segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

12 de fevereiro

12 de fevereiro

1866 - Taunay deixa Coxim com destino a rio Negro e Miranda




Acampamento das tropas brasileiras em Coxim (desenho de Taunay)


Com destino ao rio Negro e a Miranda, a comissão de engenheiros da força expedicionária brasileira, estacionada às margens do Taquari, inicia a exploração do percurso por onde deverá seguir a tropa para dar combate ao exército paraguaio na região fronteiriça. O tenente Taunay, que faz parte dessa comissão, relata:
 
“A 12 de fevereiro de 1866 partimos, pois, e atravessamos o rio Taquari, deixando para sempre o Coxim, onde tanto e tanto sofri de melancolia e desânimo.

 
Nenhuma lembrança grata me prende a este lugar, a não ser as horas em que escrevi e li, com certa ufania, ao Juvêncio, alguns rascunhos literários, O Casamento de Ferrugem e o primeiro ato de uma comédia, A dedicação de Zopyro e que mereceram de meu ouvinte grandes elogios. (...)

 
Logo que comecei a viajar, achei-me outro e, bem me recordo, dormi otimamente, nessa noite de 12 de fevereiro, do outro lado do Taquari, junto a um afluente do Coxim, de onde ainda ouvimos os clarins e cornetas do acampamento.” 



FONTE: Taunay, Em Mato Grosso invadido, Companhia Melhoramentos, São Paulo, sd. Página 12.




12 de fevereiro


1885 - Miranda decreta abolição da escravatura

Miranda, rua do Carmo, no início do século passado



O Clube Emancipador Mirandense em sessão solene declara “completamente livres os escravos da vila de Miranda.” O ato foi reconhecido pela Câmara Municipal que igualmente comemorou o acontecimento, comunicando-o ao juiz de direito, Alcindo Vicente de Magalhães, que então se encontrava em Cuiabá como chefe de polícia da província. 

O ato foi registrado na seguinte ata:

Aos doze dias do mês de fevereiro do ano de mil oitocentos e oitenta e cinco, nesta vila de Miranda, em o Paço da Câmara Municipal, às sete horas da noite, presentes os senhores Capitão Luiz Generoso da Silva e Albuquerque, Antonio Xavier Castelo, Luiz da Costa Leite Falcão, Francisco Eugênio Moreira Serra, Horácio de Almeida Castro e João Augusto da Costa Leite, além de numerosos concursos de senhoras e cavalheiros, foi pelo presidente Capitão Luiz Generoso da Silva Albuquerque, aberta a sessão. Achando-se presente o Excelentíssimo Senhor doutor Juiz de Direito da comarca, Eduardo Augusto Nogueira de Camargo, o senhor Presidente, tomando a palavra, propôs que fosse o mesmo convidado, na qualidade de primeira autoridade Jurídica ou seja judiciária e presidente honorário do clube, para residir a sessão nomeando uma comissão composta dos senhores Castelo e Costa Leite para recebê-lo; o que foi feito, o mesmo tomou a presidência dando em seguida a palavra depois de breve alocução congrulatória ao senhor Capitão Silva e Albuquerque, que proferiu um discurso análogo. Tomou a palavra o secretário Costa Leite, que igualmente proferiu um discurso achando-se presente, entre outros hóspedes e estrangeiros, o tenente Carlos Peixoto de Alencar, o Sr. Presidente, em homenagem às ideias do mesmo, ofereceu-lhe a palavra que, sendo aceita, fez-se ouvir em eloquentes frases. Depois do que, e de breves palavras, o senhor presidente que as proferiu convidou as senhoras e cavalheiros presentes para o baile pela mesma comissão preparado, levantando a sessão, na abertura da qual foram declarados completamente livres os escravos da Vila de Miranda, por entre estrepitosas salvas de palmas e estrondosos vivas. E do que para constar lavrei esta ata, Eu, João Augusto da Costa Leite, Secretário do Club. - Miranda, doze de fevereiro de mil oitocentos e oitenta e cinco. - Eduardo Augusto Nogueira de Camargo, Luiz Generoso da Silva Albuquerque, João Augusto da Costa Leite, Antonio Xavier Castelo, Luiz da Costa Leite Falcão, Horácio de Almeida Castro, Francisco Eugênio Moreira Serra.


