mato-Grosso, edição do autor, Cuiabá, 1970, página 48.


FOTO: praça Alencastro, a primeira praça pública de Cuiabá.


24 de junho


1867 - Varíola expulsa soldados brasileiros de Corumbá




 
Na guerra contra o Paraguai, por ordem do presidente Couto Magalhães, os dois corpos expedicionários de Cuiabá, que haviam retomado Corumbá - segundo Rubens de Mendonça - retornam à capital do Estado. 

Ao ser assaltada e tomada aquela praça pelo primeiro corpo, a 13 de junho de 1867, verificou-se ao dar sepultura aos mortos que muitos deles mostravam sinais recentes de erupção variolosa, sendo depois constatada a existência de outros paraguaios atacados do mesmo mal, quer entre os prisioneiros, quer na enfermaria local. Dos soldados retirados das prisões alguns foram encontrados em estado comatoso.¹


Constatou-se verdadeira epidemia. “Foram sendo atacados às dezenas, num crescendo assustador, devido à falta absoluta de recursos”. Por esta razão, o presidente da província que nesta data chegara a Corumbá, determinou a retirada, que começou no dia seguinte, saindo as embarcações de Ladário. Comandaram-na o tenente-coronel Antônio Maria Coelho e o major Antônio José da Costa.


O governador em seu relatório ao ministro da guerra, aponta a gravidade da epidemia como causa da evacuação:

Infelizmente a bexiga assola toda esta região, e nas circunstâncias em que me acho, numa expedição onde os cômodos são mui limitados porque assim era necessário para a sua presteza, com cerca de 2.000 homens, dos quais só são vacinados os filhos de outras províncias, a 160 léguas dos depósitos e recursos que estão na capital, considero que seria mal mais grave se se comunicasse às forças do que uma derrota, e pois julguei preferível sujeitarmo-nos à possibilidade de um novo encontro com os paraguaios, se eles vierem ocupar segunda vez estes pontos, do que desanimar e perder estas forças com a inglória morte da peste que provavelmente se comunicaria à província.

Em consequência disto proibi todo e qualquer contato da força com os infectados, limitando-se a deixar aqui uma guarda com o único fim de observar qualquer movimento do movimento do inimigo, e já expedi ordem para que a mais se retire, assim como a flotilha

Levada pela flotilha do governador, a varíola alastrou-se pelo norte do Estado, causando grande mortandade em Cuiabá.



FONTE: ¹Estevão de Mendonça, Datas Matogrossenses, 2a. edição, Governo de Mato Grosso, Cuiabá, 1973, página 327. ²Diário do Rio de Janeiro, 28 de agosto de 1867.

FOTO: imagem meramente ilustrativa.




24 de junho


1921 - Ferroviários tentam soltar preso em Aquidauana




Cadeia de Aquidauna no início do século passado
Armados de revólver, ferroviários de Aquidauana tentam tomar a cadeia pública para soltar um colega preso. A versão da polícia está num boletim de 14 de agosto desse ano:

De ordem de Sua Exa. Revma. Presidente do Estado [Dom Aquino Correa], transmitida pelo secretário da Justiça, este Comando tem a máxima satisfação de tornar conhecido à Força Pública, a atitude brilhante e verdadeiramente militar, assumida pelo 2o tenente JOSÉ MARQUES PEREIRA, Comandante do Destacamento de Aquidauana, no dia 24 de junho último, por ocasião dos lamentáveis acontecimentos que naquela cidade se verificaram, ameaçando a ordem pública.


Cerca de cem operários inferiores da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, empunhando revólver, pretendiam assaltar a cadeia pública local e à viva força, por em liberdade um dos presos, colega dos assaltantes. O tenente José Marques Pereira, com seu reduzido destacamento ante a enorme superioridade numérica dos amotinados, e em meio das hostilidades, sob cerrado tiroteio e, com risco de vida, transpôs a Praça da República para chegar ao quartel e pondo-se a frente de meia dúzia de valiosos soldados, conseguira rechaçar os assaltantes restabelecendo-se a tranquilidade pública, revelado por esse gesto de valor, coragem e alta noção do dever militar. 



FONTE: Ubaldo Monteiro, A Polícia de Mato Grosso, Governo do Estado, Cuiabá, 1985, página 55.


24 de junho

1941 - Inaugurado em Coxim monumento aos heróis de Laguna

É entregue à população de Coxim pela 9a. Região Militar (de Campo Grande) monumento destinado a "perpetuar a passagem da força expedicionária em operações no estado de Mato Grosso, durante a guerra do Paraguai, batizando a estaca inicial do cruento e doloroso itinerário dos heróis que realizaram a epopeia da Laguna, gloriosas páginas que são orgulho do Exército e da Nação".

Localizado na praça Cândido Rondon, fronteiro à igreja, construído em alvenaria de tijolo, revestido de argamassa branca, o pequeno monumento assenta sobre uma base de concreto com armadura metálica cruzada. Na base do monumento, cravados de alvenaria, distinguem-se duas placas, fundidas em bronze no arsenal de Guerra do Rio de Janeiro:

Desta localidade, onde, com ânimo forte e moral alevantada, receberam a ordem do Governo Imperial do Brasil para desalojar o inimigo ocupando o município de Miranda, partiram os valorosos soldados do Brasil que, no cumprimento do dever, escreveram as páginas imortais da Retirada da Laguna - 20-XII-1865/VI-1866.

Aos intrépidos oficiais e praças da "Constância e Valor" que, tendo como comandante o Coronel Manuel Pedro Drago, Brigadeiro José Antonio da Fonseca Galvão, Coronel Carlos de Moares Camisão e José Tomas Gonçalves, constituíram por ocasião da guerra do Paraguai, a heroica Força Expedicionária de Mato Grosso, homenagem da 9ª Região Militar - 24-VI-1941.

