segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

10 de março

10 de março

1830 - Acumpliciamento com índios: Imperador exige punição de comandantes de Coimbra e Miranda

O governo do Império, tendo recebido denúncia de que comandantes dos presídios de Coimbra e Miranda estariam apoiando índios guaicurus, suspeitos de atacarem moradores da região, assaltando e depredando propriedades particulares, manda o presidente da província de Mato Grosso investigar e punir os responsáveis:

"Constando na augusta Presença de sua Majestade o Imperador, que alguns habitantes do Norte da Província de Mato Grosso protegidos principalmente pelos Comandantes de Coimbra e Miranda tem auxiliado os índios bárbaros, com armas, munições, soldados fuzileiros, brancos e negros, os quais tem roubado imensa quantidade de gados e perpetrado as maiores desordens; e convindo atalhar desde logo a continuação de atos tão escandalosos, que podem comprometer a tranquilidade do Império, manda em consequência o mesmo Augusto Senhor que o governador das armas da mencionada província de Mato Grosso tome as mais enérgicas medidas para reprimir os latrocínios e correrias, e providencie de maneira que se prendam os culpados para serem castigadas prontamente, com todo o rigor das leis no qual não deve haver nenhuma omissão. Palácio do Rio de Janeiro, em 10 de março de 1830. - Conde do Rio Pardo".

FONTE: Diário Fluminense vol. 15 (RJ), 16 de março de 1830.

10 de março

1903 - Tropas reforçam segurança na fronteira com a Bolivia


Cabo Getúlio Vargas, do 25 de Infantaria de Porto Alegre

 

Ante a ameaça de invasão da fronteira por forças bolivianas, tropas do exército brasileiro chegam a Corumbá, sob o comando do general João Cezar Sampaio. São os batalhões 16, 25 e 29 de Infantaria, de Porto Alegre, que reunidos ao 21 de Infantaria e ao 2º. de artilharia locais, constituem um efetivo de dois mil homens. Integrante do 25 de Porto Alegre, fazia parte das tropas o cabo Getúlio Vargas.¹ A concentração de forças em Corumbá esteve ligada à questão do Acre, permaneceram na cidade até o mês de abril do ano seguinte e enquanto estiveram na cidade exerceram função policial, conforme constata Estêvão de Mendonça:

Nos primeiros dias de sua chegada observam que, durante a noite, a cidade era ponteada por sucessivas detonações, cujos projetis passavam por vezes sobre o hotel Internacional, em que se hospedara. Encontrou por esta forma a exposição do aspecto taciturno das ruas à proporção que a noite avançava. Determinou um patrulhamento rigoroso, sem excessos. Em pouco tempo a cidade oferecia outro aspecto, sendo as principais artérias percorridas por cavalheiros e senhoras durante as primeiras horas da noite.²

Sobre Getúlio Vargas nessa missão, narra-o seu conterrâneo Mário Lima Beck:

Nas fileiras desse batalhão alinhava-se um cabo de esquadra, um moço, baixo, rotundo e risonho, que trinta anos depois seria o chefe discricionário da nação!

Punidos por insubordinação, Getúlio Vargas e outros cadetes são desligados da Escola Militar de Rio Pardo e incorporados ao 25° B.I. Todos são enviados para a "Sibéria canicular do nosso exército" como Euclides da Cunha chamava naquele tempo a Mato Grosso. 

Tropa de elite criou logo grande círculo de simpatias na cidade matogrossense. O cabo Getúlio tornou-se em breve assaz conhecido. Embora aparentemente quietarrão e frio, sabia cativar pela educação gentil e maneirosa. As vezes parecia inacessível e de repente viam-no na maior camaradagem entre os soldados. Simulava imperturbável seriedade e logo participava gostosamente duma pândega. Nunca porém, perdeu compostura e equilíbrio...Hábil dosador de pragmatismo. Fingia, dizem, indiferença às mulheres e elas se interessavam por ele. Contam que uma jovem corumbaense dedicou-lhe acendrada paixão.

Sabia comandar com senso e oportunidade. Em todas as circunstâncias era raciocinador tranquilo. Calculista sistemático em todos os rumos de sua conduta. Já naquela época a psicologia do cabo Getúlio Vargas, exibia matizes curiosos, que intrigariam a um Lazurski e outros estudiosos da individualidade humana. Em setembro do mesmo ano, promovido a sargento, Getúlio regressa a Porto Alegre. 
 

FONTE: ¹Esther de Viveiros, Rondon conta sua vida, Cooperativa Cultural dos Esperantistas, Rio, 1969, página 169, ²Estêvão de Mendonça, Datas Matogrossenses, (2a. edição) Governo de Mato Grosso, Cuiabá, 1973, página 123 e Mario Lima Beck, Nova Querência, Livraria Selbach, Porto Alegre, 1935, página 53.

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