sábado, 5 de fevereiro de 2011

30 de março

30 de março

1934 - Fundado em Campo o centro espírita Fé e Caridade 

Em ofício enviado ao Jornal do Comércio, a primeira diretoria do Centro Espírita Fé e Caridade, de Campo Grande, anuncia o início de suas atividades:

Tenho o prazer de levar ao conhecimento de V.S. que acaba de ser fundado nesta cidade o Centro Espírita "Fé e Caridade", já se achando os seus estatutos devidamente legalizados.

Este Centro está realizando duas ordens de sessões: uma para estudo e elucidação de todas as obras esclarecedoras, às terças-feiras; outra para obtenção e pesquisa dos fenômenos espíritas e suas aplicações morais e científicas. A primeira destas sessões inicia-se às 19 horas do dia indicado, funcionando provisoriamente à rua 13 de Maio, n° 828.

A Diretoria organizadora do Centro Espírita "Fé e Caridade" está assim constituída: Presidente, Serafim de Gusmão; vice-presidente, Cipriano F. Carvalho; 1° secretário, José Dias de Carvalho; 2ª secretária Francelina da Silva Figueiredo; tesoureiro, Antonio F. Carvalho; e bibliotecária, Eglantina Alves Taveira.

Como é fácil de prever, a criação deste Centro, que tão necessária se fazia numa cidade culta como Campo Grande, conduzirá à verdadeira compreensão e prática do Espiritismo entre nós.

Saúdo a V. S.

Campo Grande, 30 de março de 1934.

Pelo Centro Espírita "Fé e Caridade",

João Dias de Carvalho

1° Secretário


FONTE: Jornal do Comércio (Campo Grande) 3 de abril de 1934.



30 de março

1961 - Presidente descansa no Estado



Prefeito Wilson Martins e o presidente Jânio Quadros, uma amizade antiga


Passou por Campo Grande o presidente Jânio Quadros. Esteve na fazenda Miranda Estância até o dia 3 de abril, aproveitando os dias da Semana Santa para descansar. Sua passagem pela cidade foi rápida e de surpresa, o tempo suficiente para trocar de aeronave e algum curioso avisar à imprensa e, provavelmente ao prefeito Wilson Barbosa Martins, amigo pessoal do presidente, que no seu retorno a Brasília, esperava-o no aeroporto, onde conseguiu audiência para tratar de assuntos de interesse do município.

Na ocasião, Wilson entregou ao presidente uma cópia de sua exposição sobre os principais problemas municipais, apresentada em recente reunião de prefeitos do Estado, destacando-se os de água e esgoto. O presidente fazia-se acompanhar da primeira-dama Eloá Quadros e do brigadeiro Faria Lima. 



FONTE: Jornal do Comércio, Campo Grande, 30/03 e 04/04/1961

FOTO: extraída do livro biográfico de Wilson Barbosa Martins.

29 de março

29 de março

1855 - Nasce em Châteauroux, na França, Emílio Schnoor






No Brasil desde os dez anos de idade, bacharel em Ciências Físicas e Matemáticas e Engenharia, Emílio Schnoor inclui-se segundo Celso Higa, "entre os grandes vanguardeiros da engenharia ferroviária brasileira." É de sua autoria o traçado definitivo da estrada de ferro Noroeste entre Itapura e Corumbá, mudando o itinerário original que previa seu ponto terminal em Cuiabá. Órfão de mãe,ainda criança, em companhia do pai e de uma irmã, migrou para o Brasil. Estudou na Escola de Belas Artes do Rio de Janeiro e bacharelou-se em Ciências Físicas e Matemáticas pela Escola Central, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro. Aos 19 anos ingressou no quadro técnico da Estrada de Ferro D. Pedro II. De 1876 a 1884 participou na construção da estrada de e ferro de Porto Alegre a Uruguaiana e da ferrovia entre Porto Alegre e Bagé. De 1884 transferiu-se para a Argentina onde construiu mais de 1.200 quilômetros de via férrea. 

