domingo, 6 de março de 2011

18 de agosto





18 de agosto


1826Expedição Langsdorff chega ao rio Pardo


Paisagem típica de Mato Grosso na aquarela de Adrien Taunay, o mais
jovem pintor da  Expedição Langsdorff
No 48º dia de viagem, a missão científica russa rumo a Mato Grosso e Amazônia, alcança a embocadura do Pardo no rio Paraná e passa a navegar em território sul-mato-grossense. Em seu diário de bordo, Hercules Florence anota:


Dia 18. Vimos umas laranjeiras que mão benfazeja ou o acaso havia feito nascer naqueles desertos. Colhemos alguns frutos ainda verdes, que contudo muito apreciamos.

Atingimos a embocadura do rio Pardo, célebre entre os paulistas, de um lado pelos perigos e canseiras que aí esperam o viajante ao querer vencer a força de suas correntezas e transpor numerosas cachoeiras e duas quedas; de outro afamado pela beleza das campinas em que corre e que, oferecendo à vista, já farta da monotonia de ininterrompidos matos, vastas perspectivas cortadas de outeiros, riachos e caapões, facilitam viagem terreste, enquanto as canoas sobem, lenta e custosamente, o estreito e tortuoso curso. (...)
"No meio desses campos ao caçador facilmente se deparam veados, perdizes e outros animais, cuja carne lhe enriquece a mesa, aumentando desta arte o prazer de atravessar tão bela região. O olhar não se cansa de admirar as cores várias que de todos os lados o embelezam: aqui é uma verdejante várzea; ali fica o cerrado com suas árvores baixinhas e engorovinhadas; adiante se alarga um campo de macega mais alta que um homem e de um colorido puxando a amarelo pardacento. Muitas vezes grandes áreas de terreno, colinas inteiras, apresentam um aspecto sombrio e negrejante: é que por ali passou uma chama devoradora, ateada pelo viajante. Os troncos ficam então despidos de folhas, requeimados pelo incêndio. Se, porém, medeiam quinze dias ou um mês, arrebenta viçosa verdura naquele fundo lúgubre a acinzentado.


Sobre o rio Pardo, Langsdorf, o chefe da missão registrou as seguintes impressões:

O rio Pardo tem de 25 a 30 braças de largura na foz, pelo menos quando o atravessamos hoje cedo. A água não étão clara como a do Paraná, não corre rápido, parece mais um rio morto,mas exige muito domínio por parte dos remadores ou daqueles que trabalham com as varas grandes. As margens são baixas,sobretudo a da direita. Por isso ela está sujeita a inundações, que formam lamaçais e pântanos, onde proliferam os mosquitos. Elas devem muito insalubres logo após essas enchentes. A maior parte das margens é de lamaçais e pântanos e são muito íngremes. Em alguns pontos, veêm-se algumas rochas isoladas e parecidas, formadas de conglomerados de seixos rolados, da mesma natureza das encontradas no Paraná, principalmente na margem direita do rio Pardo, perto da margem esquerda, mais alta, rio abaixo. Os mosquitos nos torturam tanto durante o dia como à noite.


FONTE: Hercules Florence, Viagem do Tietê ao Amazonas, de 1825 a 1829, Edições Melhoramentos, S. Paulo, 1941, página 39; Georg Heinrich von Langsdorff, Os Diários de Langsdorff, volume II, Fundação Oswaldo Cruz, Rio, 1997, página 195. (imagem: Peregrinacultural http://bit.ly/gFXfkC)






18 de agosto


1866 Taunay no Pantanal


Bignoniaceas da flora pantaneira


Do Taboco, à frente das tropas brasileiras, que combateriam na fronteira, na célebre retirada da Laguna, como integrante da comissão de engenheiros da expedição, Taunay escreve ao seu pai no Rio, dando as últimas notícias da guerra e do seu cotidiano: 

Envio-lhe algumas sementes interessantes de cássias e de uma magnífica bignoniácea. Esta última dá belas flores de um amarelo resplandecente, perdendo todas as folhas como o flamboyant ao lado do qual o paratudo como aqui lhe chamam, fará magnífico aspecto. Seu nome lhe inculca as importantes virtudes medicinais: entre os índios é verdadeira panacéia. A cássia floresce da mesma maneira em azul; parece um pedaço do céu entre os galhos. (...)


Já sofremos bastante, provados pelos mais cruéis padecimentos, curtindo fome, no meio da mais horrível incerteza durante muitos meses, temos direito ao descanso. O pobre Chichorro, de nossa Comissão, pagou com a vida o passeio pelos pantanais e outro de nossos companheiros o dr. Capitolino, viu-se obrigado a retirar-se para o Rio. Todas as outras partes da expedição foram assim cruelmente provadas. Os riscos de uma grande batalha são infinitamente mais desejáveis; a falta de coragem não pode existir quando se possui o sentimento firme do dever e da dignidade. No nosso reconhecimento à margem esquerda do Aquidauana, onde muitas vezes passamos para a esquerda vigilantemente ocupada pelos inimigos, com o meu bom revólver à cinta estava bem tranqüilo e disposto a tudo que nos sobreviesse. Fizemos quanto queríamos e graças a um pouco de precaução nada nos aconteceu. Por fim só tínhamos 12 índios para nos acompanhar, como já lhe contei em várias cartas.



FONTE: Taunay, Cartas de campanha de Mato Grosso (1866) in Mensário do Jornal do Commercio, Rio, janeiro de 1943, página 170.






18 de agosto


1892 Nasce em Rosário Oeste, Arnaldo Estevão de Figueiredo


Arnaldo Estevão de Figueiredo aos 27 anos
Filho de Antônio Estevão de Figueredo e de Antônia Maria Almeida de Figueiredo.Aos doze anos ingressa no Liceo Cuiabano, saindo bacharel em Ciências e Letras em 1911. Com bolsa do Estado, oferecida pelo presidente Pedro Celestino, estuda engenharia agronômica, em Pelotas, no Rio Grande do Sul, formando-se em 1914. Em 1917 muda-se para Campo Grande, onde ingressa na política. Em 1920, vice-intendente, assume a intendência municipal, com a renúncia do titular, no último ano do triênio. Em 1924, volta à chefia do executivo, desta vez como intendente eleito, sucedendo ao advogado Arlindo de Andrade Gomes. Sua obra principal foi a implantação da primeira rede de água. Em 1947, elege-se primeiro governador de Mato Grosso, depois da ditadura de Vargas. 


