terça-feira, 31 de janeiro de 2012

6 de Setembro

6 de setembro

1825 - Imperador autoriza expedição Langsdorff




O imperador D. Pedro I, impõe condição e autoriza ao naturalista alemão (naturalizado russo), a expedição científica aos estados centrais do Brasil (Mato Grosso e Amazonia), patrocinada pelo governo da Rússia, nação da qual Langsdorff era cônsul no Rio de Janeiro. Os objetivos da comissão e as condições do governo brasileiro foram publicadas no Diário Fluminense, o jornal oficial do império:

Propondo-se o Naturalista Langsdorff a viajar pelas Províncias centrais do Império, com o intuito de observar e colher os produtos naturais, de que tanto abundam este solo feliz: Manda S. M. o Imperador, pela Secretaria dos Negócios do Império, participar ao dito Naturalista, que Espera do seu amor às Sciências, e ao Paíz haja de contribuir, para enriquecer o Museu Nacional e Imperial desta Corte, com a remessa de huma amostra, ao menos, de cada producto de História Natural, que houver de coligir na sua longa viagem. Palácio do Rio de Janeiro em 6 de setembro de 1825.- Estevão Ribeiro de Rezende.

A expedição Langsdorff deixou São Felix (no interior de São Paulo) com destino ao estado de Mato Grosso e Amazônia, em 22 de junho de 1826. A viagem deu-se em nosso estado pelos rios Pardo, Coxim, Taquari, Paraguai, São Lourenço e Cuiabá, na rota dos bandeirantes. De Cuiabá seguiu para Amazonas e Pará, havendo encerrado suas atividades em 1929, em Belém.


FONTE: Diário Fluminense (RJ) 12 de setembro de 1825.



6 de setembro

1866 – Guerra do Paraguai: tropas brasileiras chegam ao rio Aquidauana

Rio Aquidauana, desenhado pelo cadete Tauanay

Procedentes do Taboco e acampados à margem do córrego Piranhinha desde o dia anterior, os soldados da força expedicionária de Mato Grosso, com destino a Miranda e Bela Vista, partem rumo à travessia do rio Aquidauana, segundo registro do cadete Taunay:

Deixando o pouso às 7 ½ horas da manhã, seguiu a força ao rumo S. O. no qual caminhou três léguas por extensas planícies tão faltas d’água na seca, quão alagadas no tempo das chuvas. Virando depois sensivelmente a O. e a O.S.O. por légua e meia, chegou à margem direita do rio Aquidauana no lugar fronteiro ao denominado Porto do Sousa, onde por muitos meses tiveram os paraguaios um importante ponto para vaquejadas. Bela e frondosa mata acompanha, em ambas as margens barrancosas, esta importante corrente que vai-se unir ao rio Miranda daí a 12 ou 14 léguas pouco mais ou menos, rolando sempre águas limpas e com curso livre de obstáculos por mais de 20 léguas.

No lugar da passagem o rio tem 50 palmos, profundidade variável de uns palmos, não dando vau em alguns pontos, sendo em outros junto à margem esquerda apenas de três a quatro palmos: a sua direção é N.O.

O rio Aquidauana nasce de vertentes da grande serra de Maracaju e recebe, depois de algumas léguas de curso os rios Cachoeirinha e Cachoeira, tomando desde então importante volume de águas, engrossado pelos ribeirões Dois Irmãos, Taquarussu e Uacogo, que entram pela margem esquerda e do João Dias, córregos do Paxexi e da Paixão que deságuam pela margem direita. Do ribeirão João Dias, onde existe a última corredeira, o seu curso é livre de obstáculos, com profundidade quase constante de uns 2 metros, e largura média de 66 ms. Navegável para grandes canoas numa extensão de quase 40 léguas, fenece no rio Miranda pelo lado direito, confundindo as águas claras e puras às revoltas e barrentas daquele rio. O seu nome é de origem guaicuru. Um capitão dos cadiuéus tem a mesma denominação, com o acréscimo de um T. – Taquidauana. Não nos puderam explicar o que significa.


FONTE: Taunay, Em Mato Grosso Invadido, Companhia Melhoramentos, São Paulo, sd., página 79.


FOTO: Paisagem do rio Aquidauana, desenho de Taunay, in Céus e terras do Brasil, Comp. Melhoramentos de S.Paulo, 1929, página 80.


