quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

2 de março

2 de março

1910 -Rondon serviço de proteção aos ao índios






Em carta de2 março de  1910,  assinada pelo ministro Rodolfo Miranda, de Agricultura, Indústria e Comércio, do governo de Nilo Peçanha, Rondon é oficialmente convidado para a direção do recém-criado Serviço de Proteção aos Índios:

Exmo. Sr. Coronel Cândido Mariano da Silva Rondon:


Visa a presente carta revestir de cunho oficial o convite que, pessoalmente, vos dirigi em nome da causa de nossos silvícolas.


A espontaneidade da escolha de vosso nome para fomentar e dirigir a catequese que o Governo da República deliberou empreender é a consagração formal da conduta humanitária, generosa, que tanto vos recomendou à confiança do indígena, na longa e heróica jornada que realizastes em zonas até então vedadas aos mais audaciosos exploradores.


Quem, denodadamente e com rara abnegação, sacrificou a sua quietude, a calma do lar, a sua própria vida, por bem servir à nação; quem pode fazer do indígena a plenitude do seu domínio no seio das florestas, defendido dos artifícios da civilização pelas asperezas da vida inculta - um amigo, um guia cuidadoso, reúne, sem dúvida, os requisitos de bondade, de altruísmo que devem caracterizar a campanha que há de redimir do abandono os nossos silvícolas e integrá-los na posse de seus direitos.


Não cabe ao Governo insistir em práticas seculares que falharam aos seus ideais, revelando-se, no longo decurso do seu predomínio, baldas de prestígio para deter a corrente da raça varonil que votava à escravidão e ao extermínio. Cumpre-lhe, ao contrário, constituir, em bases novas, a catequese, imprimir-lhe a feição republicana, fora do privilégio de castas, sem preocupação de proselitismo religioso, constituindo serviço especial centralizado na Capital, com irradiação pelos Estados onde se torne necessária a ação que é chamado a exercer, pacientemente e sem intermissão de esforços.


A direção superior desse serviço vos será confiada, se aquiescerdes à consulta que ora vos faço, antes das formalidades oficiais de requisição ao Ministério a quem pertenceis, e tenho bem radicada em meu espírito a confiança de que será satisfeita a aspiração comum, mediante o influxo de vossa cultura científica, de vossa capacidade moral, de vossa fé republicana e da energia de vontade que vos faz o primeiro dentre os exporadores do território brasileiro.


Em carta de 14 de março seguinte ao ministro Rodolfo de Miranda, o coronel Rondon aceita o convite e apresenta uma série de medidas que deveria tomar para cumprir a missão.


FONTE: Esther de Viveiros, Rondon conta sua vida, Cooperativa Cultural dos Esperantistas, Rio, 1968, página 338.






terça-feira, 25 de janeiro de 2011

1° de março

1º de março

1870 - Morre Lopez e acaba a guerra





Dá-se a última batalha da guerra do Paraguai, da qual participa o marechal Francisco Solano Lopez, em Cerro Corá, às margens do rio Aquidaban, proximidades de Ponta Porã. Tropas comandadas pelo general Câmara travam o decisivo combate do conflito que durou cinco anos. O tenente-coronel Jorge Maia, veterano dessa guerra, dá notícia detalhada dos últimos minutos do presidente Solano Lopez, já ferido no ventre em confronto com tropas do coronel Joca Tavares:

Assim, tão gravemente ferido, López desistiu da inútil resistência, e, já no trilho limpo da macega, pelo trânsito, põe o cavalo a meio galope para ganhar o mato, boca da picada, que tinha cerca de 30 m. Foi nessa ocasião que o cabo Lacerda disse aos oficiais:

 
Foi lanceado na barriga.
Tudo isso se passou em poucos minutos.


(...) Foi nessa ocasião que chegou o general Câmara e perguntou:
Que é do Lopez? E os oficiais do Estado Maior do Coronel Joca Tavares, que ali se achavam, responderam:


Entrou aqui, apontando-lhe a boca da picada; ao que acrescentou o cabo Lacerda:


Lanceado na barriga.