FONTE: Lélia Rita E. Figueiredo Ribeiro, Campo Grande o homem e a terra, edição da autora, Campo Grande, sd., página 149 (foto reproduzida do mesmo livro)


18 agosto


1967 – Deputados pedem afastamento do governador Pedrossian



Por iniciativa do deputado Júlio de Castro Pinto (foto), a Assembleia Legislativa em Cuiabá, recebe projeto de resolução decretando o impeachment do governador Pedro Pedrossian:

Artigo 1º. – É reconhecido o impedimento do sr. Pedro Pedrossian para exercer o cargo de Governador do Estado, por força do decreto do presidente da República, de 28 de fevereiro de 1967, que o demitiu do cargo de engenheiro nível 22 do quadro da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, do Ministério de Viação e Obras Públicas, por haver, no exercício da Superintendência dessa ferrovia, praticado as faltas graves enumeradas nos números I, VI e X do artigo 209 dessa lei impõe a cláusula ‘a bem do serviço público’ e por haver reincidido nas mesmas faltas no desempenho do governo estadual.


Artigo 2º. – Seja convocado o vice-governador do Estado, dr. Lenine de Campos Povoas, para assumir o governo em substituição ao titular impedido, cumprindo-se o que determina o § 4º. do artigo 31, combinado com o n. I do artigo 14 da Constituição do Estado, dentro do prazo de 10 dias desta data, sob pena de ser o cargo declarado vago, na forma prevista pelo § 3º do artigo 32 da mesma Constituição.


Artigo 3º. – Ao promulgar a presente Resolução, assume o exercício do governo do Estado o presidente da Assembleia, permanecendo nele até a posse do vice-governador, a quem transferirá o exercício do mandato, dentro do prazo referido no artigo anterior.


Art. 4º. – A presente Resolução obriga desde a sua promulgação, nesta data, revogadas as disposições em contrário.


Sala das sessões da Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso, em Cuiabá, 18 de agosto de 1967. aa) Júlio de Castro Pinto, Ubaldo Barém, Oscar Soares, Nunes Rocha, Celso Amaral, Alexandrino Marques, Nelson Ramos, Augusto Mário, Oliveira Lima, Milton Figueiredo, João de Paula Ribeiro, Reinaldo Moraes, Cleômenes Nunes, Walter de Castro, Américo Nassif, Sebastião Cunha, Valdevino Guimarães.



FONTE: Rubens de Mendonça, História do Poder Legislativo de Mato Grosso, Assembléia Legislativa, Cuiabá, 1967, página 335.



18 de agosto

2014 - Morre padre Mário, um dos fundadores do CIMI

   




Padre Mário comemorou ano passado 60 anos de vida sacerdotal. (foto: divulgação)
Morreu em Campo Grande o padre salesiano Mário Panziera, que estava internado há cerca de duas semanas no Hospital da Unimed (antigo Miguel Couto), na Capital. De acordo com o laudo médico, a causa da morte foi falência múltipla dos órgãos. Ele foi um dos fundadores do Cimi (Conselho Indigenista Missionário), pároco da São José e ajudou a criar 16 novas comunidades católicas na Capital.

Padre Mário nasceu em 7 de janeiro de 1927 em Selva del Montello, na Itália. Ele chegou ao Brasil em 1947, aos 20 anos de idade. Foi ordenado sacerdote aos 26 anos na Paróquia Sagrado Coração de Jesus, em São Paulo (SP), pelo bispo salesiano Dom João Rezende Costa. O lema escolhido para ilustrar a sua vocação foi “conservai a unidade do espírito no vínculo da paz” (Ef: 4,3).

Depois de ordenado, atuou nas aldeias São José de Sangradouro, Sagrado Coração de Meruri Marcos, com as etnias Bororo e Xavante, no Mato Grosso. Em 1972, ajudou a fundar o Conselho Indigenista Missionário (CIMI).

Em 1976 veio para Mato Grosso do Sul, assumindo a função de diretor da comunidade salesiana de Indápolis (Dourados) - composta por uma casa de formação, o Instituto Dom Bosco, e pela Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora. Atuou como pároco em Cuiabá (Paróquia São Gonçalo), São José (Campo Grande), Nossa Senhora Auxiliadora (Campo Grande) e novamente em Indápolis com a função de pároco – local onde celebrou os 60 anos de vida sacerdotal em 2013.

Na Capital, de 1995 a 2008, foi o responsável pela construção de 16 comunidades católicas, três delas elevadas à paróquia: Maria Medianeira das Graças (Vila Popular); Sagrado Coração de Jesus, que se tornou a Paróquia Coração Eucarístico de Jesus (Bairro Coophatrabalho) e a Paróquia São Francisco de Sales, antes Comunidade São Pedro (Bairro Recanto dos Pássaros). Como pároco ele sempre deu prioridade à atuação de todos os movimentos pastorais da Igreja Católica.

Neste último ano foi confessor e acompanhou os formandos do Pós-Noviciado no Instituto São Vicente, em Campo Grande.


FONTE: Michel Faustino, Campo Grande News 

FOTO: Assembleia Legislativa de MS.


17 de agosto


17 de agosto



1872 Instalada câmara municipal de Corumbá


Suprimido o município em 8 de novembro de 1869, em consequência da ocupação inimiga e restaurado pela lei provincial de 7 de outubro de 1871, sancionada pelo governador Francisco José Cardoso Junior, instala-se a Câmara Municipal de Corumbá.

A primeira sessão é presidida pelo vereador José Joaquim de Sousa Franco e secretariada pelo vereador mais moço, Miguel Henrique de Carvalho. Presentes os demais vereadores: Antônio Joaquim da Rocha, José Gomes Monteiro, João Pimenta de Moraes e Dionísio Pimenta da Mota.”



FONTE: Lécio Gomes de Souza, História de Corumbá, edição do autor, Corumbá, sd, página 68.





