terça-feira, 31 de janeiro de 2012

7 de Setembro


7 de setembro

1833 - Criada a Sociedade Zelosos da Independência

É criada em Cuiabá, a Sociedade Zelosos da Independência, associação que reunia brasileiros natos em defesa da independência, contra a volta de D. Pedro I, que abdicara do trono e de reação ao predomínio dos portugueses nas atividades econômicas da província. Os zelosos foram responsabilizados pela noite de terror de 30 de maio de 1834, conhecida com A Rusga. 

Silva Manso, fundador da entidade, sintetiza a sua finalidade em discurso 
na Câmara dos Deputados, na ordem do dia, da sessão de 11 de julho de 1835:

"O sr. Manso depois de ter feito uma larga narração sobre o estado político da província de Mato Grosso e da conduta dos diferentes presidentes que foram para ali nomeados, tratou da sociedade que se formou em Cuiabá, com a denominação de Sociedade dos Zelosos da Independência, cuja sociedade fora instalada em sete de setembro e cujos estatutos foram públicos; e disse que a sociedade tinha por fim reunir cidadãos brasileiros para, por meio da sua instrução, sustentarem a independência do Brasil e resistirem à tirania; que nessa época houve toda a razão para suspeitar-se que haviam restauradores, porque a mensagem do Governo assim o disse e as folhas públicas apareceram recheadas de protestos e outros documentos a semelhante respeito; que enfim o que a província de Mato Grosso precisava era de instrução, e concluiu dizendo que ele, deputado desejava que a Câmara apoiasse certas providências que pedia para aquela província e remetia à mesa".

FONTE: Jornal do Commercio (RJ), 13 de julho de 1835.


1910 - Inaugurada a ferrovia entre Porto Esperança e Miranda



É inaugurado o primeiro trecho da Noroeste do Brasil, na frente iniciada em Porto Esperança. A solenidade aconteceu em Miranda, de acordo com relato do enviado especial jornal O Brazil, integrante da comitiva de convidados de Corumbá:

"Duas horas depois de posto em marcha, o comboio fez a sua primeira parada em Atibaia no quilômetro 62, onde foi servido adorante café, daí seguimos detendo-nos no quilômetro 100 onde fizemos confortável refeição, d'onde seguimos até o quilômetro 136 denominado Saloba, onde existe uma ponte com 120 metros de comprimento a 30 a 40 metros de altura sobreo talweg do rio Miranda.

Do Saloba o comboio foi arrastado por uma locomotiva menor e transposta a monumental ponte chegamos à vila de Miranda às 2 horas da tarde.

Aí éramos esperados pela patriótica comissão de festejos que reunida a todos os habitantes formavam uma compacta massa de povo, que ao aproximar-se do comboio inaugural manifestou indescritível contentamento.

Por essa ocasião estrugiram nos ares inúmeras girandolas acompanhadas de ensurdecedora salva, achando-se as ruas da vila feericamente engalanadas.

Por uma especial distinção que muito nos penhora o ilustre e correto cavalheiro dr. Kesselring, convidou o nosso representante para tomar lugar junto a ele, no limpa trilhos da locomotiva, onde instalados transpuseram o triunfal arco colocado sobre a via permanente e lateral à vila de Miranda. 

Terminados os conceituosos e bem elaborados discursos de recepção e tomadas algumas vistas fotográficas, formou-se luzido préstito que era puxado pela banda musical do 3° Batalhão de Artilharia, indo à frente as gentis, elegantes e belas mirandenses que com as suas graciosas fisionomias davam a nota alegre, seguindo-se após as diversas autoridades e demais convidados os quais dirigiram-se para a casa do sr. Rebuá, onde fidalgamente recebidos, descansaram.

As 5 1/2 horas da tarde afluiram à residência do sr. Rebuá todos os convidados os quais ladearam duas compridas msas com 70 talheres cada uma, sendo ela repetidas.

À noite realizou-se animado baile onde as distinções feitas aos convidados não diminuíram".

FONTE: jornal O Brazil (Corumbá) em 18 de setembro de 1910.

FOTO: primeira estação de Miranda, do Album Graphico de Matto-Grosso, 1914.



7 de setembro


1919 - Rosário Congro deixa a prefeitura de Campo Grande



Após um ano de governo, na condição excepcional de interventor municipal, nomeado pelo governador Dom Aquino Correia, deixa o cargo, transmitindo-o ao seu sucessor, eleito por voto direto, o deputado Rosário Congro. O registro é da imprensa cuiabana:

Campo Grande, 8 - Ontem 2 horas da tarde realizou-se na câmara municipal a cerimônia de posse dos novos intendente, vice-intendentes, vereadores e juízes de paz, cerimônia assistida por cerca de 300 pessoas. O coronel Rosário Congro leu a exposição de sua gestão causando magnífica impressão. Depois deu posse ao vereador mais votado que convidou os demais vereadores, intendente, vice-intendentes a prestarem o compromisso legal. Abrilhantou a cerimônia a banda de música da polícia tocando partituras nos intervalos da cerimônia. Compareceram crianças escolares cantando hinos patrióticos. Cerca de 8 horas da noite teve lugar na praça municipal animado baile municipal oferecido aos novos gestores pelas principais pessoas da cidade, prolongando-se até 3 horas da manhã. Houve além disso várias festas civis e militares comemorativas da data nacional.¹

Assumem a intendência geral o engenheiro agrônomo Arnaldo de Figueiredo e a câmara municipal, os vereadores Trajano Balduino de Souza (presidente), Manoel Máximo da Fonseca, Augusto Ilgenfritz, Hermínio Pereira Mendes, Cecílio Mascarenhas, Aureliano Pereira da Rosa e Antonio Benjamim Correa a Costa.²

FONTE: ¹O Matto-Grosso, (Cuiabá), 11 de setembro de 1919. ²Anais da Câmara Municipal de Campo Grande.