Em outubro do mesmo ano dá-se o lacramento na base do monumento dos ossos de alguns heróis da guerra, evento registrado na

Ata nº 5 (cinco) - Aos vinte e seis dias do mês de outubro do ano de mil novecentos e quarenta e um, nesta cidade de Herculânea, antiga Coxim, Estado de Mato Grosso, na praça General Rondon, pelas oito horas da manhã, presente o sr. Prefeito Municipal, Viriato da Cruz Bandeira, autoridades civis e militares, representante do clero, colegiais, pessoas gradas e o povo em geral, fez-se o lacramento na base do pedestal do monumento erigido pelo Governo Federal, dedicado aos heróis da "Retirada da Laguna", dos ossos do venerando padre capelão que acompanhou a heroica coluna comandada pelo General Camisão que marchou sobre Laguna na guerra do Paraguai, coluna essa que por algum tempo estacionou nesta cidade, onde veio a falecer aquele piedoso sacerdote, lacrando-se conjuntamente, por especial ordem do Exmo. Sr. General Mário José Pinto Guedes, comandante da Nona Região Militar, com sede neste Estado de Mato Grosso, os ossos por todos os títulos respeitáveis do Alferes Randolfo Olegário de Figueiredo, falecido no posto de major nesta cidade, herói da retomada de Corumbá que braço a braço lutou ao lado de Antonio Maria Coelho e Cunha e Cruz, os lendários daquele epopeia que passaram para os fastos da história pátria. E, para que tudo ficasse constado, mandou o Sr. Prefeito fosse lavrada a presente ata por mim, Temístocles de Oliveira Filho, secretário da Prefeitura Municipal e dela extraísse duas cópias autênticas, uma para ser depositada na urna de que trata a presente ata e a outra para ser enviada ao Exmo. Sr. General Comandante da 9ª Região Militar, sediada neste Estado. Eu, Temístocles de Oliveira Filho, secretário municipal, a datilografei e também assino. (Assinados) Viriato da Cruz Bandeira, prefeito municipal; Laudelino Eduardo Figueiredo, filho do veterano da Guerra do Paraguai Randolfo Olegário de Figueiredo; padre-frei Canuto Amon Ofmr; Nelson Cesar, pretor do Termo; Manoel Marcelino de Araújo, Ten-Cel da 2a. linha; Eremita Ajube Cartilho, agente postal telegráfico; Antonio de Souza Góes, delegado de Polícia; Antonio Joaquim de Arruda, diretor do grupo escolar; Raul Benevides Santana, 1° Tabelião de Notas; Aníbal de Oliveira, 2° Tabelião de Notas; Joaquim José Santana, encarregado da 2a. Secção de linha; Jaime Ferreira de Souza, escrivão da Delegacia de Polícia; Solon Cesário da Silva, comerciante; Elias Duailibi, comerciante; Garcez Ferreira Leão, cirurgião dentista; Felipe Jorge, comerciante; Mercedes César; Etelvina Garcia; Diva Fontoura, Virgínia Ferreira; João Ferreira, comerciante; Oto Spengler; Evanir Cesar e Temístocles de Oliveira Filho, Secretário Municipal.

FONTE: 9a. Região Militsr, Campo Grande, MS.


sexta-feira, 4 de março de 2011

16 de julho

16 de julho

1797 - Fundado o presídio de Miranda



Planta do presídio de Miranda, de Francisco Rodrigues do Prado (Itanarati)

Com o objetivo de guarnecer a região pantaneira de eventuais ameaças espanholas, a partir de Assunção e do forte San José, à margem do rio Apa, o governador Caetano Pinto de Miranda mandou fundar o presídio Nossa Senhora de Carmo do Emboteteu. O estabelecimento foi construído pelo tenente Francisco Rodrigues do Prado que denominou-lhe e ao rio (então Emboteteu) de Miranda, em homenagem ao governador responsável por sua criação.

Vistoriando o local em 1820, o sargento-mor engenheiro Luiz D'Alincourt,constatou que o mesmo achava-se inteiramente irruinado: " a trincheira que está por terra, em várias partes, dá livre passagem ao gado; a estacaria quase toda podre; partes dos Quartéis têm caído, e os que restam estão danificados; no Paiol e Armazém do mantimento chove em abundância; finalmente não merece já o nome de Prezídio".

 
O resumo, de 1939, é do historiador Virgílio Correa Filho:

Posto que edificado em má posição topográfica, o posto militar converteu-se, por lei provincial de 1835, em freguesia e foi-se desenvolvendo até que, em 1859, condenado pelas comissões de engenheiros, que lhe arguiram o diminuto valor estratégico, transferiu-se o comando do distrito para Nioaque.
"Continuando como vila, a que foi elevada por lei de 30 de maio de 1857, e cabeça de comarca, padeceu como todos os povoados do Sul, os horrores do domínio paraguaio.

Passada a fase de expiação, começou novamente a desenvolver-se, enriquecida pela indústria pastoril, até que a desanexação de muitos de seus termo, que se erigiram em novas comarcas, veio diminuir-lhe sobremaneira a importância.

Jaz à latitude 20° 14' e 13° 8' de longitude O. Rio, à margem do rio Miranda, navegável por embarcações apropriadas, que a ligam a Corumbá.

Modernamente,além dessa via de comunicação, serve-lhe o comércio a E.F.Noroeste, além de estradas de rodagem, entre as quais sobreleva, pela sua importância, a que vai a Bela Vista.

É cabeça de comarca, tendo dois distritos de paz, o de Miranda e o Bonito, aos quais correspondem outros tantos distritos policiais.

Em 1918, a arrecadação efetuada montou a réis 57:536$105, e a 76:815$800 em 1924.


FONTES: Luiz D'Alincourt, Memória sobre a Viagem do Porto de Santos à Cidade de Cuiabá, Editora de Universidade de São Paulo, São Paulo,1975, páginas 169 e 170; Virgílio Correa Filho, Mato Grosso (2ª edição), Coeditora Brasileira, Rio de Janeiro, 1939, página 168. 