Convidado pelo governo brasileiro regressou ao Brasil em 1894 para ser inspetor-geral na Estrada de Ferro no Norte do Brasil, em Alagoas. De1895 a 1901 trabalhou na São Paulo Railway. Em 1903 elaborou o projeto da estrada de ferro para Mato Grosso, defendendo o percurso Bauru-Corumbá. Seu projeto foi preterido pelo traçado de seu colega Felipe Gonzaga de Campos que previa o termo da estrada em Cuiabá, passando por Uberaba, Porto Tabuado, Baús, Coxim e Cuiabá. No governo Afonso Pena, decidindo o novo presidente pela retomada do projeto da ferrovia e pela proposta de Schnoor, este é convidado a implementá-lo.

Sua obra ficaria pronta em 1914, com a ligação das duas frentes de implantação dos trilhos (Bauru e Porto Esperança) em Campo Grande. Dez anos depois,já naturalizado brasileiro, (8 de novembro de 1924) Emílio Schnoor faleceu e foi sepultado no Rio de Janeiro. Em Campo Grande há uma rua com seu nome.


FONTE: Celso Higa, Série Campo Grande, 2001, Fundação de Cultura de Campo Grande, página 21.



29 de março

1947 - Toma posse a Assembléia estadual constituinte






Eleitos a 9 de janeiro, são empossados os deputados constituintes de Mato Grosso, para elaboração da primeira Carta, depois da ditadura do Estado Novo. A primeira mesa diretora foi a seguinte: presidente, Virgílio Alves Correa Neto, 1° vice-presidente, Lício Proença Borralho, 2° vice-presidente, Gervásio Leite; 1° secretário, Waldir dos Santos Pereira (foto), 2º secretário, Clodoaldo Hugueney, 3° secretário, Luis Felipe Pereira Leite e 4° secretário, José Cerveira. 


FONTE: Rubens de Mendonça, História do Poder Legislativo de Mato Grosso, Assembléia Legislativa, Cuiabá, 1967, página 284.

28 de março


28 de março

1892 - General detido em Coimbra

Coronel João da Silva Barbosa (centro) comandante dos rebeldes de Corumbá



Quando dirigia-se a Corumbá para assumir o comando do Distrito Militar de Mato Grosso, durante o golpe militar dos seguidores do general Antônio Maria Coelho, o general Luiz Henrique de Oliveira Ewbank, recebe do capitão José Maria Ferreira e tenente Teodorico da Cunha Gaíva e mais uma comissão de políticos de Corumbá a seguinte intimação:

O Exército e o povo não querem e não admitem que o general Ewbank e o dr. Murtinho subam o rio além do Forte Coimbra, podendo, no entanto, permanecer nesse ponto até seu regresso para baixo. Corumbá, 21 de março de 1892. Comandante - João da Silva Barbosa. Capitão Brasílico - comandante do 2º Artilharia. Capitão Norberto Ildefonso Muniz - Comandante do 21º. Constantino Preza - Brandão.


Na mesma data, o general Ewbank reagiu ao ultimato, expedindo ordem do dia, protestando contra o ato de insubordinação, anunciando sua retirada para Assunção e ameaçando:


Se nada consegui, a vós cabe a responsabilidade gravíssima de todas as desgraças e dissabores que a este Estado e a nossa classe possam resultar da pungente situação que lhes criastes.
Aos autores do golpe ordena:


Ao sr. coronel João da Silva Barbosa, chefe da tropa revoltada e que tão feia mancha acaba de lançar sobre a farda que devia manter impoluta; a este oficial, principal fator da anarquia e rebeldia desta guarnição, que tão desgraçadamente calcou aos pés os mais sagrados deveres de patriotismo e lealdade para com o marechal vice-presidente da república, e bem assim aos seus dois principais auxiliares capitão José Maria Ferreira e segundo-tenente João Teodorico da Cunha Gaíva, ordeno que impreterivelmente sigam na primeira oportunidade para a capital federal.



FONTE: Miguel A. Palermo, Nioaque, evolução política e revolução de Mato Grosso, Tribunal de Justiça, Campo Grande, 1992, página 41.

FOTO: João da Silva Barbosa, já general, durante a Guerra de Canudos, na Bahia.