7 de setembro

1919 - Gripe espanhola mata 580 pessoas no Estado


Em relatório aos deputados estaduais, o governador Dom Aquino Correa, dá conta da passagem da epidemia de gripe que assolou o estado nos últimos meses do ano anterior. Os números oficiais, apontaram 580 mortes. Em sua mensagem aos parlamentares, Dom Aquino dá as seguintes informações:

Em fins de novembro e princípios de dezembro, após a chegada da lancha Cáceres e do paquete Coxipó, observou a Inspetoria de Higiene os primeiros casos de influenza em alguns tripulantes e passageiros procedentes de Corumbá.

Estes casos foram benignos e não apresentaram a disseminação característica da influenza pandêmica. Vários dias depois dessa notificação, foi que a gripe se manifestou sob a sua forma epidêmica, atacando principalmente os bairros pobres. Funcionou desde então o posto de socorros instalado na residência presidencial, onde, sob a direção verdadeiramente apostólica do Rvdo. padre Manoel Gomes de Oliveira foram distribuídos medicamentos e gêneros alimentícios a grande número de pobres. Posteriormente, passaram a funcionar mais dois outros postos, um no seminário arquepiscopal e outro no Liceu Salesiano, por caridosa iniciativa de S.Exa. Revm. o sr. arcebispo metropolitano e sob a zelosa direção dos reverendos padres franciscanos e salesianos.

Estas providências muito concorreram para que a gripe não encontrasse terreno propício às suas devastações, manifestando-se, geralmente, com caráter benigno e pequena disseminação.

De fato, nesta capital, onde foram atacadas para mais de 3.000 pessoas, registram-se apenas 11 óbitos de gripados no mês de dezembro e 18 no mês de janeiro, sendo que, neste último mês, foi 15 o número de óbitos por causa ignorada. Na segunda quinzena de janeiro a epidemia entrou em franco declínio e na última semana desse mês, não tendo ocorrido nenhum caso novo, foi pela Inspetoria, declarada extinta a epidemia.

Os municípios do Estado foram, quase todos, invadidos pela pandemia, tendo o governo prestado à maioria deles, auxílio pecuniário para assistência médica e medicamentos.

O Estado despendeu com esses serviços extraordinários a importância de 116.908$728 réis.

Pelos dados estatísticos fornecidos pelos intendentes municipais, verifica-se que o número aproximado de atacados e de mortos pela terrível epidemia foi o seguinte:



                                                               ATACADOS   FALECIDOS

Corumbá................................................. 4.500           160
Campo Grande......................................... 2.000             36
Porto Murtinho.........................................    272             32
Miranda...................................................   400              28
Rosário Oeste........................................... 2.000             27
Diamantino..............................................    437             22
Três Lagoas.............................................    500             20
Registro do Araguaia.................................    850               1
Cáceres...................................................  3.000              -
Nioac......................................................        -                -
Bela Vista................................................ poucos              -
Aquidauana..............................................    900             26
Santo Antonio do Rio Abaixo.......................  2.000            35
Livramento...............................................  1.000            19
Mato Grosso.............................................     702           105
Ponta Porã................................................     -                  5
Santana do Paranaíba.................................     -                20
Coxim......................................................  3.000             75
Poconé.....................................................     500               6
Santo Antonio do Rio Madeira......................  2.000             30


FONTE: Mensagem do governador de Mato Grosso ao deputados estaduais, em
7 de setembro de 1919, página 50.



7 de setembro

1922 - Campo Grande comemora centenário da independência





Apaixonado pela natureza, o prefeito Arlindo de Andrade Gomes, de Campo Grande, faz uma homenagem ecológica ao centenário da proclamação da independência. Conta-o Ulisses Serra:

"No dia 7 de setembro de 1922, com o Brasil todo a comemorar o primeiro século da nossa Independência, plantou dois jequitibás adolescentes na atual praça Ari Coelho. Ele próprio os fora buscar na mata nativa. Trouxe um, atravessado no serigote da sua montada; Manuel Leite, seu secretário, o outro. Entrou na cidade alegre, festivo, gesticulante e triunfal. Como não tivesse bronze e mármore para um monumento escultórico, levantaria um monumento verde, com a mais gigantesca árvore das nossas selvas, a que se liberta das árvores circundantes para receber, nas alturas, os beijos fecundantes e loiros do sol".

Os jequitibás do dr. Arlindo sobrevivem até os dias atuais, graças aos cuidados dos botânicos do município.


FONTE: Ulisses Serra, Camalotes e Guavirais, Editora Clássico-Científica, São Paulo, 1971, página 77.


FOTO: Passeio público (atual praça Ari Coelho), acervo do ARCA.



7 de setembro

1932Rebeldes desfilam em Campo Grande



Transformada em capital de Mato Grosso, sob o regime da chamada revolução constitucionalista de São Paulo, a cidade de Campo Grande assiste desfile do dia da Pátria com a participação dos chamados batalhões patrióticos, compostos por civis combatentes voluntários, entre os quais, este da Vacaria, comandando por Kiki Barbosa:

Combinado a marcha para Campo Grande afim de receber armamento para poder brigar, seguiram no dia certo setenta veículos conduzindo mais de quinhentos homens. Foi pernoitar no Lageado, retiro à beira do riacho do mesmo nome, a fim de receber ali incorporações, o que se deu, engrossando em cerca de oitocentos homens, força considerável em se tratando da pequena população do planalto de Maracaju. 


A disciplina imposta pelo comando era digna de ser imitada pelos grandes condutores de homens, Kiki revelou-se de carreira errada, devia ser militar para ser bem aproveitado.


Trinta vacas gordas ‘herefor’ foram abatidas, um eito de mandiocal foi arrancado e o laranjal dos ingleses ficaram como se tivessem sido assaltados por uma nuvem de tucuras. Lembro-me com saudade da bela costela que comi assada, a seguir cuiadas de chimarrão, que me puseram de boca doce até a sede da nova região militar, onde o coronel Horta Barbosa me aguardava com armamento para apenas 400 homens.


