segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Militares expulsam última família do Patrimônio São Carlos

27 de novembro

1980 - Militares expulsam última família do Patrimônio São Carlos



Escolinha do povoado, destruída pelos invasores


Criado oficialmente em julho de 63, o destacamento militar de São Carlos, município de Caracol, com o advento da ditadura de 64, passa a exigir a desocupação de área de 1000 hectares por moradores que residiam no lugarejo desde o final da guerra do Paraguai, para construção de um quartel. Sem ordem judicial e desconhecendo o direito dos ocupantes, legitimado por lei estadual (decreto 906, 17 de julho de 1930), os militares despejaram dezenas de famílias, usando de violência, testemunhada pela História:

"...incendiaram casas, destruíram pomares, subtraíram animais a pretexto de aluguel pela permanência em terras que afirmavam que os moradores não seriam mais donos."

As famílias despejadas foram viver na periferia de Bela Vista e Caracol e a área foi arrendada a fazendeiros para criação de gado.

Restou do antigo lugarejo o depoimento de várias pessoas que nasceram e cresceram no lugar, tomado e saqueado pelos agentes fardados da ditadura militar, como este de Maria Angélica Ferreira Valdez:

No último dia enquanto meu marido tirava a madeirama da casa que estava sendo desmanchada, ele tinha feito um pequeno tapiri tipo galpão para me abrigar do sol enquanto cozinhava, e também esperando o término do ano escolar dos seus filhos, foi quando apareceu o Sgt. Pereira (Comandante do Destacamento na época) com soldados. E foram chegando, exigindo a saída imediata. Não me respeitaram e derrubaram a cobertura de palha em cima de mim, quando fui obrigada a sair,deixando alguns pertences do qual se apoderaram posteriormente, entre eles uma ninhada de galinhas-de-angola, que morreram sufocadas com o peso da palhas de bacuri que foi derrubada em cima dos pobrezinhos dos animais.

Em consequencia das pressões para desocupar a área o mais rápido possível, ajudei meu marido a carregar pesadas madeiras num carro de boi, e por causa do excesso de peso,adquiri uma hérnia, sendo necessária uma intervenção cirúrgica com a máxima urgência.


FONTE:Nilson Britez, O Patrimônio de São Carlos, Marindress Editora Gráfica, Dourados,2011, página 198.


Tropas brasileiras chegam aos Baus em Mato Grosso

24 de novembro

1865 - Tropas brasileiras chegam aos Baus em Mato Grosso

Força expedicionária brasileira, que protagonizaria o episódio da retirada da Laguna na guerra do Paraguai, vinda do Rio de Janeiro, chega aos pouso dos Baús, atual divisa de Goiás com Mato Grosso, hoje município de Costa Rica. Taunay descreve:

"Abalou a força às 4 horas e 25 minutos da manhã  e 25 minutos da manhã e por cerrados e campos limpos caminhou duas léguas e ³/4 a S.S.O., ³/4 a S. e uma a S.O. até o pouso dos Baús, onde existe de alguma importância, à margem direita do ribeirão do mesmo nome. Aí se descansou às 11 horas e 45 minutos. Além do Baú corre para o S.O. o ribeirão Sucuriú, que tem no lugar da passagem 9m90 de largura, 1m,32 de profundidade e 0,88 de velocidade e em cujas margens altas e encobertas existe uma ponte em bom estado de conservação com 12,10m de comprimento e 3,30m de vão útil. Este ribeirão estreita-se muito em alguns lugares,reduzindo-se à metade da superfície que apresenta debaixo do pontilhão."

Sobre a importância do pouso dos Baús, o alferes Taunay destaca:

"Nos Báus achava-se um depósito de víveres formado para as forças por ordem do presidente de Goiás, o qual se tem mostrado incansável em procurar fornecer recursos de boca à expedição, mandando diversos agentes organizar pontos de abastecimento no caminho por onde ela deve passar. O de Baús, a cargo de dois oficiais da guarda nacional, continha infelizmente poucos mantimentos, não só pela absoluta carência deles nas vizinhanças, como porque havia sido a maior cópia de provisões dirigida para a margem do rio Claro, caminho marcado de princípio para a nossa marcha com destino à capital da província de Mato Grosso.
"Esta era a razão geralmente aceita, entretanto houve graves queixas a respeito desse depósito de víveres, no qual gastou a província de Goiás importantes somas. Cumpre,contudo, render homenagem à atividade do presidente de então, que mostrou a bem da expedição a maior energia e força de vontade."
"Esta parada foi de obrigatória necessidade: as marchas cansativas e em dias seguidos tinham fatigado em excesso em excesso a força e feito perecer grande porção de animais muares e cavalares. As bestas de transporte necessitavam ser tratadas e pensadas para poderem por mais tempo continuar viagem."


FONTE: Taunay, Marcha das forças, Companhia Melhoramentos de São Paulo, sd., página 129. 

quarta-feira, 16 de novembro de 2016

22 de novembro

22 de novembro

1995 – Sancionada a ei do Plano Diretor de Campo Grande
       


É sancionada pelo prefeito Juvêncio César da Fonseca (foto) a Lei Complementar n°5 que institui o Plano Diretor, a Política Urbana e a Política de Desenvolvimento do Município de Campo Grande, assim definidas: Plano Diretor, conjunto de diretrizes e meios instituídos para implementação da política urbana do município; Política Urbana, conjunto de princípios instituídos para o cumprimento da função social da cidade e da propriedade, integrante da política de desenvolvimento; e Política de Desenvolvimento, conjunto de diretrizes, meios de participação comunitária e de controle social das ações públicas, instituídas para viabilização da gestão democrática do município, visando a melhoria da qualidade de vida, justiça social, o crescimento econômico e a proteção ambiental.

FONTE: Planurb, Campo Grande a cidade onde moro, Prefeitura Municipal, Campo Grande, 1998, página 65.

FOTO: Correio do Estado

OBISPO MAIS FAMOSO DE MATO GROSSO

  22 de janeiro 1918 – Dom Aquino assume o governo do Estado Consequência de amplo acordo entre situação e oposição, depois da Caetanada, qu...