 
16 de julho


1902 Morre em Corumbá, Dormevil Malhado


Aos 64 anos falece em Corumbá, o herói de guerra e médico humanitário, o baiano Dormevil Malhado. O acontecimento ganha as páginas de A Pátria, jornal de Pedro Trouy:

Depois de longa e cruel enfermidade, a que foram improfícuos todos os cuidados e esforços médicos, faleceu às 9 horas da noite de 16 do corrente o estimadíssimo e venerando clínico dr. Dormevil José dos Santos Malhado, na adiantada idade de 67 anos.


O seu passamento é com justíssimas razões muito lamentado, pois quer nesta cidade como na capital do Estado, onde como Apóstolo do bem sentiu-se envelhecer, contava o ilustre morto muitos amigos que na sua caridade conquistara, tanto no palácio do rico como no albergue do pobre.
Pertencendo ao quadro do exército, chegou ao Estado muito moço e seus relevantes serviços ao povo e à pátria datam da epidemia de varíola que em 1867 lutuou a capital do Estado e da campanha do Paraguai, em cujas últimas expedições tomou parte.


Exerceu sempre com especial zelo e carinho diversos cargos públicos, entre outros os de Inspetor de Higiene, por diversas vezes, lente de pedagogia e da língua vernácula do Liceu Cuiabano, Diretor Geral da Instrução Pública, em cujo caráter aposentou-se e, ultimamente, o de inspetor do Porto desta cidade.


Durante o antigo regime foi por vezes vice-presidente desta então província, deputado à Assembléia Provincial, membro do diretório do extinto partido liberal e seu presidente, e teria sido eleito deputado geral se ele próprio não desistisse da cadeira que seus amigos lhe ofereceram para pedir-lhes a dessem a outrem.


Dotado de invejável talento, a sua palavra fluente arrebatava; sua pena de ouro enriqueceu e enobreceu por muito tempo a imprensa mato-grossense.
Como discípulo de Esculápio, a sua ciência era um sacerdócio em vez de uma profissão. Nunca visou os proventos que poderia ter tirado de sua competência; nunca lhe foram indiferentes os gemidos do pobre aos quais acudia sempre, mesmo periclitando a própria saúde.


A Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá lhe deve inolvidáveis e inimitáveis serviços, como a população desta cidade pelo inexecedível desvelo, pelo incansável cuidado, pelo paternal interesse com que, só, completamente só, acudia a todos durante o período da varíola que dizimou esta cidade no ano de 1900.


A sua idade e o estado de saúde, então alterada, não lhe foram obstáculo no exercício de seu sacerdócio.


Morreu pobre porque não fez profissão da medicina, legando à sua inconsolável esposa, às sua seis filhas e aos seus filhos apenas um nome honrado, coberto de bênçãos de um povo inteiro agradecido.


Ao seu enterro, que teve lugar às 8 horas da manhã seguinte, concorreu avultado número de amigos e uma guarda postada em frente ao cemitério prestou-lhe as honras a que a sua patente de capitão honorário do exército tinha direito.



FONTE: Estevão de Mendonça, Datas Matogrossenses, 2a. edição, Governo do Estado, Cuiabá, 1973, página 40. 



16 de julho

1916 - Assassinado o primeiro vigário de Campo Grande





Tendo assumido o posto em 19 de outubro de 1912 e suspenso das ordens sacras em junho do ano seguinte, o padre José Joaquim de Miranda é assassinado em sua casa, à rua 13 de Maio esquina com a avenida Mato Grosso, por um grupo de cavalarianos à frente o tenente Jacques da Luz. Primeiro vigário da cidade, levava uma vida desregrada para os padrões da época. Além de bom carteador e político extremado, afirma a crônica, portava sempre um "respeitável 44 para impor a lei dos homens, enquanto ao altar, após noites mal dormidas, pregava a lei de Cristo". 

Suspenso das ordens religiosas, negou-se a entregar a paróquia ao colega Mariano João Alves, empossado em 3 de junho de 1913, "mas só dois meses após logrou entrar na matriz, graças a intervenções insistentes de prestigiosos moradores da localidade." Antes de ser morto,chegou a eleger-se 2º vice-intendente municipal, cargo correspondente a vice-prefeito. Consta ainda que "substituindo os livros de prática religiosa e as imagens do Redentor, o padre trazia consigo, sob o colchão, sete armas de guerra e 2.000 cartuchos de Mauser"!


FONTE: Emílio Garcia Barbosa, Esboço histórico e divagações sobre Campo Grande, in Série Memória sul-mato-grossense,volume XIV, Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul, Campo Grande 2011, página 234. 

FOTO: Rua 13 de Maio, Campo Grande, década de 10 do século XX. Acervo do Arquivo de Campo Grande (Arca).




16 de julho

1918Campo Grande elevada à categoria de cidade


O intendente Rosário Congro
Fundado em 1872, quando José Antonio Pereira desembarcou pela primeira vez na afluência dos córregos que ficariam conhecidos como Prosa e Segredo, distrito de paz, pela lei no. 792, de 23 de novembro de 1889, município pela lei no 225, de 26 de agosto de 1899, e comarca em 1911, a vila de Santo Antônio de Campo Grande, recebeu os foros de cidade, pela lei no 772, de 6 de julho de 1918. O fato foi festivamente comemorado:

“Foi armado um grande palanque no jardim (atual praça Ari Coelho) para as comemorações populares, ocupado por vários oradores, que exaltavam a importância do acontecimento e o progresso da cidade que nascia.


Houve ainda um grande churrasco, tipo matogrossense do sul, com muita bebida e alegria. Na intendência foi realizada sessão cívica com inauguração de retratos de algumas personalidades importantes ligadas à história da cidade.


O intendente baixou resoluções dando o nome de presidente Dom Aquino à rua que hoje conserva esta denominação e é uma das principais da cidade. O nome anterior era Primeiro de Março.”





FONTE: Paulo Coelho Machado, Arlindo de Andrade o primeiro juiz de direito de Campo Grande, Tribunal de Justiça, Campo Grande, 1988, página 38.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

4 de março

4 de março



1878 - Inaugurada primeira igreja de Campo Grande











De pau a pique e a princípio coberta de sapé, para logo em seguida receber cobertura de telhas de barro, trazidas de Camapuã, por seu construtor, José Antônio Pereira, é inaugurada a igreja do povoado de Campo Grande, cujo padroeiro é Santo Antonio de Pádua.