Com chapéus de todos os feitios e variados trajes, desde as simples calças, às bombachas enfeitadas, desfilaram a 7 de setembro de 1932 pela avenida Afonso Pena os 800 homens do Kiki. Vieram buscar o armamento prometido e seguir para o campo de batalha a bem da democracia e da divisão territorial do Brasil, em Estados homogêneos, proporcionais.

FONTE: Emílio G. Barbosa, Panorama do Sul de Mato Grosso, Editora Correio do Estado, Campo Grande, 1961, página 178.


7 de setembro

1935Constituinte toma posse

Eleita a 14 de outubro de 1934, toma posse a Assembleia Constituinte de Mato Grosso, as 13 horas, com a presença dos deputados eleitos e diplomados: Francisco P. de Oliveira, José Silvino da Costa, Henrique José Vieira Neto, Gabriel Vandoni de Barros, Nicolau Frageli, Luiz de Miranda Horta, João Leite de Barros, Armindo Pinto de Figueiredo, Júlio Muller, Deusdedit de Carvalho, Filogônio de Paula Correa, Miguel Ângelo de Oliveira Pinto, Agrícola Paes de Barros, João Ponce de Arruda, Bertoldo Leite da Silva Freire, Rosário Congro, Caio Correa, Benejamim Duarte Monteiro, Corsino Bouret, Josino Viegas de Oliveira Pais, José Gentil da Silva, Estevão Alves Correa, Joaquim Cesário da Silva e João Evaristo Curvo. 

Esta assembleia que escolheu o governador e dois senadores (João Vilasboas e Vespasiano Barbosa Martins) seria extinta em 1937 com o golpe do Estado Novo.

FONTE: Rubens de Mendonça, História do Poder Legislativo de Mato Grosso, Assembleia Legislativa, Cuiabá, 1967, página 171.


7 de setembro

1939 - Corumbá: o primeiro trem

É inaugurado o ramal ferroviário entre Corumbá e Ladário. Estacionado em Porto Esperança, desde a primeira década do século, o trilho da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, a cidade de Corumbá, destino nacional da ferrovia, viria a ter o trem de ferro graças a uma iniciativa da Comissão Mista Brasil-Bolívia, que decidiu estender, através de um ramal, da esplanada, onde seria construída a estação da cidade à vila de Ladário. Foi o principal ítem da programação local das solenidades de comemoração da independência do Brasil.

O registro é da imprensa cuiabna:

"Foi um dos acontecimentos mais significativos da vida desta cidade, a inauguração, ontem, entre as grandes festas comemorativas de nossa independência do primeiro trecho da grande ferrovia Brasil-Bolívia, constituído pelo ramal Corumbá-Ladário.

O trem inaugural, lotado pelas principais autoridades civis e militares e grande número de pessoas de representação social, partiu de Ladário às 12,30 entre grandes manifestações de entusiasmo popular.

A histórica viagem foi vencida galhardamente por uma pequena locomotiva de serviço e foi com a maior alegria e emoção que a população corumbaense saudou a entrada da primeira composição ferroviária a correr nesse trecho na esplanada da futura estação de Corumbá.

Toda Corumbá se comprimia no local em que se acha a estaca zero do ramal do Ladário e ao ver transformado em realidade um velho sonho dos corumbaenses, deu o povo expansões ao seu grande entusiasmo, vivando e clamando o Presidente da República, o interventor federal e os chefes da construção da Estrada Brasil - Bolívia.

Participaram do ato o prefeito Agostinho Mônaco, comandante Afonso Ribeiro de Camargo, tenente-coronel Orlando Verney Campelo, comandante do 17° BC, coronel Nicola Scaffa, general Eovollo do Exército boliviano, dr. João Leite de Barros, tenente-coronel Manoel Pereira da Silva, prefeito de Três Lagoas, dr. Amaro de Pais Barreto, juiz de Direito da comarca, dr. Vicente Bezerra Neto, promotor público e vários oficiais do Ecército e da Armada Nacional".

Era presidente da República, Getúlio Vargas e interventor em Mato Grosso, Júlio Müller.

FONTE: O Estado de Mato Grosso (Cuiabá), 12 de setembro de 1939.




6 de Setembro

6 de setembro

1825 - Imperador autoriza expedição Langsdorff




O imperador D. Pedro I, impõe condição e autoriza ao naturalista alemão (naturalizado russo), a expedição científica aos estados centrais do Brasil (Mato Grosso e Amazonia), patrocinada pelo governo da Rússia, nação da qual Langsdorff era cônsul no Rio de Janeiro. Os objetivos da comissão e as condições do governo brasileiro foram publicadas no Diário Fluminense, o jornal oficial do império:

Propondo-se o Naturalista Langsdorff a viajar pelas Províncias centrais do Império, com o intuito de observar e colher os produtos naturais, de que tanto abundam este solo feliz: Manda S. M. o Imperador, pela Secretaria dos Negócios do Império, participar ao dito Naturalista, que Espera do seu amor às Sciências, e ao Paíz haja de contribuir, para enriquecer o Museu Nacional e Imperial desta Corte, com a remessa de huma amostra, ao menos, de cada producto de História Natural, que houver de coligir na sua longa viagem. Palácio do Rio de Janeiro em 6 de setembro de 1825.- Estevão Ribeiro de Rezende.

A expedição Langsdorff deixou São Felix (no interior de São Paulo) com destino ao estado de Mato Grosso e Amazônia, em 22 de junho de 1826. A viagem deu-se em nosso estado pelos rios Pardo, Coxim, Taquari, Paraguai, São Lourenço e Cuiabá, na rota dos bandeirantes. De Cuiabá seguiu para Amazonas e Pará, havendo encerrado suas atividades em 1929, em Belém.


FONTE: Diário Fluminense (RJ) 12 de setembro de 1825.



