segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

16 de abril

16 de abril

1884 - Nasce Arlindo de Andrade, primeiro juiz de Campo Grande






Nasce em Timbaúba, estado de Pernambuco, Arlindo de Andrade Gomes. Filho de Manuel da Cunha Andrade Gomes e Maria Cavalcanti de Andrade, aprendeu a ler com a mãe em sua cidade natal. No Recife fez os preparatórios e ingressou na faculdade de direito. Para manter os estudos entrou no Diário de Pernambuco onde tornou-se comentarista político. Colou grau em ciências jurídicas em 5 de dezembro de 1907. 

Imediatamente após a formatura decide mudar-se para Cuiabá, curiosamente, na primeira década do século passado, maior que São Paulo em número de habitantes: 35.987 contra 31.385 moradores. Na capital de Mato Grosso, Arlindo de Andrade lecionou Botânica no tradicional Liceu Cuiabano, tendo sido professor de Arnaldo Estevão de Figueredo, futuro prefeito de Campo Grande e governador do Estado. 

Em 10 de junho de 1909 foi nomeado inspetor escolar de Cuiabá pelo presidente Pedro Celestino. Em outubro do mesmo ano é nomeado procurador fiscal da Delegacia do Tesouro Federal do Estado de Mato Grosso pelo presidente Nilo Peçanha. No ano seguinte aceita o convite do presidente do Estado, Pedro Celestino para ocupar a comarca de Nioaque no Sul de Mato Grosso, em vaga deixada por seu colega advogado Eduardo Olímpio Machado.

Em 1911 assume a recém criada comarca de Campo Grande, permanecendo no cargo por apenas 50 dias. Exerce a advocacia e funda em 1913 o semanário "O Estado de Mato Grosso," o primeiro jornal da cidade, cuja primeira edição circulou no dia 22 de junho. 

Em 1919 lidera em Campo Grande a campanha de Rui Barbosa para a presidência da República contra Epitácio Pessoa o candidato oficial. Na defesa da bandeira oposicionista fundou o jornal "Rui Barbosa", que se editou durante a campanha, onde o baiano candidato foi derrotado pela terceira vez. 

Ainda em 1919 participa da organização da biblioteca pública de Campo Grande, cuja pedra fundamental é lançada no dia 21 de abril na avenida Afonso Pena.

Em 1921 assume a intendência municipal de Campo Grande. Como prefeito construiu o grupo escolar (atual escola Joaquim Murtinho) na avenida Afonso Pena. No setor urbanístico, com sua paixão pelas plantas, arborizou as ruas e cuidou das praças e jardins e também de seu arruamento.

Importante: de sua própria chácara, na rua Marechal Rondon (hospital do Câncer) saíram, gratuitamente, mudas das árvores que hoje ornamentam a cidade. Os "ficus" das avenidas Mato Grosso e Afonso Pena, bem como os dois principais jequitibazeiros da praça dr. Ari foram plantados em sua gestão.

Em 1930 integrou a Aliança Liberal, responsável pela chegada de Getúlio Vargas ao poder e em 1932 rompeu com Getúlio e apoiou os paulistas, chegando a compor o secretariado do governo provisório de Mato Grosso, à frente Vespasiano Barbosa Martins.

Mudou-se para Campinas na década de 50 e faleceu em São Paulo, em 20 de agosto de 1975, aos 91 anos.

FONTE: Paulo Coelho Machado, Arlindo de Andrade primeiro juiz de direito de Campo Grande, Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, 1988.

16 de abril

1892 - Jornal europeu comenta independência de Mato Grosso

De pouca ressonância no Brasil, a proposta de independência de Mato Grosso, feita por militares de Corumbá e Cuiabá, em rebelião que derrubou o governo constitucional de Manoel Murtinho, teve enorme repercussão na imprensa européia. O Economist, em longo editorial "faz considerações sobre a separação provável da maior parte dos estados que hoje formam a República do Brasil. Diz que era natural que se quebrasse a coesão que unia as províncias do antigo império, que tinha sua força no respeito geral votado à familia imperial e que só o orgulho dos brasileiros pelas vastas dimensões do seu país era talvez a única força que ainda ligava os estados da República. Não considera como muito grande a perda material causada pela separação de Mato Grosso; diz que as imensas florestas, situadas à tão grande distância do litoral, nunca poderão, nem o poderão ser tão cedo, utilizadas como fonte de riqueza, que embora esse estado possua minas minas de quase todas as espécies de minerais, as distâncias, a escassez de trabalho e a falta de meios de comunicações, fazem-nas completamente inúteis. O Brasil poderá pagar, se quiser, as suas dívidas, tanto com o Mato Grosso como sem ele, e com a sua separação trará alívio às dificuldades da autoridade central, cuja força seria mais sentida se o território sobre o qual a exerce fosse menor. Para um Estado importante como o Brasil não há talvez ônus mais enfraquecedor do que um excesso de território que não produz renda alguma, que não pode, entretanto, ser completamente negligenciado, mas que antes, pelo contrário, está sempre custando dinheiro do tesouro, com melhoramentos de vias de comunicação."

