domingo, 27 de fevereiro de 2011

20 de junho

20 de junho



1867 - Taunay e comitiva chegam a Campo Grande






Tendo deixado o porto Canuto, no rio Aquidauana, no último dia 17, de volta da retirada da Laguna, Taunay chega ao lugar já conhecido como Campo Grande, cujas coordenadas são as mesmas de onde hoje está localizada a vasta planície que começa em lugar que seria habitado a partir de 1872 e em 1977 se transformaria na capital do Mato Grosso do Sul. A descrição do cronista da guerra do Paraguai, começa no sítio de um dos únicos moradores de todas as redondezas, o mineiro Motta, nas imediações de Terenos:

Tomando uma trilha à esquerda, dirigimo-nos à palhoça do Motta, situada a légua e quarto do nosso ponto de partida. O caminho é nesta parte péssimo; profundos atoleiros dificultam muito o trânsito, aumentando-se cada vez mais os embaraços da passagem pela frequência de carros e tropas que demandavam as forças. Acha-se o rancho do Motta situado numa planície acidentada, que belos grupos de buritis tornam realmente encantadora. A umidade exsuda de todos os pontos e manifesta-se não só pela presença daquelas palmeiras como por um viçoso capão de pindaíbas. 


(...) Paramos no Motta, dando uma boa ração de milho aos animais. Às 2,30 horas da tarde seguimos viagem, indo, depois de duas léguas, entrar na estrada geral, da qual nos havíamos desviado no princípio do dia.
A noite começava então a cair; sem embargo fomos caminhando por desejarmos passar com o escuro a encruzilhada de Nioac, visto como existia ainda a dúvida se os paraguaios em nossa perseguição para lá haviam mandado algum destacamento. Uma légua mais entramos no Campo Grande. Esta extensa campina constitui vastíssimo chapadão de mais de 50 léguas de extensão, em que raras árvores rompem a monotonia duma planura sem fim, e nela está lançada a estrada que leva a Nioac e que é conhecida perfeitamente em toda a sua extensão pelos paraguaios.


O aspecto geral é, pois, extremamente uniforme: a marcha parece dificultosa e torna-se cansativa pela constante presença dos mesmos acidentes.

Para nós foram fatigantes o mais possível as duas léguas até chegar à encruzilhada da estrada de Nioac. Além da incerteza que nos dominava sobre a presença do inimigo, vento vivo e frigidíssimo nos açoitava o rosto, demorando-nos o andamento dos animais. A lua surgiu quando apareceu a bifurcação dos dois caminhos e estão eles tão próximos um do outro por muitas braças, que só se os distingue atendendo para uma árvore de paratudo, que foi pelos carreiros golpeada e quase lavrada. Meia légua além, fomos descansar junto ao capão do Burity, onde os paraguaios, em 1865, agarraram uma família brasileira, a qual se arranchara para fazer mate, erva que aí se acha em abundância e por diante aparece frequentemente, debaixo da forma de arbustos e não como para os lados da colônia de Dourados e norte do Paraguai, em que se encontram árvores desenvolvidas e algumas até possantes.


Sobre o Motta, único morador morador que encontrou na região de Campo Grande, Taunay dedicou uma página de suas Memórias.


FONTE: Taunay, Viagens Doutr'ora, 2a. edição, Companhia Melhoramentos, SP, 1921, página 42.






20 de junho


1923 - Demósthenes, nomeado prefeito de Bela Vista


O advogado Demósthenes Martins, que mais tarde viria a ocupar a chefia do executivo de Campo Grande, assume a intendência de Bela Vista, a convite do presidente Pedro Celestino, num processo de intervenção ocasionado por dualidade de poder entre Joaquim Francisco de Arruda Rondão e Pio Rojas. Deixou o cargo em fevereiro do ano seguinte, nomeado para a função de coletor estadual. 


FONTE: Demósthenes Martins, Poeira da Jornada, edição do autor, Campo Grande, 1980. Página 68.



20 de junho

1935 - Proposta: porto de livre comércio para Corumbá

O general Meira de Vasconcelos, comandante da Escola Militar do Rio de Janeiro, libera relatório de uma comissão em Mato Grosso, "a respeito de um porto para a Bolívia":

"O militar brasileiro sugeria a ideia de transformar Corumbá em um porto livre, a exemplo dos existentes em outros países, sobretudo na Europa.

Com essa providência o Brasil daria acesso comercial à Bolívia, o que iria dar considerável atividade comercial ao vale do Paraguai. Completando o seu plano, a Noroeste seria prolongada para o Ocidente, por Corumbá, rumo a Santa Cruz. Por esta forma, o comércio boliviano desembocaria pelo rio da Prata e por Santos. De acordo ainda com o plano, seria construída uma rodovia uma rodovia comercial Campo Grande-Ponta Porã, com o objetivo de ligar-se a rodovia que parte de Horqueta, no Paraguai, ficando assim este país com acesso ao porto de Santos, via Noroeste. Com duas outras rodovias de Ourinhos a Porto Mendes, passando por Porto Mourão, e de Campo Mourão por Tibagi, Castro e Porto de Antonina, ficaria a região N. E. da Argentina e o Paraguai com acesso também não só por aquele porto, como pelo de Santos".

FONTE: Correio Paulistano, 20 de junho de 1935.