6 de setembro

1866 – Guerra do Paraguai: tropas brasileiras chegam ao rio Aquidauana

Rio Aquidauana, desenhado pelo cadete Tauanay

Procedentes do Taboco e acampados à margem do córrego Piranhinha desde o dia anterior, os soldados da força expedicionária de Mato Grosso, com destino a Miranda e Bela Vista, partem rumo à travessia do rio Aquidauana, segundo registro do cadete Taunay:

Deixando o pouso às 7 ½ horas da manhã, seguiu a força ao rumo S. O. no qual caminhou três léguas por extensas planícies tão faltas d’água na seca, quão alagadas no tempo das chuvas. Virando depois sensivelmente a O. e a O.S.O. por légua e meia, chegou à margem direita do rio Aquidauana no lugar fronteiro ao denominado Porto do Sousa, onde por muitos meses tiveram os paraguaios um importante ponto para vaquejadas. Bela e frondosa mata acompanha, em ambas as margens barrancosas, esta importante corrente que vai-se unir ao rio Miranda daí a 12 ou 14 léguas pouco mais ou menos, rolando sempre águas limpas e com curso livre de obstáculos por mais de 20 léguas.

No lugar da passagem o rio tem 50 palmos, profundidade variável de uns palmos, não dando vau em alguns pontos, sendo em outros junto à margem esquerda apenas de três a quatro palmos: a sua direção é N.O.

O rio Aquidauana nasce de vertentes da grande serra de Maracaju e recebe, depois de algumas léguas de curso os rios Cachoeirinha e Cachoeira, tomando desde então importante volume de águas, engrossado pelos ribeirões Dois Irmãos, Taquarussu e Uacogo, que entram pela margem esquerda e do João Dias, córregos do Paxexi e da Paixão que deságuam pela margem direita. Do ribeirão João Dias, onde existe a última corredeira, o seu curso é livre de obstáculos, com profundidade quase constante de uns 2 metros, e largura média de 66 ms. Navegável para grandes canoas numa extensão de quase 40 léguas, fenece no rio Miranda pelo lado direito, confundindo as águas claras e puras às revoltas e barrentas daquele rio. O seu nome é de origem guaicuru. Um capitão dos cadiuéus tem a mesma denominação, com o acréscimo de um T. – Taquidauana. Não nos puderam explicar o que significa.


FONTE: Taunay, Em Mato Grosso Invadido, Companhia Melhoramentos, São Paulo, sd., página 79.


FOTO: Paisagem do rio Aquidauana, desenho de Taunay, in Céus e terras do Brasil, Comp. Melhoramentos de S.Paulo, 1929, página 80.


6 de Setembro

1886 Carta de José Antônio Pereira ao bispo de Cuiabá


O fundador de Campo Grande, José Antonio Pereira, responde ao ofício de Cuiabá, comunicando a visita do bispo ao povoado e dando boas vindas ao prelado de Mato Grosso:

Campo Grande 6 de setembro de 1886. - Respeitável Senhor - Tem esta o fim honroso de cumprimentar-lhe como em minha própria pessoa dando-lhe os parabéns da feliz viagem desejando toda sorte de felicidade.


Acuso o recebimento do respeitoso ofício que V. Exa. dirigiu-me, fazendo assim o favor de manifestar-me que dignou-se dar a este lugar a felicidade de possuir a Vossa Excelente presença, satisfazendo assim os corações de todos os fiéis que sequiosos esperam o refrigério. E sendo do meu desejo e dever a mais tempo ter buscado de V. Exa. as determinações que seja necessárias, tendo deixado de assim praticar por motivo das faltas que por ora sofre este lugar, mormente de um Ministro da Igreja, porque o pouco que se pode fazer muito depende da minha presença - É por isso que vou impetrar de V. Exa. a graça de desculpar-me as faltas presentes e futuras e abençoar-me e à minha família, porque somos filhos obedientes e beijamos com respeito o santo anel - De V.Exa. Rvama. o mais humilde criado e obrigado - José Antônio Pereira.


FONTE: Luis Philippe Pereira Leite, Bispo do Império, edição do autor, Cuiabá, sd. Página 181.


5 de Setembro

5 de setembro

1866 Tropas brasileiras partem do Taboco

Margem esquerda do Taboco em desenho de Taunay

A força expedicionária brasileira, com destino à fronteira, deixa as margens do Taboco, onde acampara há cerca de dois meses. O relato é do tenente Taunay:

Tornando-se porém o Taboco cada vez mais insalubre, convinha partir dali quanto antes. Entretanto soube-se que a retirada dos inimigos dos pontos do distrito, em que eles tinham conservado destacamentos por mais de um ano e meio, roubara já aos nossos soldados a ocasião de demonstrarem nos combates a coragem que haviam patenteado sempre a lutar com mais terríveis adversários: a peste e a fome. Apesar disto, decidiu o comandante das forças seguir para Miranda. (...)

Tomadas enfim as providências para a marcha, deu-se a partida da margem direita do Taboco no dia 5 de setembro com direção ao porto do Sousa, onde ia efetuar-se a passagem do rio Aquidauana. Caminhando sensivelmente para S. desde começo, atravessou a força campinas cortadas por capões e depois de 2 ½ léguas, foi acampar junto ao córrego da Piranhinha às 11 ½ horas quase na base de um ramal da serra do Maracaju que corre paralelamente à estrada. No encontro desses ramos com a grande cadeia, num recôncavo, fica a aldeia da Paranhinha dos índios Terenas, aí refugiados desde os primeiros dias da invasão paraguaia no ano de 1865.



FONTE: Taunay, Em Mato Grosso invadido, Cia. Melhoramentos, SP, sd., página 79.



5 de setembro

1891 - Eleita a primeira diretoria da Companhia Mate Larangeira





Sob o controle do Banco Rio-Mato Grosso é nomeada no Rio a primeira diretoria da Companhia Matte Larangeira,à frente Francisco Duarte Murtinho (foto). A decisão foi registrada na seguinte ata:

Acta n° 1 da Companhia Matte Larangeira.