"Terminada a capela, logo combinaram os casamentos do velho viúvo Manoel Vieira de Souza com Francisca de Jesus (filha de José Antônio) e ainda de Joaquim Antônio com Maria Helena e Antônio Luiz com Anna Luíza; eles filhos do fundador; elas, filhas de Manoel Vieira.¹ "O acontecimento - segundo o cronista - foi motivo de alegres e demoradas festas para o agrupamento católico. Folguedos durante o dia, conversas intermináveis, namoros, refeições melhoradas, cada dia em casa diferente. À noite nos bailes, ao som das violas e das gaitas de boca, eram servidos pão e queijo, broas de milho e outros quitutes mineiros. Como faltassem pares adequados, os homens, por vezes, dançavam com outros marmanjos".²


A primeira missa foi celebrada pelo padre Julião Urchiza, da paróquia de Miranda. No lugar da capela ergueu-se a atual catedral de Campo Grande.


Em 1882, frei Mariano. vigário de Miranda provisionou e administrou os sacramentos ao novo templo.³

Em 4 de abril 1912, D. Pirilo, bispo de Corumbá, cria a paróquia de Santo Antonio de Campo Grande e nomeia o padre José Joaquim de Miranda, seu primeiro vigário.4


FONTES:  ¹Eurípedes Barsanulfo Pereira, A fundação de Campo Grande, edição do autor, Campo Grande, 2001, página 36. ²Paulo Coelho Machado, A rua velha, edição do Tribunal de Justiça, Campo Grande, 1990, página 20. ³Frei Alfredo Sganrzela, A História de Frei Mariano, FUCMAT-MCC, Campo Grande, 1992, página 416. 4 Cleonice Gardin, Campo Grande, entre o sagrado e o profano, Editora da UFMS, Campo Grande, 1999, página 107.

4 de março

1934 - Exercito inaugura praça em Campo Grande





Como parte do programa de entrega oficial de várias obras em Campo Grande, o comando do exército, à frente o coronel Newton Cavalcanti, entregou ao prefeito Pacífico Lopes de Siqueira, a praça Cuiabá, localizada no bairro Amambaí. O registro é do Jornal do Comércio:

Declarando inaugurada a Praça Cuiabá, o cel. Newton Cavalvanti disse, dirigindo-se aos srs. Deusdedit de Carvalho, representante do sr. chefe de polícia do Estado, e dr. Jayme de Vasconcelos, representante do dr. prefeito de Cuiabá, que aquela homenagem traduziu além do seu público apreço com que o povo cuiabano o recebera na culta e adiantada capital do Estado, os seus votos sinceros para que, dissipadas nuvens e ressentimentos, Campo Grande e Cuiabá, Norte e Sul, continuem a marchar unidos na larga estrada do engrandecimento de um Mato Grosso unido e forte.

Conhecida por muitos anos como Cabeça de Boi, a praça Cuiabá é tida hoje por praça das Araras.

FONTE: Jornal do Comercio (Campo Grande) 6 de março de 1934.
FOTO: Araras, obra de Cleir Ávila.

4 de março

1977 - Morre Júlio Müller








Morreu em Cuiabá, no dia 4 de março de 1977.Júlio Strubing Müller. Nasceu em Cuiabá no dia 6 de janeiro de 1895, filho de Júlio Frederico Müller e de Rita Correia Müller. Seu irmão Filinto Müller (1900-1973) foi chefe de polícia do Distrito Federal de 1933 a 1942 e senador de 1947 a 1951 e de 1954 a 1973; seu outro irmão, Fenelon Müller (1892-1976), foi prefeito de Cuiabá e interventor em Mato Grosso em 1935.

Estudou humanidades no Colégio Salesiano de Cuiabá, e em seguida cursou a Academia de Direito da mesma cidade, pela qual se formou. Lecionou alemão no Liceu Cuiabano e depois foi diretor do Grupo Escolar de Poconé, do Grupo Escolar Barão de Melgaço e da Escola Normal Pedro Celestino, todas em seu estado natal.

Em conseqüência da vitória da Revolução de 1930, foi nomeado prefeito de Cuiabá, tendo assumido também a chefia de polícia e a secretaria geral do estado. Em 1933, decidida a convocação de eleições para a Assembléia Nacional Constituinte, criaram-se em todos os estados partidos representando os objetivos doutrinários da Revolução de 1930. Em Mato Grosso, foi fundado o Partido Liberal Mato-Grossense, liderado pelo interventor Leônidas Antero de Matos. Júlio Müller participou da primeira comissão executiva do novo partido.

No pleito de outubro de 1934, elegeu-se deputado à Assembléia Constituinte estadual que, além de preparar a Constituição do estado, tinha também a incumbência de eleger o governador de Mato Grosso e dois representantes do estado ao Senado Federal. Desse modo, no dia 7 de setembro de 1935, Mário Correia da Costa foi eleito para chefiar o Executivo mato-grossense.

Em 13 de setembro de 1937, com a morte de Correia da Costa, Júlio Müller foi eleito governador pela Assembléia Legislativa, com mandato até 15 de agosto de 1939. Tomou posse no dia 4 de outubro, tendo administrado o estado como governador constitucional por pouco mais de um mês, já que a implantação do Estado Novo no dia 10 de novembro suspendeu todos os mandatos eletivos do país. Entretanto, no dia 24 de novembro foi reconduzido ao governo de Mato Grosso, desta vez como interventor federal no estado.

Durante sua gestão, construiu o Hospital Geral, o Colégio Estadual de Mato Grosso e a ponte Júlio Müller, ligando Cuiabá a Várzea Grande. Fundou o Departamento Estadual de Estatística, o Departamento de Saúde Pública e reformou a imprensa estadual. Foi ainda durante seu governo que, em setembro de 1943, foram desmembrados de Mato Grosso os territórios federais de Guaporé (hoje Rondônia) e Ponta Porã. Este último, contudo, voltou a integrar o estado por força da Constituição de 1946.

