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sábado, 14 de dezembro de 2013

25 de dezembro

25 de dezembro

1846 – Morre em Cáceres o chefe da Sabinada baiana

Sabinada, a revolta separatista e republicana da Bahia

Falece em seu exílio na fazenda Jacobina, em Cáceres, o médico baiano Francisco Sabino Alves da Rocha Vieira (foto), chefe da revolta de 1837, que ficou registrada na história do Brasil como Sabinada.

“Preso com pesados grilhões ao colo e aos pulsos, foi depois condenado à morte, e por comutação de pena, deportado para a província de Goiás. Casou-se nessa província (já era viúvo) e abandonou a esposa, de onde passou para Mato Grosso”.


Seus restos mortais foram retirados em 1895 e remetidos para a cidade de Salvador, a pedido do Instituto Histórico da Bahia.


FONTEEstevão de Mendonça, Datas Matogrossenses, (2ª edição) Governo de Mato Grosso, Cuiabá, 1973, página 335.



25 de dezembro


1864 - Marinha paraguaia chega ao forte Coimbra





Ignorando as decisões tomadas pelo governo paraguaio com relação ao Brasil, o novo comandante da guarnição brasileira, tenente-coronel Hermenegildo Portocarrero, não percebeu quando as forças comandadas pelo coronel Vicente Barrios, subiram o rio Paraguai e, parando a uns 100 quilômetros do forte, enviaram um navio para fazer o reconhecimento. “Este foi e voltou sem ser visto e informou que próximo ao forte ouviu tiros. Soube-se depois que a guarnição estava fazendo exercícios de tiro ao alvo, sem saber que o inimigo se aproximava.”

"Tão denso era o nevoeiro - relata o historiador - que só na madrugada do dia 27, quando a fumaça das chaminés dos navios foi avistada pela sentinelas, Coimbra tomou conhecimento do avanço paraguaio."

O inventário da investida detalha:

"A frota inimiga, capitaneada pelo Igurey, era formada por 5 vapores e 5 grandes embarcações a reboque, e totalizava 39 canhões de bordo. Vieram a reboque também balsas-curral com gado para o abastecimento da tropa, e cavalos. As tropas de combate formavam 4 batalhões, num total de 3.200 homens. Traziam 12 peças de campanha."

Um contraste com as disponibilidades da guarnição brasileira em disputa:

A artilharia era constituída de 31 canhões velhos, dos quais apenas 11 estavam em condições de atirar, mas como o número de artilheiros era insuficiente, só 5 podiam ser manejados.

Até 5 de agosto desse ano a guarnição era de apenas 46 homens. Com a chegada do Corpo de Artilharia subiu para 115. Auxiliaram também na defesa outros elementos que se encontravam em Coimbra: 10 índios cadiuéus da tribo do cacique Lixagota, 5 guardas da Alfândega de Corumbá, 5 colonos de Albuquerque, 18 presos, um operário contratado e mais um civil não identificado.

A munição de artilharia era abundante, mas a de infantaria era escassa. apenas 12.000 cartuchos, dos quais 2.000 cedidos pela canhoneira Anhambai.

Valioso auxílio prestou na defesa essa embarcação com dois canhões de calibre 32, tripulada por 34 marinheiro e comandada pelo 1º-tenente Balduíno do Amaral.

Colhido de surpresa Portocarrero tomou rapidamente as providências para a defesa com os poucos elementos de que dispunha e fez recolher ao forte as famílias que habitavam a aldeia.

O ataque decisivo ao forte ocorreu a partir do dia 27, culminando com a fuga dos combatentes brasileiros e a ocupação de Coimbra pelos paraguaios.

FONTECarlos Francisco Moura, O forte de Coimbra, sentinela avançada da fronteira, Edições UFMT, Cuiabá, 1975, página 60.


25 de dezembro

1927 - Inaugurada a Santa Casa de Campo Grande

É solenemente inaugurada a Santa Casa de Misericórdia de Campo Grande. O ato oficial foi aberto pelo presidente da Associação Beneficente Campograndense, mantenedora da entidade, tabelião Eduardo Santos Pereira e contou com a presença de representantes de toda a sociedade local e convidados de outras cidades. Abriu a sessão o presidente Santos Pereira, que passou a palavra, primeiramente ao vice-presidente, dr. Oliveira Mello, "que fez o histórico do empreendimento e terminou fazendo um apelo à generosidade dos habitantes dos habitantes desta cidade". Encerraram os discursos o prefeito Jonas Correa da Costa e o médico Fernando Correa da Costa, que falou pelo corpo clínico do hospital.

Compareceram ao evento, evento outras, as seguintes autoridades: representante do comandante da circunscrição militar, Pedro Laurentino Chaves, juiz de direito da comarca, Jonas Correa da Costa, prefeito municipal, desembargador Antonio Quirino de Araújo, sub-chefe de polícia do Estado, deputado Miguel do Carmo de Oliveira Mello, vereador Arnaldo Estevão de Figueiredo, vice-presidente da Câmara municipal, deputado e jornalista Jaime Ferreira de Vasconcelos, Eurindo Neves, juiz de direito de Ponta Porã, Eduardo Olímpio Machado, presidente da Associação Comercial, Edmundo Machado, juiz de direito de Nioaque, Clarindo Correa da Costa, juiz de direito de Porto Murtinho, Hormínio Mendes, suplente de juiz de direito, capitão Humberto Miranda, coletor federal, Arnaldo Serra, agente fiscal de imposto de consumo, major Generoso Leite, agente do correio, advogado Sabino Costa, delegado de polícia, advogado Dolor Ferreira de Andrade, Teixeira Filho, Mariz Pinto, Arthur Jorge, Costa Pinto, Victor Limoeiro, Tertuliano Meirelles, Anibal Duarte e Pacífico Lopes de Sequeira.