17 de agosto



1924 - Rebeldes desembarcam am Jupiá



Vencidos em São Paulo, os rebeldes ao governo de Arthur Bernardes tomam o rumo de Mato Grosso. “Pretendiam atingi-lo através da estrada de ferro Noroeste, mas cientes de que forças governistas esperavam-nos em Três Lagoas, derivaram pela estrada de ferro Sorocabana, para o porto Epitácio, à margem do rio Paraná.

Não existindo estrada de rodagem para o acesso ao território sul-mato-grossense – por esse ou por outros motivos de natureza tática e estratégica – os rebelados resolveram tomar Três Lagoas, dominando a via férrea, para marcharem rumo ao oeste.


De Porto Epitácio, ao qual foi dado o nome de Porto Joaquim Távora – irmão de Juarez, morto em combate na cidade de São Paulo - pequena tropa subiu em dois barcos para as proximidades de Três Lagoas, para bater os governistas.


Em 17 de agosto de 1924, sob o comando de Juarez Távora (foto), os rebelados desembarcaram no porto Jupiá, pouco abaixo de Três Lagoas. O batalhão de Juarez estava reforçado com 570 homens pouco ou nada afeitos às armas – imigrantes alemães e italianos, aos quais os revolucionários prometeram terras no pós vitória. Em marcha forçada sobre os areais e um calor abrasador, sem provisão alguma, os soldados do major Juarez avançaram.


Uma patrulha governamental localizou os rebelados e trocaram-se alguns tiros. Os rebeldes avançaram, acampando à margem de pequeno regato, onde saciaram a sede, mas não a fome.


Ao amanhecer, a pequena coluna de Juarez marchou rumo à cidade para atacá-la. Tão logo chegada aos arrabaldes da pequena cidade ferroviária, as metralhadoras do inimigo despejaram rajadas sobre ela. Ordens são dadas em altos brados – em português, italiano e alemão – do ‘avançar’, e a soldadesca obedece! Os briosos rebeldes ultrapassam uma, duas trincheiras inimigas colocadas em meio a altos capinzais ressequidos, sob o fogo de metralhadoras. O flanco direito dos legalistas foi ultrapassado pelos rebeldes, sob fogo de fuzilaria e metralha pela retaguarda. Resistiram. Tomam as posições inimigas da vanguarda legalista, nela incluída a cozinha, ensejando matar a fome de muitos.


Juarez, confiante, ouvia o movimento das locomotivas, parecendo demonstrar que os legalistas estavam fugindo ao seu pequeno exército de inexperientes soldados. Ledo engano! Os legalistas, conhecedores do terreno, atearam fogo às macegas, fazendo-os recuar, ocasião em que investiram resolutos, causando enormes baixas aos rebelados. Era a derrota dos bravos de Juarez”.


Em seu livro de memórias, o comandante Juarez defere a versão da história e completa

...após duro combate de várias horas, obrigado a retirar-se, já sem munições e sob ameaça de envolvimento por fogo ateado à macega e por elementos inimigos que se deslocavam sobre um de seus flancos, encobertos pela fumaça da queimada. Deixava o Batalhão, no campo de combate, entre mortos, feridos e aprisionados, um terço de seu efetivo, aí incluídas suas duas Seções de Metralhadoras Pesadas.



FONTE: ¹Acyr Vaz Guimarães, Mato Grosso do Sul, sua evolução histórica, Editora UCDB, Campo Grande, 1999, página 261. ²Marechal Juarez Távora, Uma vida e muitas lutas, Biblioteca do Exército/Livraria José Olímpio Editora, Rio de Janeiro, 1974,página 150.

FOTO: fernandomachado.blog.br http://bit.ly/dNT8UD)

16 de agosto

16 de agosto


1869Frei Mariano de Bagnaia é libertado


Preso em Miranda a 22 de fevereiro de 1865, no início da guerra do Paraguai, frei Mariano de Bagnaia é  “levado para Nioaque, para as margens do rio Apa e dali para Assunção onde já se encontrava encarcerado seu colega frei Ângelo Caramânico. O frei Mariano foi por ordem superior encerrado numa casa velha, há muito tempo abandonada, sob cujo assoalho as cobras tinham feito seus esconderijos. Deram-lhe por cama um catre velho e nojento, infectado por uma infinidade de percevejos, pulgas e outros insetos.

De Assunção foi removido para Ascura na Cordilheira e depois transportado para o presídio de Caacupê. E por fim frei Mariano de Bagnaia foi removido para o presídio de Parrero Grande. Em 16 de agosto de 1869 foi libertado pelo exército brasileiro”. 


Em sua volta a Mato Grosso, frei Mariano assume a paróquia de Corumbá, sendo a construção da igreja da Candelária sua obra mais duradoura na cidade branca. Uma das principais ruas de Corumbá tem o seu nome.



FONTE: Frei Alfredo Sganzerla, A história de Frei Mariano de Bagnaia, Edição FUCMT-MCC, Campo Grande, 1992, página 200. (retrato: Retirada da Laguna, de Taunay)




16 de agosto


1872 Iniciada a demarcação de limites entre Brasil e Paraguai



General Rufino Eneias Gustavo Galvão



Na confluência do Apa principiam as operações de campo na demarcação dos limites entre Brasil e Paraguai, chefiadas pelo coronel Rufino Enéias Gustavo Galvão, o visconde de Maracaju, que para “desempenhar a incumbência que lhe fora cometida – segundo Virgílio Correa Filho – fez-se mister o auxílio de contingente militar de 50 praças de infantaria e 10 de cavalaria, sob o comando do major Antônio Maria Coelho. De outra maneira não seria exequível a magna tarefa, a que os nativos se oporiam, decididos a impedir a entrada de estranhos em seus domínios.” 



FONTE: Rubens Aquino, Tererê, in Ciclo da Erva-Mate em Mato Grosso do Sul 1883-1947, Instituto Euvaldo Lodi, Campo Grande, 1986, página 350.