6 de Setembro

1886 Carta de José Antônio Pereira ao bispo de Cuiabá


O fundador de Campo Grande, José Antonio Pereira, responde ao ofício de Cuiabá, comunicando a visita do bispo ao povoado e dando boas vindas ao prelado de Mato Grosso:

Campo Grande 6 de setembro de 1886. - Respeitável Senhor - Tem esta o fim honroso de cumprimentar-lhe como em minha própria pessoa dando-lhe os parabéns da feliz viagem desejando toda sorte de felicidade.


Acuso o recebimento do respeitoso ofício que V. Exa. dirigiu-me, fazendo assim o favor de manifestar-me que dignou-se dar a este lugar a felicidade de possuir a Vossa Excelente presença, satisfazendo assim os corações de todos os fiéis que sequiosos esperam o refrigério. E sendo do meu desejo e dever a mais tempo ter buscado de V. Exa. as determinações que seja necessárias, tendo deixado de assim praticar por motivo das faltas que por ora sofre este lugar, mormente de um Ministro da Igreja, porque o pouco que se pode fazer muito depende da minha presença - É por isso que vou impetrar de V. Exa. a graça de desculpar-me as faltas presentes e futuras e abençoar-me e à minha família, porque somos filhos obedientes e beijamos com respeito o santo anel - De V.Exa. Rvama. o mais humilde criado e obrigado - José Antônio Pereira.


FONTE: Luis Philippe Pereira Leite, Bispo do Império, edição do autor, Cuiabá, sd. Página 181.


5 de Setembro

5 de setembro

1866 Tropas brasileiras partem do Taboco

Margem esquerda do Taboco em desenho de Taunay

A força expedicionária brasileira, com destino à fronteira, deixa as margens do Taboco, onde acampara há cerca de dois meses. O relato é do tenente Taunay:

Tornando-se porém o Taboco cada vez mais insalubre, convinha partir dali quanto antes. Entretanto soube-se que a retirada dos inimigos dos pontos do distrito, em que eles tinham conservado destacamentos por mais de um ano e meio, roubara já aos nossos soldados a ocasião de demonstrarem nos combates a coragem que haviam patenteado sempre a lutar com mais terríveis adversários: a peste e a fome. Apesar disto, decidiu o comandante das forças seguir para Miranda. (...)

Tomadas enfim as providências para a marcha, deu-se a partida da margem direita do Taboco no dia 5 de setembro com direção ao porto do Sousa, onde ia efetuar-se a passagem do rio Aquidauana. Caminhando sensivelmente para S. desde começo, atravessou a força campinas cortadas por capões e depois de 2 ½ léguas, foi acampar junto ao córrego da Piranhinha às 11 ½ horas quase na base de um ramal da serra do Maracaju que corre paralelamente à estrada. No encontro desses ramos com a grande cadeia, num recôncavo, fica a aldeia da Paranhinha dos índios Terenas, aí refugiados desde os primeiros dias da invasão paraguaia no ano de 1865.



FONTE: Taunay, Em Mato Grosso invadido, Cia. Melhoramentos, SP, sd., página 79.



5 de setembro

1891 - Eleita a primeira diretoria da Companhia Mate Larangeira





Sob o controle do Banco Rio-Mato Grosso é nomeada no Rio a primeira diretoria da Companhia Matte Larangeira,à frente Francisco Duarte Murtinho (foto). A decisão foi registrada na seguinte ata:

Acta n° 1 da Companhia Matte Larangeira.

Tendo sido por escriptura lançada hoje em Notas do Tabelião Castro,desta Capital, constituida a Companhia Matte Larangeira, os abaixo-assignados D' Francisco Murtinho, D' Lucídio Alexandre Martins e Thomaz Larangeira que compõem a Directoria da mesma Companhia, reuniram-se na sala do 1° andar da casa da Rua d'Alfandega,n° 22, para, em observância do Art. 15 dos Estatutos, designarem, d'entre si, o Presidente e o Secretário da Directoria.
O Director Larangeira propôs para Presidente, o Director Franc° Murtinho e para Secretário o Director D'Laucídio Martins.

Feitas algumas ponderações pelos dois últimos, foi a proposta approvada, ficando os nomeados desdelogo investidos dos respectivos cargos.
Declara-se que a sala a que se fez referência, está contratada para nela funcionar como fica funccionando o escriptório da Campanhia.

Rio de Janeiro,5 de Setembro de 1891.

Francisco Murtinho, Lucídio Alexandre Martins e T° Larangeira.