20 de junho 

1952 - Aviadora paulista chega a Corumbá para sobrevoar os Andes




Chega em Corumbá, pilotando um monomotor "Piper Cub", Ada Rogato, a primeira mulher brasileira a receber o brevet de paraquedista. "Vivamente recepcionada" pela população corumbaense, no dia seguinte seguiu viagem para a Bolívia, onde escalou a cordilheira dos Andes, e alcançou La Paz com mais de 4.000 metros de altura, em seu minúculo aparelho.¹

Sobre Ada Rogato, escreve Eduardo Vessoni, articulista do UOL:

Aos 25 anos, já era a primeira sul-americana apta a protagonizar um voo de planador, cujo brevê era o de número 25, segundo o Aeroclube Politécnico de Planadores. Thereza di Marzo e Anésia Pinheiro Machado são as duas primeiras brasileiras a terem brevê de aviadoras, tirados com apenas um dia de diferença, em um abril de 1922. Em 1936, quando as brasileiras mal tinham conquistado o direito ao voto, Ada fazia seu primeiro voo solo a bordo de um monomotor. Aos 31 anos, era reconhecida também como a primeira paraquedista com brevê no Brasil, no Aeroclube de São Paulo. 

A vida de Ada Rogato foi cheia de acrobacias. Literalmente. A fim de promover a criação de aeroclubes brasileiros e a formação de jovens pilotos, o excêntrico empresário Assis Chateaubriand lançou em 1941 a campanha "Dê Asas à Juventude", cujos eventos incluíam saltos de paraquedas e acrobacias aéreas. E lá vai Ada, mais uma vez, provar a que veio. Ela estava entre os seis alunos do Aeroclube de São Paulo convidados pelo argelino Charles Astor, o primeiro civil a saltar de paraquedas no Brasil, que quebrariam um recorde mundial: realizar o primeiro salto coletivo noturno, em abril de 1942..

Para Ada, o céu era o limite e as alturas elevadas pareciam não ser problema, desde que o pouso não fosse nas águas enegrecidas pela noite, na Baía de Guanabara. Assim como lembra o Instituto Biológico, Ada confessaria para um colega de trabalho que "o momento em que afundou na água, em meio à escuridão, fora o de maior temor que já enfrentara na vida".

Os anos seguintes também seriam de voos altos. Ada realizou patrulhamento aéreo do litoral paulista durante a 2ª Guerra e seguiu na função até os anos 60. Também encabeçou o primeiro voo de uma brasileira sobre os Andes e foi a primeira a sobrevoar a Amazônia. Em 1951, ficaria conhecida também pela longa viagem de seis meses entre a Terra do Fogo, na Argentina, e o Alasca. A bordo de um Cessna 140, chamado de "Brasil", Ada protagonizou um pinga pinga por todas as capitais das Américas, cujos mais de 51 mil quilômetros foram vencidos em 364 horas de voo. Assim como lembra o Instituto Histórico-Cultural da Força Aérea Brasileira, o voo de Ada até o Fim do Mundo renderia o título de primeira aviadora a pousar naquele aeroporto do extremo sul do planeta. Sem falar no apelido de 'Pomba Solitária do Brasil', como anunciou o aeroclube local na chegada da piloto. 

Solitário foi também seu voo que percorreu todas as capitais dos estados brasileiros, em homenagem aos 50 anos do primeiro voo de Santos Dumont em seu 14-bis, em 1956. A nova aventura de Ada começara no dia 4 de julho, no aeroporto de Congonhas (SP), onde voltaria a pousar mais de três meses depois, trazendo na bagagem um pouso noturno forçado, por conta de uma tempestade, e uma visita aos irmãos Villas Boas na região do Xingu.

Um único acidente  Ada não só era a dona do próprio nariz, mas também do seu próprio avião. Foi com seu monomotor Paulistinha CAP-4 que Ada lançou inseticida sobre cafezais paulistas tomados por larvas de besouro, conhecidas como broca-do-café. Ela só não aceitou o desafio dos pesquisadores do Instituo Biológico como também se tornou a primeira piloto agrícola do Brasil, no final dos anos 40. Porém, sua nova habilidade aérea rendeu também seu primeiro (e único) acidente da carreira. Em Cafelândia, no interior paulista, seu monomotor adaptado se chocou contra fios telefônicos e caiu, custando a Ada meses de internação, múltiplas fraturas, cicatrizes no rosto e a perda de alguns dentes. Aquele 1948 nem tinha terminado e a piloto ainda acharia forças para ser campeã paulista de paraquedismo.

Em terra firme, esteve envolvida também na Fundação Santos-Dumont que, mais tarde, seria transferida para a Oca do Ibirapuera sob o nome de Museu da Aeronáutica e direção de Ada Rogato. O multidisciplinar Leonardo da Vinci pode até ter previsto um homem voando sob uma estrutura triangular de tecido. Mas ele só não contava que, 500 anos mais tarde, meninas comportadas também saltariam de paraquedas, entre tantas outras acrobacias possíveis. 


FONTE: UOL, 21 de março de 2021.

FOTO: Folhapress

19 de junho


19 de junho

1867 - Taunay e comitiva atravessam o ribeirão Cachoeira


Rio Cachoeirão, afluente do Aquidauana, em foto de 1914


De sua viagem de volta ao Rio de Janeiro, ao fim da retirada da Laguna em Porto Canuto, à margem esquerda do rio Aquidauana, o tenente Taunay e sua comitiva, que no dia anterior passaram o rio Dois Irmãos e pelo lugar chamado Correntes, depois de "vitoriosa caminhada, fomos caminhando, chegando com o cair tarde ao ribeirão Cachoeira, três léguas além, sempre por campos quebrados, onde se notam cerrados altos de bombaceas, paratudos (bignoneacea), terebenthaceas, dilleniaceas (lixeiras) ou pastagens do capim branco, tão estimado pelos animais e salpicado com profusão de pés de lixeira rasteira, cujas propriedades medicamentosas em certas afecções são incontestáveis".  