Tendo sido por escriptura lançada hoje em Notas do Tabelião Castro,desta Capital, constituida a Companhia Matte Larangeira, os abaixo-assignados D' Francisco Murtinho, D' Lucídio Alexandre Martins e Thomaz Larangeira que compõem a Directoria da mesma Companhia, reuniram-se na sala do 1° andar da casa da Rua d'Alfandega,n° 22, para, em observância do Art. 15 dos Estatutos, designarem, d'entre si, o Presidente e o Secretário da Directoria.
O Director Larangeira propôs para Presidente, o Director Franc° Murtinho e para Secretário o Director D'Laucídio Martins.

Feitas algumas ponderações pelos dois últimos, foi a proposta approvada, ficando os nomeados desdelogo investidos dos respectivos cargos.
Declara-se que a sala a que se fez referência, está contratada para nela funcionar como fica funccionando o escriptório da Campanhia.

Rio de Janeiro,5 de Setembro de 1891.

Francisco Murtinho, Lucídio Alexandre Martins e T° Larangeira.


FONTE e FOTO: Luiz Alfredo Marques Magalhães, Retratos de uma época, os Mendes Gonçalves e a Cia.Matte Larangeira, (segunda edição), edição do autor, Ponta Porã/Campo Grande, 2013, página 41.


5 de Setembro

1918Rosário Congro toma posse em Campo Grande




Nomeado pelo presidente do Estado, dom Aquino Correa, assume a prefeitura de Campo Grande o deputado estadual Rosário Congro. O próprio intendente-interventor dá as razões de sua investidura no cargo:

Perdurando desde 1º de janeiro desse ano, em virtude de conflito político, uma dualidade de Câmara e de Juizes de Paz, o que vinha causando à vida administrativa e jurídica do Município os mais sérios entraves e a mais prejudicial das situações, teve por bem a Assembleia Legislativa do Estado por termo à grave anomalia reinante, anulando as eleições realizadas a 2 de novembro do ano anterior e autorizando o presidente do Estado a nomear o Intendente Geral e Juizes de Paz de Campo Grande, aquele com poderes para exercer também atos do poder legislativo ficando, assim, inteiramente cassada a autonomia do município.

Tem o n.o 768 e é de 9 de julho de 1918, a lei que determinou a intervenção estadual no Município, recaindo a nomeação para Intendente, por ato n.o 329 de 14 de agosto do mesmo ano, no deputado estadual Rosário Congro, cuja posse realizou-se a 5 de setembro, e a de Juizes de Paz nos cidadãos Antônio Benjamim Correa da Costa, Leopoldo Gonçalves dos Santos e João Coelho, sendo seus suplentes João Pedro de Souza, Manoel Joaquim de Moraes e Cândido da Costa Lima, não tendo este último prestado o compromisso legal.


Sobre a posse de Rosário Congro na prefeitura de Campo Grande, a imprensa cuiabana destacou:


Campo Grande, 5 – Perante numerosa assistência, tomou hoje posse no cargo de intendente geral deste município o ilustre deputado Rosário Congro. Durante o ato e enviada por nímia gentileza do comandante da guarnição, tocou a banda do 5° regimento. O novo intendente produziu uma bela alocução traçando a diretriz do seu governo, impressionando agradavelmente o auditório. S. exc. leu o seu primeiro ato de empossamento e, após o recebimento dos arquivos da intendências em dualidade, nomeou seu secretário e tesoureiro. A população, satisfeita com a normalização da vida do município, confia na ação do novo governo, aplaudindo a acertada escolha de d.Aquino.
 


FONTE: Rosário Congro: O município de Campo Grande, publicação oficial, Campo Grande, 1919, página 37. Jornal O Matto-Grosso (Cuiabá) 15 de setembro de 1918.

