sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

5 de dezembro

5 de dezembro

1936 – Governador recorre ao presidente da República



Acossado pela oposição, da qual participavam diversos deputados sulistas, no auge de uma crise política que resultaria na intervenção federal, decretada a 7 de março do ano seguinte, o governador Mário Correa da Costa telegrafa ao presidente Getúlio Vargas:


Quando daí regressei, animado dos elevados propósitos pacificadores, consubstanciado no meu Manifesto, do qual dei conhecimento a V. Exa., encontrei aqui um ambiente inteiramente hostil a qualquer entendimento político, devido à atuação pessoal do senador Vilasboas, cujas manobras impossibilitam a realização dos nossos objetivos.

Entretanto, agora rompendo contra meu governo, aproveita-se ele do irrequieto deputado Generoso Ponce, para unir-se ao grupo do capitão Filinto Muller, a quem sempre hostilizou rudemente, sob a alegação da necessidade de um congraçamento da família matogrossense, quando a verdadeira finalidade dessa aliança é o meu aniquilamento político e a instalação da anarquia no Estado.


Estou recebendo de todos os municípios as mais vibrantes demonstrações de apoio ao meu governo e veemente protesto contra essa atitude reprovável que tão graves conseqüências poderá trazer à vida administrativa do Estado.
Conforme mandei expor a V. Exa. pelo deputado Trigo de Loureiro, mantenho os meus anteriores propósitos de pacificação; mas jamais aceitarei imposições humilhantes e saberei defender, em qualquer terreno, as prerrogativas de minha autoridade constitucional”.


No mesmo dia, os deputados da Aliança Matogrossense, alegando falta de garantia, se asilaram no quartel do 16 BC, comparecendo às reuniões acompanhados por forças federais. Compunham a aliança, os deputados Nicolau Frageli, Ranulfo Correa, Ulisses Serra, Luiz de Miranda Horta, Joaquim Cesário da Silva, José Silvino da Costa, João Leite de Barros, Josino Viegas de Oliveira Pais, Filogônio de Paula Correa, José Gentil da Silva, Júlio Muller, Corsino Bouret, Caio Correa e João Ponce de Arruda.


Em 6 de março de 1937, o presidente Getúlio Vargas decretou intervenção federal no Estado e nomeou interventor o capitão Manoel Ari da Silva Pires, que permaneceu no governo até 4 de outubro desse ano, com a eleição pela Assembleia Legislativa e posse de Júlio Muller, para completar o mandato. 




FONTERubens de Mendonça, História do Poder Legislativo de Mato Grosso, Assembléia Legislativa, Cuiabá, 1967, páginas 237 e 281.

FOTO: Arquivo Público do Estado de Mato Grosso.












































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































































30 de novembro

30 de novembro

1927 – Dom Aquino toma posse na ABL


Eleito em 9 de dezembro de 1926, Dom Aquino Correa toma posse na Academia Brasileira de Letras. É o primeiro mato-grossense a ocupar cadeira naquela casa. O discurso de recepção ao novo acadêmico foi proferido pelo acadêmico Ataulfo de Paiva.




FONTE:  55 - Estevão de Mendonça, Datas Matogrossenses, (2ª edição) Governo de Mato Grosso, Cuiabá, 1973, página 145

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Militares expulsam última família do Patrimônio São Carlos

27 de novembro

1980 - Militares expulsam última família do Patrimônio São Carlos



Escolinha do povoado, destruída pelos invasores


Criado oficialmente em julho de 63, o destacamento militar de São Carlos, município de Caracol, com o advento da ditadura de 64, passa a exigir a desocupação de área de 1000 hectares por moradores que residiam no lugarejo desde o final da guerra do Paraguai, para construção de um quartel. Sem ordem judicial e desconhecendo o direito dos ocupantes, legitimado por lei estadual (decreto 906, 17 de julho de 1930), os militares despejaram dezenas de famílias, usando de violência, testemunhada pela História:

"...incendiaram casas, destruíram pomares, subtraíram animais a pretexto de aluguel pela permanência em terras que afirmavam que os moradores não seriam mais donos."

As famílias despejadas foram viver na periferia de Bela Vista e Caracol e a área foi arrendada a fazendeiros para criação de gado.

Restou do antigo lugarejo o depoimento de várias pessoas que nasceram e cresceram no lugar, tomado e saqueado pelos agentes fardados da ditadura militar, como este de Maria Angélica Ferreira Valdez:

No último dia enquanto meu marido tirava a madeirama da casa que estava sendo desmanchada, ele tinha feito um pequeno tapiri tipo galpão para me abrigar do sol enquanto cozinhava, e também esperando o término do ano escolar dos seus filhos, foi quando apareceu o Sgt. Pereira (Comandante do Destacamento na época) com soldados. E foram chegando, exigindo a saída imediata. Não me respeitaram e derrubaram a cobertura de palha em cima de mim, quando fui obrigada a sair,deixando alguns pertences do qual se apoderaram posteriormente, entre eles uma ninhada de galinhas-de-angola, que morreram sufocadas com o peso da palhas de bacuri que foi derrubada em cima dos pobrezinhos dos animais.

Em consequencia das pressões para desocupar a área o mais rápido possível, ajudei meu marido a carregar pesadas madeiras num carro de boi, e por causa do excesso de peso,adquiri uma hérnia, sendo necessária uma intervenção cirúrgica com a máxima urgência.


FONTE:Nilson Britez, O Patrimônio de São Carlos, Marindress Editora Gráfica, Dourados,2011, página 198.

OBISPO MAIS FAMOSO DE MATO GROSSO

  22 de janeiro 1918 – Dom Aquino assume o governo do Estado Consequência de amplo acordo entre situação e oposição, depois da Caetanada, qu...