O general Câmara não ligando a esse incidente a menor importância, apeou-se, e, com ele diversos oficiais do seu Estado Maior; penetrou na picada, que, como já vimos, era curta, e, chegando a barranca do arroio, viu Lopez metido na água, na posição já descrita. Não será demais repetir que o arroio nesse lugar tinha cerca de 5 m de barranco a barranco e cerca de 4 m de água, com cerca de 0,60 m de profundidade e o barranco na margem esquerda, onde se achava o general Câmara com outras pessoas, cerca de 0,60 m de altura. Nessa ocasião já haviam chegado praças do 9º. Batalhão de Infantaria, entre eles o soldado do norte, Francisco Fernandes de Souza, que parou ao pé do barranco, do lado esquerdo da picada, com arma descansada, olhando para Lopez.


O general Câmara ao chegar à beira do barranco, que, como já disse, tinha cerca de 0,60 m de altura, postou-se à direita da picada e dali o intimou:
Renda-se, Marechal!


Lopez, já sentindo a morte que dele se apoderava, lançou ao general um olhar que traduzia toda a tempestade de horror e de ódio que lhe iam na alma, prestes a abandonar o corpo. (...) Não podendo mais suster o espadim na atitude em que tinha, pela extrema fraqueza, largou-lhe a ponta da mão esquerda, e, deixando pender e cair para a direita, talvez em inútil ameaça, segurando, porém, os copos do espadim, e voltando de novo a cabeça, pela última vez para o general Câmara, com expressão medonha, disse:

 
Muero com mi pátria.

 
O general Câmara supondo que Lopez o queria agredir, pois não conhecia a natureza do ferimento nem o seu estado, ordenou:


Desarmem esse homem. Ouviu-se então, no mesmo instante, o estampido de um tiro disparado pelo soldado de Infantaria, Francisco Fernandes de Souza, nas costas do morimbundo, que já pendia para cair de bruços. 



FONTE: Jorge Maia, A invasão de Mato Grosso, Biblioteca do Exército Editora, Rio, 1964, página 306.

FOTO: Chico Diabo atinge Lopez. Reprodução de Semana Ilustrada (RJ) 27 de março de 1870. 




1° de março

1883 - Campo Grande pede desligamento do município de Nioaque


Joaquim Vieira de Almeida, comerciante e líder político
Em carta firmada por Joaquim Vieira de Almeida e outros moradores da vila de Campo Grande ao presidente do Estado de Mato Grosso, Manuel José Murtinho, pediam "para que seja desligada esta freguesia do termo de Levergeria e unida ao de Miranda". O motivo é simples:

"Tendo os moradores desta freguesia, suas relações comerciais na vila de Miranda, onde efetivamente vão prover-se de todo o necessário, torna-se-lhe por isso muito conveniente e vantajosa a união desta àquela vila". 



FONTE: Paulo Coelho Machado, A rua velha, Edição do Tribunal de Justiça, Campo Grande, página 184.


1º de março

1980 -  Carta psicografada inocenta marido de morte da esposa

Atingida por um tiro à altura do pescoço, morre dias depois no hospital, a ex-miss 
Campo Grande, Gleide Dutra de Deus. O episódio teria sido apenas uma trágica rotina urbana, não fosse a peculiaridade do julgamento: o suspeito da morte,  marido da vítima, foi absolvido tendo como provas principais cartas psicografadas pelo médiun Chico Xavier, onde Gleide afirmava que o disparo havia sido acidental. 

João Francisco Marcondes de Deus foi indiciado pela acusação de haver matado a esposa, após retornarem de uma festa, aos 0h30 min, com um tiro, que a atingiu na região da garganta. O casal residia no Jardim dos Estados. João de Deus e Gleide voltavam de um jantar em companhia da mãe de Gleide e mais dois amigos do casal e se dirigiam para outra festa, que seria realizada na casa de um colega de trabalho. No caminho, a mãe de Gleide foi deixada em casa. Pouco depois, a própria Gleide desistiu de ir à festa.

Em casa, João de Deus decidiu pegar uma arma, um revólver que usava costumeiramente. Minutos depois, os dois amigos, que haviam ficado no carro, ouviram um disparo e gritos de socorro. João saiu carregando a mulher e dirigiu-se a um hospital, onde Gleide permaneceu internada, vindo a falecer em seguida.

Em consequência foi denunciado pelo promotor Francisco Pinto de Oliveira Neto, para ser julgado pelo Tribunal do Juri.