28 de março

1980 - Instalado o Tribunal de Contas do Estado




Edil Ferraz, primeiro presidente do Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul




Realiza-se a primeira sessão do Tribunal de Contas com a posse dos conselheiros, nomeados a 24 de março, pelo governador Marcelo Miranda. Assumem Paulo Roberto Capiberibe Saldanha, Horácio Cersózimo de Souza, Nelson Benedito Netto, Edyl Pereira Ferraz, Carlos Ronald Albaneze, Hélio Peluffo e Alcídio Pimentel

Na ocasião foi eleito o conselheiro Edyl Pereira Ferraz o primeiro Presidente e seu Vice -Presidente o conselheiro Horácio Cersózimo de Souza cujo mandato teve duração de um ano, tempo suficiente para que fosse criado o Regimento da Corte Fiscal. Na primeira sessão ordinária do Tribunal Pleno o Conselheiro Carlos Ronald Albaneze, levantando uma questão de ordem, sugeriu que fosse designada uma Comissão para elaboração do Regimento Interno do Tribunal. Esta sugestão foi acatada pelo Presidente Edyl Ferraz, o qual designou os Conselheiros Paulo Roberto Capiberibe Saldanha, Alcídio Pimentel e Nelson Benedito Netto para comporem a Comissão responsável pela elaboração do Projeto do Regimento da Corte Fiscal.
Por um período de 24 anos, o TCE/MS ocupou instalações provisórias e alugadas nas imediações da rua Ricardo Franco, no bairro Parque dos Ipês. Em 15 de outubro de 2004, no governo de Zeca do PT, a corte inicia uma nova fase com a inauguração de sua sede própria no Parque dos Poderes.
 
         Construído em dois grandes blocos de dois pavimentos, o prédio tem 8,5 mil metros de área construída, o dobro das instalações disponíveis nos antigos prédios alugados. No primeiro bloco funcionam o Protocolo-Geral, setores administrativos, auditorias e gabinetes dos conselheiros, além do plenário, com capacidade para 179 lugares nas galerias. Em outra ala, estão instaladas as inspetorias e outros órgãos técnicos, incluindo do Ministério Público Especial. O estacionamento para funcionários e visitantes tem capacidade para 320 vagas.


FONTE: TCE MS

27 de março

27 de março

1867 - Assinado o Tratado de La Paz



Brasil e Bolívia, em plena guerra do Paraguai firmam o "Tratado de Amizade, Limites, Navegação, Comércio e Extradição," pelo qual a Bolívia conseguiu condomínio nas lagoas que lhes permitiram saída para o rio Paraguai, cujas águas "correndo pelo território brasileiro," seriam "livres para o comércio e navegação mercante da República da Bolívia". O Brasil foi representado no ato por Lopez Neto. Assinou pela Bolívia, Mariano Donato de Muñoz, ministro das Relações Exteriores. 


FONTE: Virgílio Correa Filho, História de Mato Grosso, Fundação Júlio Campos, Várzea Grande, 1994, página 559.


27 de março


1879 - Morre em Campinas Hercules Florence



O cerrado matogrossense retratado por Hercules Florence



Aos 75 anos, falece o pintor francês que, com Adrien Taunay e Rugendas, formou o grupo de desenhistas da expedição Langsdorf, patrocinada pelo governo russo e que fez explorações científicas em Mato Grosso e Amazônia, entre 1825 e 1829. Florence, além do acervo artístico legado, escreveu Viagem fluvial do Tietê ao Amazonas, obra traduzida pelo Visconde de Taunay. 

Sobre Florence, o Barão do Rio Branco, em suas Efemérides Brasileiras (edição do Instituto Histórico Brasileiro -1918) dá a seguinte notícia:

Vindo para o Brasil em 1824, logo no ano seguinte tomou parte na expedição Langsdorff, de volta da qual desposou uma filha de Francisco Alvares de Vasconcelos, o notável político paulista, estabelecendo-se em Campinas, onde faleceu em 27 de março de 1879. Hábil desenhista, precedeu a Daguerre e Diepce no invento dos processos de fixar a figura humana, dos quais surgiu a fotografia; imaginou diversos sistemas de impressão, tendo fundado a primeira tipografia que houve em Campinas e na qual se editou o órgão da revolução de 1842; inventou a poligrafia e o papel inimitável e foi o primeiro que estudou aprofundadamente, tentar do sistematizá-la à linguagem dos animais inferiores. Além da interessante memória a esse respeito, intitulada 'zoofonia', trabalho que lhe valeu o ser admitido em 1877 no benemérito grêmio fundado em 1838. Com o título 'Um herói da ciência', Hércules Florence publicou Estevam Leão Bourroul, em 1901, um vultuoso estudo histórico literário sobre o sábio francês, que passou em nossa Pátria a maior parte de sua longa e utilíssima existência.