FONTE: Estêvão de Mendonça, Datas Matogrossenses, Governo do Estado, Cuiabá, 1973, página 90.
FOTO: Album Grafico de Mato Grosso (1914)



12 de fevereiro 

1910 - Aventureiro solitário navega de Cuiabá a Corumbá numa jangada




Tendo como veículo uma pequena jangada, chega a Corumbá, procedente de Corumbá, o poeta e jornalista gaúcho, Sebastião de Campos, que tem percorrido a pé, todos o estados do Brasil, tendo iniciado sua viagem há nove anos. "Chegado à capital do Estado a 1° de agosto - revelou em entrevista a um jornal corumbaense - dali prosseguiu a 19 de dezembro seu itinerário em jangada até esta cidade, gastando nesse penoso e arriscadíssimo percurso fluvial 57 dias de viagem".

Ao jornal, o andejo sintetizou esta sua extenuante caminhada pelo país:

"O sr. Sebastião de Campos iniciou a sua viagem em Porto Alegre, a 15 de junho de 1901,e, atravessando os estados de Santa Catarina e Paraná, terminou este trecho de sua viagem na cidade de Campinas a 30 de novembro.

Daí em continuação de sua viagem, planejada então em volta da terra, partiu a 15 de maio de a904, chegando a Manaus a 3 de abril de 1906, tendo percorrido todos os estados do litoral do Rio de Janeiro até o Pará.

Um dia antes de sua partida de Campinas, no Centro de Ciências, Letras e Artes, do qual Sebastião de Campos é sócio, discutiu-se o itenerário de sua viagem, por uma seleta assembleia  onde muitos oradores se manifestaram contrários a esse empreendimento.

Entretanto, o sr. Sebastião de Campos ocupando por último a tribuna, declarou que sentia profundamente não poder corresponder aos desejos de seus amigos, pois a sua viagem era obra de um mistério e que mais tarde, se tivesse a ventura de regressar ali, então desvendaria esse segredo, que resumiu num símbolo e comovido, beijou nesse momento a bandeira nacional.

Conhecendo já uma parte do opulento estado de Minas, mas faltando-lhe conhecer os estados de Goiás e de Mato Grosso, que não entravam no itenerário de sua viagem, resolveu ele percorrer esses estados. E assim o fez, não sem experimentar longos dias de provações , na espinhosa travessias dos sertões que percorreu, afinal, a sua intrepidez e coragem inauditas".

De Corumbá, Sebastião de Campos deverá seguiu para Assunção, no Paraguai.


FONTE: Correio do Estado (Corumbá), 16 de fevereiro de 1910. 




12 de fevereiro

1965 - Vespasiano Barbosa Martins é homenageado na Câmara dos Deputados



Um mês depois de sua morte, o ex-senador e líder divisionista é homenageado em sessão da Câmara dos Deputados. Entre outros, usaram da palavra os deputados Rachid Derzi, que discorreu de sua amizade pessoal e afinidade político-partidária com o homenageado, Afrânio de Oliveira, de São Paulo e Rui Santos da Bahia, que assim fechou seu discurso:

Conheci Vespasiano na Constituinte 46. Uma das melhores expressões de vida pública brasileira, com quem privei naquela época, foi justamente ele, franco, sincero, honesto, leal, capaz, digno. Não só Mato Grosso, como o Brasil inteiro perde, c
om Vespasiano, um dos exemplares melhores, uma das figuras mais perfeitas da vida pública nacional.



FONTE: Academia de Letras e História de Campo Grande, Biografia de patronos, página 27.

Um comentário:

Anônimo disse...

Este palacete ainda existe? Onde ficava localizado?

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