terça-feira, 1 de março de 2011

10 de julho

10 de julho

1724 - Governador de São Paulo anuncia visita a Cuiabá

Recém empossado no governo da Capitania de São Paulo, da qual fazia parte o atual território de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, Rodrigo Cezar de Menezes comunica a Pascoal Moreira Cabral, sua visita às minas de Cuiabá:

“Recebi de Vmce. pelo padre André dos Santos, a qual me deixa muito satisfeito pela certeza de sua boa saude e tambem pela boa noticia que me dá do novo descoberto, que permitta Deus se augmente para que El-Rei Nosso Senhor tenha accrescimo na sua Real Fazenda e Vossamercê os bens e fortunas que eu lhe desejo. Mando ao capitão Fernando Dias Falcão e João Antunes Maciel com ordens que a Vossamercê constarão, encaminhando tudo ao socego e união destes moradores, e assim Vossamercê, como os mais, concorrerá com tudo o que pudér para que se execute o que ordeno, encaminhando tudo a melhor conservação de Vossasmercês e augmento das minas emquanto eu não chego a ellas para dispôr com approvação de todos, Vossasmercês, o que for mais conveniente ao Real Serviço e util a todos. “Eu parto sem falta no principio de Junho para essas minas e serei portador dos papeis de Vossamercê, que remetti a El-Rei Nosso Senhor, como também de mais alguma mercê, pois me não descuidei de por na Real Presença os bons serviços e merecimento de Vossamercê para por elles ser attendido, e assim espero que Vossamercê obre de sorte que me faça me recedor de mais e eu tenha que agradecer-lhe. Fico para servir a Vossamercê com boa vondade. Guarde Deus a Vossamercê muitos annos. – S. Paulo dez de Julho de mil setecentos e vinte e quatro. – Servidor de Vossamercê. – Senhor Paschoal Moreira Cabral. – Rodrigo Cezar de Menezes.” 

FONTE: Anaes do Senado da Câmara do Cuiabá (1719-1830), página 51.


10 de julho 


1852 Nasce em Cuiabá Generoso Ponce


Generoso Ponce, o grande líder político da 1a. República



Nasce em Cuiabá, Generoso Ponce, filho do sargento José Ponce Martins e Corsina Romana. Herói de guerra aos quinze anos, combateu os paraguaios em 1867, na retomada de Corumbá, como comandado do coronel Antônio Maria Coelho, de quem mais tarde, viria a ser adversário político. No império chegou à presidência da Assembleia Provincial de Mato Grosso. Na República, foi a mais expressiva figura da história do Estado, no início do novo regime.

Liderou a primeira eleição de 28 de maio de 1891 para a Assembleia Constituinte, da qual foi seu presidente, tendo Manoel Murtinho, como presidente do Estado; comandou o contragolpe de 1892, devolvendo o poder ao presidente Murtinho, deposto em janeiro por militares ligados ao general Antônio Maria Coelho; comanda, em 1906, a partir de Corumbá, a rebelião que derrubaria o presidente Totó Paes, morto nessa ocasião. Presidente do Estado, deputado federal e senador da República, Ponce morreu no Rio de Janeiro a 7 de novembro de 1911. 





FONTE: Generoso Ponce Filho, Generoso Ponce, um chefe, Pongetti, Rio, 1952, página 126.



10 julho


1862Albuquerque Velha vira Corumbá, oficialmente





Decreto n. 8, do presidente Herculano Ferreira Pena, eleva à categoria de município a povoação de Albuquerque, mudando-lhe a denominação para  Corumbá oficial e definitivamente, nos seguintes termos:

"Art. 1° - Fica elevada à categoria de vila a povoação de Corumbá com a denominação de - Vila de Corumbá - e pertencerá como até aqui à 3a. comarca.

Art. 2° - É criada para a mesma vila uma freguesia com a invocação de Santa Cruz, a qual se denominará - Freguesia de Santa Cruz da Vila de Corumbá - com os seus limites, por uma desmembração razoável da freguesia de Albuquerque serão marcados pelo presidente da província.

