segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

3 de Setembro

3 de setembro

1825Expedição Langsdorff deixa o Rio de Janeiro


É iniciada no Rio de Janeiro a mais célebre expedição científica estrangeira ao interior do Brasil no século XIX. Trata-se da missão russa, chefiada pelo visconde de Langsdorff. Em Mato Grosso a comissão seguiu a mesma rota iniciada há um século pelos bandeirantes paulistas que descobriram e exploraram o ouro  de Cuiabá.

Hercules Florence, 2º desenhista da comissão científica russa, inicia também sua aventura literária:

Numa sumaca chamada Aurora, que fazia viagens de cabotagem, partimos da cidade do Rio de Janeiro no dia 3 de setembro de 1825. O tempo mostrava-se favorável para depressa alcançarmos Santos, 40 léguas a S. O. ; não estávamos contudo a cômodo nesse acanhado barco, tanto mais quanto, além das cargas e das bagagem nossa que levava, transportava 65 escravos, negros e negras, recentemente introduzidos d’África e todos cobertos duma sarna, adquirida na viagem, que, exalando grande fétido, poderia nos ter sido nociva, caso durasse mais o contato a que ficávamos obrigados e fora a atmosfera calma e parada. Felizmente, dia e noite, soprou o vento fortemente, levando-nos à embocadura do canal de Santos em 48 horas, quando às vezes acontece que se gastam mais de três semanas no mesmo trajeto.


Tendo deixado Porto Feliz, no interior de São Paulo, em 22 de junho de 1826, a missão que cruzou Mato Grosso de Sul a Norte, passou pelo Amazonas e Pará, terminou apenas em março de 1929, na volta dos sobreviventes ao Rio de Janeiro. 

FONTE: Hercules Florence, Viagem fluvial do Tietê ao Amazonas, de 1825 a 1829, Edições Melhoramentos, São Paulo, 1941, páginas 1 e 218.

FOTO: Índios Apiakás de Mato Grosso, desenho de Hercules Florence.



3 de setembro

1915 - Criada a reserva indígena de Dourados






Pelo decreto nº 401, do presidente do Estado de Mato Grosso, Caetano Manoel de Faria e Albuquerque, é criada a "colônia de índios de Dourados." Dispunha o decreto em seu único artigo: 

Art. 1° - Fica reservada no município de Ponta Porã e para a colônia de índios do distrito de "Dourados", uma área de terras de 3600 hectares, confinando pelo Sul, com o córrego Saltinho, que separa a outra área reservada para o patrimônio de Dourados e as mais confrontações com terras devolutas situadas nas matas de São Domingos.

Em 1925 foi fundado o posto indígena de Dourados, quando o inspetor do Serviço de Proteção ao Índio, major Nicolau Horta Barbosa, inicia a demarcação da área. Até então os grupos indígenas do sul de Mato Grosso viviam dispersos. As terras que compõem o atual posto indígena de Dourados tiveram seu título definitivo de propriedade expedido em 26 de outubro de 1965, sendo estas terras devidamente registradas em 14-12-1965, com uma área de 3.539 ha. Da doação original 61 ha. foram perdidos e incorporados às propriedades vizinhas.


FONTE: Regina Heloiza Targa Moreira, Memória Fotográfica de Dourados, UFMS, Campo Grande, 1990, página 13 

domingo, 29 de janeiro de 2012

2 de Setembro

2 de setembro


1778 – Fundação de Ladário







Pouco antes da reunião que daria por criada a povoação de Albuquerque (Corumbá), localizado o ponto onde se instalaria o porto e o povoado, à comitiva de Leme do Prado, que escolheu o lugar, “ajuntara-se, abaixo da barra do Parrudos, a do cabo Manuel da Silva Freitas, proveniente de Vila Bela via Jauru e Paraguai, com destino a Coimbra. Acossado por súbito vendaval, logo após ter deixado o sertanista e os seus acompanhantes, viu-se compelido a abrigar-se em uma enseada, 6 quilômetros a jusante. Explorando as cercanias constatou a existência de ‘uns matos m.to excelentes de bacurizais capazes de dar toda a qualidade de mantimentos’. Do que viu e achou deu ciência a Leme do Prado, sugerindo-lhe a instalação provisória naquele local, em condições de lhe proporcionar fartas messes. Aceitando as ponderações, o capitão-mor transferiu-se a 2 de setembro para o local indicado, por ele denominado Ladário, em lembrança ao nome da vila de nascimento de Luis de Albuquerque, no distrito de Vizeu, província de Beira Alta”.

Ladário foi elevado a distrito pela lei N.º 134, de 16 de março de 1861, e o município criado pelo projeto de Lei no 155, de autoria do deputado Manoel Wenceslau de Barros Botelho, convertido em lei a 11 de dezembro de 1953.
Ganhou a sua emancipação político-administrativa tornando município autônomo durante o Governo de Fernando Correa da Costa. A instalação do município deu-se em 17 de março de 1954  e a posse de seu primeiro prefeito realizou-se a 3 de outubro de 1954. 



FONTE: Lécio G. de Souza, História de Corumbá, edição do autor, Corumbá, sd. página 27.


FOTO: vila de Ladário no início do século XX, Album Graphico de Matto Grosso, Corumbá-Hamburgo, 1914.