Na delegacia João de Deus garantiu que o disparo fora acidental. Ele teria pego a arma do criado-mudo e, ao colocar na cintura ela disparou atingindo a esposa.

Em juízo, alegou que sua mulher estava sentada na cama no momento do disparo e que ele estava pegando a arma para ir com o irmão e um amigo que os esperavam no carro a uma outra festa.

Em março de 1982, o juiz Armando de Lima remeteu o processo ao Tribunal do Júri, por entender tratar-se de um homicídio doloso. No primeiro júri os jurados reconheceram, por unanimidade, que o réu não teve intenção de matar, sendo absolvido. A acusação recorreu e foi determinado novo júri, já em 1990, João Francisco foi acusado por homicídio culposo, sem intenção de matar.

A defesa onde atuou o advogado Ricardo Trad, usou entre outras provas, duas cartas psicografadas por Chico Xavier, nas quais a vítima inocentava o marido, além do testemunho de enfermeiros que atenderam a vítima no hospital antes de morrer e que também ouviram a confissão de inocência do acusado. Pelo homicídio culposo o réu não chegou a ficar preso porque a pena de um ano havia prescrito. 

FONTE: Midiamax, Campo Grande, 26/082016.


29 de fevereiro

29 de fevereiro

1798 - Morre o quinto governador de Mato Grosso



Falece em Vila Bela o quinto governador e capitão-general da capitania de Mato Grosso, João de Albuquerque Pereira e Cáceres, irmão e sucessor de Luiz Albuquerque de Melo Pereira e Cáceres.

Nomeado por carta régia de 17 de outubro de 1788, assumiu a administração a 20 de novembro do ano seguinte. Muito moço para um cargo de tanta responsabilidade, a nomeação de João de Albuquerque originou-se principalmente do fato seguinte:

Tendo Luiz de Albuquerque reclamado por vezes a sua substituição e compreendido por fim que o governo da metrópole, se diretamente não lhe negava, também não lhe permitia o regresso, pois a tanto valia a nomeação de substituto e a recomendação expressa para aguardar a vinda deste, o que jamais se efetivava, resolveu ao cabo de dezesseis anos indicar o nome do próprio irmão para o governo da capitania.

Ao regressar para Lisboa, entregava ao seu substituto instruções completas sobre o estado da capitania, traçando-lhe a conduta e a maneira de se orientar no governo.

E tais instruções foram o guia eficaz de João de Albuquerque, que se não possuia a envergadura do irmão, tinha, no entanto, o bom senso deste.

Por motivo de seu falecimento, assumiu o governo da capitania uma junta composta do ouvidor Antonio da Silva Amaral, tenente-coronel Ricardo de Almeida Serra e o vereador Marcelino Rodrigues.

FONTE: Estevâo de Mendonça, Datas Matogrossenses,(2a. edição) Governo de Mato Grosso, Cuiabá, 1973, página 111.


28 de fevereiro


28 de fevereiro


1858 - de Lamare assume o governo de Mato Grosso



Assume a presidência da província de Mato Grosso o chefe de divisão Joaquim Raimundo de Lamare, nomeado por carta imperial de 5 de setembro do ano anterior. Sobre ele e sua passagem pelo governo de Mato Grosso depõe o historiador:

Oficial de marinha distinto, com muita fé de ofício que vinha abrilhantando desde as lutas da independência, ao lado de Lord Cockrane a bordo da nau Pedro I, que comandava, ocupou depois posição de destaque no país, tendo sido o ministro da Marinha no gabinete Marques de Olinda, em 1852.

Em Mato Grosso governou com tino e moderação, conseguindo amortecer as rivalidades oriundas do espírito partidário. Promoveu o povoamento de Albuquerque, hoje Corumbá, mandando dividir e demarcar a área destinada à cidade e fazendo edificar ali os primeiros edifícios públicos. Em homenagem à sua memória, a respectiva câmara municipal deu o nome de - Rua de Lamare - à principal artéria da cidade.

Governou até 13 de outubro de 1859 data em que passou a administração ao tenente-coronel Antonio Pedro de Alencastro, e por falecimento do visconde do Rio Branco é escolhido para substituir no Senado aquele estadista, com representante de Mato Grosso.