FONTE: A Cruz, Cuiabá, 22-01-1928.




25 de dezembro

1935 – Promulgada em Cuiabá a Constituição de Mato Grosso


Deputado Estêvão Alves Correa

É sancionada a primeira constituição de Mato Grosso, pós revolução de 30 e guerra civil de 1932. O ato foi marcado pelo discurso do presidente Estevão Alves Correa:

Os mato-grossenses aqui nascidos ou radicados, que souberem escrever no passado, entre outras muitas, com a figura homérica de Antonio João, nas páginas gloriosas da resistência de Dourados; com a bravura de Antonio Maria Coelho, as da retomada de Corumbá; com Leverger, a da resistência de Melgaço; com Batista das Neves, o cavalheiro sem medo e sem mancha, as dos convés de Minas Gerais, onde derramou seu sangue generoso para sufocar a revolta e a indisciplina; com Joaquim Murtinho as da organização das finanças públicas , sabendo que na ocasião se impopularizava; com D. José, D. Carlos, os dois Antonio Correa, Generoso Ponce, o condotteri, Melo, o Bravo, e Pedro Celestino o saudoso guia dos matogrossenses; e com os homens da primeira República, que escreveram as rutilas páginas da Constituição de 91; os matogrossenses, ainda, podemos dizer sem falsa modéstia, continuam dignos de sua terra.


Não é preciso para prová-lo a citação de nomes, muitos dos quais aqui presentes, daquele que, para a glória do Estado, ainda vivem. Promulgamos hoje uma Constituição que encerra ainda maiores conquistas que a da primeira República.

Não a estudarei: já o fizeram ilustres deputados, quando ela foi discutida.
Naturalmente não será perfeita, nem satisfará em absoluto a cada um de nós, mas foi a que a Assembléia, pode fazer de melhor, no momento.


Para isso, demonstrando seu patriotismo, maioria e minoria deram-se as mãos, trabalhando com maior afinco e a maior cordialidade e esforçando-se ambos para coimá-la de possíveis falhas e para que pudessem promulgá-la, hoje "dia consagrado à comemoração da unidade espiritual dos povos cristãos".

Festejamos assim este dia glorioso, começando a respeitar a Constituição, em seu preâmbulo, promulgando-a no maior dia que a cristandade possui.


Continuamos nossa marcha ascencional para um radioso porvir, respeitando o passado que nos tivemos, sendo ainda uma prova disso, dirigir-vos a palavra pela nunca desmentida generosidade dos senhores deputados o primogênito do único sobrevivente da Constituinte de 91.

À sessão compareceram os drs. bacharel Aquiles Verlangieri, dr. Antonio Leite de Barros, advogado Mário Mota, cel. Antonio Antero Paes de Barros, deputado Gabriel Vandoni de Barros, dr. Alberto Novis, dr. João Batista Nunes Ribeiro, dr. Flávio Augusto de Rezende Rudim, deputado Corsino Bouret, dr. Ernesto Pereira Borges, advogado Arcílio Pompeo de Barros, professor Jercy Jacob, deputado Joaquim Cesário, coronel Waldomiro Correa da Costa, deputado Armindo Pinto de Figueiredo, Henrique José Vieira Neto e Estevão Alves Correa, representantes dos prefeitos dos municípios de Diamantino, Livramento, Cáceres, Guajará-Mirim, Corumbá, Santo Antonio do Madeira, Aquidauana, Lajeado, Poconé, Nioaque, Entre-Rios, Maracaju, Coxim, Porto Murtinho, Miranda e o deputado federal Trigo de Loureiro e senador João Vilasboas e deputado federal Ítrio Correa da Costa. 


O texto final da nova carta foi aprovado pelos deputados Estevão Alves Correa, Benjamim Duarte Monteiro, Filogônio de Paula Correa, Miguel Ângelo de Oliveira Pinto, Francisco Pinto de Oliveira, Henrique José Vieira Neto, Joaquim Cesário da Silva, Jospe Silvino da Costa, Nicolau Frageli, Rosário Congro, Armindo Pinto de Figueiredo, João Evaristo Curvo, Júlio Muller, Corsino Bouret, João Ponce de Arruda, Caio Correa, Gabriel Vandoni de Barros, Josino Viegas de Oliveira Paes, Agrícola Paes de Barros, João Leite de Barros, José Gentil da Silva, Luis de Miranda Horta, Deusdedit de Carvalho e Bertoldo da Silva Freire.

A principal inovação da carta promulgada foi a criação do deputado classista:

Art 4° - O Poder Legislativo é exercido pela Assembleia Legislativa, composta de deputados do povo e das organizações profissionais, tendo mandato de quatro anos.

§ 1º - É fixado em vinte e quatro o número de deputados do povo e eleitos mediante sistema proporcional e sufrágio universal igual e direto; em três o das organizações profissionais, eleitos na forma fixada pela lei, compreendidos, para este feito, os grupos seguintes: empregadores, empregados, profissões liberais e funcionários públicos.

§ 2º - O deputado do povo deve ser brasileiro nato, eleitor, maior de 25 anos e residente no Estado por mais de quatro anos. 

§ 3º - O representante de organizações profissionais deverá ter os requisitos acima, devendo pertencer, pelo menos, há um ano, a uma associação do grupo que o eleger, salvo quando esta contar menos de um ano de existência legal."


A Constituição de 35 foi a de mais curta vigência de Mato Grosso. Em 1937 seria revogada pela decretação da ditadura do Estado Novo, à frente Getúlio Vargas.



FONTEEstevão de Mendonça, Datas Matogrossenses, (2ª edição) Governo de Mato Grosso, Cuiabá, 1973, página 343.