FONTE e FOTO: Luiz Alfredo Marques Magalhães, Retratos de uma época, os Mendes Gonçalves e a Cia.Matte Larangeira, (segunda edição), edição do autor, Ponta Porã/Campo Grande, 2013, página 41.


5 de Setembro

1918Rosário Congro toma posse em Campo Grande




Nomeado pelo presidente do Estado, dom Aquino Correa, assume a prefeitura de Campo Grande o deputado estadual Rosário Congro. O próprio intendente-interventor dá as razões de sua investidura no cargo:

Perdurando desde 1º de janeiro desse ano, em virtude de conflito político, uma dualidade de Câmara e de Juizes de Paz, o que vinha causando à vida administrativa e jurídica do Município os mais sérios entraves e a mais prejudicial das situações, teve por bem a Assembleia Legislativa do Estado por termo à grave anomalia reinante, anulando as eleições realizadas a 2 de novembro do ano anterior e autorizando o presidente do Estado a nomear o Intendente Geral e Juizes de Paz de Campo Grande, aquele com poderes para exercer também atos do poder legislativo ficando, assim, inteiramente cassada a autonomia do município.

Tem o n.o 768 e é de 9 de julho de 1918, a lei que determinou a intervenção estadual no Município, recaindo a nomeação para Intendente, por ato n.o 329 de 14 de agosto do mesmo ano, no deputado estadual Rosário Congro, cuja posse realizou-se a 5 de setembro, e a de Juizes de Paz nos cidadãos Antônio Benjamim Correa da Costa, Leopoldo Gonçalves dos Santos e João Coelho, sendo seus suplentes João Pedro de Souza, Manoel Joaquim de Moraes e Cândido da Costa Lima, não tendo este último prestado o compromisso legal.


Sobre a posse de Rosário Congro na prefeitura de Campo Grande, a imprensa cuiabana destacou:


Campo Grande, 5 – Perante numerosa assistência, tomou hoje posse no cargo de intendente geral deste município o ilustre deputado Rosário Congro. Durante o ato e enviada por nímia gentileza do comandante da guarnição, tocou a banda do 5° regimento. O novo intendente produziu uma bela alocução traçando a diretriz do seu governo, impressionando agradavelmente o auditório. S. exc. leu o seu primeiro ato de empossamento e, após o recebimento dos arquivos da intendências em dualidade, nomeou seu secretário e tesoureiro. A população, satisfeita com a normalização da vida do município, confia na ação do novo governo, aplaudindo a acertada escolha de d.Aquino.
 


FONTE: Rosário Congro: O município de Campo Grande, publicação oficial, Campo Grande, 1919, página 37. Jornal O Matto-Grosso (Cuiabá) 15 de setembro de 1918.