15 de agosto

15 de agosto


1869Corumbá isenta de tributação


Para incrementar o desenvolvimento da cidade e região, assolada pela invasão paraguaia, “o governo imperial isenta de tributação a tudo que venha a ser importado ou exportado através do seu porto, pelo decreto n. 4.388, de 15 de agosto de 1869, no correr de dois anos. Em abril de 1868 os invasores deixaram definitivamente a vila que ficara totalmente desabitada e o rio Paraguai estava, em 1869, em toda a sua extensão, dominado pela esquadra brasileira, de sorte a propiciar, nesse ano, incipiente movimentação no porto de Corumbá. A vila foi posta sob os olhos dos fornecedores dos exércitos aliados e de seus propostos.

Seria o reinício do comércio que viria a soerguer toda a grande província, passando Corumbá a ser um polo distribuidor com o desenrolar dos anos, correspondendo plenamente aos anseios do governo. A sua alfândega foi reinstalada em 1872.” 



FONTE: Acyr Vaz Guimarães, Mato Grosso do Sul, sua evolução histórica, Editora UCDB, Campo Grande, 1999. Página 241.






15 de agosto


1891 Publicada a primeira Constituição republicana de Mato Grosso


Primeiros deputados republicanos de Mato Grosso
Tendo sido anuladas as eleições de 3 de janeiro de 1890 e eleita nova assembleia a 28 de maio, esta promulga, nessa data a primeira carta magna do período republicano. É presidente da Assembleia Constituinte, o advogado José Maria Metelo. Na mesma data são eleitos pelo poder legislativo os novos dirigentes estaduais: presidente, Manoel José Murtinho, vice-presidentes: 1º Generoso Ponce, 2º José da Silva Rondon e 3º Pedro Celestino Correa da Costa. 


FONTE: Rubens de Mendonça, História do Poder Legislativo de Mato Grosso, Assembleia Legislativa, Cuiabá, 1967. Página 59. (foto: Album Graphico de Mato Grosso, Corumbá, 1914).




15 de agosto


1892 Fundação de Aquidauana


Fundadores: Antonio de Almeida Castro, Augusto Ferreira Mascarenhas,
Teodoro Rondon, Estevão Alves Correa e Jango de Castro




Reunidos à margem direita do rio Aquidauana, fazendeiros de Miranda e região decidem fundar uma cidade que, recebe no ato de fundação, o nome do rio que a banha. O ato foi registrado na seguinte ata:

Aos quinze dias do mês de agosto de 1892, reunidos a convite do cidadão Theodoro Rondon, nesta margem do rio Aquidauana, lugar denominado São João da Boa Vista, sob uma sombra de frondosa árvore, ampliada por algumas folhas de acury, o mesmo Rondon em breve alocução expôs aos presentes abaixo assinados, que o fim da reunião para qual os havia convidado era assentar as bases da fundação do povoado em projeto, para cujo fim, foi por eleição feita a aquisição do terreno por compra do cidadão João Dias Cordeiro por meio de subscrição que conheceis, pelo que convida as pessoas presentes a apresentar os planos da fundação além de ser discutido e afinal adotado por início de sua execução.


Por sua vez sugere a ideia da criação de uma diretoria composta de cinco membros a qual são conferidos plenos poderes para superintenderem sob todos os aspectos do interesse do futuro povoado, devendo a dita Diretoria ser formada por meio de uma eleição, o que sendo unanimimente aprovado procedeu-se a eleição obtendo maioria de votos na ordem em que vão colocados os senhores Theodoro Rondon, Augusto Mascarenhas, Estevão Alves Correa, João de Almeida Castro e Manoel Antônio de Barros. Em seguida tratou-se da denominação que se devia dar ao novo povoado ficando assentado que será Aquidauana, sob a invocação de Nossa Senhora da Conceição. Passou a discutir sobre o local em que se deviam iniciar as construções das casas dos primeiros moradores, e surgindo algumas divergências sendo alguns de opinião que se escolhesse um local abaixo da cachoeira em terreno da fazenda Burity de propriedade do cidadão Felipe Pereira Mendes que pôs à disposição dos fundadores a título gratuito uma determinada área por entenderem que a cachoeira constituía um sério obstáculo ao acesso das embarcações ao porto destinado ao povoado. Foi assim resolvido que se designasse uma comissão para fazer um reconhecimento até a cachoeira e opinar sobre se de fato existia tal obstáculo, sendo cometida esta diligência aos cidadãos Theodoro Rondon e Felipe Pereira Mendes (pois a canoa única de que dispomos não comporta mais que duas pessoas) que imediatamente se dirigiram aquela cachoeira que, examinada e sondada, acharam que o que há, não é um obstáculo, apenas dificulta a navegação naquele ponto, enquanto não se possa abrir ou antes alargar o canal destruído então por algumas pedras; dado este parecer pela referida comissão e sendo por todos os presentes bem acolhida, os senhores Augusto Mascarenhas, Estevão Alves Correa e João de Almeida Castro se incumbiram de escolher o local para o início das construções entre os córregos João Dias e Guanandi que limitam o povoado e depois de percorrerem a costa do rio opinaram que o local deve ser o mesmo em que se faz esta reunião pelas excelentes condições do terreno e principalmente os portos quer nesta, quer na outra margem do rio. Preenchidos assim os fins da presente reunião se lavra a presente ata que depois de lida e por todos aprovada é assinada, em seguida dissolvida a reunião.


Theodoro Rondon, Augusto Mascarenhas, Estevão Alves Correa, João de Almeida Castro, Manoel Antonio de Barros, Antônio de Almeida Castro, Mamede Cordeiro de Farias, Felipe Pereira Mendes, Otaviano Mascarenhas, José Roys Benfica, Marcelino Pires de Albuquerque, Antônio Pinto de Arruda, José Fialho, João Bonifácio da Costa e Faria, João Pereira Figueiró, João B. da Fonseca e Moraes, João Dias Cordeiro, José Alves Ribeiro, Honório Simões Pires, Anacleto Rodrigues, Emídio Ramos N. Flor, Antônio Xavier Castelo, Ciríaco Rondon, João Gomes da Silva, Manoel de Castro e Pinto, Deocleciano Mascarenhas, Hipólito de Moraes Jardim, Antônio Ragalzi, Antônio Francisco de Toledo, Francisco Cheferino Nicens, Francisco João da Luz, João Pinto, Joaquim de Carvalho, Florêncio Maná, Manoel José Pinto, Manoel de Souza, Hipólito da Fonseca e Moraes, Antonio Barroso de Castro, Manoel dos Santos Cabral.