25 de dezembro

2015 - Morre o compositor Geraldo Roca, co-autor do Trem do Pantanal





Foi encontrado morto em sua residência em Campo Grande, por volta das 11 horas da manhã, o compositor Geraldo Roca, parceiro de Paulinho Simões da música "Trem do Pantanal". A causa foi suicídio. Segundo familiares ele tinha histórico de depressão e fazia tratamento contra a doença. Nascido no Rio de Janeiro há 61 anos, o artista mora em Campo Grande desde o início da década de 70. Em 1975 - conta a jornalista Liziane Berrocal, "Roca e Paulinho Simões compuseram uma viagem a Santa Cruz de la Sierra o hino 'não oficial' do maior patrimônio de Mato Grosso do Sul. A música tinha o nome inicial de 'Trilhos da terra' e ganhou o nome de 'Trem do Pantanal' até por uma questão de se um lugar mundialmente conhecido.

A fuga da ditadura foi o mote para a frase 'mais um fugitivo da guerra', porque Paulinho Simões fugira dos militares no golpe de 1964, quando frequentava uma célula do PCB no Rio de Janeiro.

As músicas começaram a ganhar o Brasil quando Almir Sater gravou a dupla e várias outras versões foram regravadas, como o Bando do Velho Jack, que em 1998 ganhou a edição regional do Skol Rock, famoso festival nacional que reunia nomes em ascenção no cenário rock do país. Em entrevistas a veículos de comunicação, Roca tinha calculado pelo menos umas 100 regravações do 'trem' entre cantores, orquestras e bandas. Ele também foi o responsável por músicas como 'Uma pra Estrada', Polca Outra Vez' e 'Mochileira'".


FONTE: Liziane Berrocal, O adeus a Geraldo Roca, O Estado de Mato Grosso do Sul, 26-12-2015.


FOTO: O Estado de Mato Grosso do Sul.

domingo, 3 de novembro de 2013

5 de dezembro]

5 de dezembro

1906 - Nasce em Corumbá, Geraldino Martins de Barros



Filho do farmacêutico da Marinha Artur Martins de Barros e da professora Maria Leite Pedroso de Barros, nasce Gealdino Martins de Barros, principal defensor da  existência de petróleo no Pantanal. 
Estudou da primeira à quinta série elementar no Colégio Salesiano Santa Teresa e o curso ginasial no Ginásio Corumbaense, fundado por sua mãe. Ainda muito jovem foi trabalhar na zona rural a princípio como professor e depois como trabalhador braçal.
Em 1928 muda-se para Porto Esperança, então terminal da estrada de ferro e trabalha como auxiliar de escritório da firma Couto e Cia, agente da Empresa de Navegação Miguéis.
Em 1929 retorna à cidade para atender ao serviço militar. Serviu no 17° Batalhão de Caçadores, permanecendo até o seguinte quando deu baixa e voltou a Porto Esperança, onde, em 1934, casou-se com Hilda Coelho.
Foi empresário do ramo gráfico e aposentou-se em 1980, como funcionário do antigo Previsul, o primeiro instituto de previdência de Mato Grosso do Sul.
Vereador por trinta anos seguidos, notabilizou-se na defesa da ideia da existência de petróleo na região, como líder da Campanha Pró-Petróleo do Pantanal, tese que levou a Petrobras a realizar várias prospecções em áreas determinadas, sem sucesso. 
Geraldino Martins de Barros faleceu em sua cidade natal em 1988.

FONTE: Renato Baez, Perfis e Missivas, edição do autor, São Paulo, 1985, página 28.



5 de dezembro

1936 – Governador recorre ao presidente da República



Acossado pela oposição, da qual participavam diversos deputados sulistas, no auge de uma crise política que resultaria na intervenção federal, decretada a 7 de março do ano seguinte, o governador Mário Correa da Costa telegrafa ao presidente Getúlio Vargas:


Quando daí regressei, animado dos elevados propósitos pacificadores, consubstanciado no meu Manifesto, do qual dei conhecimento a V. Exa., encontrei aqui um ambiente inteiramente hostil a qualquer entendimento político, devido à atuação pessoal do senador Vilasboas, cujas manobras impossibilitam a realização dos nossos objetivos.

Entretanto, agora rompendo contra meu governo, aproveita-se ele do irrequieto deputado Generoso Ponce, para unir-se ao grupo do capitão Filinto Muller, a quem sempre hostilizou rudemente, sob a alegação da necessidade de um congraçamento da família matogrossense, quando a verdadeira finalidade dessa aliança é o meu aniquilamento político e a instalação da anarquia no Estado.


Estou recebendo de todos os municípios as mais vibrantes demonstrações de apoio ao meu governo e veemente protesto contra essa atitude reprovável que tão graves conseqüências poderá trazer à vida administrativa do Estado.
Conforme mandei expor a V. Exa. pelo deputado Trigo de Loureiro, mantenho os meus anteriores propósitos de pacificação; mas jamais aceitarei imposições humilhantes e saberei defender, em qualquer terreno, as prerrogativas de minha autoridade constitucional”.


No mesmo dia, os deputados da Aliança Matogrossense, alegando falta de garantia, se asilaram no quartel do 16 BC, comparecendo às reuniões acompanhados por forças federais. Compunham a aliança, os deputados Nicolau Frageli, Ranulfo Correa, Ulisses Serra, Luiz de Miranda Horta, Joaquim Cesário da Silva, José Silvino da Costa, João Leite de Barros, Josino Viegas de Oliveira Pais, Filogônio de Paula Correa, José Gentil da Silva, Júlio Muller, Corsino Bouret, Caio Correa e João Ponce de Arruda.