"Todavia - prossegue o articulista - a separação de Mato Grosso da União Brasileira deve ser sentida por causa das consequencias resultantes. Os estados tem poucos interesses comuns e em alguns casos, os interesses são até divergentes e opostos. Não falando das diferenças de população, os estados marítimos ressentem-se do Rio de Janeiro, e os do interior, que não têm ligação natural com a capital, só sofrem com as suas constantes revoluções. O Rio nada pode fazer para lugares tão longiquos e inacessíveis, e só faz sentir pela influência do fisco que cobra direito de trânsito sobre todas as mercadorias que para lá vão, e que está continuamente a exigir-lhes impostos, a opor-se a elevação das notabilidades locais, que, consciente ou inconscientemente, querem querem governar as suas províncias, por si, sem responsabilidade a um poder distante e moroso".

Mais adiante o editorial destaca que os "estados querem dispor das suas pequenas forças públicas, querem fazer leis que lhes convenham às suas circunstâncias e cobrar e gastar toda a sua renda do melhor modo que acharem. As suas tendências são, pois, para a autonomia, e se a República houvesse sido governada com sabedoria, ela teria com toda a probabilidade, conservado as províncias mais remotas presas por algum vínculo frouxo, mas o governo do Marechal Fonseca geriu tão mal as finanças, e aquele que lhe sucedeu mostrou-se instável, que cada uma das províncias há de, sem dúvida, ir marchando para uma independência formal, esforçando-se o Rio por manter apenas autoridade sobre as suas vizinhas imediatas".

Discorrendo sobre uma reação à eventuais atos de independência dos estados, o periódico londrino explica que o "exemplo foi dado e não há coisa alguma que torne impossível a imitação, por ser o Rio, embora o mais rico dos estados e o melhor armado, incapaz de guerras de conquistas. É possível qie consiga operar por mar contra as províncias marítimas, mas não possui nem dinheiro nem as forças para expedições, e como no caso especial de Mato Grosso, através de vastas florestas, em que um punhado de homens familiarizados com o terreno pode derrotar qualquer força armada".

Ainda no mesmo raciocínio, entende o artigo que um "grande estado europeu poderia dificilmente conservar o Brasil contra a vontade dos provincianos, e o governo do Rio não o pode certamente fazê-lo. Quando de posse de todo o Império e do poder de fazer empréstimos, conquistou dificilmente o pequeno estado de Paraguai".

É de opinião o escritor do Economist que só haverá dano para o mudo com a mudança, se algum dos nossos estados independentes restabelecer a escravidão; mas, pensa que isso não será provável, porque os negros resistirão; e como não é provável que se guerreiem entre si, hão de produzir tantos como agora. Um grande perigo seria um levante dos negros livres como estão nada terão a ganhar com uma revolta. Os Estados Unidos não permitirão que a Europa se aproveite das dissenções entre os estados, e que se confinarão a questões de limites, que se resolverão pacificamente. Os credores estrangeiros pouco sofrerão com isso, porque a sua verdadeira garantia está na renda da alfândega do Rio, e como este continuará a ser o porto de abastecimento para o interior, as suas rendas aduaneira não diminuirão.

Finaliza o editorial o jornal londrino, preconizando:

Este Estado e os seus vizinhos imediatos é provável que continuem a se chamar Brasil, e se souberem abster-se de revoluções e ter uma polícia decente, poderão ser mais ricos e mais felizes do que, quando perdidos dentro de República, que é antes uma expressão geográfica de um Estado sólido de qualquer categoria. 

FONTE: Jornal do Commercio (RJ) 7 de maio de 1892.