FONTE: Estevão de Mendonça, Datas Matogrossenses, 2a. edição, Casa Civil de Mato Grosso, Cuiabá, 1973, página 110.

FOTO: Reprodução do livro O Forte de Coimbra, de Carlos Francisco Moura.




28 de fevereiro

1967 - Decreto demite Pedrossian da Noroeste



Castelo Branco demitiu o funcionário mas não cassou o governador
Governador eleito pelo PSD, em oposição ao candidato apoiado pela ditadura, Pedro Pedrossian sofre perseguição de seus adversários, inconformados com a derrota e com a sua crescente popularidade. O decreto a seguir desencadeou uma crise política no Estado que quase resultou no impeachment do governador:

O Presidente da República, tendo em vista o que consta do processo secreto SSN, no 470 de 1965, referente à Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, do Ministério da Viação e Obras Públicas, resolve: Demitir, de acordo com o artigo 207, itens I, VI e X da lei no. 1711, de 28 de outubro de 1952, Pedro Pedrossian, matrícula no 17.712, do cargo de engenheiro nível 22 do Quadro da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, do Ministério da Viação e Obras Públicas.
Brasília, 28 de fevereiro de 1967, 146 da Independência e 79° da República. aa- H. Castelo Branco, Juarez Távora.


Pelos preceitos violados, Pedrossian fora “demitido a bem do serviço público.” 



FONTE: Rubens de Mendonça, História do Poder Legislativo de Mato Grosso, Assembleia Legislativa, Cuiabá, 1967, página 343.


28 de fevereiro


2011 - Morre a primeira mulher conselheira do TC de Mato Grosso do Sul


A conselheira do Tribunal de Contas do Estado, Celina Martins Jallad, morreu no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, onde estava internada devido a aneurisma da aorta dissecante sofrido no dia anterior. Ela foi submetida a cirurgia, que terminou à meia-noite e faleceu às 5 da manhã. Celina Jallad nasceu em 11 de fevereiro de 1947 em Campo Grande. Foi deputada estadual por quatro mandatos pelo PMDB e era conselheira do TCE desde novembro passado. Bisneta de Bernardo Franco Baís, primeiro prefeito eleito de Campo Grande, neta do ex-senador Vespasiano Barbosa Martins e filha do ex-governador Wilson Barbosa Martins e de dona Nelly Martins, era casada há 43 anos com o desembargador do Tribunal Regional do Trabalho, Abdala Jallad. Era professora e empresária e antes de se eleger deputada estadual, ocupou cargos de primeiro escalão no município de Campo Grande e no governo do Estado. Celina lutava contra o câncer de mama desde 2009. Deixa dois filhos. Veja no Vídeo o ato da posse de Celina Jallad no TCE, a 30 de novembro de 2010.






FONTE: Campo Grande News, 28-02-2011.
VIDEO: Youtube.com/viamorena

27 de fevereiro

27 de fevereiro

1999 - Morre Dom Teodardo, o terceiro bispo de Dourados





Morre na Alemanha para onde voltou depois de ser jubilado como bispo de Dourados, dom Teodardo Leitz. Filho de Gustav e Lídia Leitz, nasceu em 18 de maio de 1915, em Karlsruhe, na Alemanha. Após estudos primários e secundários ingressou na Ordem Franciscana em 19 de abril de 1934. Estudou filosofia em Sigmaringem e Teologia em Fulda/Alemanha. Transferiu-se para o Brasil em 1939, já diácono, continuando os estudos na Faculdade de Teologia dos Franciscanos de Petrópolis, RJ. Em 30 de junho de 1940 foi ordenado sacerdote pelo bispo de Niterói D. José Alves. No fim do mesmo ano, veio para Mato Grosso, assumindo o cargo de coadjutor da paróquia de Rosário Oeste. Durante 12 anos percorreu a cavalo ou canoa os sertões de Mato Grosso. Em 24 de outubro de 1952, Frei Teodardo muda-se para Dourados, como vigário da cidade, tendo permanecido por durante 9 anos à frente da paróquia. 