Em 6 de março de 1937, o presidente Getúlio Vargas decretou intervenção federal no Estado e nomeou interventor o capitão Manoel Ari da Silva Pires, que permaneceu no governo até 4 de outubro desse ano, com a eleição pela Assembleia Legislativa e posse de Júlio Muller, para completar o mandato. 


FONTERubens de Mendonça, História do Poder Legislativo de Mato Grosso, Assembléia Legislativa, Cuiabá, 1967, páginas 237 e 281.

FOTO: Arquivo Público do Estado de Mato Grosso.


5 de dezembro

1936 - Petróleo no Pantanal: Monteiro Lobato lança manifesto de subscrição pública

         
Mapa mostrando a proximidade e a posição de latitude entre os campos                de 
petróleo em exploração na Bolívia e as terras em que a Cia.        
         Matogrossense vai operar.

A Companhia Matogrossense de Petróleo, à frente o advogado, escritor e editor Monteiro Lobato, expede manifesto, visando subscrição de integralização do capital da empresa. Sobre a companhia, o manifesto revela que o seu capital será de vinte mil contos, dividido em 200.000 ações de 100 mil réis, "metade representada pelos direitos e contratos de pesquisa e exploração do sub-solo de Mato Grosso; e outra metade tomada por subscrição pública. As ações são pagáveis em duas prestações, uma de 50% no ato da subscrição e outra metade de igual valor, mediante chamada com prévio aviso de 60 dias".

CONTRATOS - Para exploração dos subsolo em Mato Grosso, foram lavrados com os seguintes proprietários: municipio de Aquidauana: Antonio da Costa Rondon (Fazenda Tupanceretã), Clotilde Rondon de Arruda e Bartolomeu Mendes (Fazenda São Sebastião); Luiz da Costa Rondon (Fazenda Rio Negro); Ana da Costa Rondon (Fazenda Barranco Alto); José Sebastião de Souza Camargo (Fazenda Santa Terezinha), José Alves Ribeiro Filho e Joaquim Alves Ribeiro (Fazenda Taboco). Município de Porto Murtinho: Eliza Alves Arruda (Fazenda Amoquijá); Clotilde Alves de Albuquerque e Maria Margarida Alves Arruda (Fazenda Mauá); Joaquim Nunes Ferraz, Diogo Nunes Ferraz e Cecílio Mascarenhas (Fazenda Emadicá); Estevão Alves Ribeiro (Fazenda Esperança); João Alves Ribeiro (Fazenda São José); Oscar Augusto Granja (Fazenda Saudade); Germano Lariau (Fazenda Santa Cecília); e Hermínio Grosso. Município de Bela Vista: Atanásio Mello (Fazenda Santo Amaro).

Mesmo ainda não tendo nenhuma evidência técnica, comprovando a existência de petróleo na região, o manifesto argumenta:

"Ninguém mais duvida do petróleo em numerosas zonas do nosso país. Uma há, entretanto, que forçosamente vai ser a nossa grande revelação em matéria de riqueza petrolífera: Mato Grosso.

Esse imenso estado emoldura com suas florestas metade do Xaraés, mar extinto que se revela na extensíssima depressão sul-americana, denominada Chaco nas repúblicas vizinhas e Pantanal entre nós. Compreendida entre o levantamento da cordilheira dos Andes e o planalto central do Brasil, a depressão do Xaraés mostra por toda a parte os mais flagrantes indícios de sua origem. Lagoas e pântanos de água salgada se sucedem de maneira impressionadora. Grande abundância de calcários e fósseis de base marinha. Também frequentes assinalamentos de óleo, como exsudações, impregnações bituminosas, emanação de metana e outros.

Na parte pertencente às repúblicas vizinhas, o petróleo já foi revelado, dando surto a inúmeras perfurações de alta produção. Na parte que nos pertence, nada, absolutamente nada foi feito. Uma espessa cortina de fumaça nos vinha conservando alheios a qualquer investigação de petróleo, justamente na zona mais promissora e abundante de sinais. Chegamos ao ponto de admitir este absurdo: que a linha das fronteiras, isto é, uma simples convenção política, interrompesse dentro da terra as formações de petróleo já reveladas e intensamente exploradas nos países vizinhos. Embora a geologia fosse absolutamente a mesma, petróleo só do lado que fala espanhol"...

OS INCORPORADORES - Entre os incorporadores da companhia, além de Monteiro Lobato, aparecem dois fazendeiros de Aquidauana: Antonio da Costa Rondon e Manuel Alves de Arruda. São representantes autorizados: João Alfredo de Oliveira (Cuiabá); Clodoveu Gomes Ribeiro (Bela Vista); Anchises Boaventura (Campo Grande); Theophilo Xavier de Mendonça (Jau); Joaquim Pedro Kiel (Piraju) e Francisco Dias Lacerda (Ribeirão Preto).

FONTE: Correio Paulistano, 08/12/1936.

5 de dezembro

1947 - Adolescente devorado por piranhas

Aparece nos principais jornais do país, a notícia da morte em Corumbá de um adolescente, que caiu no rio Paraguai e teve o corpo devorado pelas piranhas:

"Em Corumbá, quando pescava à beira do rio, numa barranca que fica no lugar denominado Praia Vermelha, nesse porto, caiu à água o menor Karli, de 16 anos, aluno do Ginásio Maria Leite. Nem bem tocou a correnteza do rio, o corpo do infeliz foi logo abocanhado pelas vorazes piranhas, que aos milhões se encontram nas margens do Paraguai, ao cair da noite, à procura de comida, sendo ato contínuo levado para o fundo do rio. Uma hora depois, acudindo os parentes de Karli, que reside em companhia de seu tio, o negociante José Cury, o corpo apareceu completamente desprovido das carnes, sendo nesse estado, posto num caixão e dado à sepultura no cemitério local, na manhã seguinte. Os pais do menor Karli, que no ginásio sempre se destacou como o melhor aluno da série, residem em Minas Gerais, para onde, daqui a dia dias, devia
ele viajar em gozo de férias".