FONTE: Cláudio Robba, Aquidauana ontem e hoje, Tribunal de Justiça, Campo Grande, 1992, página 35.






14 de agosto

14 de agosto


1875 - José Antônio chega a Campo Grande de mudança




À frente de uma comitiva de 65 pessoas, incluindo praticamente toda sua família, em doze carros mineiros, animais de montaria e de carga e um lote de gado de cria, o mineiro José Antônio Pereira chega a Campo Grande para tomar posse definitiva de seu sítio na confluência dos atuais córregos Prosa e Segredo, atual horto florestal.

De Monte Alegre a Paranaíba, passando por Camapuã este foi o caminho percorrido pelo sertanista, com cerca de 140 léguas e em quase quatro meses de viagem.

Em sua primeira viagem a Campo Grande, José Antonio Pereira chegou ao lugar em 21 de junho de 1872. 





FONTE: Eurípedes Barsanulpho Pereira, História da fundação de Campo Grande, edição do autor, Campo Grande, 2001, página 63.

13 de agosto

13 de agosto


1913 Chacina do circo em Campo Grande



Rua 13 de Maio em 1913. Campo Grande uma vila rica e violenta

Abala o povoado de Campo Grande, trágico acontecimento, coincidentemente marcado pelo número 13: 13 de agosto de 1913, na rua 13 de Maio (esquina com a Barão do Rio Branco). O episódio que apareceu com destaque no primeiro jornal impresso da cidade, O Estado de Mato Grosso, do advogado Arlindo de Andrade Gomes, é sintetizado por Rosário Congro, intendente geral do município:

A noite de 13 de agosto de 1913 ficou tristemente gravada nos anais da cidade, com a verificação de um gravíssimo conflito provocado pela própria polícia, quando se realizava uma função no circo João Gomes e do qual saíram mortos o importante e acatado negociante da praça José Alves de Mendonça e o vereador municipal Germano Pereira da Silva e duas praças do destacamento policial, além de muitos feridos, entre eles Gil de Vasconcelos, Fernando Pedroso do Vale, Adelino Pedroso, Benedito de Oliveira, João de Souza, Carlos Anconi e três praças.


No dia seguinte o povo, armado, sob uma indignação geral, ouvindo-se imprecações em toda parte, preparava-se para atacar o quartel da Polícia, evitando talvez outro morticínio a presença de uma companhia do exército, então já existente em Campo Grande, sob o comando do tenente Gaudie Ley.
Os policiais, às ordens do tenente Spindola, dois dias depois, abandonaram a vila.¹


Recorrendo ao jornal local "O Estado de Mato Grosso", edição de 17 de agosto de 1913, o jornalista J. Barbosa Rodrigues, em seu livro "Historia de Campo Grande", dá detalhes da ocorrência:

O "Circo João Gomes" fora montado no largo da igreja de Santo Antônio, onde eram realizados festejos religiosos. A cidade estava superlotada, pois inúmeras famílias vieram da zona rural para os festejos.

No segundo espetáculo, no dia 13, quarta-feira, a polícia que se fizera presente desde a estreia, resolveu "proibir" que o povo gritasse na plateia e vaiasse os artistas", diz o jornal.

Os rapazes não se conformaram com a atitude dos policiais e continuaram ora aplaudindo, ora vaiando.

Num dos intervalos, todos os presentes à função saem para o largo, comentando a atitude policial. É quando chega um reforço vindo do quartel. Os ânimos se exaltam, arma-se o conflito com a polícia atirando e populares respondendo à fuzilaria.

A primeira pessoa a ser alvejada foi o cel. José Alves de Mendonça, festeiro na ocasião, sócio proprietário da "Casa Caldeira", que de braços abertos conclamava as partes que se acalmassem. Outra bala atinge o vereador Germano Pereira da Silva que cai sem vida.

Terminado o tiroteio, a polícia debanda e entrincheira-se no quartel, pronta para o que desse e viesse.

Feito o balanço da refrega, além dos dois mortos há outras pessoas gravemente feridas: Gil de Vasconcelos, Adelino Pedroso, Benedito de Oliveira, João de Souza, Carlos Anconi e uma criança. Dos policiais, dois estavam mortos e três feridos.²

A imprensa cuiabana tem versões diferentes para o fato, de acordo com o compromisso político de cada jornal. Para "O Matto-Grosso", órgão da oposição a "responsabilidade em grande parte desse triste acontecimento cabe à s. ex.ª o sr. presidente do Estado", atribuindo-lhe "a falta de escrúpulos na escolha das autoridades locais:

"Mas todo mundo sabe que, na maior parte dos nossos municípios longínquos e isolados, a ordem e a segurança pública dependem em grande parte do juiz de direito da respectiva comarca. Entretanto, a de Campo Grande, a que talvez mais reclame o provimento com um juiz togado, há três meses se acha privada dessa autoridade, não obstante existirem, há mais de mês, três petições de transferência para aquela comarca de juízes do Sul".

O jornal oposicionista, finalizando seu editorial, acusa e lamenta:

"É que s. ex.ª por conveniência de sua oligarquia vai manobrando a política ao seu sabor. enquanto s. ex.ª assim protela e sacrifica o cumprimento de seus deveres, o povo que sofra as consequências dos planos políticos a que o subordina a sua administração".³

Já "O Debate", jornal governista, em sua edição de 19 de agosto de 1913, limita-se a uma versão que contraria a oposição e à voz corrente, sem emitir opinião:

Telegramas da vila de Campo Grande, dirigidos aos exms. drs. Presidente do Estado e Secretário do Interior, Justiça e Fazenda, narram sucessos desagradáveis desenrolados ali, na semana finda.

Achando-se naquela vila, dando espetáculos uma companhia de circo de cavalinhos, em a noite de 13 do corrente, foi a força policial que fazia o patrulhamento, atacada por um grupo de boiadeiros e alguns populares, travando-se um conflito do qual resultou a morte de três policiais e dos senhores José Mendonça e Germano Alves, este vereador municipal e aquele sócio da casa Caldeira e Mendonça e vários ferimentos.