2 de setembro

1952- Novas regras para exploração mineral em Urucum

Acatando exposição do Ministério da Agricultura, o presidente Getúlio Vargas decidiu encaminhar solução para o problema do manganês nas jazidas do morro do Urucum, em Corumbá:

"O trabalho do titular da pasta da Agricultura mostra a importância daquele minério, o modo com que estão sendo exploradas as jazidas de Lafaiete, no Amapá e analisa as diferentes soluções propostas para a questão da forma de exploração das jazidas de Urucum. O ministro João Cleofas apresenta então as alternativas propostas pela Sub Comissão de Técnicos, e, que não caducaram as concessões ao Estado de Mato Grosso, opina, de acordo com a Sub comissão, no sentido de serem entabuladas negociações com as firmas interessadas no sentido de uma revisão completa nos contratos com base nas sugestões apresentadas pela Subcomissão de Técnicos e que foram aprovadas pela Comissão de Ministros".

As novas medidas, além de assegurar a participação da União da exploração, obrigam a concessionária, a Sobramil, "a investir, em novos empreendimentos no Estado de Mato Grosso, 20% dos lucros líquidos apurados em balanço anual. Essa aplicação deverá ser feita de conformidade com um programa de desenvolvimento econômico apresentado ao governo federal para sua aprovação".

FONTE: A Manhã (RJ), 02/09/1952.


01 de Setembro

1° de setembro

1786 - Missão pantaneira chega a Cuiabá

Encerrando a tarefa de mapear e determinar posições geográficas na região do Pantanal, chega a Cuiabá, a comissão técnica formada pelo capitão-engenheiro Ricardo Franco de Almeida Serra e os geógrafos Antonio Pires da Silva Pontes e Francisco José de Lacerda e Almeida. Durante quatro meses a missão explorou os rios Paraguai, São Lourenço e Cuiabá e a desembocadura de seus afluentes, bem como as principais lagoas e baias do Pantanal, passando por forte Coimbra e a recém fundada vila de Albuquerque.

A chegada a Cuiabá foi registrada no Diário da Viagem do astrônomo Francisco José de Lacerda e Almeida:

SETEMBRO 1.0 - Neste dia com uma légua de viagem, deixando para nascente a boca do Coxipó, chegamos à desejada Vila do Cuiabá, onde fomos bem recebidos pelo dr. juiz de fora Diogo de Toledo Lara Ordonhes, meu amigo e patrício e das mais pessoas da vila, que em todo tempo que ali estivemos, não só para determinarmos sua posição, mas também para tirarmos a planta da vila, não nos deixaram de nos obsequiar em extremo. Dista esta vila do porto 850 braças. Está muito mal arruada, e, não obstante isso, tem boas casas. O seu clima é calidíssimo e muito abundância tem de carne e peixe.

FONTE: Francisco José de Lacerda e Almeida, Diário da Viagem, Assembleia Legislativa da Província de São Paulo, 1841, página 43.




1° de setembro

1927 Morre no Taboco, o coronel Jejé





Aos 75 anos, morreu em sua fazenda no município de Aquidauana, o coronel José Alves Ribeiro, o coronel Jejé. Político influente no final do século XIX na região Sudoeste, foi um dos fundadores da cidade, onde morou, por muito tempo antes de exilar-se na fazenda Taboco, onde faleceu. Seu neto, Renato Alves Ribeiro, que o conheceu já no final da vida, relembra-o:

Vovô Jejé era um homem de temperamento alegre, apesar de ser um homem enérgico. Gostava de contar casos, gostava de política e sempre exerceu influência no Estado. Sua casa funcionava como um ponto de reunião da cidade. Pela manhã recebia na sala de visita, à tarde aproveitava a fresca da sombra da casa e à noite a roda era feita na porta da rua. Sempre roda grande, correndo um cafezinho e uns bolinhos de queijo, de horas em horas. Essas reuniões iam sempre até as 9:30 – 10 horas. Ali era um ponto de encontro das principais famílias da vila.


Tinha ao lado da casa o seu curral, com vacas de leite e cavalos arreados. Ali chegavam as carretas do Taboco, trazendo produtos da fazenda para abastecimento da casa e produtos para comercializar, como couros secos, charque, etc.


A sua casa era grande, farta e com enorme criadagem, principalmente bom cozinheiros, que quase sempre eram índios terenas.”

O coronel Jejé deixou como herdeiro político seu filho José Alves Ribeiro (cel. Zelito), deputado estadual e Intendente Geral em Aquidauana (1925/27), pai de Fernando Alves Ribeiro (Tico), que foi deputado federal e prefeito de Aquidauana por dois mandatos, cujo neto, Felipe Orro, deputado estadual (2011-2015) também exerceu o cargo de prefeito de Aquidauana por dois mandatos e em 2014 foi reeleito para o segundo mandato de deputado estadual. Em 2016, elege-se prefeito da cidade, Odilon Ribeiro, bisneto do coronel Jejé.

Participou ativamente de todos os movimentos ditos revolucionários no início da república, sendo o principal representante do governo do Estado no combate a Jango Mascarenhas, derrotado e morto em em 1901 e Bento Xavier derrotado em 1911.


FONTE: Renato Alves Ribeiro, Taboco, 150 anos de recordações, edição do autor, Campo Grande, 1984, pagina 69.

OBISPO MAIS FAMOSO DE MATO GROSSO

  22 de janeiro 1918 – Dom Aquino assume o governo do Estado Consequência de amplo acordo entre situação e oposição, depois da Caetanada, qu...