FONTE: Jornal de Notícias (SP), 05/12/1947 






 


domingo, 13 de outubro de 2013

23 de novembro


23 de novembro

1889 - Criado o Distrito de Paz de Campo Grande




Lei provincial no 792, do governador Cunha Matos, cria o distrito de paz Campo Grande:

O coronel Ernesto Augusto da Cunha Mattos, presidente e comandante das armas da província de Mato Grosso.

Faço saber a todos os seus habitantes que a assembleia legislativa provincial decretou e eu sancionei a lei seguinte:

Artigo 1° - Fica elevado à categoria de freguesia o povoado de Campo Grande, no município de Miranda, sob a denominação de - Santo Antonio de Campo Grande.

Artigo 2° - São seus limites, ao norte, o rio Aquidauana até a foz do ribeirão Pontinha e daí uma reta até a última cabeceira do rio Verde; ao Sul, o rio Paraná desde a foz do rio Verde ou Sucuriu até a foz do rio Ivinhema; ao nascente, o rio Verde abaixo até a sua foz no rio Paraná; ao poente, o riacho denominado Cachoeira grande até a sua última cabeceira no espigão mestre, que divide as águas do Paraná e Paraguai e daí espigão acima até ganhar a cabeceira do rio Vacaria e por este abaixo, até sua foz no rio Paraná.

Artigo 3° - Revogam-se as disposições em contrário.

A propósito do novo distrito, Paulo Machado Coelho depõe:

Apesar da existência da lei citada e da nomeação de Bernardo Franco Baís (foto) para juiz de paz e de José Antônio Pereira para subdelegado de polícia, permaneceu a novel freguesia na dependência dos necessários expedientes burocráticos do governo para o efetivo funcionamento dos órgãos criados. Atraso talvez justificado pelo fato de o distrito haver sido criado por uma lei provincial, sancionada pelo representante do governo imperial quando já nos encontrávamos na República.


Enquanto isso, os registros de casamento eram lançados em um caderno comum para que depois fossem transcritos no livro oficial, de forma definitiva. Certa vez uma senhora procurou o juiz de paz para informar que seu marido desaparecera, deixando recado que não mais voltaria. Como se tratasse de uma mulher jovem, entendeu a autoridade que ela não poderia ficar incapacitada para novo casamento. Apanhou o caderno dos registros, arrancou a folha correspondente ao assentamento do matrimônio, rasgou-a e sentenciou: ‘O registro também desapareceu. A senhora está livre para novas núpcias.’


A decisão repetiu-se, transformou-se em jurisprudência, sendo criado assim, uma forma simples, rápida e econômica de declaração de divórcio em Campo Grande.



FONTE: ¹Jornal A Província de Mato Grosso (Cuiabá, 1° de dezembro de 1889. ²Paulo Coelho Machado, A Rua Velha, Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, 1990, página 48.

IMAGEM: Retrato pintado por Lídia Baís, filha de Bernardo Franco Baís.

sábado, 12 de outubro de 2013

04 de novembro

04 de novembro


1901 - Chacina na baia do Garcêz



Usina Conceição, no início do século XX


A polícia do coronel Totó Paes, que aliado aos irmãos Murtinho, expulsou o senador Generoso Ponce, do Estado, cerca a fazenda Conceição, do primeiro-vice-presidente João Paes de Barros, que acabava de romper com o governo, e prende um grupo de oposicionistas refugiados naquele estabelecimento rural, vizinho da usina Itaicy, de Totó Paes, prende a todos, exceto o vice-presidente que é obrigado a assinar a carta de renúncia, seleciona um grupo que é levado a Cuiabá e separa dezessete que são executados e atirados no lugar conhecido por baia dos Garcêz, no distrito Santo Antonio Rio Abaixo, atual Santo Antonio do Leverger. 

O episódio, que se transformou no discurso da oposição, estigmatizou o período Totó Paes, encerrado com a sua morte em 1906. O fato, de repercussão nacional, foi relatado pelo coronel João Paes de Barros, proprietário da usina onde as vítimas foram aprisionadas:

Feita a seleção dos que deveriam ir por terra a Cuiabá, soube que foram todos amarrados de braços para trás pela escolta que os conduzia, seguindo assim a pé até o lugar denominado "Potreiro", onde, junto a uma baia, conhecida pelo nome de "Garcêz", foram um a um fuzilados, saqueados e os cadáveres com os ventres partidos em cruz para não boiarem, lançados na água à voracidade das piranhas, ficando aí postada uma guarda até que desaparecessem.

Da usina foram ouvidos os tiros, pois, em linha reta, é pequena a distância àquela baia, a qual posto que situada na mesma margem em que está a usina, fica-lhe em frente, pela grande curva que forma ali o rio Cuiabá.

Antes da partida da escolta, Eugênio Vital que tinha hábito de andar grande distância a pé, pediu que lhe permitissem seguir a viagem a cavalo, embora preso e devidamente seguro; a esta súplica foi-lhe respondido;- "que não era muito longa a distância a caminhar, que logo chegariam ao fim". E assim foi.

Ao cair da noite parte da escolta, que seguira com os presos por terra, regressara à usina, narrando sem reservas os horrorosos detalhes da carnificina havida na baia dos Garcêz.

Autor da época realça o episódio com assombroso tom de dramaticidade:

Cardumes de piranhas ferozes, na sua fúria carnívora, se incumbirão de raspar ou últimos vestígios daqueles corpos  - não ficará provas da façanha.