FOTO:http://bit.ly/zKCCKr


5 de setembro

1961 - Nasce Nelsinho Trad

Filho de Nelson Trad e Therezinha Mandetta Trad, nasce em Campo Grande, Nelson Trad Filho. Fez os cursos primário e secundário em sua cidade natal e o ensino médio no Colégio Andrews, no Rio de Janeiro, onde cursou Medicina, na Universidade Gama Filho.
Com especialidade em urologia, é médico do serviço público. Como político, começou em 1996, quando se elegeu vereador pela primeira vez, reelegendo-se em 2000.De 2001 a 2002, foi presidente da Câmara Municipal. Em 2002, vence a eleição de deputado estadual, cargo que exerceu por apenas dois anos, elegendo-se prefeito de Campo Grande, em 2004 e reeleito em 2008.
Em 2014, foi candidato a governador (PMDB), mas não conseguiu chegar ao segundo turno. Em 2018 elegeu-se senador (PTB). No Senado foi presidente da Comissão de Relações Exteriores e líder da bancada do PSD. 
Na vida pública, recebeu as seguintes homenagens:
Medalha do Pacificador Medalha do Pacificador
2005 - Classificação Excelente no Programa Nacional de Controle de Qualidade (Labcen) 2005 - Prêmio Caixa - Melhores práticas em gestão local
2006 - Classificação Excelente no Programa Nacional de Controle de Qualidade (Labcen) 2006 - Prêmio Caixa - Melhores práticas em gestão local
2006 - Prêmio Sebrae Prefeito Empreendedor MS
2006 - Referência em Formação Continuada de Professores 2006 - Troféu Super Cidades
2007 - Certificado de Eficiência em Sorologia para Leishmaniose 2007 - Selo de Mérito da Associação Brasileira de Cohab's - ABC
2007 - Classificação Excelente no Programa Nacional de Controle de Qualidade (Labcen) 2007 - Drenar é 10 - Melhores Práticas
2007 - Índio Cidadão MS - Melhores Práticas 2007 - Prêmio Brasil Sorridente
2007 - Prêmio Ecologia
2007 - Qualidade em Educação Infantil (Formar em Rede) 2007 - Selo de Mérito Nacional para 2ª Aldeia Urbana
2007 - Selo de Mérito Nacional Projeto lmbirussu/Serradinho
2008 - Classificação Excelente no Programa Nacional de Controle de Qualidade (Labcen) 2008 - Prêmio Sebrae Prefeito Empreendedor MS
2008 - Diploma Nacional em Desenvolvimento Sustentável e Saneamento Ambiental
2008 - Melhor experiência em vigilância, prevenção e controle da dengue 2008 - Prêmio Sebrae Prefeito Empreendedor Centro-Oeste
2008 - Qualidade em Educação Infantil (Formar em Rede) 2008 - Selo Cidade Cidadã
2008 - Selo de Reconhecimento as 73 escolas que superaram o IDEB
2008 - Selo de Mérito da Associação Brasileira de Cohab's - ABC 2009 - Diploma de Mérito pela Valorização da Vida
2009 - PAC-Habitação de interesse social - Jardim Seminário e Residencial Tarsila do Amaral 2009 - Prêmio Sebrae Prefeito Empreendedor Centro-Oeste
2009 - Prêmio Sebrae Prefeito Empreendedor MS
2009 - Selo de Mérito da Associação Brasileira de Cohab's - ABC 2010 - Selo de Mérito da Associação Brasileira de Cohab's - ABC 2010 - Prefeito Amigo do Idoso
2010 - Prêmio Prefeito Inovador 2010 - Prêmio TI & Governo
2011- Prêmio Prefeito Inovador - categoria: Cidades com Mais de 200 mil Habitantes 2011- Prêmio Caio - 11ª Edição
2012 - Prêmio Sebrae Prefeito Empreendedor - Etapa Estadual - destaque temático: Médias e Grandes Municípios Sebrae MS
2012 - Prêmio Sebrae Prefeito Empreendedor - Etapa Estadual - destaque temático: Promoção ao Desenvolvimento Rural - Sebrae MS
2012 - Prêmio Sebrae Prefeito Empreendedor - Etapa Estadual - destaque temático: Promoção ao Desenvolvimento Rural - Sebrae MS
2012 - Prêmio Sebrae Prefeito Empreendedor - Etapa Nacional - categoria: Apoio ao Empreendedor Individual, Lei Geral Municipal - Sebrae Nacional
2019 - Ordem do Mérito da Defesa
2019 - Conselho da Ordem do Mérito Naval - Grau de Grande Oficial 2019 - Medalha Amigo da Marinha.

FONTE: Senado Federal, Brasilia, 2021.


segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

4 de setembro

4 de setembro


1865Força brasileira deixa Uberaba 




Para dar combate ao Paraguai, cujas forças em dezembro de 1864 invadiram o Sul de Mato Grosso, paulistas e mineiros formam a Força Expedicionária de Mato Grosso, “de contingentes somando 2.600 praças, que seriam acrescidos de soldados goianos – um esquadrão de cavalaria (tropa de linha) e um batalhão de voluntários, que marchariam em separado da cidade de Goiás, então capital daquela província”.

As duas brigadas reúnem-se em Uberaba, “dando-se a organização que um pequeno exército requer, para marchar e combater o inimigo. Paralelamente à Comissão de Engenheiros, organizaram-se a Comissão de Saúde, a Auditoria de Guerra, a Repartição Eclesiástica, a Caixa Pagadora e as repartições responsáveis pelos materiais e pelo pessoal. As tropas que marcharam de São Paulo estavam sob o comando do coronel Manuel Pedro Drago, nomeado presidente da província de Mato Grosso em substituição ao coronel Frederico Carneiro de Campos, aprisionado com o vapor Marquês de Olinda, em 12 de novembro de 1864.


As tropas que marcharam de Ouro Preto estavam sob o comando do coronel José Antonio da Fonseca e se subordinavam ao coronel Drago.
Como de costume, organizaram-se comerciantes, que acompanhavam as tropas com seus carros e carretas, levando quinquilarias, vestuário e algum alimento para venda aos soldados (que recebiam seus pagamentos em marcha). Mulheres, fossem dos soldados ou dos oficiais, ou solteiras (as vivandeiras), acompanhavam a tropa.”