16 de abril

1921 - Peste bovina: produtores de Corumbá pedem providências

Em ofício enviado ao deputado Aníbal de Toledo, no Rio de Janeiro, produtores rurais e políticos de Corumbá, pedem interferência do parlamentar junto ao governo federal, no sentido de autorizar inspeção sanitária do governo, de modo a atestar a saúde dos animais do município, a fim de evitar a paralisação das exportações, impostas pela peste bovina em São Paulo:

"Os poderes municipais, os criadores e os industriais aqui residentes, alarmados pela notícia de que a peste bovina dizima o gado em São Paulo e Minas, reuniram-se ontem na Intendência Municipal e deliberaram pedir à V.Ex. conseguir do Sr. Presidente da República a nomeação de um veterinário que examine neste município o estado do gado abatido nos saladeiros e ateste a sua saúde, sendo a sua firma legalizada pelo Cônsul britânico, afim de evitar a paralização da exportação, que será feita via Santos, visto a Argentina e o Uruguai haverem proibido o trânsito de produtos bovinos brasileiros.

Esta medida se impõe pelo receio dos fazendeiros de uma possível invasão da peste, desejosos de reduzir e aproveitar o gado enquanto sadio. Outras providências foram resolvidas, tendentes ao isolamento das fazendas, as quais comunico ao presidente do Estado, aos intendentes dos municípios, em grande parte ignorantes ainda das terríveis ocorrências. Atenciosas saudações - Christão Carstens, Intendente Municipal".

FONTE: Jornal do Commercio (RJ), 19/04/1921


16 de abril

1952 - Fundação de Naviraí




Um grupo de fazendeiros do interior de São Paulo constitui a Colonizadora Vera Cruz - Mato Grosso, lançam um núcleo fundiário no Sul de Mato Grosso e para sediar a área rural, fundam a cidade de Naviraí, a princípio Vera Cruz. O projeto visava a exploração da terra por um processo de integração, ou seja, a convivência harmoniosa entre grandes e pequenas propriedades. Daí, intermeando fazendas com pequenas parcelas, deu-se início à ocupação econômica do cone sul de Mato Grosso.

Os pioneiros da exploração foram Virgilio Fioravante, Florêncio Fioravanti, Vanher Fioravanti, dr. Renato Fioravanti, Irio Spinardi, Vicente Ottoboni, Luiz Ottoboni, Batista Ottoboni Neto, João Nicolau, Vicente Scarabotolo, Ariosto da Riva, Ismael Ferreira Coimbra, Carlos Alberto de Souza Brito, Mário Belonhesi, José Marques Guimarães, Everaldo Marchioni, Homero Ferreira e João Batista Menin.*

Município em 11 de novembro de 1963, desmembrando-se de Caarapó, Naviraí era em 2019, a principal cidade do extremo Sul do Estado de Mato Grosso do Sul.

FONTE: *Correio Paulistano (SP), 12 de abril de 1953.





16 de abril

2000 - Morre o professor Celso Müller do Amaral




Nascido em 31 de agosto de 1920,na cidade de Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, faleceu em Dourados, o professor e ex-deputado Celso Müller do Amaral. Em Dourados desde os 12 anos, em 1935 inicia o curso primário no colégio Dom Bosco. Estudou Ciências e Humanidades no Seminário Seráfico SãoLuis de Tolosa, no Paraná e formou-se em Química, na Faculdade Mackenzie de São Paulo em 1949. Na política,elegeu-se vereador várias vezes e deputado estadual em dois mandatos, antes da divisão do Estado.
Sua carreira política esteve ligada ao seu interesse pelo ensino. Como vereador, fundou o primeiro ginásio de Dourados - o Ginásio Oswaldo Cruz - do qual foi diretor e liderou entre 1957 e 58 o movimento político pela implantação do ensino público em seu município, a partir da implantação do Colégio Estadual Getúlio Vargas. Na Assembleia Legislativa em Cuiabá, bateu-se pela criação da Universidade Estadual de Mato Grosso, com sede em Dourados e pela criação da Escola de Agronomia em Dourados.
Em sua homenagem o governo do Estado dedicou-lhe a denominação de uma escola na cidade e, por iniciativa do deputado Geraldo Resende o campus da Universidade Federal da Grande Dourados passou a ter o seu nome.

FONTE: Deputado Geraldo Resende, Justificação do projeto de lei 5.949/2005, Câmara dos Deputados, Brasilia.

Nenhum comentário:

OBISPO MAIS FAMOSO DE MATO GROSSO

  22 de janeiro 1918 – Dom Aquino assume o governo do Estado Consequência de amplo acordo entre situação e oposição, depois da Caetanada, qu...