Assim pensam os autores do horripilante morticínio. O bem estudado dos detalhes macabros, entremostra a premeditação dos mandantes. Mas a natureza, obediente a Deus, abre no ano seguinte uma exceção: em 1902 a baia do Garcêz secou.

E dezessete ossadas humanas, alvas sob o sol adusto, atestavam ali o crime inominável.



FONTE: Generoso Ponce Filho, Generoso Ponce um chefe, Pongetti, Rio de Janeiro, 1952, página 311.

FOTO: Album Graphico de Mato Grosso, Corumbá, 1914.



04 de novembro

1916 – Assembleia intima presidente do Estado a depor

A Assembleia Legislativa de Mato Grosso, reunida em Corumbá, por falta de garantias em Cuiabá, aprova parecer nº 41 da Comissão Especial, opinando pela pronúncia do presidente Caetano Albuquerque:

Pediu a palavra, pela ordem, o sr. Amarildo de Almeida e declarou que achando-se impedido, conforme declaração anteriormente feita, de tomar parte no processo do presidente do Estado, retirava-se do recinto para não tomar parte na votação.


Por idêntico motivo e sucessivamente retiraram-se os srs.Almeida Castro, Julio Muller e Ângelo Rebuá, em vista do que, para verificar se existia número legal depois da retirada desses srs. deputados, o senhor presidente submeteu a votos o parecer, foi aprovado unanimimente.


Na sessão seguinte, segunda parte do expediente, entra em segunda e última discussão o parecer no. 41, da Comissão Especial, sobre a defesa do presidente do Estado, o qual terminou opinando pela pronúncia.


Posto em discussão e ninguém pedindo a palavra, foi submetido a votos sendo aprovado por unanimidade. O senhor presidente declarou que à vista do voto da Assembléia, a mesa ia lavrar o decreto de pronúncia do presidente do Estado, general Caetano Manoel de Faria e Albuquerque e mandava proceder a intimação do mesmo, tudo nos termos do art. 11 da lei no. 26 de 17 de novembro de 1892.



FONTE: Rubens de Mendonça, História do Poder Legislativo de Mato Grosso, Assembleia Legislativa, Cuiabá, 1967, página 107.



04 de novembro

1927 - Nasce Maria da Glória Sá Rosa, educadora, escritora e animadora cultural

Professora Maria da Glória Sá Rosa

Nasceu em Mombaça, Ceará, Maria da Gloria Sá Rosa. Estudou no colégio interno Juvenal de Carvalho, em Fortaleza e graduou-se em línguas neolatinas, em 1949, pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)

Mudou-se para Campo Grande definitivamente em 1950, onde casou um ano depois de sua chegada com José Ferreira Rosa, com quem teve quatro filhos.

Por meio de projetos, incentivou a cultura e as artes nas escolas, organizou e promoveu vários festivais de músicas, artes plásticas, teatro e cinema em Mato Grosso do Sul. É autora de diversos livros sobre o Estado nas áreas econômica, política, social e cultural.

Foi uma das fundadoras da Faculdade Dom Aquino de Filosofia, Ciências e Letras, primeira escola das Faculdades Unidas Católicas de Mato Grosso (Fucmat), atual UCDB, Universidade Católica Dom Bosco.

Recebeu o título de Doutora Honoris Causa, da UCDB e ocupa a cadeira 19 da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras.

Faleceu em 28 de julho de 2016, vítima de AVC, no hospital El Kadri, em Campo Grande.


FONTE: Revista Atuação nº 5, Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, 2012, página 18.


4 de novembro

1944 - Governo aprova Guarda Florestal da a colônia de Dourados

O ministro da Agricultura do governo Vargas, Apolonio de Carvalho aprovou o ante-projeto da Guarda Florestal do Território Federal de Ponta Porã, organizada pela administração da Colônia Agrícola Nacional de Dourados.

A iniciativa se refere à criação inicial do seu núcleo-base para a preparação de instrutores da nova organização, cujas atribuições e estrutura, depois de estudadas pelo Serviço Florestal por 

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

27 de outubro

27 de outubro
 
1777 – Abandonada colônia de Iguatemi



Fundada em 1767 pelo governo de São Paulo, castigada pela insalubridade e fustigada por frequentes ataques espanhóis, é abandonada no extremo sul do Estado, a colônia de Iguatemi, oficialmente conhecida como Presídio Nossa Senhora dos Prazeres:

A situação do presídio foi se agravando, pela falta de pessoal, medicamentos e intensificação das febres, em consequências das quais veio a falecer o capitão mór João Martins de Barros.


Em 1777, encontravam-se respondendo pelo comando o capitão José Rodrigues da Silva e o capitão Antonio Ramos Barbas. Apresentou-se então à margem oposta do rio, vindo de Assunção, o capitão Pinido, comandando forte contingente e intimou o presídio a render-se. Houve rápida refrega, onde pereceu o capitão José Rodrigues da Silva. Faltando munição aos demais defensores, regressaram estes ao presídio. O inimigo então exigiu dos comandantes, agora tenente Germano da Costa Tavares e o capelão, a rendição, o que resolveram estes aceitar, assinando a capitulação, reconhecendo a área como terras pertencentes à coroa espanhola. Foi-lhe ordenado a retirada imediata, com seus pertences, deixando armas e os sinos da igreja. O fato ocorreu a 27 de outubro de 1777.


Desocupada a vila, os espanhóis apossaram-se do que lhes foi possível, destruindo o presídio, onde não deixaram pedra sobre pedra.


Regressando a São Paulo, os signatários da rendição foram recolhidos presos à Fortaleza da Barra de Santos, para serem submetidos a conselho de guerra.
E assim, mais uma vez tornou-se desértica a região, só restando vestígios do que fora o presídio. 