A força que deixou Uberaba com destino a Cuiabá, à altura do rio do Bois, em Goiás, por ordem superior, tomou o rumo de Coxim, onde chegou a 18 de dezembro.


Taunay, integrante da comissão de engenharia da coluna registrou o momento em seu diário:

Às 8 horas da manhã saiu o comandante das forças, com o seu estado-maior, da cidade de Uberaba e seguindo para o acampamento, recebeu as continências de estilo e despedidas dos mais importantes habitantes do lugar que tinham ido acompanhar; dando o sinal de marcha dos corpos que se puseram em movimento às 8 ³/4 horas.


FONTES: Acyr Vaz Guimarães, Mato Grosso do Sul, sua evolução histórica, Editora UCDB, Campo Grande, 1999, página 176; Taunay, Marcha das forças, Melhoramentos, S.Paulo, 1928, página 65.

FOTO: Cena da retirada da Laguna, autor desconhecido.



4 de setembro

1905Morre o primeiro professor de Campo Grande 





Faleceu e foi sepultado na fazenda Correntes, José Rodrigues Benfica. Gaúcho de Jaguarão, veio para Campo Grande na última década do século XIX, como militar. Na guerra do Paraguai, combateu no posto de sargento, tendo participado da batalha de Tuiuti. Em Mato Grosso foi voluntário das chamadas forças patrióticas de Generoso Ponce, em 1892, em Cuiabá. Seu ingresso no magistério no povoado de Campo Grande tem sua origem registrada no seguinte expediente:

Os abaixo assinados interessando-se pela educação da mocidade campo-grandense, uns por terem seus filhos, outros por terem parentes ou órfãos a quem lhe cabe o dever sagrado de educá-los e sem que possa ao menos dar-lhes as primeiras luzes de instrução por falta de um professor que, sendo os vencimentos que o Governo autoriza insuficientes atualmente para sua subsistência não se sujeitam a aceitar o emprego, resolvem unanimimente a promoverem a presente subscrição que em auxílio a tão justo fim subscrevem com as quantias adiante declaradas que serão pagas mensalmente ao atual professor sr. JOSÉ RODRIGUES BENFICA. Campo Grande, 15 de setembro de 1895.

O professor dá nome a um colégio na rua dos Barbosas, no bairro Amambaí, em Campo Grande, por iniciativa do prefeito Wilson Barbosa Martins (1958/62), em cuja administração a obra foi construída.

“Há na vida dois caminhos:/ um do mal outro do bem; / o primeiro brota espinhos,/ o segundo risos tem”. Com esta quadra o velho mestre encerrava suas aulas.



FONTE: J. Barbosa Rodrigues, História de Campo Grande, edição do autor, Campo Grande, 1980, página 63.

FOTO: Escola José Rodrigues Benfica, em Campo Grande.

3 de Setembro

3 de setembro

1825Expedição Langsdorff deixa o Rio de Janeiro


É iniciada no Rio de Janeiro a mais célebre expedição científica estrangeira ao interior do Brasil no século XIX. Trata-se da missão russa, chefiada pelo visconde de Langsdorff. Em Mato Grosso a comissão seguiu a mesma rota iniciada há um século pelos bandeirantes paulistas que descobriram e exploraram o ouro  de Cuiabá.

Hercules Florence, 2º desenhista da comissão científica russa, inicia também sua aventura literária:

Numa sumaca chamada Aurora, que fazia viagens de cabotagem, partimos da cidade do Rio de Janeiro no dia 3 de setembro de 1825. O tempo mostrava-se favorável para depressa alcançarmos Santos, 40 léguas a S. O. ; não estávamos contudo a cômodo nesse acanhado barco, tanto mais quanto, além das cargas e das bagagem nossa que levava, transportava 65 escravos, negros e negras, recentemente introduzidos d’África e todos cobertos duma sarna, adquirida na viagem, que, exalando grande fétido, poderia nos ter sido nociva, caso durasse mais o contato a que ficávamos obrigados e fora a atmosfera calma e parada. Felizmente, dia e noite, soprou o vento fortemente, levando-nos à embocadura do canal de Santos em 48 horas, quando às vezes acontece que se gastam mais de três semanas no mesmo trajeto.