FONTE: Hercules Florence, Viagem fluvial do Tietê ao Amazonas de1825 A 1829, Edições Melhoramentos, São Paulo, 1941. Na introdução; e Estevão de Mendonça, Datas Matogrossenses, 2a. edição, Casa Civil do Governo do Estado de Mato Grosso, Cuiabá, 1973, página 152.



27 de março

1885 - Campo Grande, um vilarejo fora-da-lei




As notícias que chegavam de Campo Grande nos mais diferentes lugares não eram nada alentadoras, com relação à segurança dos moradores da localidade. Ao mesmo tempo em passavam um cenário de enorme potencial econômico, geravam enorme desconforto quando tornavam evidente a violência que avassalava o vilarejo. Com efeito, veja o que diz o jornal O Iniciador, de Corumbá, em sua edição de 27 de março de 1885:

"De Campo Grande também recebemos notícias desanimadoras. Outro italiano, cujo nome o correspondente promete ministrar-nos, foi barbaramente assassinado a CACETADAS. Dizem-nos que a questão deu-se com o sócio da vítima por ter ela subscrito com três mil telhas para a construção de uma capela, com o que contribuiu contra a vontade do sócio. Não é de hoje que o importante núcleo, que se está formando em Campo Grande, reclama a atenção do governo provincial.

Mais de 300 famílias se acham ali estabelecidas desde 1879 e até hoje ainda para lá não foi remetido um destacamento nem há nomeação de autoridade alguma policial, medidas urgentes reclamadas pelos habitantes daquela povoação, onde são frequentes os assassinatos, raptos, estupros e violação da propriedade alheia, segundo somos informados.

Ainda há pouco, dizem-nos, um sr. Ribeiro mandou assassinar no Paraguai a um tal de Rosas, e os capangas não fizeram mistério da ordem recebida, que propalaram abertamente até a véspera da perpetração do crime.

Do atual administrador da província, zeloso e solícito pelo bem público, como folgamos de reconhecer, esperamos remédio a tantos males, como o esperam os habitantes daquela nascente povoação".
  
A primeira sub-delegacia de polícia somente seria criada em 6 de maio de 1889, com a nomeação e posse de Joaquim Vieira de Almeida para seu titular. 


FONTE: Jornal O Iniciador (Corumbá), em 27 de março de 1885.


27 de março

1925 - Movimento rebelde em Corumbá




Sargento Aquino, um dos líderes da revolta

 
Chefiada pelos sargentos Antonio Carlos de Aquino e Armando Granja, estoura na madrugada, no 17º Batalhão de Caçadores rebelião armada, sob influência dos revolucionários paulistas, liderados pelo general Isidoro. Os rebeldes aprisionam o comandante capitão Luis de Oliveira Pinto e tentam tomar várias repartições públicas na cidade. O coronel Frutuoso Mendes, chefe do Serviço de Recrutamento e dois tenentes, um deles alvejado e ferido, organizaram a contra-revolta, soltaram o comandante e dominaram a situação. Feitos prisioneiros e condenados, o sargento Granja foi fuzilado e o sargento Aquino, num vacilo da guarda que o conduzia ao lugar da execução, conseguiu escapar, atravessando o rio Paraguai a nado.




FONTE: Lécio Gomes de Souza, História de Corumbá, edição do autor, Corumbá, sd. página 142. O Mato Grosso (Cuiabá), 28 de dezembro de 1930.


FOTO: Sargento Aquino, do acervo do professor Valmir Batista Correa.

26 de março

26 de março

1866 - Taunay atravessa o rio Taquari em direção ao rio Negro


Barracão do engenheiros no acampamento do Coxim

Guerra do Paraguai: a comissão de engenheiros da força expedicionária brasileira, estacionada em Coxim, atravessa o rio Taquari e inicia a exploração do trecho entre o acampamento e o rio Negro, segundo relato do cadete Taunay, um de seus integrantes:

Neste dia tratamos de ganhar a margem esquerda do Taquari com toda nossa bagagem que foi despachada tarde, seguindo depois viagem até o ribeirão Fortaleza; na margem esquerda daquele acampamos por já se tornarem necessários os nossos trabalhos. Bastante elevada em relação à margem oposta, apresentava ela um escoramento devido a efeitos erosivos das águas, de 25 palmos de altura, vedando a passagem mesmo a infantes.