FONTE: Athamaril Saldanha, Capataz Caati, in Ciclo da Erva-Mate em Mato Grosso do Sul (1883-1947), Instituto Euvaldo Lodi, Campo Grande, 1986, página 460.



27 de outubro

1848 – Joaquim Francisco Lopes inicia viagem ao Sul de Mato Grosso

A serviço do barão de Antonina, na obtenção de terras devolutas, o sertanista Joaquim Francisco Lopes e seu irmão Gabriel Francisco Lopes, primeiro marido de Senhorinha Barbosa e fundador da Fazenda Jardim, começam a sua viagem com destino aos campos de Vacaria:

Em 27 de outubro de 1848, em canoada com 19 experimentados homens do sertão, municiados de boca e fogo, carregada de presentes para os índios que sabiam seriam encontrados ao longo dos rios, Joaquim Francisco parte do rio Congonhas, afluente do Tibagi, em busca do Paranapanema e do Paraná.


FONTE: Acyr Vaz Guimarães, Mato Grosso do Sul, Sua Evolução Histórica, Editora UCDB, Campo Grande, 1999, página 92



27 de outubro

1926 - Morre o primeiro pároco de Aquidauana

Faleceu em Aquidauana,  aos 90 anos, o padre espanhol Julião Urquiza, o primeiro pároco de Aquidauana. Em Miranda, onde iniciou seu sacerdócio no Sul de Mato Grosso, substituiu o frei Mariano de Bagnaia, depois da guerra do Paraguai. Em 1878, inaugurou, celebrando a primeira missa, a capela de Santo Antonio, de Campo Grande.

Em 1892 integrou o grupo de moradores de Miranda que se juntou para fundar a vila de Aquidauana, constando o seu nome na ata da reunião de criação da cidade:

Alguns anos depois, graças ao seu empenho, foi criada a Freguesia do Alto Aquidauana, da qual veio a ser o primeiro vigário. Ao fim da mesma década, liderou a fundação da Irmandade de Nossa Senhora da Conceição, visando construir uma nova capela consagrada à padroeira de Aquidauana.


FONTE: PAIS, Luiz Carlos, Presença histórica do Padre Julião Urquia, (artigo), Correio do Estado, 2 de julho de 2022.

27 de outubro

1947 - Morre o poeta corumbaense Lobivar de Matos





Nascido em 12 de janeiro de 1915, em Corumbá, falece no Rio de Janeiro, o poeta Lobivar de Matos. Começou seus estudos no Colégio Salesiano Santa Teresa. Em 1928 muda-se para Campo Grande. Fez o curso ginasial no Instituto Pestalozzi, mais tarde denominado Ginásio Municipal de Campo Grande, sendo colega de Rachid Derzi e José Fragelli. Em 1932, já sob a influência do modernismo publica seu primeiro poema na revista Folha da Serra: 

Corumbá deslumbrante. 
Dorme na harmonia
o teu sono infinito,
nas rochas de granito,
sob a luz sombria
do calor. 

Em fins de 1933 muda-se para o Rio de Janeiro para estudar Ciências Jurídicas na Faculdade Nacional de Direito do Distrito Federal. Em 1935 publica seu primeiro livro de poemas "Areôtare,". Em 1936 publica "Sarobá," seu segundo livro. Em 1941, já formado em advocacia e com a família constituída, volta à Corumbá, onde passa pouco tempo,mudando-se para Cuiabá. Às vésperas da entrada do Brasil na II Guerra, Lobivar estava de volta ao Rio. Lá trabalhou como censor e milita em vários órgãos da imprensa. Pouco antes de morrer escreve em síntese ao seu tio Osório, também escritor, seu ideário de poeta:

Poesia hoje não pode ficar presa a vestimentas antigas. O tio pode perfeitamente manifestar os seus sentimentos sem peias, sem a preocupação da rima rica, sem a clássica 'chave de ouro' dos sonetos. Em poesia a exigência máxima que se pode fazer não é da forma, mas de fundo, isto é, de sentimentos. A poesia - como dizem os mestres - é sugestão.


FONTE: José Otávio Guizzo, Lobivar de Matos, o poeta que abriu os caminhos da moderna poesia regional, in Campo Grande: personalidades históricas (volume II), Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, 2012, página 83.   

 


27 de outubro

1993 - Criada a Universidade Católica Dom Bosco em Campo Grande

Pela portaria nº 1.547 do Mistério da Educação e Cultura, a FUCMT, Faculdades Unidas Católicas de Mato Grosso,  transformou-se em Universidade Católica Dom Bosco. A semente da UCDB foi plantada em 1961 com a implantação pela Missão Salesiana de Mato Grosso da Faculdade Dom Aquino de Filosofia, Ciências e Letras, com os cursos de Pedagogia e Letras.

Em seguida foram criadas as faculdades de Direito (1965), de Economia, Contabilidade e Administração (1970), de Serviço Social (1972), e, sucessivamente, os cursos de História, Geografia, Ciências, Filosofia e Graduação de Professores.

Em 1976, o Conselho Federal de Educação aprovou a criação da FUCMAT, que teve como primeiro reitor o padre José Scampini, que foi também o primeiro reitor da UCDB, sendo substituído em 4 de setembro de 2015, pelo padre Ricardo Carlos, sucedido pelo padre José Marinoni.

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Universidade Católica Dom Bosco, Campo Grande, 2021.

 

 

domingo, 6 de outubro de 2013

16 de outubro

16 de outubro
 
1886 – Doadas terras para Santo Antônio

Santo Antonio, padroeiro e "proprietário" de Campo Grande


É lavrada em Nioaque escritura pública, onde Joaquim S. Ornelas e sua mulher Leopoldina Maria Inocente doam a Santo Antônio, padroeiro da vila, meia légua de matas na fazenda denominada Lageado, para implantação do povoado de Campo Grande. 