Tendo deixado Porto Feliz, no interior de São Paulo, em 22 de junho de 1826, a missão que cruzou Mato Grosso de Sul a Norte, passou pelo Amazonas e Pará, terminou apenas em março de 1929, na volta dos sobreviventes ao Rio de Janeiro. 

FONTE: Hercules Florence, Viagem fluvial do Tietê ao Amazonas, de 1825 a 1829, Edições Melhoramentos, São Paulo, 1941, páginas 1 e 218.

FOTO: Índios Apiakás de Mato Grosso, desenho de Hercules Florence.



3 de setembro

1915 - Criada a reserva indígena de Dourados






Pelo decreto nº 401, do presidente do Estado de Mato Grosso, Caetano Manoel de Faria e Albuquerque, é criada a "colônia de índios de Dourados." Dispunha o decreto em seu único artigo: 

Art. 1° - Fica reservada no município de Ponta Porã e para a colônia de índios do distrito de "Dourados", uma área de terras de 3600 hectares, confinando pelo Sul, com o córrego Saltinho, que separa a outra área reservada para o patrimônio de Dourados e as mais confrontações com terras devolutas situadas nas matas de São Domingos.

Em 1925 foi fundado o posto indígena de Dourados, quando o inspetor do Serviço de Proteção ao Índio, major Nicolau Horta Barbosa, inicia a demarcação da área. Até então os grupos indígenas do sul de Mato Grosso viviam dispersos. As terras que compõem o atual posto indígena de Dourados tiveram seu título definitivo de propriedade expedido em 26 de outubro de 1965, sendo estas terras devidamente registradas em 14-12-1965, com uma área de 3.539 ha. Da doação original 61 ha. foram perdidos e incorporados às propriedades vizinhas.


FONTE: Regina Heloiza Targa Moreira, Memória Fotográfica de Dourados, UFMS, Campo Grande, 1990, página 13 

domingo, 29 de janeiro de 2012

2 de Setembro

2 de setembro


1778 – Fundação de Ladário







Pouco antes da reunião que daria por criada a povoação de Albuquerque (Corumbá), localizado o ponto onde se instalaria o porto e o povoado, à comitiva de Leme do Prado, que escolheu o lugar, “ajuntara-se, abaixo da barra do Parrudos, a do cabo Manuel da Silva Freitas, proveniente de Vila Bela via Jauru e Paraguai, com destino a Coimbra. Acossado por súbito vendaval, logo após ter deixado o sertanista e os seus acompanhantes, viu-se compelido a abrigar-se em uma enseada, 6 quilômetros a jusante. Explorando as cercanias constatou a existência de ‘uns matos m.to excelentes de bacurizais capazes de dar toda a qualidade de mantimentos’. Do que viu e achou deu ciência a Leme do Prado, sugerindo-lhe a instalação provisória naquele local, em condições de lhe proporcionar fartas messes. Aceitando as ponderações, o capitão-mor transferiu-se a 2 de setembro para o local indicado, por ele denominado Ladário, em lembrança ao nome da vila de nascimento de Luis de Albuquerque, no distrito de Vizeu, província de Beira Alta”.

Ladário foi elevado a distrito pela lei N.º 134, de 16 de março de 1861, e o município criado pelo projeto de Lei no 155, de autoria do deputado Manoel Wenceslau de Barros Botelho, convertido em lei a 11 de dezembro de 1953.
Ganhou a sua emancipação político-administrativa tornando município autônomo durante o Governo de Fernando Correa da Costa. A instalação do município deu-se em 17 de março de 1954  e a posse de seu primeiro prefeito realizou-se a 3 de outubro de 1954. 



FONTE: Lécio G. de Souza, História de Corumbá, edição do autor, Corumbá, sd. página 27.


FOTO: vila de Ladário no início do século XX, Album Graphico de Matto Grosso, Corumbá-Hamburgo, 1914.


2 de setembro

1952- Novas regras para exploração mineral em Urucum

Acatando exposição do Ministério da Agricultura, o presidente Getúlio Vargas decidiu encaminhar solução para o problema do manganês nas jazidas do morro do Urucum, em Corumbá:

"O trabalho do titular da pasta da Agricultura mostra a importância daquele minério, o modo com que estão sendo exploradas as jazidas de Lafaiete, no Amapá e analisa as diferentes soluções propostas para a questão da forma de exploração das jazidas de Urucum. O ministro João Cleofas apresenta então as alternativas propostas pela Sub Comissão de Técnicos, e, que não caducaram as concessões ao Estado de Mato Grosso, opina, de acordo com a Sub comissão, no sentido de serem entabuladas negociações com as firmas interessadas no sentido de uma revisão completa nos contratos com base nas sugestões apresentadas pela Subcomissão de Técnicos e que foram aprovadas pela Comissão de Ministros".