Estamos informados de que o alferes de polícia Antonio Espíndola, comandante daquele destacamento, vendo-se ameaçado na sua vida, por numeroso número de populares, refugiou-se com o restante das praças, sob seu comando, no quartel do 14 de artilharia, ali estacionado.

O exm. dr Presidente do Estado, de acordo com o sr. Inspetor da 13a. Região Militar tem tomado todas as providências tendentes a evitar novos conflitos e a reprodução de tão deploráveis acontecimentos, atentatórios da ordem e tranquilidade pública.

Constando que populares exaltados pretendiam atacar o quartel do 14 para retirar o alferes e as praças refugiados, o sr. inspetor da região fez seguir para ali um reforço de praças tendo de Bela Vista seguido também um contingente policial do Regimento Mixto do Sul, sob o comando de um oficial que substituirá o alferes Espíndola.

Além destas providências imediatas o exm. sr. dr. Presidente do Estado, solícito como é no cumprimento de seus deveres, determinou que seguisse com urgência para a vila de Campo Grande, pelo Nioac, que zarpa hoje deste porto, o dr. Chefe de Polícia com o seu secretário, afim de sindicar aquelas lamentáveis ocorrências e apurar a responsabilidade de seus promotores.

O inquérito instaurado e o sumário de culpa, procedidos pelo juiz Silva Coelho, segundo ainda J. Barbosa Rodrigues, "concluíram pela culpabilidade do tenente Espíndola, comandante do destacamento e do sub-delegado Antonio Marcondes, que foram pronunciados como mandantes da chacina. Preso, Espíndola foi levado para Cuiabá pelo próprio chefe de polícia, enquanto que Antonio Marcondes foi recolhido à cadeia da vila".

FONTE: ¹Rosário Congro, O Município de Campo Grande, publicação oficial, Campo Grande, 1919, página 31. ²J.Barbosa Rodrigues, História de Campo Grande, edição do autor, Campo Grande, 1980, página 115. ³Jornal O Matto-Grosso (Cuiabá) 24 de agosto de 1913.

FOTO: Album Graphico de Mato Grosso, Corumbá, 1914



13 de agosto


1914Nasce Alcídio Pimentel



Paulista de Bebedouro, entrou jovem na carreira militar, em Lorena, onde incorporou-se ao 5º Regimento de Infantaria, após haver participado, como voluntário, da revolução de 1932. Estudou na escola do Exército no Rio de Janeiro, formando-se em Educação Física.

E
m 1942, já 2º sargento, vem servir em Campo Grande, onde se fixara definitivamente, dedicando-se à carreira militar e ao magistério. Como 1º tenente aposentou-se do Exército em 1963. Como educador, lecionou no Colégio Osvaldo Cruz, Senai, Colégio Estadual Campograndense, Joaquim Murtinho, Colégio Dom Pedro II e outros; dirigiu os colégios Oswaldo Cruz, Estadual Campograndense e D. Pedro II; o Departamento de Educação Física e Desporto do Estado; e secretário de Educação do município de Campo Grande nas administrações de Levy Dias, Marcelo Miranda, Albino Coimbra e Juvêncio César da Fonseca.


Como desportista esteve envolvido em todos os momentos da vida esportiva do Estado em seu tempo. Foi membro da diretoria da Liga Esportiva Campograndense por diversas gestões e técnico do Operário Futebol Clube, Esporte Clube Comercial e Esporte Clube Cruzeiro; juiz de futebol, integrante do departamento de árbitros da LEMC; e conselheiro do Conselho Regional de Desporto. O professor Pimentel faleceu a 15 de novembro de 1991. 



FONTE: Maria Garcia, Série Campo Grande 2002, Funcesp, Campo Grande, 2002, página 77.






13 de agosto

1924 - Nasce Helena Meireles, a dama da viola


Nasce em Bataguassu, Helena Meireles. Começou a tocar viola aos 9 anos, escondida dos pais. Aos 15 anos fugiu de casa e aos 17, teve seu primeiro filho. Era filha de pai paraguaio e mãe brasileira, casou-se três vezes e teve onze filhos - nove homem e duas mulheres. Deixou o segundo marido e dedicou-se exclusivamente à música, ficando conhecida como violeira da balsa, por conta de suas travessias ao rio Paraná para cantar na zona do baixo meretrício em Porto XV e em Presidente Epitácio, no Estado de São Paulo.

Em 1992, aos 68 anos, apareceu pela primeira vez na televisão, o programa da Inezita Barroso. Em 1993 foi reconhecida pela revista norte-americana Guitar Player, tendo sido eleita como umas das melhores instrumentistas do mundo, que a comparou com Keith Richards, dos Rolling Stones, e Eric Clapton. "Foi a única artista do Brasil a merecer um pôster das cem melhores palhetas", conforme contou seu sobrinho Mário de Araujo.

Em 1994, gravou o seu primeiro CD, com clássicos da música paraguaia, como Arapongas, Mercedita, Flor Pantaneira e outros que estão no documentário sobre sua trajetória, produzido pela GNT.

Helena Meireles faleceu em 2005, aos 81 anos, em Campo Grande.





 


FONTE:Nelson Urt: A nossa Dama da Viola, O Estado de Mato Grosso do Sul, caderno I, 13 de agosto de 2014, página 01.

VIDEO: Concerto de Helena Meirelles, no 3° Festival do Mercosul, post de Claudinei Pecois.