Art. 3° - A nova vila funcionará depois que os seus habitantes derem pronta, à sua custa, a casa para as sessões da Câmara e do juri e o seu município compreenderá a sua mesma freguesia e a de Albuquerque".¹

Há muito tempo a população havia deixado o Albuquerque de lado, mantido apenas formalmente, por resistência dos governadores, que insistiam em manter para o povoado o sobrenome de seu fundador. Augusto Leverger, com o peso de seu prestígio, foi o maior defensor desse ponto de vista, chegando a proibir o uso de Corumbá nas correspondências oficiais, quando era ele o presidente da província.

Corumbá, segundo alguns autores, deriva-se o nome do étno indígena "Curupah", "curu" significando "rugoso", "empolado", palavra com a qual os aborígenas designavam a aroeira, em virtude do aspecto de sua córtex, e "pah", abundância, Curupá viria a se transformar em Corumbá, nome pela qual eram conhecidas as serras que se estiram pela margem direita do Paraguai.
Querem outros que Corumbá significa ‘banco de cascalho, por causa das margens calcárias do rio no trecho em que atravessa a cidade. "Corumbaíba" seria banco de cascalho ruim.

No ‘Novo Dicionário Aurélio’, o autor registra o verbete como sinônimo de "lugar esquecido, desprezado ou distante", o que bastante se coaduna com a situação da localidade naquela difícil fase de sua existência.


Aventam uns poucos a hipótese de haver o vocábulo se originado por apócope, de ‘corumbatá’, peixe sobremodo abundante nos rios de Mato Grosso.²




FONTE: ¹Coleção das leis provinciais de Mato Grosso, 1862, ²Lécio G. de Souza, História de Corumbá, edição do autor, Corumbá, sd., páginas 50 e 54.

FOTO: reprodução de planta da cidade de Corumbá, em 1875, de João Severiano da Fonseca, do Livro História de Corumbá, de Lécio G. de Souza.




10 de julho

1927 - Prefeitos pedem ligação rodoviária do Sudoeste

Prefeitos dos três principais municípios do Sudoeste do Estado reunem-se em Nioaque para reivindicar do governo federal a abertura de uma estrada de rodagem ligando Aquidauana, Nioaque e Bela Vista:

"Reunião importante - Com a presença dos intendentes de Bela Vista, Aquidauana e presidida pelo nosso, realizou-se nesta vila uma importante reunião para resolver pedir ao governo da União a abertura de uma estrada ligando praticamente os três municípios vizinhos.

Ideia aventada pelo sr. Jorge Bodstein Filho, teve desde logo o mais decidido aplauso e encontrou por parte dos dirigentes uma acolhida promissora que os fatos vieram, afinal, concretizar".

A estrada reivindicada pelos prefeitos é atualmente trecho da BR-419.


10 de julho


1967 Oposição pede anulação dos atos do Pedrossian

 
Governador Pedro Pedrossian



A crise entre o governador Pedro Pedrossian e sua oposição na Assembleia Legislativa, surgida com o pedido de impeachment em 18 de fevereiro, é agravada por uma representação do deputado Júlio de Castro Pinto, dirigida ao procurador geral da República, Haroldo Valadão, requerendo junto ao Supremo Tribunal Federal, a declaração de nulidade dos atos praticados pelo chefe do executivo, a partir de 28 de fevereiro de 1967, data do decreto firmado pelo presidente da República e pelo ministro da Viação que o demitira “a bem do serviço público”, do cargo de superintendente da Noroeste do Brasil.

O governo reduz sua maioria na Assembleia
com a retirada de sua base de apoio dos deputados sulistas Cleômenes Nunes da Cunha, Valdevino Guimarães e Sebastião Cunha. 





FONTE: Rubens de Mendonça, História do Poder Legislativo de Mato Grosso (II), Assembleia Legislativa, Cuiabá, 1967. Página 321.

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