Cinco dias depois da deposição de Getúlio Vargas (29/10/1945), Júlio Müller foi destituído da interventoria.

Além das funções de governo, foi também diretor-presidente da Matoveg, indústria pioneira na fabricação de óleos vegetais e derivados, e se dedicou à pecuária na região de Várzea Grande.

Morreu em Cuiabá, no dia 4 de março de 1977.

Foi casado com Maria de Arruda Müller, com quem teve seis filhos.




FONTE: CPDOC da Fundação Getúlio Vargas.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

4 de abril

4 de abril

1912 – Criada a paróquia de Campo Grande



Igreja de Santo Antonio de Campo Grande, em 1922.

D. Cyrilo de Paula Freitas, bispo de Corumbá, ascende à paróquia a capela de Santo Antônio de Campo Grande, com os limites dilatados a Camapuã e Bataguassu. O primeiro pároco foi o padre diocesano, José Joaquim de Miranda, que por sua “afeição aos assuntos da política local é destituído do cargo, ao qual não abdica. Apenas deixa a paróquia quando, em 16 de julho 1916, é assassinado por um grupo de pistoleiros em sua própria casa.”
O primeiro pároco, José Joaquim de Miranda foi substituído na direção da paróquia pelo padre Mariano
 João Alves.



FONTE: Cleonice Gardin, Campo Grande, entre o sagrado e o profano, Editora da UFMS, Campo Grande, 1999, página 107.


4 de abril
1967 – Arena 1 rompe com Pedrossian



Prenunciando a crise que redundaria em malogrado processo de impeachment contra o governador Pedro Pedrossian, a Arena 1, sub-legenda do partido governista, publica nota oficial rempendo com o seu governo. Integravam a sub-legenda arenista os deputados: Sebastião Cunha, Nunes Rocha, Reinaldo Moraes, Nelson Ramos, Alexandrino Marques, Oscar Soares, Augusto Mario, Celso Amaral, João de Paula (foto), Oliveira Lima e Ubaldo Barém. Compunham a Arena 2, ligada ao governador os deputados Afro Stefanini, Cacildo Hugueney, Emanuel Pinheiro, Renê Barbour, Reinaldo Moraes, Tomaz de Aquino e Waldomiro Gonçalves. 


FONTE: Rubens de Mendonça, História do Poder Legislativo de Mato Grosso (II), Assembléia Legislativa, Cuiabá, 1967. Páginas 321 e 321.






4 de abril

2014 - Tombada a ponte Eurico Gaspar Dutra



Ponte Eurico Gaspar Dutra, em construção

Inaugurada há 65 anos é homologado o tombamento da ponte ferroviária Eurico Gaspar Dutra, sobre o rio Paraguai. "Muito mais do que a porta aberta para o escoamento dos produtos vindos da Bolívia para o Brasil, a ponte Eurico Gaspar Dutra - segundo a jornalista Ana Carolina Monteiro - é a conexão entre o atraso e a civilização, entre os séculos 19 e 20, por cima do rio Paraguai. Assim como toda a história da construção da ponte Eurico Gaspar Dutra, os números relacionados a ela também são impressionantes para uma obra do início do século 20, executada em uma região de difícil acesso".

A ponte tem 2.000 metros de comprimento, 112 metros de altura no vão central, até 10 metros de largura. Em sua construção foram ocupados cerca de
2.100 operários, que, em quase dez anos de trabalho ininterrupto, manipularam 25,1 mil mil metros cúbicos de concreto armado, com 2.600 toneladas de aço e cerca de 27 quilômetros de estacas variadas.

FONTE: Ana Carolina Monteiro, Correio do Estado, 8 de abril de 2014.

domingo, 6 de outubro de 2013

13 de outubro



13 de outubro

1889 - Epidemia de febre amarela mata em Corumbá


Chega ao porto de Cuiabá, por volta do meio dia, o vapor Dona Constança, com a notícia de uma epidemia de febre amarela em Corumbá e o objetivo de buscar socorro na capital. A chegada do vapor causou um grande alvoroço na cidade, com enorme repercussão, conforme registro do órgão de imprensa da província:

As notícias cruéis de que era portador o D. Constança, confirmando amplamente que ainda nessa manhã havíamos dado sobre a seção mortífera da epidemia ou endemia ali grassando, vieram demonstrar-nos do modo o mais efetivo possível quanto era lastimável na mísera população o estado de espírito público, sob a brutal pressão dos fatos aterradores que o acabrunhavam.

Também, não há pintar a funda impressão de lástima e desesperadora ansiedade que nos comprimiu e amarrotou a alma a todos.

De manhã havíamos dito - não haver que comentar, sim que providenciar; e devemos fazer-nos esta justiça - que ante a evidência da desgarradora posição da nossa querida irmã, a alma cuiabana não se equivocou, egoísta, no cumprimento do dever, - e, assim como ela, a administração pública, no seu posto de responsabilidade, foi encontrada na altura da penosíssima situação.¹

Não se conhecem os números de mortes ocasionadas pela doença, mas a imprensa cuiabana, sem detalhes em novembro informava que "já subia a trezentos o número dos infelizes que sucumbiram pela febre amarela".²

Graças às prevenções tomadas pelo governo a febre amarela que assolou Corumbá não chegou à capital do Estado. Quanto a infestação fora de Corumbá, há breve informação de sua chegada à vila de Miranda:

Por carta particular sabemos que a próspera e ubérrima zona do município de Miranda, está sendo invadida pela cruel epidemia de febre amarela. S.Exa. o sr. governador deste Estado, logo que teve conhecimento desta infausta nova, tomou imediatamente enérgicas e acertadas providências a respeito.³


FONTE: ¹A Província de Mato Grosso, 20 de outubro de 1889; ²A Gazeta (Cuiabá), 21 de novembro de 1889; ³O Matto-Grosso (Cuiabá), 12 de janeiro de 1890.