Na manhã de 19 de junho, fizeram a travessia do Cachoeira, engrossado pela chuvarada, "em pelotas, encontrando na na margem direita o tropeiro Malheiros, que levava importante carregamento para as forças. A notícia da chegada delas se havia logo espalhado, e imprimira movimento às muitas tropas que os boatos de nossa derrota e completa perda haviam demorado em diversos pontos da estrada".


FONTE: Taunay, Viagens de outr'ora, segunda edição, Editora Comp. Melhoramentos de S. Paulo, São Paulo, 1921, página 41.


 

19 de junho


1892 – Mascarenhas presta contas da contra-revolta

Em longo relatório ao general Ewbank, novo comandante militar do Estado, em Corumbá, o coronel Jango Mascarenhas, chefe das Forças Patrióticas do Município de Nioaque, que garantiram a vitória sobre os militares no golpe contra o presidente Manoel Murtinho, dá pormenorizadas notícias da campanha vitoriosa e comunica a debandada de seu exército voluntário, “porém, como é indispensável esperar os últimos acontecimentos, e uma ordem de V. Exa. que nos assegure a paz e tranqüilidade no nosso Estado, fico de prontidão com uma força de cento e cinqüenta praças, compreendidas as que foram em perseguição do caudilho Francisco Davi de Medeiros, que se diz refugiado na vizinha República do Paraguai com o intuito de bater o nosso destacamento aleivosamente e praticar outros absurdos de que é capaz.” 


FONTE: Miguel A. Palermo, Nioaque, evolução histórica e revolução de Mato Grosso, Tribunal de Justiça, Campo Grande, 1992. Página 74.





sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

18 de junho

18 de junho

1894 - Chega em Cuiabá, padre Malan, o catequista



Aporta em Cuiabá o padre Antonio Maria Malan. Nascido na Itália, em 16 de dezembro de 1862, em São Pedro, província de Cuneo, Piemonte, foram seus pais Nicola Malan e Margarida Viau. Em 23 de fevereiro de 1883, depois de seu estágio no exército, entrou no Colégio Salesiano de Navarra, na França, ingressando para o noviciado em Marselha em outubro de 1884, onde tomou o hábito sacerdotal a 15 de agosto de 1885, professando os primeiros votos em 2 de outubro do mesmo ano. Clérigo, foi mandado para Montevideu, onde se ordenou sub-diácono em 15 de julho de 1889.

Em Mato Grosso, no tempo do bispo dom Carlos d'Amour, iniciou suas atividades no Colégio São Gonçalo, "centro nuclear de irradiação sempre crescente, a expandir-se por todo o Estado, e, ao depois, as colônias, admiráveis organizações de catequese, a se abrolharem pelos férteis vales do São Lourenço, do Garças e do Barreiro, estendendo o raio de ação civilizadora até as longínquas plagas araguaianas".

Em reconhecimento ao seu trabalho e inúmeros serviços prestados, a Sé galardou-o em 1914, com o título de Bispo de Amiso e Prelado do Registro do Araguaia, recebendo a sagração em 15 de agosto desse ano, em São Paulo, das mãos do núncio apostólico monsenhor José Aversa.

Em 1924 foi nomeado para o bispado recém-criado de Petrolina, no Estado de Pernambuco.

FONTE: José de Mesquita, Elogio Fúnebre, revista do Instituto Histórico de Mato Grosso, 1931 e 1932, página 211.

FOTO: Dom Malan, bispo de Petrolina.


18 de junho


1909Câmara aprova arruamento de Campo Grande



Rua 14 de Julho, centro comercial de Campo Grande, no início do século XX



A edilidade campograndense votou projeto do vereador José Vieira Damas, o Zeca Casimiro, aprovando o alinhamento das ruas do povoado, de acordo com planta do engenheiro municipal Nilo Javari Barem:

“Art. 1º - Fica aprovado o plano para alinhamento das ruas e praças desta vila de acordo com a planta confeccionada pelo cidadão dr. Nilo Javari Barem e apresentada pelo sr. intendente geral do município, cujas ruas e praças terão as denominações seguintes: 1º - Partindo-se de Sul a Norte: a primeira, rua Afonso Pena; a segunda, 7 de Setembro, a terceira 15 de Novembro; a quarta, Av. Marechal Hermes e a quinta rua...


Art. 2º - Do nascente ao Poente: a primeira, rua José Antônio; a segunda, 15 de Agosto, a terceira Pedro Celestino; a quarta 24 de Fevereiro; a quinta 13 de Maio; a sexta, 14 de Julho; a sétima Santo Antônio; a oitava Inhanduí; a nona e a praça entre a Av. Marechal Hermes e a 15 de Novembro.



O intendente de Campo Grande era José Santiago, em cuja administração foi implantado o alinhamento, seguido de perto pelo historiador:

Planejada assim a cidade paralelamente às casas já existentes, ao longo do eixo EO, pelo projetista foi procedida a primeira tentativa de arruamento, assistido por Amando de Oliveira, que à margem de qualquer cargo, era o pulso de ferro, orientado por uma inteligência lúcida, a mostrar ao vilarejo a senda do progresso paulista...mais de uma feita de punhos cerrados, explicara que a casa de seu fulano ou beltrano não devia forçar a rua a se acotovelar...E o roçado fora efetuado da rua Santo Antônio a 24 de Fevereiro e da rua Afonso Pena à Rio Branco, restando apenas, confusamente delineado, o entroncamento de Afonso Pena, Joaquim Murtinho e Barão de Melgaço, que posteriormente daria lugar à praça Costa Marques, após retificação levada a cabo pelo dr. Leonel Velasco, que, anteriormente, por ordem do intendente Antônio Norberto, abrira a rua do Mangue, paralela à Afonso Pena, lado sul que fica com as extremidades entre as ruas Anhanduí e Santo Antônio (atual avenida Calógeras) tendo o levantamento sido feito sem dispêndio algum da Câmara.