13 de agosto




1928 Nasce em Miranda Pedro Pedrossian


Morenão, UFMS e Parque dos Poderes, obras de Pedrossian
Engenheiro civil pela Universidade Mackenzie de São Paulo. Ferroviário, iniciou suas atividades na Noroeste do Brasil, como engenheiro residente em Três Lagoas, passando a chefe da divisão de Campo Grande, promovido em seguida a assessor do presidente da Rede Ferroviária Federal no Rio de Janeiro e, finalmente, à superintendência da empresa em Bauru.
Em 1965 elege-se na oposição (PSD-PTB), governador de Mato Grosso. Tomou posse a 31 de janeiro de 1966. Rubens de Mendonça resume o seu mandato:


Assumindo a administração inaugurou uma nova filosofia de governo. Quebrou a antiga rotina; não exonerou funcionários públicos seus adversários políticos. Seu governo tem sido um dos mais agitados de Mato Grosso. Em agosto de 1967, na Assembléia Legislativa do Estado, o deputado Júlio de Castro Pinto apresentou um projeto de resolução pedindo a decretação do impedimento do governador do Estado. Seu advogado dr. Renato de Arruda Pimenta requereu mandado de segurança, cuja liminar foi concedida pelo Tribunal de Justiça do Estado. Superada a crise do IMPEACHMENT, pode o governador Pedro Pedrossian realizar uma administração desenvolvimentista, construindo obras de vulto em todo o Estado. Não existe um só município de Mato Grosso que não possua uma obra construída em seu governo.


A nova filosofia de governo implantada pelo dr. Pedro Pedrossian mudou a mentalidade do Estado que abandonando as antigas estruturas da sociedade tradicional ou não desenvolvida, criou a imagem do Novo Mato Grosso que despertou a capacidade para assumir o controle de sua vida econômica, criando condições que possibilitara seu desenvolvimento cultural com as instalações de quatro faculdades superiores, motivando assim, as criações da Universidade Federal de Mato Grosso, com sede em Cuiabá e da Universidade Estadual de Mato Grosso com sede em Campo Grande.¹


Com a divisão do Estado, de cujo processo omitira-se, elegeu-se, em 1978, senador de Mato Grosso do Sul, pela Arena. Deixou o cargo dois anos depois para assumir o governo do Estado, nomeado pelo presidente, general João Batista de Figueiredo, em substituição a Marcelo Miranda, fechando o tumultuado ciclo do primeiro período governamental do novo Estado. É desse seu primeiro mandato em Mato Grosso do Sul o início da implantação do Parque dos Poderes.

Em 1986 perde sua primeira eleição, quando tenta voltar ao Senado, apoiando o candidato oposicionista Lúdio Coelho (PTB) ao governo, que também é derrotado.


Em 1990, retorna ao governo por eleição direta, pelo PTB, vencendo o candidato governista Gandi Jamil. A obra mais notável de sua gestão foi a implantação de Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul. Deixou o poder com 70% de aprovação. Em 1998 tentou voltar ao governo e foi derrotado no primeiro turno. Em 2002 perdeu a eleição para o Senado e abandonou a vida pública.



FONTE: ¹Rubens de Mendonça, Dicionário Biográfico de Mato Grosso, edição do autor, Cuiabá, 1971, página 125.





12 de agosto

12 de agosto

1833 - Fundada a Sociedade dos Zelosos da Independência

É fundada em Cuiabá a Sociedade dos Zelosos da Independência. Inspirada na congênere nacional Sociedade Defensora da Liberdade e da Independência Nacional, do Rio de Janeiro, tinha por finalidade, segundo seu estatuto, "procurar ligar pelos mais estreitos laços os verdadeiros Brasileiros, habitantes da Província de Mato Grosso, por meio de Instrução nos seus deveres e de mútua coadjuvação para assegurar a Independência do Brasil e fazer resistência legal à tirania, onde quer que esta se achar”.

Foram seus fundadores Antonio Patrício da Silva Manso, Dr. Pascoal Domingos de Miranda, Braz Pereira Mendes, José Alves Ribeiro, Joaquim de Almeida Falcão e Miguel Dias de Oliveira.

O ponto culminante de seu ativismo político foi a Rusga, em 30 de maio de 1834, em Cuiabá, quando sob sua direção, brasileiros natos confrontaram  empresários portugueses e estrangeiros, a quem pretendiam expulsar do Brasil.

FONTE: Rubens de Mendonça, Histórias das revoluções em Mato Grosso, edição do autor, Cuiabá, 1970, página 32.



12 de agosto

1835 -  Pena de morte para escravos



É sancionada pelo presidente da província de Mato Grosso, Antonio Pedro d'Alencastro, a lei n° 8, que pune com pena de morte, escravos que matarem, ferirem ou cometerem grave ofensa física ao seu senhor, administrador, feitor ou suas mulheres e filhos. Na íntegra o texto da nova lei:

Art.1 - Serão punidos com pena de morte os escravos de qualquer qualidade e sexo que matarem por qualquer maneira que seja, ferirem ou fizerem outra grave ofensa física a seu Sr., administrador, feitor ou suas mulheres e filhos. Se o ferimento ou ofensas forem leves a pena será de açoites e galés perpétuas, segundo as circunstâncias mais ou menos atenuantes.

Art. 2. - Nos delitos acima mencionados e no de insurreição serão os delinquentes julgados dentro do município do lugar onde cometeram o delito por uma junta composta de seis juízes de paz, presidida pelo juiz de Direito da comarca, servindo de escrivão aquele que for do mesmo juiz de Direito.

Art. 3. - Os juízes de paz terão jurisdição em todo o município para processarem tais delitos até a pronúncia.

Art. 4. - O juiz de Direito, reunida a junta dará princípio ao processo, mandando autuar todos os que tiver recebido sobre o mesmo delito, em um só e ajuntar a ele a nomeação dos vogais.

Art. 5. - Satisfeitos estes atos judiciais, se proferirá a sentença final, vencendo-se a decisão por quatro votos, e decidindo, no caso de empate, o juiz de Direito. A sentença, sendo condenatória, será executada no mesmo lugar do delito, sem recurso algum na forma determinada pelo art.38 e seguintes do Código Criminal, presidindo a execução o mesmo juiz de Direito, que deverá fazer assistir ao ato uma força armada e os escravos mais vizinhos em número correspondente à força.

Art.6. - Ficam revogadas todas as leis e mais disposições em contrário.

Esta lei foi revogada em 18 de abril de 1836, por José da Silva, vice-presidente em exercício.
 

FONTE: Coleção das leis provinciais de Mato Grosso, Cuiabá, 1835, edição 00001, página 41.