Em 1961, frei Teodardo é transferido para Rio Brilhante, onde iniciou a construção do Seminário dos Franciscanos, e depois para Campo Grande como vigário da paróquia de São Francisco. Em janeiro de 1970 retorna definitivamente a Dourados, novamente como vigário da paróquia da Imaculada Conceição. Com a renúncia do bispo, dom Carlos Schmitt, , frei Teodardo foi eleito administrador da Diocese e, em 5 de novembro de 1970 o Papa Paulo VI o nomeou bispo de Dourados. Recebeu a sagração no dia 13 de fevereiro de 1971 na cidade de Freiburg na Alemanha e tomou posse em 17 de março do mesmo ano.

Em seus 15 anos à frente da Diocese de Dourados, dom Teodardo implantou diversos movimentos: cursilho da cristandade, movimento jovem, pastoral das Vocações, pastoral da Terra, pastoral da Saúde, vicentinos e outros. 

Coerente com seu lema de bispo: "Evangelizar os pobres", e com o compromisso da "opção preferencial pelos pobres", do Vaticano II, dom Teodardo se colocou decididamente ao lado dos trabalhadores rurais sem-terra durante os primeiros movimentos pela reforma agrária, no início da década de 80, ainda durante o regime militar. Destacou-se no apoio aos trabalhadores rurais, durante a ocupação da gleba Idalina, em Ivinhema, em abril de 1985. Nessa ocasião, acolheu os despejados e lhes ofereceu uma área da diocese, no distrito de São Pedro para acampar. Durante oito meses, 3.000 pessoas ficaram por conta da Diocese de Dourados, inclusive a alimentação e o atendimento sanitário, até que o governo do Estado, desapropriou uma área no município de Nioaque e assentou os acampados.


FONTE: Frei Pedro Knob, A missão franciscana do Mato Grosso, Custódia Franciscana das Sete Alegrias de Nossa Senhora de Mato Grosso, Campo Grande, 1988, página 216.


26 de fevereiro

26 de fevereiro

1831 - Sublevação no Forte de Coimbra






Às oito horas da noite, amotina-se a guarnição de Coimbra, depondo o comandante, que é mandado preso para a localidade de Albuquerque.¹ A rebelião foi chefiada por elementos nativistas, que agiam em todo o Estado contra o predomínio político e econômico dos portugueses ou adotivos, desde a proclamação da independência em 1822. No mesmo ano houve manifestações semelhantes em guarnições militares de Casalvasco, forte Príncipe da Beira, Vila Maria e Cuiabá.² A Rusga, em Cuiabá, a 30 de maio de 1834 com dezenas de mortes, foi o ponto culminante do movimento.
 



FONTES: ¹Estevão de Mendonça, Datas Matogrossenses, (2a. edição) Governo de Mato Grosso, Cuiabá, 1973, página 108; e ²Walmir Batista Correa, História da violência em Mato Grosso, 1817-1840, Editora UFMS, Campo Grande, 1997, página 53.

25 de fevereiro

25 de fevereiro

1866 - Expedicionários brasileiros atravessam o rio Negro

Rumo à Miranda, onde esperaria um ano até mudar-se para Nioaque e de lá para a fronteira, a força expedicionária brasileira, procedente de Coxim, transpõe o rio Negro. O relato é de Taunay, membro da comissão de engenharia e escritor da expedição:

No dia 25 de fevereiro, passamos o rio Negro numa pelota, transportando-nos para a sua margem esquerda, baixa, paludosa e coberta da mesma vegetação que já tínhamos observado do outro lado. Por espaço de que quarto de légua, nela lutamos com os obstáculos provenientes das enchentes do rio, sendo obrigados a novas passagens em pelota de corixas cheias de pyrisaes (lugares alagados) e à marcha em terreno sempre úmido e atoladiço. Abre-se depois o campo com cerrados ao longe, e achamo-nos na base da serra de Maracajú, que era o único meio de direção na procura da trilha que diziam ter sido aberta pelos fugitivos de Miranda, por ocasião da invasão deste distrito no ano passado. Com efeito avistávamos uma longa e continuada serrania que devíamos deixar à esquerda, fraldejando a sua aba e fugindo das águas que cobriam a estrada seguida no tempo seco até o rio Aquidauana.

FONTE: Taunay, Em Mato Grosso Invadido, Companhia Melhoramentos de S. Paulo, sd, São Paulo, página 116. 