FONTE: J. Barbosa Rodrigues, História de Campo Grande, edição do autor, Campo Grande, 1980. Página 89.

18 de junho

1910 - Estrada de ferro: trilhos chegam ao rio Miranda


A frente de Porto Esperança da ferrovia de Mato Grosso chega à localidade de Salobra às margens do Rio Miranda. A aceleração da obra deve-se "a nova orientação dada aos trabalhos da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, pelo engenheiro dr. Júlio Arnaud, que adotou o sistema intensivo, vai marchando de uma maneira rápida e admirável a construção dessa nossa via-férrea".

O jornal corumbaense dá a notícia com ênfase:

"A última notícia que nos chega e que transmitimos aos nossos leitores é que hoje, ao meio dia, chegaram as pontas dos seus trilhos à margem do rio Miranda em Saloba, isto é, ao quilômetro 136, e que dentro em pouco, terá a estrada de ferro atingido a vila de Miranda, cuja estação fica situada no quilômetro 151". 

Menos de três meses depois, a 7 de setembro, a ferrovia chegava em Miranda.

FONTE: Correio do Estado (Corumbá), 18/06/1910


18 de junho

1922 - Corumbá homenageia pilotos portugueses




Portugueses moradores em Corumbá, homenageiam os pilotos lusitanos, Sacadura Cabral e Gago Coutinho, protagonistas da primeira travessia aérea do Atlântico Sul, entre Portugal e Brasil, em viagem histórica, no ano do centenário da independência do Brasil:

"A colônia portuguesa desta cidade, logo que teve conhecimento da chegada dos bravos pilotos portugueses Sacadura Cabral e Gago Coutinho ao Rio de Janeiro, organizou uma grande passeata, a que se associou quase toda a população, percorrendo as principais ruas da cidade, precedida de uma banda de música do 17° batalhão de caçadores.

Os manifestantes visitaram o consulado português, onde foram saudar o cônsul Armando Ferreira, que em entusiástico discurso agradeceu a manifestação.

A colônia portuguesa promove para o dia 20 um magnífico sarau de gala, no salão Excelsior, com discursos patrióticos enaltecendo o grande feito, e um programa musical, de que fazem parte os hinos nacional e português".¹ (Correio Paulistano, 19/06/1022).

Os pilotos deixaram Lisboa no dia 30 de março e chegaram ao Rio de Janeiro em 17 de junho de 1922. Fizeram a longa viagem do hidroavião Lusitânia. As homenagens se estenderam a praticamente todo o país.²

FONTE: ¹Correio Paulistano, 18/06/1922, ²Portal Brasiliana Fotográfica

FOTO: Augusto Malta/ Portal Brasiliana Fotográfica.



18 de junho

1949 - Toma posse o primeiro prefeito eleito de Amambai

Toma posse o coronel Valêncio de Brum, primeiro prefeito eleito de Amambai, antigo Patrimônio União. Eleito com 784 votos, num colégio de 1408 eleitores, ele substituiu ao prefeito nomeado, Sidnei Vargas Batista. Gaúcho de São Borja, militante político em Ponta Porã e Bela Vista, Valêncio de Brum, sem explicação conhecida, abandonou a administração onze meses depois, sendo substituído, até o final do mandato, polo vereador Raimundo Amaral, presidente da Câmara Municipal. Seu nome está na principal praça e numa das mais avenidas mais movimentadas da cidade.

FONTE: Nery da Costa Jr., Che tiempo Guaré, Biblio Editora, Campo Grande, 2020, página 46.

17 de junho

17 de junho


1867 – Taunay deixa o Aquidauana de volta ao Rio



Homenagem a Taunay no quartel do exército em Aquidauana, inaugurada em 1923.




Encerrada oficialmente a retirada da Laguna, o tenente Taunay deixa o Porto Canuto, à margem esquerda do rio Aquidauana com destino ao Rio de Janeiro:

Parti do acampamento do Canuto, junto à margem esquerda do rio Aquidauana, às dez horas da manhã de 17 de junho de 1867. Para me servir de companheiro e vaqueano na transposição do despovoado e dilatadissimo planalto de Camapuã, comigo vinha o tenente do corpo policial de São Paulo, João do Prado Mineiro, e acompanhavam-nos o oficial mecânico Wandervoert, belga de nascimento, que acabara o seu tempo de contrato como contramestre das forças da artilharia La Hitte e na terrível retirada havia dado provas de não pouco valor, e mais três soldados de infantaria, além do meu camarada Jatobá, retinto e lustroso como jacarandá envernizado, beiçudo, metido a gaiato, bom diabo, embora bastante preguiçoso em mexer nos pousos o corpanzil, mas andarilho a valer, sempre alegre em todo o caso.


Dois magros cargueiros levavam numas bruacas velhas muito sacudidas, de tão vazias, os parcos mantimentos – carne seca, feijão, arroz, farinha, um pouco de toicinho e mais uma raçãozinha de sal, necessários para alcançarmos a vila de Santana do Paranaíba, à entrada da região efetivamente habitada, uma vez atravessadas as vastas solidões interpostas.

Montava eu a minha alta e vistosa besta rosilha, bom animal, ainda que já precisando de descanso, e que me custara quatrocentos mil réis; o João Mineiro, cavalo agreste mais resistente e menos mau, apanhado não sei onde, o belga um burrinho manhoso e empacador. Os camaradas seguiam a pé.




FONTE: Taunay, Memórias, Edições Melhoramentos, SP, 1946, página 258.