13 de outubro

1890 - Criado o Lloyd Brasileiro

Brazil Fluvial, do Lloyd Brasileiro da linha Assuncion-Corumbá


Sucedendo à Companhia de Navegação a Vapor do Alto Paraguai, é criada pelo governo federal a Companhia de Navegação Lloyd Brasileiro, que em 1920 passaria à Lloyd Brasileiro S/A. O Lloyd explorou a linha marítima e fluvial para Mato Grosso, garantindo o tráfego na hidrovia do Paraguai até 1943, quando foi incorporado pelo Serviço Nacional da Bacia do Prata, também estatal. Atuando no trecho Montevideu-Corumbá, em conexão com os seus vapores marítimos, o Lloyd utilizava, para passageiros os paquetes Ladário, Vênus e Mercedes, fazendo viagens duas vezes por mês. E para cargas, os vapores Murtinho, Miranda e Cáceres em viagens mensais. Para o trecho Corumbá-Cuiabá existiam o Coxipó, o Nioaque, o Oiapoque e o Orvalho, embarcações de menor calado.

Em 1926, mais três vapores foram incorporados à sua forta: o Argentino, o Paraguai e o Uruguai.


FONTE: Augusto César Proença, Corumbá de todas as graças, Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, sd., página 45.




13 de outubro

 
1896 – Ruy Barbosa defende viúva de Lopes na justiça


Madame Linch queria apossar-se da metade de Mato Grosso do Sul


Rui Barbosa, o renomado jurista baiano faz célebre discurso no Senado em defesa de direitos requeridos por filhos de Solano Lopes, sobre pretensa propriedade de terras no Sul de Mato Grosso. Rui responde ao deputado César Zama, da bancada baiana, que o criticou por haver ele aceitado patrocinar a causa dos herdeiros do ex-ditador paraguaio.

Athamaril Saldanha resume a história:

Francisco Solano Lopez, ao assumir a presidência do Paraguai, suscitou o levantamento da questão dos limites. Sabia o presidente da existência de ervais do nosso Estado e para aquilatar o seu valor, mandou pessoa de sua confiança percorrer a região entre serra de Maracaju, rio Ivinhema e rio Paraná. O enviado voltou maravilhado com as florestas, campos e sobretudo com a imensa quantidade de ervais ainda virgens.


Ativou então sua política de revisão dos limites, cujo extremo não seria mais o rio Iguatemi, porém o rio Ivinhema, que afirmava ser o discutido Igureí. Os limites então dados da área pretendida, coincidiam justamente com a área ervateira de Mato Grosso.


Essa pendência foi levada sem qualquer solução, e tudo leva a crer, fora o principal motivo, embora alegasse outros, da guerra de 1870. Como prova citaremos o fato de que tendo Urbieta assumido o governo do Alto e Baixo Paraguai, por designação de Francisco Solano Lopez, com sede em Corumbá, ocupada por tropas paraguais em 03.01.1865, uma de suas primeiras medidas foi, obedecendo ordens superiores, vender a Elisa Lynch, companheira de Lopez, uma área que compreendia exatamente a região pretendida pelo chefe paraguaio, ou seja, abaixo do rio Ivinhema, pela importância de um milhão de pesos, a título de contribuição às despesas da guerra.


Cessada a guerra com o Paraguai, Elisa Linch transfere os direitos, que supõe ter sobre as terras por ela adquiridas ao governo paraguaio, durante a ocupação da região Sul do Estado, ao seu filho Venâncio Lopez. Para dar um caráter mais legal, levara a registro, os seus documentos ao Cartório de Corumbá, em face ainda à exigência consoante no Decreto n. 169-A de 1890, que exigia essa medida, para a transferência de propriedade ou direitos. Baseado nas exigências legais, pretendeu Venâncio Lopez imbuir-se da posse das glebas cobiçadas. Diante das dificuldades emergidas, Linch, então residente em Buenos Aires, mandou ao Rio de Janeiro o dr. Juan Silvano Godoy com a finalidade de conseguir ao governo do Brasil o direito de propriedade de seu sucessor.


O ministro das Relações Exteriores, dr. Carlos de Carvalho, apreciando o fato, assim se manifestou em seu relatório de 1896:

"Por ocasião da guerra contra o governo do Paraguai, foram vendidas a Elisa Linch, em 1865, terras que o Brasil sempre considerou como suas no atual Estado de Mato Grosso. Pretendem os sucessores da compradora, que lhes seja reconhecida a validade dessa aquisição. Concluídos os trabalhos demarcatórios de limites e seus antecedentes, expostos no anexo de 1875, excluem essa pretensão".

Contrariado em seu propósito, Venâncio Lopez decidiu recorrer ao judiciário em pleito famoso confiado a Rui Barbosa contra quem investiu descobertamente o deputado Cezar Zama. Além de revidar seu antagonista, em famoso discurso, em 13 de outubro de 1896, cuidou o senador baiano de aforar a causa avaliada em 30 mil contos de réis, perante o Juízo Federal do Rio de Janeiro.


A impugnação do senador Antonio Azeredo, representante do Estado de Mato Grosso, em grau de recurso ao Supremo Tribunal Federal, sumariamente decidiu transferi-la para o juízo de Cuiabá, para onde seguiu o dr. Costa Neto, colaborador do eminente patrono.


O juiz federal em Cuiabá, dr. João Morais Matos, tomando conhecimento dos arrazoados e dos defensores do Estado de Mato Grosso, dr. Alfredo José Vieira e Arnaldo Novis, prolatou a 18 de outubro de 1900, a sua sentença, que julgou a ação improcedente.


Confirmou-a por acórdão de 17 de dezembro de 1902, o Supremo Tribunal Federal, ao julgar a apelação.


FONTE: Athamaril Saldanha, Ciclo da Erva-Mate em Mato Grosso do Sul (1883-1947), Instituto Euvaldo Lodi, Campo Grande, 1986, página 455.