As novas medidas, além de assegurar a participação da União da exploração, obrigam a concessionária, a Sobramil, "a investir, em novos empreendimentos no Estado de Mato Grosso, 20% dos lucros líquidos apurados em balanço anual. Essa aplicação deverá ser feita de conformidade com um programa de desenvolvimento econômico apresentado ao governo federal para sua aprovação".

FONTE: A Manhã (RJ), 02/09/1952.


01 de Setembro

1° de setembro

1786 - Missão pantaneira chega a Cuiabá

Encerrando a tarefa de mapear e determinar posições geográficas na região do Pantanal, chega a Cuiabá, a comissão técnica formada pelo capitão-engenheiro Ricardo Franco de Almeida Serra e os geógrafos Antonio Pires da Silva Pontes e Francisco José de Lacerda e Almeida. Durante quatro meses a missão explorou os rios Paraguai, São Lourenço e Cuiabá e a desembocadura de seus afluentes, bem como as principais lagoas e baias do Pantanal, passando por forte Coimbra e a recém fundada vila de Albuquerque.

A chegada a Cuiabá foi registrada no Diário da Viagem do astrônomo Francisco José de Lacerda e Almeida:

SETEMBRO 1.0 - Neste dia com uma légua de viagem, deixando para nascente a boca do Coxipó, chegamos à desejada Vila do Cuiabá, onde fomos bem recebidos pelo dr. juiz de fora Diogo de Toledo Lara Ordonhes, meu amigo e patrício e das mais pessoas da vila, que em todo tempo que ali estivemos, não só para determinarmos sua posição, mas também para tirarmos a planta da vila, não nos deixaram de nos obsequiar em extremo. Dista esta vila do porto 850 braças. Está muito mal arruada, e, não obstante isso, tem boas casas. O seu clima é calidíssimo e muito abundância tem de carne e peixe.

FONTE: Francisco José de Lacerda e Almeida, Diário da Viagem, Assembleia Legislativa da Província de São Paulo, 1841, página 43.




1° de setembro

1927 Morre no Taboco, o coronel Jejé





Aos 75 anos, morreu em sua fazenda no município de Aquidauana, o coronel José Alves Ribeiro, o coronel Jejé. Político influente no final do século XIX na região Sudoeste, foi um dos fundadores da cidade, onde morou, por muito tempo antes de exilar-se na fazenda Taboco, onde faleceu. Seu neto, Renato Alves Ribeiro, que o conheceu já no final da vida, relembra-o:

Vovô Jejé era um homem de temperamento alegre, apesar de ser um homem enérgico. Gostava de contar casos, gostava de política e sempre exerceu influência no Estado. Sua casa funcionava como um ponto de reunião da cidade. Pela manhã recebia na sala de visita, à tarde aproveitava a fresca da sombra da casa e à noite a roda era feita na porta da rua. Sempre roda grande, correndo um cafezinho e uns bolinhos de queijo, de horas em horas. Essas reuniões iam sempre até as 9:30 – 10 horas. Ali era um ponto de encontro das principais famílias da vila.


Tinha ao lado da casa o seu curral, com vacas de leite e cavalos arreados. Ali chegavam as carretas do Taboco, trazendo produtos da fazenda para abastecimento da casa e produtos para comercializar, como couros secos, charque, etc.


A sua casa era grande, farta e com enorme criadagem, principalmente bom cozinheiros, que quase sempre eram índios terenas.”

O coronel Jejé deixou como herdeiro político seu filho José Alves Ribeiro (cel. Zelito), deputado estadual e Intendente Geral em Aquidauana (1925/27), pai de Fernando Alves Ribeiro (Tico), que foi deputado federal e prefeito de Aquidauana por dois mandatos, cujo neto, Felipe Orro, deputado estadual (2011-2015) também exerceu o cargo de prefeito de Aquidauana por dois mandatos e em 2014 foi reeleito para o segundo mandato de deputado estadual. Em 2016, elege-se prefeito da cidade, Odilon Ribeiro, bisneto do coronel Jejé.