FOTO:http://bit.ly/zKCCKr


5 de setembro

1961 - Nasce Nelsinho Trad

Filho de Nelson Trad e Therezinha Mandetta Trad, nasce em Campo Grande, Nelson Trad Filho. Fez os cursos primário e secundário em sua cidade natal e o ensino médio no Colégio Andrews, no Rio de Janeiro, onde cursou Medicina, na Universidade Gama Filho.
Com especialidade em urologia, é médico do serviço público. Como político, começou em 1996, quando se elegeu vereador pela primeira vez, reelegendo-se em 2000.De 2001 a 2002, foi presidente da Câmara Municipal. Em 2002, vence a eleição de deputado estadual, cargo que exerceu por apenas dois anos, elegendo-se prefeito de Campo Grande, em 2004 e reeleito em 2008.
Em 2014, foi candidato a governador (PMDB), mas não conseguiu chegar ao segundo turno. Em 2018 elegeu-se senador (PTB). No Senado foi presidente da Comissão de Relações Exteriores e líder da bancada do PSD. 
Na vida pública, recebeu as seguintes homenagens:
Medalha do Pacificador Medalha do Pacificador
2005 - Classificação Excelente no Programa Nacional de Controle de Qualidade (Labcen) 2005 - Prêmio Caixa - Melhores práticas em gestão local
2006 - Classificação Excelente no Programa Nacional de Controle de Qualidade (Labcen) 2006 - Prêmio Caixa - Melhores práticas em gestão local
2006 - Prêmio Sebrae Prefeito Empreendedor MS
2006 - Referência em Formação Continuada de Professores 2006 - Troféu Super Cidades
2007 - Certificado de Eficiência em Sorologia para Leishmaniose 2007 - Selo de Mérito da Associação Brasileira de Cohab's - ABC
2007 - Classificação Excelente no Programa Nacional de Controle de Qualidade (Labcen) 2007 - Drenar é 10 - Melhores Práticas
2007 - Índio Cidadão MS - Melhores Práticas 2007 - Prêmio Brasil Sorridente
2007 - Prêmio Ecologia
2007 - Qualidade em Educação Infantil (Formar em Rede) 2007 - Selo de Mérito Nacional para 2ª Aldeia Urbana
2007 - Selo de Mérito Nacional Projeto lmbirussu/Serradinho
2008 - Classificação Excelente no Programa Nacional de Controle de Qualidade (Labcen) 2008 - Prêmio Sebrae Prefeito Empreendedor MS
2008 - Diploma Nacional em Desenvolvimento Sustentável e Saneamento Ambiental
2008 - Melhor experiência em vigilância, prevenção e controle da dengue 2008 - Prêmio Sebrae Prefeito Empreendedor Centro-Oeste
2008 - Qualidade em Educação Infantil (Formar em Rede) 2008 - Selo Cidade Cidadã
2008 - Selo de Reconhecimento as 73 escolas que superaram o IDEB
2008 - Selo de Mérito da Associação Brasileira de Cohab's - ABC 2009 - Diploma de Mérito pela Valorização da Vida
2009 - PAC-Habitação de interesse social - Jardim Seminário e Residencial Tarsila do Amaral 2009 - Prêmio Sebrae Prefeito Empreendedor Centro-Oeste
2009 - Prêmio Sebrae Prefeito Empreendedor MS
2009 - Selo de Mérito da Associação Brasileira de Cohab's - ABC 2010 - Selo de Mérito da Associação Brasileira de Cohab's - ABC 2010 - Prefeito Amigo do Idoso
2010 - Prêmio Prefeito Inovador 2010 - Prêmio TI & Governo
2011- Prêmio Prefeito Inovador - categoria: Cidades com Mais de 200 mil Habitantes 2011- Prêmio Caio - 11ª Edição
2012 - Prêmio Sebrae Prefeito Empreendedor - Etapa Estadual - destaque temático: Médias e Grandes Municípios Sebrae MS
2012 - Prêmio Sebrae Prefeito Empreendedor - Etapa Estadual - destaque temático: Promoção ao Desenvolvimento Rural - Sebrae MS
2012 - Prêmio Sebrae Prefeito Empreendedor - Etapa Estadual - destaque temático: Promoção ao Desenvolvimento Rural - Sebrae MS
2012 - Prêmio Sebrae Prefeito Empreendedor - Etapa Nacional - categoria: Apoio ao Empreendedor Individual, Lei Geral Municipal - Sebrae Nacional
2019 - Ordem do Mérito da Defesa
2019 - Conselho da Ordem do Mérito Naval - Grau de Grande Oficial 2019 - Medalha Amigo da Marinha.

FONTE: Senado Federal, Brasilia, 2021.


segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

4 de setembro

4 de setembro


1865Força brasileira deixa Uberaba 




Para dar combate ao Paraguai, cujas forças em dezembro de 1864 invadiram o Sul de Mato Grosso, paulistas e mineiros formam a Força Expedicionária de Mato Grosso, “de contingentes somando 2.600 praças, que seriam acrescidos de soldados goianos – um esquadrão de cavalaria (tropa de linha) e um batalhão de voluntários, que marchariam em separado da cidade de Goiás, então capital daquela província”.

As duas brigadas reúnem-se em Uberaba, “dando-se a organização que um pequeno exército requer, para marchar e combater o inimigo. Paralelamente à Comissão de Engenheiros, organizaram-se a Comissão de Saúde, a Auditoria de Guerra, a Repartição Eclesiástica, a Caixa Pagadora e as repartições responsáveis pelos materiais e pelo pessoal. As tropas que marcharam de São Paulo estavam sob o comando do coronel Manuel Pedro Drago, nomeado presidente da província de Mato Grosso em substituição ao coronel Frederico Carneiro de Campos, aprisionado com o vapor Marquês de Olinda, em 12 de novembro de 1864.


As tropas que marcharam de Ouro Preto estavam sob o comando do coronel José Antonio da Fonseca e se subordinavam ao coronel Drago.
Como de costume, organizaram-se comerciantes, que acompanhavam as tropas com seus carros e carretas, levando quinquilarias, vestuário e algum alimento para venda aos soldados (que recebiam seus pagamentos em marcha). Mulheres, fossem dos soldados ou dos oficiais, ou solteiras (as vivandeiras), acompanhavam a tropa.”


A força que deixou Uberaba com destino a Cuiabá, à altura do rio do Bois, em Goiás, por ordem superior, tomou o rumo de Coxim, onde chegou a 18 de dezembro.


Taunay, integrante da comissão de engenharia da coluna registrou o momento em seu diário:

Às 8 horas da manhã saiu o comandante das forças, com o seu estado-maior, da cidade de Uberaba e seguindo para o acampamento, recebeu as continências de estilo e despedidas dos mais importantes habitantes do lugar que tinham ido acompanhar; dando o sinal de marcha dos corpos que se puseram em movimento às 8 ³/4 horas.


FONTES: Acyr Vaz Guimarães, Mato Grosso do Sul, sua evolução histórica, Editora UCDB, Campo Grande, 1999, página 176; Taunay, Marcha das forças, Melhoramentos, S.Paulo, 1928, página 65.

FOTO: Cena da retirada da Laguna, autor desconhecido.



4 de setembro

1905Morre o primeiro professor de Campo Grande 





Faleceu e foi sepultado na fazenda Correntes, José Rodrigues Benfica. Gaúcho de Jaguarão, veio para Campo Grande na última década do século XIX, como militar. Na guerra do Paraguai, combateu no posto de sargento, tendo participado da batalha de Tuiuti. Em Mato Grosso foi voluntário das chamadas forças patrióticas de Generoso Ponce, em 1892, em Cuiabá. Seu ingresso no magistério no povoado de Campo Grande tem sua origem registrada no seguinte expediente:

Os abaixo assinados interessando-se pela educação da mocidade campo-grandense, uns por terem seus filhos, outros por terem parentes ou órfãos a quem lhe cabe o dever sagrado de educá-los e sem que possa ao menos dar-lhes as primeiras luzes de instrução por falta de um professor que, sendo os vencimentos que o Governo autoriza insuficientes atualmente para sua subsistência não se sujeitam a aceitar o emprego, resolvem unanimimente a promoverem a presente subscrição que em auxílio a tão justo fim subscrevem com as quantias adiante declaradas que serão pagas mensalmente ao atual professor sr. JOSÉ RODRIGUES BENFICA. Campo Grande, 15 de setembro de 1895.

