sábado, 12 de outubro de 2013

9 de novembro

9 de novembro
 
1892 – Primeira lei de terras de Mato Grosso, no regime republicano

Publicada a Lei nº 20, sancionada pelo presidente Manoel Murtinho e regulamentada pelo decreto nº 38 de fevereiro de 1893, tornando mais liberais as antigas disposições então em vigor:

Mantendo os direitos dos posseiros, a quem o Regulamento imperial de 1854 favorecia, ampliou o conceito de posse, capaz de legitimação desde que fosse estabelecida depois daquela época e conservada, sem oposição, ou protesto algum, no quinquênio anterior à proclamação da República.


FONTE: Virgílio Correa Filho, Mato Grosso, Fundação Júlio Campos, Várzea Grande, 1994, página 179.



9 de novembro

1901 - Empastelado jornal em Corumbá




Forças policiais e mercenários, a serviço do governador Antonio Pedro Alves de Barros, no governo por imposição de Totó Paes, novo aliado dos irmãos Murtinho, invadem a redação do jornal oposicionista Vinte de Agosto, que circulava em Corumbá, empastelam sua tipografia e são acusados de roubar importância em dinheiro. A versão disponível do ataque ao órgão de imprensa corumbaense, é do próprio redator do jornal, Manuel José Brandão, em carta publicada pelo Jornal do Brasil (RJ):

Pelas colunas do vosso conceituado jornal vos dignastes publicar, mediante minhas informações, o que, em Corumbá ocorreu com minha pessoa, família e bens, desde 9 de novembro do ano findo. 

Dessas informações consta, convém repetir resumidamente, que o capitão reformado do exército Raimundo Por Deus, comandante do batalhão patriota, com vários de seus comandados, o subdelegado de polícia em exercício, Manuel Benedito de Campos, com praças de polícia, vários empregados da alfândega e mais outros indivíduos assaltaram às 4 horas da manhã desse dia 9 de novembro, as duas casa, sendo uma onde funcionavam as oficinas do Vinte de Agosto, de minha propriedade, e a outra onde era o escritório da redação e direção da citada folha: arrombaram as portas, danificaram os prelos, inutilizaram o respectivo material e arrombaram a gaveta de uma mesa que se achava no escritório, da qual roubaram dois pacotes que continham 7:286$00 em notas de curso legal na República; que às 5 horas da tarde do citado dia 8, Por Deus entrou na sala de visitas da casa de minha residência para assassinar-me; que na noite de 12, o tenente José Emídio de Campos, comandante do destacamento de polícia, mandou retirar de casa de minha família as três praças que ali estavam para minha garantia, porque vinham atacar a casa para praticar o massacre que não lograram praticar, porque quando o grupo atacante, constante de uns cinquenta indivíduos - patriotas e policiais - chegou à minha casa, não encontrou pessoa alguma, porque, com toda a família me retirei pelos fundos do quintal e fui recolher-me à casa de uma família boliviana e na farmácia de um italiano; que não tendo querido as autoridades federais garantir-me, tive de abandonar tudo que me restava e a 3 de dezembro, encetar viagem para esta capital, onde aportei a 1 de janeiro deste ano. 


FONTE: Jornal do Brasil (RJ), 10 de novembro de 1902.



9 de novembro

1983 - Morre Avelino dos Reis, o primeiro relojoeiro de Campo Grande




Morre em Campo Grande, o cidadão português, Avelino dos Reis, primeiro relojoeiro da cidade. Nascido em 29 de novembro de 1898, filho de Albina Mendes da Cunha e Aurélio dos Reis, casou-se com Irene de Almeida, com quem teve um filho, Albano de Almeida Reis. Em Portugal aprendeu a consertar relógios com um tio. Ainda muito jovem deixou sua terra e partiu para a França, Canadá e Estados Unidos, onde morou por dois anos e trabalhou numa indústria de relógios e ótica.

Em 1928 chegou ao Rio de Janeiro, seguindo para Santos, em São Paulo, onde por cerca de quatro anos exerceu sua profissão. Em 16 de janeiro de 1932, viúvo, muda-se e fixa residência em Três Lagoas, onde casou-se com Dalila Simões e teve um filho, Alfredo. Tendo seu pai falecido em Portugal, mandou vir para o Brasil sua mãe, as suas irmãs e e seu filho, que aqui chegaram em 1937. Neste mesmo ano mudou-se para Campo Grande, hospedando-se a princípio na Pensão Bentinho.

"Em Campo Grande - descreve sua biógrafa - foi o pioneiro no ramo de relojoaria. Sua firma Avelino dos Reis & Companhia Ltda., localizada na rua 14 de Julho, entre as ruas Barão do Rio Branco e Dom Aquino, bem no centro da cidade, tornou-se com o passar dos tempos a mais tradicional do Estado. Era especializada em relojoaria e ótica de precisão, assim como presentes finos, destacando-se joias importadas, cristais e louças de qualidade".

Apaixonado pelo esporte desde sua juventude além-mar, Avelino dos Reis foi um grande incentivador do futebol amador em Campo Grande.


FONTE: Ledir Marques Pedrosa, O Português que escolheu Campo Grande para viver, O Estado Mato Grosso do Sul, 4 de março de 2017.

FOTO: acervo Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul.    

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