17 de junho


1947 – Rejeitada mudança da capital de Mato Grosso



Italívio Coelho, deputado constituinte de Mato Grosso


Emenda na Constituição, de iniciativa da bancada do Sul, previa a mudança da capital, de Cuiabá para outra cidade do Estado em caso de calamidade pública. A emenda foi derrotada por 15 votos a 14, com o voto de minerva do presidente da Assembléia Legislativa.

Votaram a favor da emenda os deputados José Fragelli, Rádio Maia, José Gomes Pedroso, Adjalmo Saldanha, Oclécio Barbosa Martins, Cacildo Arantes, Otacílio Faustino da Silva, Italívio Coelho, Salviano Mendes Fontoura, Audelino F. da Costa Sobrinho, Jary Gomes, Waldir dos Santos Pereira, José Gonçalves de Oliveira e Lício Borralho. Votaram contra André Melchiades de Barros, Clóvis Hugueney, Gervásio Leite, Luis Felipe Pereira Leite, José Henrique Hastenreiter, Guilherme Vitorino, Antonio Ribeiro de Arruda. Rachid J. Mamed, Sebastião de Oliveira, Oátomo Canavarros, Licínio Monteiro da Silva, Benedito Vaz de Figueiredo, Lenine Póvoas e Penn Gomes de Moraes.¹

A proposição de carater visivelmente separatista jogou a opinião pública cuiabana contra os deputados sulistas. “Queriam até nos dar um banho de chafariz lá na praça de Cuiabá”, confessa o constituinte Italívio Coelho, para quem, “entre nós deputados, não havia a intenção de dividir. Os políticos do sul do estado queriam ter igualdade de poder.”²


Depoimento do ex-deputado Salviano Mendes Fontoura ao jornalista Sergio Cruz dá conta que a revolta dos cuiabanos foi tão grande que à véspera da votação vários caixões de defuntos foram ameaçadoramente expostos à entrada da Assembleia Legislativa.



FONTE: ¹Rubens de Mendonça, História do poder legislativo de Mato Grosso, Assembléia Legislativa, Cuiabá, 1967, página 370. ²Maria M.R. de Novis Neves, Relatos políticos, Mariela Editora, Rio, 2001, página 179. 


domingo, 20 de fevereiro de 2011

16 de junho

16 de junho


1867 - Dom Pedro II homologa Tratado de La Paz

Lagoa Mandioré e serra do Amolar nos limites em Brasil e Bolívia

O imperador Dom Pedro II homologou o Tratado de La Paz, firmado em 27 de março de 1867, pelos representantes diplomáticos do Brasil e Bolívia, na capital boliviana. Entre os pontos aprovados pelos dois países, regularam-se nos 30 artigos do acordo o seguinte: 

Criação de comissão para em seis meses demarcar a fronteira entre os dois países, tendo por base o uti possidetis, e por referência de limites na província de Mato Grosso, partindo do rio Paraguai na latitude de 20° 40°, onde deságua a baia Negra, seguindo pelo meio desta até o seu fundo e daí em linha reta à lagoa de Cáceres, cortando-a pelo seu meio, indo daqui à lagoa Mandioré e a cortando pelo seu meio, bem como as lagoas Gaíba e Uberaba, em quantas retas quantas forem necessárias, de modo que fiquem do lado do Brasil as terras altas das Pedras de Amolar e da Insua, do extremo norte da lagoa Uberaba, seguindo em linha reta ao extremo sul da Corrixa-Grande, salvando as povoações brasileiras e bolivianas, que ficarão respectivamente ao lado do Brasil e da Bolívia, do extremo sul da Corrixa-Grande em linha reta ao morro da Boa Vista e aos Quatro Irmãos, destes, também em linha reta, até as nascentes do rio Verde, baixando por este rio até a sua confluência com o Guaporé e pelo meio deste e do Mamoré até o Bene, onde principia o rio Madeira.

Livre comércio e navegação nos rios comuns aos dois estados; tratado e extradição.

Proibição a ambos os países de empregar no seu serviço indivíduos que desertarem de mar ou de terra, devendo ser presos e entregues os soldados e marinheiros desertores. 


FONTE: Almanak Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de Janeiro 1844 - 1885, página



16 de junho

1868 -  Governo de MT torna obrigatória a vacinação




O presidente da província de Mato Grosso, Barão de Aguapey, através da sanção da lei 574, torna obrigatória a vacinação em Cuiabá, nos seguintes termos:

Artigo 1º -Nenhuma pessoa, ainda mesmo com residência temporária dentro da município da Capital, é isenta da vacina, Excetuam-se desta regra:

§ 1° - Os indivíduos que já houveram sido vacinados e provarem a sua vacina com atestado do respectivo comissário.

§ 2° - Os que tiverem sofrido de varíola, e os que seu estado valetudinário não quiserem sujeitar-se a essa operação.

Artigo 2° - Os pais de família são responsáveis não só pela vacina de suas mulheres e filhos, como também pela de seus domésticos.

Artigo 3° A disposição do artigo antecedente entendem-se também com os tutores e curadores de menores púberes e impúberes.

Artigo 4° - A pessoa que for encontrada sem ser ainda vacinada, e aquela que tendo sido não apresentar mo oitavo dia, depois de verifica a vacina, ao respectivo comissário para a extração do pus, fica sujeito a multa de 10$000 que será cobrada na forma dos Regulamentos fiscais, além da pena de prisão por três dias, que será imposta, mediante as formalidades legais, pela autoridade competente.

Artigo 5° - O comissário vacinador será obrigado a fornecer aos vacinados o atestado de que trata o artigo 1°.

A obrigatoriedade da vacina passou a dispor de todos os códigos de posturas municipais da província.