13 de outubro

1912 - Campo Grande homenageia governador 

Em sessão solene a Câmara Municipal de Campo Grande presta homenagem ao presidente Costa Marques, o primeiro governador do Estado a visitar o município. O governante foi agraciado, recebendo a denominação da principal praça da cidade. A sessão foi registrada na seguinte ata:

Aos treze dias do mês de outubro do ano de mil novecentos e doze, nesta vila de Campo Grande, Estado de Mato Grosso, no Paço da Câmara Municipal,  reunidos em sessão solene, digo: em sessão extraordinária e solene o seu presidente e todos os demais membros (vereadores), bem assim o Intendente Municipal, em exercício, receberam a visita de S. Exa. o dr. Joaquim de Mato Grosso, composta dos seguintes Srs.: - desembargador Antonio Fernando Trigo de Loureiro, vice-presidente da Assembleia Legislativa do Estado; desembargador Joaquim Pereira F. Mendes, presidente do Tribunal da Relação; dr. Deocleciano do Couto Meneses, chefe de polícia; coronel Manoel Francisco das Neves, oficial de gabinete interino; tenente Oswaldo Cícero de Sá, ajudante de ordens; dr. Paulo de Queiroz, promotor público da capital e representante do diário "O Debate"; dr. Álvaro de Barros, representante da "A Trbiuna"; tenente-coronel Manoel Pereira de Sousa, representante da "A Notícia"; major Antonio Gomes Ferreira da Silva, comandante do Regimento Misto Policial do Sul do Estado; coronéis João d'Almeida Caastro, Pio Rufino e José Elias de Almeida; - tomou assento no lugar da presidência, S. Exa. o dr. Costa Marques, que declarou aberta a sessão. - Usou da palavra o Intendente Geral do Muncípio, sr. José Santiago, propondo que a praça desta vila, situada entre as ruas Barão de Melgaço, Joaquim Murtinho e 24 de fevereiro, tomasse a denominação de Praça Costa Marques-; foi a proposta unanimemente aprovada. Usou da palavra S. Exa. o dr. Costa Marques, que explicou os motivos da excursão que empreendera à zona sul deste estado e compromete-se a empenhar todos os seus esforços no sentido de dotar Campo Grande dos melhoramentos urgens que necessita; outrossim, agradeceu a prova de simpatia que lhe devotava a municipalidade, da om a aprovação unânime da proposta acima. Usou da palavra o vereador sr. Amando de Oliveira, que enalteceu a iniciativa da viagem presidencial, não tendo S. Exa. medido sacrifícios os mais ingentes, para saber de perto daquelas imperiosas necessidades afetas à sua administração; fez lembrar um longo período de abandono a que ficou esta região por falta da ação governamental; disse que ao compromisso formal de S. Exa. de cuidar de perto dos nossos interesses, ele propunha aos seus colegas ficasse consignado na ata um voto de louvor e de solidariedade à administração do exmo. dr. Joaquim Augusto da Costa Marques, a fim de patentear as intenções de paz e harmonia para a boa direção e ordem dos negócios públicos. - Nada mais havendo a tratar, o Presidente, S.Exa. o dr. Joaquim Augusto da Costa Marques, declarou encerrada a sessão. Eu, Manoel Leite da Silva, secretário da Câmara, lavrei a presente ata que vai por todos assinada.


Além das autoridades citadas, compareceram à reunião, os seguintes convidados: Antonio Antunes Galvão, Vicente Miguel da Silva Abreu, Antonio Francisco d'Almeida, Tobias Santana da Silva, professor particular, João Clímaco Vidal, Áureo de Santiago, José Alves Quito, Francisco Vidal, Antonio Norberto de Almeida, Miguel Garcia Mertins, Francisco Pereira Lima, Menelau do Rosário, Francisco Trindade Marques, Apulcro Brasil. Juvenal de Almeida, Laerte Setubal, Júlio A. Auffé, Antonio Marcondes de Carvalho, Atilio Randolfo, Manoel Joaquim de Moraes, Fidelcino Vieira de Almeida, Antonio de Freitas, Inácio Augusto do Nascimento, Deonísio Rosas Marim, José Teófilo da Cunha e Zeferino Garcia.


FONTE: jornal O Debate (Cuiabá), 13 de dezembro de 1912.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

18 de junho

18 de junho

1894 - Chega em Cuiabá, padre Malan, o catequista



Aporta em Cuiabá o padre Antonio Maria Malan. Nascido na Itália, em 16 de dezembro de 1862, em São Pedro, província de Cuneo, Piemonte, foram seus pais Nicola Malan e Margarida Viau. Em 23 de fevereiro de 1883, depois de seu estágio no exército, entrou no Colégio Salesiano de Navarra, na França, ingressando para o noviciado em Marselha em outubro de 1884, onde tomou o hábito sacerdotal a 15 de agosto de 1885, professando os primeiros votos em 2 de outubro do mesmo ano. Clérigo, foi mandado para Montevideu, onde se ordenou sub-diácono em 15 de julho de 1889.

Em Mato Grosso, no tempo do bispo dom Carlos d'Amour, iniciou suas atividades no Colégio São Gonçalo, "centro nuclear de irradiação sempre crescente, a expandir-se por todo o Estado, e, ao depois, as colônias, admiráveis organizações de catequese, a se abrolharem pelos férteis vales do São Lourenço, do Garças e do Barreiro, estendendo o raio de ação civilizadora até as longínquas plagas araguaianas".

Em reconhecimento ao seu trabalho e inúmeros serviços prestados, a Sé galardou-o em 1914, com o título de Bispo de Amiso e Prelado do Registro do Araguaia, recebendo a sagração em 15 de agosto desse ano, em São Paulo, das mãos do núncio apostólico monsenhor José Aversa.

Em 1924 foi nomeado para o bispado recém-criado de Petrolina, no Estado de Pernambuco.

FONTE: José de Mesquita, Elogio Fúnebre, revista do Instituto Histórico de Mato Grosso, 1931 e 1932, página 211.

FOTO: Dom Malan, bispo de Petrolina.