Para logo vimos que mais de um dia teríamos de consumir nesse trabalho, à vista do grande corte que tínhamos a fazer, a fim de fornecer aterro para a parte escorada.


O resto da tarde foi dedicado ao encabamento da ferramenta. A chuva principiou a incomodar-nos.




FONTE: Taunay, Em Mato Grosso invadido, Edições Melhoramentos, S.Paulo, 1942, página 135.



26 de março

 

1929 - A primeira aterrissagem




 

Monomotor Blemm, de fabricação alemã, da ETA, Empresa de Transportes Aéreos, aterrissa em Campo Grande, inaugurando o sistema aeroviário na cidade. “Este primeiro avião aterrissou em uma pista construída a golpes de enxadão e a coragem, nas proximidades da atual Praça Belmar Fidalgo, região que ficou conhecida como Campo de Marte, nome inspirado no aeroporto da capital paulista”.¹

 

O fato é registrado pela imprensa nacional:

 

A Companhia de Transportes Aéreos, a E.T.A., mais conhecida, promove hoje, como noticiamos, seu primeiro grande raid, fazendo partir, pela manhã, o avião “Presidente Mário Correa”, com destino a Cuiabá. São seus pilotos os aviadores Antonio Lisboa, brasileiro e Hans Gusy, alemão, dois pilotos amestrados e conhecidos bastante em nossos centros de aviação pela capacidade que têm demonstrado em todas as provas de que já participaram.

 

O “Presidente Mário Correa levantará voo no campo de Manguinhos direto a São Paulo de onde atingirá outras etapas cuidadosamente estudadas, Três Lagoas, Campo Grande e Corumbá e, finalmente, a capital mato-grossense.

 

O aparelho leve, tipo de passeio e de instrução, ele possui duplo comando e está montado com um moto de 2 cilindros, força de 20 cavalos”.

 

A principal característica é que “o aparelho pode ser desmontado para transporte em cinco minutos e novamente montado para voar em dez minutos”.²

 

Este voo pioneiro foi uma verdadeira odisseia. Tendo deixado o Rio no dia 7 de março, antes de chegar a São Paulo, o avião, numa decolagem, atingiu uma rede elétrica em Mogy das Cruzes, danificando a hélice, as rodas e o trem de pouso. Em Três Lagoas, o piloto Hans Gusy foi abandonado por seu auxiliar e entre Corumbá e Cuiabá, sofreu uma pane e teve que fazer uma aterrissagem de emergência. No retorno, alguns meses depois, sofreu outra pane e fez outra aterrisagem forçada nas proximidades do forte Coimbra. E, para completar os imprevistos, terminou perdendo o prêmio de 20 contos de réis, oferecido pelo governo ao aviador que conseguisse completar a primeira aterrissagem em Cuiabá.

O primeiro voo comercial em Mato Grosso ocorreu em 16 de setembro de 1930, com a inauguração da linha da empresa Condor entre Cuiabá e Corumbá.


¹PAIS, Luiz Carlos, (artigo) Aviadores nos céus de Campo Grande, Correio do Estado, Campo Grande, 11/01/2022, ²Correio da Manhã, Rio de Janeiro, 07/03/1929.

 




IMAGEM: desenho de Taunay. no livro acima,página 60.


25 de março

25 de março

1872 - Libertados escravos em Cuiabá






Para comemorar o aniversário do juramento da constituição do Império, o presidente da província, Francisco José Cardoso Júnior, liberta 62 escravos da nação. "O ato foi cercado de grande solenidade e teve lugar no salão nobre do palácio do governo, perante numerosos expectadores e autoridades civis e militares, honrando-o com sua presença o virtuoso bispo d. José Antônio dos Reis".

A notícia foi destaque no jornal A Situação:

Depois do cortejo, no dia 25 de março, e na presença de numeroso auditório, o exmo. sr. Dr. Cardoso Júnior, num eloquente discurso, declarou que ia fazer entrega das cartas de liberdade a todos os escravos do estado existentes na província, em número de 62, - que presentes se achavam -de conformidade com o que dispusera a lei n° 2040, de 28 de setembro do ano p. passado.