O professor dá nome a um colégio na rua dos Barbosas, no bairro Amambaí, em Campo Grande, por iniciativa do prefeito Wilson Barbosa Martins (1958/62), em cuja administração a obra foi construída.

“Há na vida dois caminhos:/ um do mal outro do bem; / o primeiro brota espinhos,/ o segundo risos tem”. Com esta quadra o velho mestre encerrava suas aulas.



FONTE: J. Barbosa Rodrigues, História de Campo Grande, edição do autor, Campo Grande, 1980, página 63.

FOTO: Escola José Rodrigues Benfica, em Campo Grande.

3 de Setembro

3 de setembro

1825Expedição Langsdorff deixa o Rio de Janeiro


É iniciada no Rio de Janeiro a mais célebre expedição científica estrangeira ao interior do Brasil no século XIX. Trata-se da missão russa, chefiada pelo visconde de Langsdorff. Em Mato Grosso a comissão seguiu a mesma rota iniciada há um século pelos bandeirantes paulistas que descobriram e exploraram o ouro  de Cuiabá.

Hercules Florence, 2º desenhista da comissão científica russa, inicia também sua aventura literária:

Numa sumaca chamada Aurora, que fazia viagens de cabotagem, partimos da cidade do Rio de Janeiro no dia 3 de setembro de 1825. O tempo mostrava-se favorável para depressa alcançarmos Santos, 40 léguas a S. O. ; não estávamos contudo a cômodo nesse acanhado barco, tanto mais quanto, além das cargas e das bagagem nossa que levava, transportava 65 escravos, negros e negras, recentemente introduzidos d’África e todos cobertos duma sarna, adquirida na viagem, que, exalando grande fétido, poderia nos ter sido nociva, caso durasse mais o contato a que ficávamos obrigados e fora a atmosfera calma e parada. Felizmente, dia e noite, soprou o vento fortemente, levando-nos à embocadura do canal de Santos em 48 horas, quando às vezes acontece que se gastam mais de três semanas no mesmo trajeto.


Tendo deixado Porto Feliz, no interior de São Paulo, em 22 de junho de 1826, a missão que cruzou Mato Grosso de Sul a Norte, passou pelo Amazonas e Pará, terminou apenas em março de 1929, na volta dos sobreviventes ao Rio de Janeiro. 

FONTE: Hercules Florence, Viagem fluvial do Tietê ao Amazonas, de 1825 a 1829, Edições Melhoramentos, São Paulo, 1941, páginas 1 e 218.

FOTO: Índios Apiakás de Mato Grosso, desenho de Hercules Florence.



3 de setembro

1915 - Criada a reserva indígena de Dourados






Pelo decreto nº 401, do presidente do Estado de Mato Grosso, Caetano Manoel de Faria e Albuquerque, é criada a "colônia de índios de Dourados." Dispunha o decreto em seu único artigo: 

Art. 1° - Fica reservada no município de Ponta Porã e para a colônia de índios do distrito de "Dourados", uma área de terras de 3600 hectares, confinando pelo Sul, com o córrego Saltinho, que separa a outra área reservada para o patrimônio de Dourados e as mais confrontações com terras devolutas situadas nas matas de São Domingos.

Em 1925 foi fundado o posto indígena de Dourados, quando o inspetor do Serviço de Proteção ao Índio, major Nicolau Horta Barbosa, inicia a demarcação da área. Até então os grupos indígenas do sul de Mato Grosso viviam dispersos. As terras que compõem o atual posto indígena de Dourados tiveram seu título definitivo de propriedade expedido em 26 de outubro de 1965, sendo estas terras devidamente registradas em 14-12-1965, com uma área de 3.539 ha. Da doação original 61 ha. foram perdidos e incorporados às propriedades vizinhas.


FONTE: Regina Heloiza Targa Moreira, Memória Fotográfica de Dourados, UFMS, Campo Grande, 1990, página 13 

domingo, 29 de janeiro de 2012

2 de Setembro

2 de setembro


1778 – Fundação de Ladário







Pouco antes da reunião que daria por criada a povoação de Albuquerque (Corumbá), localizado o ponto onde se instalaria o porto e o povoado, à comitiva de Leme do Prado, que escolheu o lugar, “ajuntara-se, abaixo da barra do Parrudos, a do cabo Manuel da Silva Freitas, proveniente de Vila Bela via Jauru e Paraguai, com destino a Coimbra. Acossado por súbito vendaval, logo após ter deixado o sertanista e os seus acompanhantes, viu-se compelido a abrigar-se em uma enseada, 6 quilômetros a jusante. Explorando as cercanias constatou a existência de ‘uns matos m.to excelentes de bacurizais capazes de dar toda a qualidade de mantimentos’. Do que viu e achou deu ciência a Leme do Prado, sugerindo-lhe a instalação provisória naquele local, em condições de lhe proporcionar fartas messes. Aceitando as ponderações, o capitão-mor transferiu-se a 2 de setembro para o local indicado, por ele denominado Ladário, em lembrança ao nome da vila de nascimento de Luis de Albuquerque, no distrito de Vizeu, província de Beira Alta”.

Ladário foi elevado a distrito pela lei N.º 134, de 16 de março de 1861, e o município criado pelo projeto de Lei no 155, de autoria do deputado Manoel Wenceslau de Barros Botelho, convertido em lei a 11 de dezembro de 1953.
Ganhou a sua emancipação político-administrativa tornando município autônomo durante o Governo de Fernando Correa da Costa. A instalação do município deu-se em 17 de março de 1954  e a posse de seu primeiro prefeito realizou-se a 3 de outubro de 1954. 