FONTE: Coleção de leis da Provincia de Mato Grosso de 1825 a 1912, página 3 (1868)
FOTO: meramente ilustrativa.

16 de junho

1892 Fim do golpe: coronel Barbosa abandona Corumbá



Derrotado em todas as frentes, a partir da reação armada do coronel Generoso Ponce em Cuiabá e de Jango Mascarenhas em Nioaque e região Sudoeste, e abandonado por seus próprios camaradas de rebelião, em Corumbá, o coronel José Barbosa (foto), que chefiou o golpe contra o governo de Manoel Murtinho, a partir de Corumbá, perde o comando militar de Mato Grosso e deixa o Estado:

...compreendeu que não tinha mais remédio o mal, e depois de ter consultado a oficialidade, resolveu finalmente abandonar Corumbá, o que efetivamente fez no dia 16 às dez horas da noite, sob um segredo conhecido somente por ele, a oficialidade e o cidadão Cibilis, proprietário da lancha que o levou até Assunção.


Antes de assumir o comando militar do Estado, em Corumbá, o coronel Barbosa foi comandante do 7° Regimento em Nioaque. Em 1897, como general de brigada serviu na Bahia na guerra de Canudos contra Antonio Conselheiro.




FONTE: Miguel A. Palermo, Nioaque, evolução histórica e revolução de Mato Grosso, Tribunal de Justiça, Campo Grande, 1982,página 101.






16 de junho


1911Batalha de Areias entre Gomes e Bento Xavier



O major Gomes (foto), comandante de polícia de Bela Vista e das tropas legalistas no Sul do Estado trava sua última batalha com a coluna de Bento Xavier, o revolucionário que defendia a divisão do Estado. Este choque ficou conhecido como o combate de Areias. O relatório oficial é do comandante legalista:

A 16, pelas duas horas da manhã, prossegui a marcha ao encontro do inimigo e às 9 horas da manhã do mesmo dia descobri-os pela fumaça dos fogões dos rebeldes, acampados na cabeceira das Areias, lugares estes cobertos por espessos cerrados e brejos que lhes dava seguro apoio pelos dois flancos. Em seguida mandei os Alferes Irineu Mendes e Rodrigues Peixoto com dois piquetes em comum, fazer o devido reconhecimento do terreno para entrar em ação, a que já foi feito a vivo fogo. Nos primeiros disparos, mandei toda a força avançar, deixando uma retaguarda muito bem organizada. O choque da nossa força foi tão impetuoso que dentro de 10 minutos estabeleceu-se a confusão na força inimiga, fugindo os desta espavoridos pelas matas deixando no campo de ação 5 mortos, 3 feridos graves, 200 cavalos (quase todos arreiados), quarenta e poucas armas muito inutilizados, mais de 50 bolsas com balas, 60 lanças com bandeirolas, a bandeira revolucionária, alguns revólveres, mais de 80 ponchos e palas, muitos “parelhos” de roupa nova e diversos insignificantes objetos. Caíram prisioneiros 30 homens, todos recrutados por Bento Xavier, entre eles os fazendeiros Gabriel de Almeida, Manoel Jorge das Neves, Frederico de Almeida e Adamastor de Carvalho, nossos correligionários. Dos nossos, saíram somente feridos o bravo Alferes Rodrigues Peixoto e o Sargento de Polícia Cavalheiro Dantas. 


Seguindo no mesmo momento a força em perseguição dos fugitivos da horda Bentista, os encontramos a uma légua de distância do teatro da luta em uns brocotões de serra e mataria, feriu-se novo tiroteio infrutífero por se terem embrenhado nas matas. Regressando nossa força ao acampamento, para cuidar dos feridos, reunir a cavalhada extraviada, etc., acampamos.




FONTE: Relatório do major Gomes ao governo do Estado, Bela Vista, 11/09/1911.

FOTO: acervo de Paulo Coelho Machado.




15 de junho

 15 de junho


1867 Cólera na retirada da Laguna: o pior inimigo


Retirada da Laguna, quadro de Ruy Martins Ferreira



O médico Cândido Manuel de Oliveira Quintana libera relatório sobre a epidemia de cólera-morbo durante a retirada das tropas brasileiras do Apa:

Havendo V.S. exigido de mim uma parte sobre a epidemia e ferimentos havidos na expedição de Mato Grosso, passo muito profunctoriamente a expender o seguinte: Que no dia 10 de maio, na Bela Vista, foi-me trazido à consulta um índio que sofria de diarréia abundante e que no dia seguinte faleceu. Este doente, por causa da longa marcha e dos muitos outros que tínhamos a tratar, faleceu, sem que tivéssemos bem observado sua enfermidade. No dia 17, as 11 horas da noite, pouco mais ou menos, entraram mais dois enfermos para a enfermaria, os quais atraíram a atenção pelos grandes gritos que davam em conseqüência de câimbras e pela semelhança dos sintomas de ambos que eram: grande sede, supressão de urina, vômitos, evacuações alvinas abundantissimas, resfriamento das extremidades; e no dia seguinte, os que morreram estavam desfigurados pela magreza de rosto, então julgamos que tínhamos em presença a horrenda epidemia da cólera-morbo, que no dia subseqüente tornou-se pela entrada de muitos atacados com o sintomas seguintes: vômitos, evacuações alvinas abundantes de uma matéria semelhante à água de arroz, grande sede, dispnéia, pulso pequeno freqüente, supressão de urinas, mudança extrema no metal da voz e mesmo afonia, pele fria, cianose, magreza e desfiguramento rápido de rosto, etc. A falta de víveres, de barracas e roupa suficiente na estação do inverno, muito deveria concorrer para aumentar o número de atacados, os quais, entrando nas enfermarias, também aí não achavam abrigo contra as intempéries. Os medicamentos no fim de poucos dias estavam todos acabados. As marchas muitas vezes o dia inteiro, algumas vezes de noite, a péssima condução em carros puxados a bois, em que os doentes comprimiam-se mutuamente, pela exigüidade de espaço, deviam ter grande parte no acréscimo da mortalidade, que era de quase todos os atacados. Afinal todos os carros foram queimados por necessidade: os doentes eram conduzidos em padiolas por soldados enfraquecidos pela fome, estropiados, que se recusavam a carregá-los e que os deixavam atirados no caminho sempre que o podiam fazer. Os são já mal eram suficientes para carregar os doentes, sendo preciso caminhar com presteza, pois já nenhum alimento tínhamos além das poucas reses que puxavam a Artilharia. À vista disto, foram os doentes da cólera-morbo deixados no pouso por ordem superior, no dia 26 de maio. Até o dia 1º de junho a epidemia ainda não tinha cessado. Nesse dia tendo as forças começado a marcha, quase à noite, debaixo de chuva fortíssima, caminhou seis léguas. Durante este trajeto, que terminou no dia 2 à tarde, morreram alguns coléricos e no dia 3, o último doente grave dessa enfermidade que ainda restava.. Nesse dia a epidemia cessou.¹