S.Exa. convidou o reverendo bispo desta diocese para encarregar-se de conferir, por suas mãos, o título de emancipação a cada uma daquelas criaturas prestes a abrirem os olhos à luz da liberdade. S. Exa. Rvma., depois de alguma hesitação, visto como entendia que a transmissão das cartas competia à primeira autoridade civil e militar da província, acedeu aos desejos manifestados pela presidência - e, lágrimas nos olhos, deu a cada um dos escravos o diploma que os vai introduzir na comunhão social. O ato foi tocante. Os libertos recebendo a carta, beijavam o anel do pastor, e faziam una genuflexão ao retrato do primeiro emancipador da América do Sul - S. M. o senhor D. Pedro II.

Divisam-se em muitos olhos lágrimas, dessas que o coração leva à superfície e que obedecem ou acompanham aos profundos abalos de sentimentos nobres e generosos.

Já não se dirá que o Brasil, isto é, que a Nação, possui um só escravo. Não, perante suas leis, todos são livres - todos são iguais, havendo apenas uma só distinção, a da virtude e da ilustração.

A época que corre é memorável pelos grandes cometimentos, pelas boas reformas, pelos incontestáveis melhoramentos - que, das regiões da ideia, passarão para a dos fatos consumados.



FONTE: Estevão de Mendonça, Datas matogrossenses, (2a edição) Governo de Mato Grosso, Cuiabá, 1973, página 149.



25 de março

1933 - É instalada a OAB em Campo Grande






Passa a funcionar a subsessão da Ordem dos Advogados do Brasil no município de Campo Grande. Os primeiros inscritos da entidade foram Eduardo Olímpio Machado, (foto) eleito seu primeiro presidente, Custódio Aclespíades de Moura, Dolor Ferreira de Andrade, Antônio Leite de Campos, José Pereira Teixeira Filho, Jaime Vasconcelos, Antônio Alves, Adalberto Barreto, Luiz da Costa Gomes, Arlindo de Andrade Gomes, Alcides Revilleau, Sabino do Patrocínio, Sebastião Lins, João de Almeida Barros e Carlos Hugueney Filho. Provisionados: Ovídio de Paula Correa, Fausto Pereira, Manoel Máximo da Fonseca, Manoel Garcia de Souza e Alfredo C. Pacheco. 


FONTE: Paulo Coelho Machado, A grande avenida, Funcesp/UBE, Campo Grande, 2000, página 184.



25 de março

1977 - Recriada a Liga Sul-Matogrossense




Com o anúncio formal da divisão do Estado, feito pelo presidente general Ernesto Geisel, é reativada a entidade criada na década de trinta para defender a separação. Nesta sua segunda fase, a liga teve papel pouco relevante, considerando que o processo de criação de Mato Grosso do Sul foi totalmente encaminhado de cima para baixo. Dos subscritores do manifesto de 1934 à Assembléia Nacional Constituinte, assinou a ata de reativação da Liga o escritor e advogado Paulo Coelho Machado (foto), que foi também o seu principal coordenador.


FONTE: Hildebrando Campestrini e Acyr Vaz Guimarães, História de Mato Grosso do Sul, 2a. edição, Assembléia Legislativa, Campo Grande, 1991, página 154.

24 de março

24 de março

1593 - Espanhóis fundam a segunda Xerez





Após fracassar na primeira tentativa de manter uma vila no local, em função da forte resistência dos indígenas, habitantes na região que, "confederados, impediram que o povoado prosperasse, finalmente, em " 24 de março de 1593, Santiago de Xerez foi reedificada por Ruy Diaz de Gúzman próximo às margens do Rio Ivinhema", segundo Paulo Marcos Esselin. "Seu segundo fundador tomou precauções para não incorrer nos mesmos erros cometidos por Juan Garay. Acompanhado por uma guarnição de homens bem armados, fez temer os índios nuaras até então senhores da região. Conquistados, os nativos se submeteram à superioridade bélica espanhola, sem que houvesse uma guerra de conquista". Em 1596, Santiago de Xerez seria transladada por Gúzman para a margem do rio Mbotetei, atual Aquidauana. 