18 de junho


1909Câmara aprova arruamento de Campo Grande



Rua 14 de Julho, centro comercial de Campo Grande, no início do século XX



A edilidade campograndense votou projeto do vereador José Vieira Damas, o Zeca Casimiro, aprovando o alinhamento das ruas do povoado, de acordo com planta do engenheiro municipal Nilo Javari Barem:

“Art. 1º - Fica aprovado o plano para alinhamento das ruas e praças desta vila de acordo com a planta confeccionada pelo cidadão dr. Nilo Javari Barem e apresentada pelo sr. intendente geral do município, cujas ruas e praças terão as denominações seguintes: 1º - Partindo-se de Sul a Norte: a primeira, rua Afonso Pena; a segunda, 7 de Setembro, a terceira 15 de Novembro; a quarta, Av. Marechal Hermes e a quinta rua...


Art. 2º - Do nascente ao Poente: a primeira, rua José Antônio; a segunda, 15 de Agosto, a terceira Pedro Celestino; a quarta 24 de Fevereiro; a quinta 13 de Maio; a sexta, 14 de Julho; a sétima Santo Antônio; a oitava Inhanduí; a nona e a praça entre a Av. Marechal Hermes e a 15 de Novembro.



O intendente de Campo Grande era José Santiago, em cuja administração foi implantado o alinhamento, seguido de perto pelo historiador:

Planejada assim a cidade paralelamente às casas já existentes, ao longo do eixo EO, pelo projetista foi procedida a primeira tentativa de arruamento, assistido por Amando de Oliveira, que à margem de qualquer cargo, era o pulso de ferro, orientado por uma inteligência lúcida, a mostrar ao vilarejo a senda do progresso paulista...mais de uma feita de punhos cerrados, explicara que a casa de seu fulano ou beltrano não devia forçar a rua a se acotovelar...E o roçado fora efetuado da rua Santo Antônio a 24 de Fevereiro e da rua Afonso Pena à Rio Branco, restando apenas, confusamente delineado, o entroncamento de Afonso Pena, Joaquim Murtinho e Barão de Melgaço, que posteriormente daria lugar à praça Costa Marques, após retificação levada a cabo pelo dr. Leonel Velasco, que, anteriormente, por ordem do intendente Antônio Norberto, abrira a rua do Mangue, paralela à Afonso Pena, lado sul que fica com as extremidades entre as ruas Anhanduí e Santo Antônio (atual avenida Calógeras) tendo o levantamento sido feito sem dispêndio algum da Câmara.



FONTE: J. Barbosa Rodrigues, História de Campo Grande, edição do autor, Campo Grande, 1980. Página 89.

18 de junho

1910 - Estrada de ferro: trilhos chegam ao rio Miranda


A frente de Porto Esperança da ferrovia de Mato Grosso chega à localidade de Salobra às margens do Rio Miranda. A aceleração da obra deve-se "a nova orientação dada aos trabalhos da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, pelo engenheiro dr. Júlio Arnaud, que adotou o sistema intensivo, vai marchando de uma maneira rápida e admirável a construção dessa nossa via-férrea".

O jornal corumbaense dá a notícia com ênfase:

"A última notícia que nos chega e que transmitimos aos nossos leitores é que hoje, ao meio dia, chegaram as pontas dos seus trilhos à margem do rio Miranda em Saloba, isto é, ao quilômetro 136, e que dentro em pouco, terá a estrada de ferro atingido a vila de Miranda, cuja estação fica situada no quilômetro 151". 

Menos de três meses depois, a 7 de setembro, a ferrovia chegava em Miranda.

FONTE: Correio do Estado (Corumbá), 18/06/1910


18 de junho

1922 - Corumbá homenageia pilotos portugueses




Portugueses moradores em Corumbá, homenageiam os pilotos lusitanos, Sacadura Cabral e Gago Coutinho, protagonistas da primeira travessia aérea do Atlântico Sul, entre Portugal e Brasil, em viagem histórica, no ano do centenário da independência do Brasil:

"A colônia portuguesa desta cidade, logo que teve conhecimento da chegada dos bravos pilotos portugueses Sacadura Cabral e Gago Coutinho ao Rio de Janeiro, organizou uma grande passeata, a que se associou quase toda a população, percorrendo as principais ruas da cidade, precedida de uma banda de música do 17° batalhão de caçadores.

Os manifestantes visitaram o consulado português, onde foram saudar o cônsul Armando Ferreira, que em entusiástico discurso agradeceu a manifestação.

A colônia portuguesa promove para o dia 20 um magnífico sarau de gala, no salão Excelsior, com discursos patrióticos enaltecendo o grande feito, e um programa musical, de que fazem parte os hinos nacional e português".¹ (Correio Paulistano, 19/06/1022).

Os pilotos deixaram Lisboa no dia 30 de março e chegaram ao Rio de Janeiro em 17 de junho de 1922. Fizeram a longa viagem do hidroavião Lusitânia. As homenagens se estenderam a praticamente todo o país.²

FONTE: ¹Correio Paulistano, 18/06/1922, ²Portal Brasiliana Fotográfica

FOTO: Augusto Malta/ Portal Brasiliana Fotográfica.



18 de junho

1949 - Toma posse o primeiro prefeito eleito de Amambai

Toma posse o coronel Valêncio de Brum, primeiro prefeito eleito de Amambai, antigo Patrimônio União. Eleito com 784 votos, num colégio de 1408 eleitores, ele substituiu ao prefeito nomeado, Sidnei Vargas Batista. Gaúcho de São Borja, militante político em Ponta Porã e Bela Vista, Valêncio de Brum, sem explicação conhecida, abandonou a administração onze meses depois, sendo substituído, até o final do mandato, polo vereador Raimundo Amaral, presidente da Câmara Municipal. Seu nome está na principal praça e numa das mais avenidas mais movimentadas da cidade.

FONTE: Nery da Costa Jr., Che tiempo Guaré, Biblio Editora, Campo Grande, 2020, página 46.

OBISPO MAIS FAMOSO DE MATO GROSSO

  22 de janeiro 1918 – Dom Aquino assume o governo do Estado Consequência de amplo acordo entre situação e oposição, depois da Caetanada, qu...