Para o inimigo a epidemia de cólera foi um castigo de Providência contra os invasores de seu território. As considerações sobre a peste foram estampadas em amplo artigo sobre a retirada da Laguna, publicado no jornal oficial do governo paraguaio:



E para o auge do desastre, Deus havia reservado a esses infames, para espiar seu crime, um castigo maior. O cólera, essa terrível peste que havia assomado as povoações dos aliados e arruinado o exército inimigo, apareceu entre eles com todos seus horrores, fazendo o mais espantoso estrago.

Expiação justa que a Providência descarregou sobre a cabeça dos infames que queriam escravizar um país cristão e livre.

A princípio enterravam seus cadáveres, mas depois já não puderam fazê-lo por ser muito grande o número e abandonavam seus mortos, entre os quais se encontraram muitos oficiais e mulheres.

A mortandade foi acrescentando dia-a-dia em suas fileiras, sem embargo marchava constantemente, sempre conduzido por nossa cavalaria que formava um círculo de ferro ao seu redor.

O inimigo que em todo seu vigor e força havia sido imponente para competir com nossos soldados, enfermo e débil não teve a resolução de fazer a mínima tentativa  de ataque. Seguiu seu destino, vencido e resignado à mercê de nossas armas.

Nossos soldados clamavam por levar sobre aqueles restos um ataque, seguro de encontrar uma vitória barata. Seus chefes não lhes permitiram, não era necessário, iria derramar-se sangue inutilmente e, quando se pode vencer o inimigo sem ele, é mais glorioso, é mais conforme com a humanidade que sempre temos tido enquanto é compatível com a guerra.

O resto da coluna seguia adiante, deixando grande número de desertores e cadáveres. Chegou às margens do Mbotetey que atravessou a nado e teve que permanecer ali cinco dias. Aqui foi onde a epidemia fez mais estragos em suas fileiras e aqui foi também o chefe da expedição Camisão morreu,  seguindo-lhe no sepulcro, seu segundo, o tenente-coronel Galvão. O major José Tomas  assumiu o comando das forças que passaram o Mbotetey e seguiram para as serras. Ali caíram centenas de cadáveres e outro tanto de moribundos, armamentos de todas as classes, carros, etc. Cada dia aumentava entre eles a fome e a peste. Mesmo assim marchava adiante. Nossa cavalaria o pastoreava dia e noite.²

FONTE: El Semanário (PY) Assunção, 13 de julho de 1867.



FONTE: ¹Taunay, A retirada da Laguna, 14a.edição, Edições Melhoramentos, São Paulo, 1942, página 173. ²El Semanário (PY) Assunção, 13 de julho de 1867.








15 de junho



1915Criado o município de Três Lagoas



Antonio Trajano, o fundador de Três Lagoas




Pela lei n° 706, sancionada pelo governador Augusto da Costa Marques, é criado o município Três Lagoas, desmembrado de Paranaíba. Seu primeiro intendente geral foi capitão Afonso Garcia Prado. Iniciada em 1911 com a chegada da estrada de ferro, em área doada por Antonio Trajano dos Santos e pelo governo do Estado, Três Lagoas teve seu plano urbanístico traçado pelo engenheiro Oscar Teixeira Guimarães e sua demarcação executada pelo agrimensor Justino Rangel de França. Pela lei 656 de 1914 é elevada a condição de distrito. Com o intendente foram empossados os primeiros vereadores: Antonio de Souza Queiroz, Generoso Alves Siqueira, Oscar Guimarães, Bernardino Mendes e Sebastião Fenelon Costa. Antonio de Souza Queiroz é eleito presidente do legislativo municipal. 

Três Lagoas é o principal polo industrial de Mato Grosso do Sul e, segundo dados do IBGE (2013) tem cerca de 110.000 habitantes, sendo a terceira cidade do Estado.



FONTE: Jesus H. Martin, A história de Três Lagoas, edição do autor, Três Lagoas, 2000, página 57.

FOTO: acervo da prefeitura municipal de Três Lagoas.