FONTE: Paulo Marcos Esselin, A gênese de Corumbá, confluências das frentes espanhola e portuguesa em Mato Grosso,1536-1778, Editora UFMS, Campo Grande, 2000, página 45.

FOTO - Ruy Diaz de Guzman, o fundador de Xerez.



24 de março

1908 - Anunciado o início da estrada de ferro Itapura-Corumbá

Em telegrama encaminhado ao governador Generoso Ponce, o presidente da República, Afonso Pena, comunica a aprovação do projeto da estrada de ferro entre Itapura e Corumbá. A notícia é recebida com regozijo pelo governador e destaque da imprensa:

 

FONTE: Autonomista (Corumbá), em 11 de abril de 1908.

 
24 de março

1912 - Circula em Corumbá o primeiro jornal diário do Sul de Mato Grosso





É fundado A Tribuna pelo jornalista Pedro Magalhães. "Sua existência - atesta Lécio G. de Souza - foi relativamente longa, tendo deixado de circular há pouco tempo. A redação e oficina localizavam-se no princípio da rua Antônio Maria Coelho, lado par. Teve à frente renomadas figuras intelectuais como o padre Pedro Medeiros e o insigne homem de letras Carlos de Castro Brasil. A responsabilidade comercial cabia ao grupo Chamma".


FONTE: Lécio Gomes de Souza, História de Corumbá, edição do autor, Corumbá, sd., página 116.



24 de março

1927 - Siqueira Campos entra no Paraguai





Encerrando sua participação na Coluna Prestes, onde se destacou com um dos mais bravos comandantes, o coronel Siqueira Campos, parte para o exílio, acompanhado por 65 homens. Sua entrada no Paraguai dá-se por Bela Vista. Na república vizinha entrega o armamento do destacamento ao chefe de polícia, dom Rafael Alvarenga. São 20 fuzis Mauser e mil tiros de fuzil, além de 22 cavalos, expropriados de diversos fazendeiros brasileiros "que foram entregues à mesma autoridade".

Para Glauco Carneiro, "alguns dos revolucionários preferiram ficar trabalhando em sítios da fronteira, enquanto outros quiseram aventurar-se até os grandes centros como Rio e São Paulo. Siqueira achou de bom alvitre comandar os restantes para o exílio e ali se juntar aos chefes da Coluna para o prosseguimento das atividades conspiratórias, visando à grande revolução, que afinal viria em 1930". 


De ampla reportagem sobre a entrada de  Siqueira Campos no Paraguai, o jornal "O Progresso", de Dourados, destaca a presença do líder revolucionário em Bela Vista:

"Atravessando Victorino, reuniu seus homens e disse-lhes que iriam para o Paraguai, passando a fronteira junto a Bela Vista, e que não dariam um tiro durante a travessia.

No dia 21 de março, Siqueira chegou à fazenda Gabinete, tendo feito, sem descansar, uma marcha de 29 léguas.

A 22 desceu a serra de Maracaju; a 23 avizinhou-se de Bela Vista.

Chegando à noite à margem do Apa, as águas deste rio assoberbavam. A chuva era intensíssima. Contudo, a travessia foi feita, com sério perigo da vida do comandante que perdeu nessa ocasião o cavalo que montava, com o arquivo da revolução.

Algumas armas também foram ao fundo.

Atingida a fronteira, Siqueira dirigiu uma carta ao comandante da guarnição paraguaia de Bella Vista, pedindo-lhe para mandar receber as armas e munições.

O tenente Alvarenga - o comandante - teve a gentileza de mandar convidar Siqueira Campos a entrar na povoação com as suas armas, depositando ali.

Siqueira tem palavras de louvor à maneira cavalheirosa e gentil por que foi tratado pela autoridade do país vizinho, que o cumulou de todas as atenções.

O sr. Heitor Dias, chefe geral da fronteira paraguaia, que dia 25 chegara a Bella Vista, ido daqui, extremou-se em cuidados e providências quanto aos revolucionários brasileiros, tratando-os com especial consideração".       


FONTE: Glauco Carneiro, O revolucionário Siqueira Campos, Record Editora, Rio, 1966, página 399. Jornal O Progresso (Ponta Porã), 3 de abril de 1927.

OBISPO MAIS FAMOSO DE MATO GROSSO

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