Participou ativamente de todos os movimentos ditos revolucionários no início da república, sendo o principal representante do governo do Estado no combate a Jango Mascarenhas, derrotado e morto em em 1901 e Bento Xavier derrotado em 1911.


FONTE: Renato Alves Ribeiro, Taboco, 150 anos de recordações, edição do autor, Campo Grande, 1984, pagina 69.

quarta-feira, 9 de março de 2011

31 de agosto

31 de agosto



1866Paraguaios recuam para a fronteira




Outra carta de Taunay ao pai, no Rio de Janeiro, dá conta da movimentação das tropas paraguaias na região do rio Aquidauana:


Tivemos ontem notícias da outra margem do Aquidauana, o inimigo lá não está mais. Com certeza o estado dos negócios de Lopez o obrigaram a retirar os 1700 homens que guardavam o distrito de Miranda. É bom sinal que faz pensar na conclusão da paz. Ao mesmo tempo é para nós triste não termos podido atacá-los daqui. Como para isso em nada concorri, pelo contrário, tendo preparado com o Lago em junho todos os meios de transposição do Aquidauana – faço como Pôncio Pilatos.


Creio no entanto que na segunda-feira daqui decamparemos devendo seguir para o Apa.


Felizmente os caminhos que temos à frente não são mais os pantanais famosos e pelo contrário belos campos extremamente salubres estendendo-se do Aquidauana ao Apa. Constituem os territórios ambicionados pelo Paraguai que agora perderá para sempre o direito de o considerar litigioso.


FONTE: Taunay, Cartas de campanha de Mato Grosso (1866), in Mensário do Jornal do Commercio, Rio, 1943, página 171.



31 de agosto

1914 Ligados trilhos da Noroeste






As duas frentes de implantação da estrada de ferro (Itapura-Porto Esperança) se encontraram em Campo Grande, completando a grande obra de acesso do Oeste ao litoral. A de Porto Esperança alcançara a cidade em maio. J. Barbosa Rodrigues resume o ato oficial de conclusão da estrada:

No dia 31 de agosto no mesmo ano de 1914, teve lugar a famosa ‘ligação’ dos trilhos, o que ocorreu às 10 horas da manhã sobre o córrego Taveira, onde hoje se ergue a estação de Ligação, nome que perpetuou o acontecimento. O 'Estado de Mato Grosso, na sua edição de 7 de setembro do mesmo ano, assim noticiou o fato: 'Ao enfrentarem-se as duas turmas romperam em vivas e gritos, continuando o resto do serviço entre uma alegria estrondosa. Ao estrugir de foguetes foram colocados os dois últimos trilhos cortados pela turma do Rio Pardo. O Dr. Oscar Guimarães batizou à champanhe os dois pedaços de ferro que pousando acima de corrente límpida do córrego da ligação acabaram com a distância da nossa terra. O Dr. Martins Costa, ilustre engenheiro residente em Campo Grande, apertou os parafusos. Em seguida a máquina 14, dos serviços de Rio Pardo atravessou o pontilhão recém acabado.' (...)


"A inauguração oficial da ferrovia teve lugar, porém, no dia
14 de outubro,
chegando a Campo Grande o trem inaugural por volta das 10 horas, quando foi festivamente recebido pelos habitantes da vila", ainda segundo Barbosa Rodrigues.



FONTE: J. Barbosa Rodrigues, História de Campo Grande, edição do autor, Campo Grande, 1980, página 128.

FOTO: Estações ferroviárias do Brasil (estacoesferroviarias.com.br)



31 de agosto

2012 - Campo Grande passa dos 800 mil habitantes

Dados do IBGE divulgados nesta data mostram Campo Grande com 805.397 habitantes, o que representou crescimento de 1% em relação ao ano anterior, cuja estimativa era de 796.252 moradores. A estimativa aponta que Mato Grosso do Sul que, no período, teve um acréscimo de 27.584 pessoas, elevando sua população para 2.505.088 habitantes. Os dados foram contestados pelo prefeito Nelson Trad Filho que disse dispor de dados (cadastro na habitação, contas e água e luz) indicando que "já passamos de 1 milhão".

FONTE: Tatiana Pires. jornal O Estado de Mato Grosso do Sul, (1°/09/2012), Campo Grande. 

OBISPO MAIS FAMOSO DE MATO GROSSO

  22 de janeiro 1918 – Dom Aquino assume o governo do Estado Consequência de amplo acordo entre situação e oposição, depois da Caetanada, qu...