FONTE: Lécio G. de Souza, História de Corumbá, edição do autor, Corumbá, sd. página 27.


FOTO: vila de Ladário no início do século XX, Album Graphico de Matto Grosso, Corumbá-Hamburgo, 1914.


2 de setembro

1952- Novas regras para exploração mineral em Urucum

Acatando exposição do Ministério da Agricultura, o presidente Getúlio Vargas decidiu encaminhar solução para o problema do manganês nas jazidas do morro do Urucum, em Corumbá:

"O trabalho do titular da pasta da Agricultura mostra a importância daquele minério, o modo com que estão sendo exploradas as jazidas de Lafaiete, no Amapá e analisa as diferentes soluções propostas para a questão da forma de exploração das jazidas de Urucum. O ministro João Cleofas apresenta então as alternativas propostas pela Sub Comissão de Técnicos, e, que não caducaram as concessões ao Estado de Mato Grosso, opina, de acordo com a Sub comissão, no sentido de serem entabuladas negociações com as firmas interessadas no sentido de uma revisão completa nos contratos com base nas sugestões apresentadas pela Subcomissão de Técnicos e que foram aprovadas pela Comissão de Ministros".

As novas medidas, além de assegurar a participação da União da exploração, obrigam a concessionária, a Sobramil, "a investir, em novos empreendimentos no Estado de Mato Grosso, 20% dos lucros líquidos apurados em balanço anual. Essa aplicação deverá ser feita de conformidade com um programa de desenvolvimento econômico apresentado ao governo federal para sua aprovação".

FONTE: A Manhã (RJ), 02/09/1952.


01 de Setembro

1° de setembro

1786 - Missão pantaneira chega a Cuiabá

Encerrando a tarefa de mapear e determinar posições geográficas na região do Pantanal, chega a Cuiabá, a comissão técnica formada pelo capitão-engenheiro Ricardo Franco de Almeida Serra e os geógrafos Antonio Pires da Silva Pontes e Francisco José de Lacerda e Almeida. Durante quatro meses a missão explorou os rios Paraguai, São Lourenço e Cuiabá e a desembocadura de seus afluentes, bem como as principais lagoas e baias do Pantanal, passando por forte Coimbra e a recém fundada vila de Albuquerque.

A chegada a Cuiabá foi registrada no Diário da Viagem do astrônomo Francisco José de Lacerda e Almeida:

SETEMBRO 1.0 - Neste dia com uma légua de viagem, deixando para nascente a boca do Coxipó, chegamos à desejada Vila do Cuiabá, onde fomos bem recebidos pelo dr. juiz de fora Diogo de Toledo Lara Ordonhes, meu amigo e patrício e das mais pessoas da vila, que em todo tempo que ali estivemos, não só para determinarmos sua posição, mas também para tirarmos a planta da vila, não nos deixaram de nos obsequiar em extremo. Dista esta vila do porto 850 braças. Está muito mal arruada, e, não obstante isso, tem boas casas. O seu clima é calidíssimo e muito abundância tem de carne e peixe.

FONTE: Francisco José de Lacerda e Almeida, Diário da Viagem, Assembleia Legislativa da Província de São Paulo, 1841, página 43.




1° de setembro

1927 Morre no Taboco, o coronel Jejé





Aos 75 anos, morreu em sua fazenda no município de Aquidauana, o coronel José Alves Ribeiro, o coronel Jejé. Político influente no final do século XIX na região Sudoeste, foi um dos fundadores da cidade, onde morou, por muito tempo antes de exilar-se na fazenda Taboco, onde faleceu. Seu neto, Renato Alves Ribeiro, que o conheceu já no final da vida, relembra-o:

Vovô Jejé era um homem de temperamento alegre, apesar de ser um homem enérgico. Gostava de contar casos, gostava de política e sempre exerceu influência no Estado. Sua casa funcionava como um ponto de reunião da cidade. Pela manhã recebia na sala de visita, à tarde aproveitava a fresca da sombra da casa e à noite a roda era feita na porta da rua. Sempre roda grande, correndo um cafezinho e uns bolinhos de queijo, de horas em horas. Essas reuniões iam sempre até as 9:30 – 10 horas. Ali era um ponto de encontro das principais famílias da vila.


Tinha ao lado da casa o seu curral, com vacas de leite e cavalos arreados. Ali chegavam as carretas do Taboco, trazendo produtos da fazenda para abastecimento da casa e produtos para comercializar, como couros secos, charque, etc.


A sua casa era grande, farta e com enorme criadagem, principalmente bom cozinheiros, que quase sempre eram índios terenas.”

O coronel Jejé deixou como herdeiro político seu filho José Alves Ribeiro (cel. Zelito), deputado estadual e Intendente Geral em Aquidauana (1925/27), pai de Fernando Alves Ribeiro (Tico), que foi deputado federal e prefeito de Aquidauana por dois mandatos, cujo neto, Felipe Orro, deputado estadual (2011-2015) também exerceu o cargo de prefeito de Aquidauana por dois mandatos e em 2014 foi reeleito para o segundo mandato de deputado estadual. Em 2016, elege-se prefeito da cidade, Odilon Ribeiro, bisneto do coronel Jejé.

Participou ativamente de todos os movimentos ditos revolucionários no início da república, sendo o principal representante do governo do Estado no combate a Jango Mascarenhas, derrotado e morto em em 1901 e Bento Xavier derrotado em 1911.


FONTE: Renato Alves Ribeiro, Taboco, 150 anos de recordações, edição do autor, Campo Grande, 1984, pagina 69.

OBISPO MAIS FAMOSO DE MATO GROSSO

  22 de janeiro 1918 – Dom Aquino assume o governo do Estado Consequência de amplo acordo entre situação e oposição, depois da Caetanada, qu...