12 de agosto

1867 - Deputados aprovam moção aos heróis da retomada de Corumbá

Por iniciativa do deputado Silva Pereira e assinatura de 11 deputados, o plenário da Câmara, no Rio de Janeiro, "cheio de entusiasmo, pelo modo heroico porque se portaram as forças de Mato Grosso", no combate contra o inimigo na batalha pela retomada de Corumbá:

A Câmara dos Deputados aplaude com toda efusão de seu patriotismo, o ato glorioso da tomada da cidade de Corumbá, no dia 13 de junho do corrente ano, pela expedição sob o comando do tenente-coronel de comissão Antonio Maria Coelho, organizada e dirigida pelo presidente da província de Mato Grosso, dr. José Vieira de Couto Magalhães, e consigna, outrossim um voto de reconhecimento aos bravos das forças expedicionárias.

FONTE: Correio Mercantil (RJ), 13 de agosto de 1867.



12 de agosto 


1932 - Revoltosos vencem legalistas em Santa Quitéria







Na revolução constitucionalista, após ocupar Paranaíba, no dia 7 de agosto sem resistência, as forças do governo, sob o comando do capitão Odilio Dennys, batem-se com os revoltosos de Campo Grande às margens do rio Santa Quitéria. O relato é de Lindolfo Emiliano dos Passos, da polícia goiana, que, ao lado dos legalistas, participou do combate:

“O dia 12 de agosto amanhecia. Ao raiar do sol, ofuscado pela fumaça das queimadas, o inimigo rompeu o silêncio nos saudando com alguns disparos de sua artilharia, sendo os primeiros de festim para desencadear, após, insistente bombardeio com granadas.


Foi como prevíamos: preparavam o combate para a infantaria, o que, na verdade aconteceu, cessado o canhoeiro. Enquanto o comandante Carvalhinho atacava o inimigo no seu flanco esquerdo, nós o combatíamos pela frente e na suas posições defensivas, das quais não arredava um passo, impedindo-nos de progredir pelo maciço fogo de suas metralhadoras e obuses. O tempo passava e a luta continuava com o mesmo ardor . Na retaguarda inimiga o fogo parou com o fracasso da missão de Carvalhinho que caiu nas malhas do inimigo, resultando à debandada geral dos patriotas. Às 14 horas mais ou menos a situação continuava a mesma e o desgaste dos nossos soldados já se fazia sentir não só pelo cansaço, como pela sede e pela fome. A nossa munição escasseava e não tínhamos provimentos de material e pessoal para sustentar a luta contra o adversário que, no peito e na garra, não cedia um palmo de terreno de suas posições defensivas, tendo ainda por garantia a proteção do rio Quitéria. À certa altura da refrega o comandante do 3º pelotão não conseguiu conter o pânico de alguns elementos que, supondo-se cercados pelo inimigo, abandonaram suas posições. Foi o quanto bastou para que o pelotão inteiro se retirasse, seguido também pela 2ª parte do 1° pelotão. No auge da debandada o coronel Salomão de Faria embarcou no seu carro determinou ao motorista sargento Neves, que tocasse para Santana e o mesmo destino tomou o major Benedito Quirino. Diante da fuga desses chefes a balbúrdia recrudesceu, correndo os soldados em direção dos caminhões, com os motoristas manobrando os veículos para zarparem na maior confusão. "Tomando medida drástica, determinei ao tenente Varanda que bloqueasse a estrada com um caminhão e ordenei ao sargento Pedro Moreno que ficasse junto ao mencionado caminhão e metralhasse o veículo que tentasse fugir. Despachei um caminhão para a cabana Agda onde estava o tenente Almiro, com o pessoal do aprovisionamento e rancho, para os conduzirem ao rio Santana, onde deviam estacionar. Garantindo nossa retirada, as duas secções de metralhadoras pesadas e os fuzis metralhadores Z. B. fizeram a cobertura, mantendo um fogo contínuo contra o adversário enquanto os pelotões eram organizados e embarcados nos caminhões. Por fim recolhemos as metralhadoras e os elementos de suas guarnições e nos retiramos com absoluta ordem. Ao cair da noite todo o contingente estava bivacado à margem direita do caudaloso rio Santana, a 9 quilômetros da cidade. Nessa refrega apenas duas praças sofreram ferimentos contusos. O rancho da tropa foi servido à noite. A nossa retirada não constituiu derrota, mas uma necessidade premente diante da escassez de meios para continuarmos combatendo um adversário, cuja superioridade ficou claramente evidenciada. Não possuindo os nossos soldados equipamentos de campanha não podiam prosseguir numa luta encarniçada, passando por agudas privações, sobretudo sede e fome. Lutamos durante oito horas consecutivas, sem um minuto de trégua e neste espaço de tempo foi consumida quase toda a munição bélica que possuíamos no local, num total de 60 mil tiros. Sem reservas para a substituição da tropa, a única saída viável era sua retirada do terreno da luta, manobra já prevista pelo capitão Odílio dentro de um critério tático e, se não aconteceu do modo previsto, contudo, nos retiramos em absoluta ordem, embora se tornasse necessária tomar medidas para efetivação da manobra, que redundaria num caos se processada à revelia. Não tivemos outra alternativa".



FONTE: Lindolpho E. Passos, Goiás de ontem, memórias militares e políticas, edição do autor, Goiânia, 1987, página 96.


FOTO: Reprodução. Meramente ilustrativa.




12 de agosto


1941Vespasiano nomeado prefeito de Campo Grande

Reconciliado com a ditadura de Vargas, a qual combateu em 1932, quando aderiu à revolução constitucionalista, Vespasiano Barbosa Martins aceita nomeação para prefeito de Campo Grande, a convite do interventor Júlio Müller. Permaneceu no cargo até 12 de setembro de 1942, sendo substituído por Carlos Hugueney Filho.


FONTE: Demosthenes Martins, Campo Grande,aspectos jurídicos e políticos do município, Academia de Letras e História, Campo Grande, 1972, página 39.


OBISPO MAIS FAMOSO DE MATO GROSSO

  22 de janeiro 1918 – Dom Aquino assume o governo do Estado Consequência de amplo acordo entre situação e oposição, depois da Caetanada, qu...