25 de fevereiro

1867 - Tropas deixam Nioaque rumo à fronteira paraguaia



A RETIRADA DA LAGUNA - Composição de Álvaro Marins (Seth)


Um mês acampada em Nioaque, depois de longa permanência em Miranda, as forças brasileiras, sob o comando o coronel Camisão, finalmente, iniciam a marcha sobre a fronteira paraguaia. O tenente Taunay,economizou palavras para registrar o fato:

Arrancou a coluna a 25 de fevereiro de 1867, indo acampar a uma légua da vila, à margem do rio Nioaque. Logo que pudemos, visitamos o comandante. Tinha a barraca sobre um montículo pedregoso, a meio abrigado por palmeiras que tornavam aprazível aquele local. Estava agitado: já para o rancho da tarde faltava gado.



FONTE: Taunay, A retirada da Laguna, 14a. edição, Edições Melhoramentos, S. Paulo, 1942, página 41.



25 de fevereiro

1891 - Anuladas as eleições para a Constituinte estadual



Assumindo o governo a 15 de fevereiro, por decreto estadual, o coronel Frederico Sólon de Sampaio Ribeiro, anulou as eleições de 3 de janeiro, realizadas em ambiente conturbado, verificando-se “elevada abstinência, tanto na sede do governo como nas demais cidades, dos amedrontados eleitores republicanos e, destarte, triunfara o Partido Nacional”, do presidente Antônio Maria Coelho, demitido do cargo pela denúncia de prática de arbitrariedades, antes e durante o pleito eleitoral. 


FONTE: Estevão de Mendonça, Datas matogrossenses, (2a edição), Governo de Mato Grosso, Cuiabá, 1973, página 106

25 de fevereiro

1934 - Pane seca: acidente com avião da Condor entre Corumbá e Cuiabá

Aeronave da empresa Condor cai por falta de combustível no trajeto entre Cuiabá e Corumbá. É o segundo acidente em menos de três meses, conforme lamenta o Jornal do Comércio, de Campo Grande, em sua edição de 4 de março de 1934:










25 de fevereiro

1967 - Impeachment: Filinto defende Pedrossian


Filinto: senso de justiça e atitude coerente

Em carta ao seu sobrinho Gastão Müller, o senador Filinto Müller, assume a defesa do governador Pedro Pedrossian, que, sob a ameaça de cassação pela Assembleia Legislativa, sofria verdadeiro bombardeio da oposição e de setores de seu próprio partido, o antigo PSD:

(...) Todo o Mato Grosso sabe que defendi o Pedro das acusações que lhe eram feitas, não simplesmente porque era ele o nosso candidato, mas, essencialmente porque as considerava injustas, fruto do ódio, de despeito, de má fé. Como é que agora, quando os mesmíssimos inquéritos administrativos de há quase dois anos passados, sem tirar nem por, vêm à decisão final, posso eu ‘lavar as mãos’, recolher-me a uma atitude de indiferença? Essa não seria uma atitude digna. Se repudiei antes do pleito de 3 de outubro de 1965, tenho o dever de continuar a repudiá-las hoje. Não importam as consequências que eu possa vir a sofrer - como você imagina - por empenhar-me a fundo na defesa do Pedro e no repúdio aos inquéritos administrativos.


(...) O que importa é manter eu a coerência de atitudes que somente ela nos assegura o respeito próprio e, às vezes, o respeito dos demais... Admitindo, para argumentar, que o Pedro houvesse sido um carrasco para os nossos amigos, que houvesse desmandado no governo, que houvesse malbaratado a fortuna pública, ainda assim, eu continuaria a sustentar a atitude que mantive inalterada nestes dois anos quase, afirmando serem as acusações dos inquéritos administrativos do Ministério da Viação fruto de uma trama sórdida, uma iniqüidade, uma clamorosa injustiça. Estou certo de que você aplaudirá estas minhas atitudes. A esta hora você já terá lido, em mãos do Pinheiro, a exposição que fiz sobre o desfecho dos inquéritos. Você terá verificado, portanto, que mantive a minha coerência.




FONTE: Maria Manuela Renha de Novis Neves, Relatos políticos, Mariela Editora, Rio de Janeiro, 2001, página, 282.




OBISPO MAIS FAMOSO DE MATO GROSSO

  22 de janeiro 1918 – Dom Aquino assume o governo do Estado Consequência de amplo acordo entre situação e oposição, depois da Caetanada, qu...