Lélia Rita de Figueiredo Ribeiro, a primeira a tratar deste assunto, explica:

Em 1886, Joaquim Silvério Ornellas, natural de Miranda, filho de Manoel José Ornellas, português e da índia Kaduwéo Nalice, proprietário de vastas terras na região sul de Mato Grosso, com cerca de 1.000.000 de hectares, constituídos pelas fazendas São João do Varadouro e Lajeado, cujas áreas contíguas abrangiam desde o município de Miranda até atingir a região do Anhanduí, hoje Campo Grande, tendo reconhecido em José Antônio Pereira a legitimidade de sua ação povoadora, vem, num rasgo de generosidade e de grande visão de futuro, realizar a doação a Santo Antônio, de meia légua de matas na fazenda denominada Lajeado, neste município, conforme certidão de transcrição a pedido do bispo da Diocese de Campo Grande, em 6-10-1983.
É do teor desta certidão do Cartório do 1º Ofício de Campo Grande, por seu oficial de registro, Antonio Leite Serra, que o tramitente da escritura de doação foi o sr. Joaquim Silvério Ornellas e sua mulher Leopoldina Maria Inocente, sendo adquirente, Santo Antônio.


Esta doação de Joaquim S. Ornellas e Leopoldina Maria Inocente que era cuiabana de nascimento, foi feita através de escritura pública lavrada no cartório de Nioaque em 16 de outubro de 1886, conforme se infere da mesma certidão, a requerimento do bispo de Campo Grande, dom Antonio Barbosa Guimarães.

FONTE: Lélia Rita Figueiredo Ribeiro, Campo Grande, O Homem e a Terra, edição da autora, Campo Grande, sdCampo Grande, 246

FOTO: O Progresso, Dourados.



16 de outubro


1991 - Papa João Paulo II visita Campo Grande




O papa João Paulo II com Dom Antonio Barbosa, arcebispo de Campo Grande



Em sua primeira visita ao Brasil, João Paulo II inclui a capital de Mato Grosso do Sul em seu roteiro. O papa desembarcou as 19,28 na Base Aérea, seguindo de papamóvel até a missão salesiana. Mais de 100 pessoas aplaudiram o chefe da igreja católica em sua chegada. Foi recebido pelo governador Pedro Pedrosssian e pelo prefeito Lúdio Coelho. Permaneceu poucos minutos na pista do aeroporto, tempo suficiente para dar bênção à imagem de Nossa Senhora de Loreto, padroeira da aviação.

Sua passagem pelo centro da cidade é acompanhada, com detalhes, pela imprensa:


A precária iluminação de avenida Afonso Pena, centro de Campo Grande, não impediu que milhares de pessoas saudassem a passagem do Papa João Paulo II a partir das 19h40 min de ontem. Famílias inteiras se colocaram ao longo da avenida com cadeiras, bancos, toalhas, lanches e sucos, algumas desde as 15h30min, transformando os canteiros em espaços de pique-nique. Apesar da grande emoção que tomou conta dos católicos mais fervorosos quando a comitiva papal foi avistada no asfalto, os momentos que antecederam a passagem foram marcados pelo pouco entusiasmo. A exceção foram grupos isolados, que tentaram ensaiar um ou outro canto de louvor, sempre com pequena resposta. 


Ao longo da avenida, chamou a atenção a quase inexistência de grupos de romeiros vindos de outros estados; a platéia foi basicamente composta de pessoas que haviam há pouco encerrado o expediente de trabalho no centro da cidade, que resolveram retardar o retorno para casa ou de moradores de bairros mais próximos. Mas não faltaram católicos para exaltar a presença do Papa e demonstrar sua fé, como a dona-de-casa Porcina Califi, uma das moradoras do bairro Amambaí, que aos 81 anos queria realizar o sonho de ver o Santo Padre de perto.


Levando mais de 20 parentes e vizinhos a tiracolo, Porcina chegou na avenida Afonso Pena, perto da Bandeirantes, por volta das 17 horas, quase duas horas e meia antes do horário previsto para a passagem do papamóvel. Com a perna esquerda fraturada numa queda que sofreu recentemente, e movendo-se com dificuldades com ajuda de uma bengala, Porcina colocou sua cadeira a poucos metros da avenida, rezando a Deus, segundo ela, para que conseguisse ver o Papa. Por causa dos problemas de saúde e prevendo a multidão que tomará conta da área escolhida no bairro Santo Amaro, Porcina descartou a hipótese de poder assistir a missa campal hoje pela manhã. ‘Eu o vejo agora ou nunca’, definiu.


Quando o Papa passou, a uma velocidade estimada em 30 km por hora, vestido de branco, sorrindo e gesticulando para as pessoas na calçada, Porcina foi erguida da cadeira pelo seu filho mais velho, mas a aglomeração das pessoas prejudicou seu ponto de vista. ‘Não consegui vê-lo de frente; só de perfil. Mas foi suficiente’, disse ela momentos depois, ao mesmo tempo que fazia o sinal da cruz e um agradecimento interior: ‘É um dos dias mais felizes de minha vida’. Sua comadre, Dalila Bueno da Silva, não conseguiu esconder a emoção e chorou por alguns minutos. ‘É de alegria’, garantiu.


O ponto alto da visita do Papa a Campo Grande,entretanto, foi a missa campal celebrada no dia seguinte.

FONTE: Correio do Estado, 17/10/1991

FOTO: Arquidiocese de Campo Grande






OBISPO MAIS FAMOSO DE MATO GROSSO

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