15 de junho

1957Dourados sede de bispado






É criada pelo papa Pio XII a diocese de Dourados, abrangendo todo o extremo-sul do Estado de Mato Grosso com uma área de 68.300 km2. A notícia foi recebida com júbilo pela comunidade católica do município e foi o destaque da "Coluna Religiosa" do jornal "O Progresso" de 1° de setembro de 1957:

No dia 22 de agosto esteve entre nós, em rápida visita, Sua Excia. Revmo. Dom Ladislau Paz, administrador apostólico de Corumbá. Sua Excia. veio especialmente a Dourados para trazer-nos a notícia oficial da criação pela Santa Sé, do novo Bispado de Dourados. A nova diocese, com 74.000 quilômetros quadrados e 140.000 habitantes, compor-se-á de 7 municípios e 9 paróquias: Dourados (com Colonia Federal), Itaporã, Rio Brilhante, Bataguassu, Maracaju, Ponta Porã e Amambai.

Reunidas na noite do dia 22 de agosto, no salão nobre do convento franciscano às pessoas de destaque do mundo católico de Dourados, comunicou Dom Ladislau, que a nomeação do Bispo de Dourados se fará em breve, provavelmente já neste mês de setembro. A posse do novo bispo realizar-se-á então no fim deste ou no começo do outro ano, devendo vir nesta ocasião para dar a posse, o Exmo. e Revmo. sr. Núncio Apostólico, embaixador da Santa Sé, junto ao governo brasileiro e representante do Santo Padre, o Papa. A atual igreja matriz será eleva a Pró Catedral. Sua Excia. fez ainda uma ligeira exposição das vantagens decorrentes da criação do Bispado de Dourados, significando a mesma uma grande vitória da causa católica da nossa cidade e em toda a nova Diocese, devendo, porém, os católicos do lugar colaborar eficazmente na instalação do mesmo bispado, mormente no que diz respeito à residência do bispo. Sendo franqueada a palavra a todos os presentes, uso dela primeiro o rvmo. Pe. vigário da paróquia de Dourados, oferecendo o convento franciscano para moradia provisória do bispo. Foi bem aceita esta proposta, concordando depois todos os presentes em organizar uma campanha afim de prover o novo bispo com o mais necessário para a sua instalação. Resolveu-se promover para este fim, umas sessões de cinema, um chá com desfile de bonecas, uma ou outra rifa, um livro de ouro, etc. Sugeriu-se também providenciar, desde já, a aquisição de um terreno para a futura catedral de Dourados, ideia essa que foi bem acolhida. Terminando a reunião, usou da palavra o exmo. sr. Walmor Borges, DD. coletor federal e presidente da Câmara Municipal, que em seu próprio nome e no de todos os presentes, agradeceu ao exmo. e revmo. sr. administrador apostólico a visita e lhe prometeu irrestrito apoio à grande obra, prestes a se realizar na nossa cidade. Dom Ladislau Paz, que com suas maneiras amáveis conquistara logo a simpatia de todos, ao despedir-se, expressou o seu contentamento em verificar o entusiasmo e a prontidão com que os católicos de Dourados souberam receber a decisão da Santa Sé, criando o Bispado de Dourados para maior glória de Deus, para o bem das nossas almas e também para o progresso da nossa cidade.

Seu primeiro bispo foi D. José de Aquino Pereira, do clero secular, sacerdote desde 1944, ex-cura da da catedral de São Carlos, no estado de São Paulo. Sua nomeação no "Osservatore Romano", deu-se em 1° de fevereiro de 1958. 


FONTE: Frei Pedro Knob, A missão franciscana do Mato Grosso, Edições Loyola, São Paulo, 1988, página 216.

FOTO: D. José de Aquino Pereira, primeiro bispo de Dourados. Acervo da Diocese de Dourados.


15 de junho

2016 - Metraficante morre em emboscada na fronteira

O megatraficante brasileiro Jorge Rafaat Toumani morreu fuzilado em um tiroteio, emboscado no centro de Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia onde vivia como suposto empresário de segurança privada, na fronteira com Ponta Porã.

O bando motorizado que o atacou usou armamento de guerra e artilharia anti-aérea: fuzis e uma metralhadora Browning M2. 50, escondida dentro de uma caminhonete para parar o veículo blindado do narcotraficante. Uma intensa troca de tiros entre quadrilhas chamou a atenção da Polícia Nacional do Paraguai, não conseguiu abortar o objetivo da operação.

Segundo as autoridades policiais, tudo começou as 18h45, quando Rafaat foi emboscado em uma cena de proporções cinematográficas nas principais ruas de Pedro Juan Caballero. O traficante não teve tempo de reagir. Seus guarda-costas estavam em outros veículos e perseguiram os rivais por algumas quadras.

Conforme o jornal ABC Color, Rafaat recebeu dezesseis tiros disparados por um bando de pistoleiros. Morreu na hora, sentado ao volante da Hammer. Um vídeo capturado por câmeras de segurança e divulgado pela imprensa mostra parte do confronto no trânsito. Um Toyota de cor clara passa à frente do comboio que protegia a Hammer de Rafaat e inicia os disparos de metralhadora, logo após o cruzamento, enquanto as pick-ups de sua segurança ficaram paradas. Em seguida, os homens do traficante descem armados com fuzis, disparam algumas vezes e correm. Mas o carro do chefe já estava fuzilado adiante.

Segundo a imprensa paraguaia, ele já havia sido alvo de um atentado anterior, cometido pela facção brasileira do PCC. Rafaat teria assumido nos anos 2000 rotas do tráfico antes operado por Fernandinho Beira-Mar. Ele já era alvo da justiça brasileira em ao menos cinco ações penais, crimes como tráfico internacional, associação criminosa e lavagem de dinheiro.

O corpo de Rafaat foi sepultado no cemitério de Ponta Porã.


FONTE: Veja (online), 16/06/2016.

OBISPO MAIS FAMOSO DE MATO GROSSO

  22 de janeiro 1918 – Dom Aquino assume o governo do Estado Consequência de amplo acordo entre situação e oposição, depois da Caetanada, qu...