domingo, 5 de março de 2017

7 de março

7 de março

1880 - Instalado o Liceu Cuiabano






Perante numerosa assistência, composta das principais autoridades da província, à frente o presidente Eneas Galvão, o barão de Maracaju e o bispo dom Luis d'Amour, é oficialmente instalado o Liceu Cuiabano, órgão do ensino público de fundamental importância para o desenvolvimento educacional da capital de Mato Grosso. Da solenidade inaugural lavrou-se ato, o qual sintetizamos:

Aos sete dias do mês de março de 1880, antecedentemente designado por S. Exa. o Sr. Presidente da Província, presentes às nove horas da manhã, no edifício destinado para nele funcionar, o liceu desta capital, os Exmos. Srs. Presidente da Província, Barão de Maracaju, Bispo Diocesano Dom Carlos Luis D'amour, diretor geral da instrução pública Dr. Dormevil José dos Santos Malhado, os professores do estabelecimento Antonio Correa da Silva Pereira, José Magno da Silva Pereira, Belarmino Augusto de Mendonça Lobo, Antonio Correa da Costa, João Pedro Gardès e José Estevão Correa, diversas autoridades civis e militares e pessoas gradas desta Capital, o sr. presidente da Província abriu a sessão declarando, depois de uma breve alocuação, estar instalado o Liceu Cuiabano da Província de Mato Grosso, criado pela lei provincial n° 536, de 3 de dezembro de 1879.¹

Em sua mensagem aos deputados, o governador destacou a importância do liceu:

Este estabelecimento inaugurado com toda a solenidade no dia 7 de março do corrente ano, compreende dois cursos de humanidades a saber:

O curso normal que se restringe a gramática da língua nacional, filosófica e literatura pátria, pedagogia e metodologia, matemática elementar, geografia geral e história do Brasil e o curso chamado de línguas e ciências preparatórias, que abrange, além das disciplinas que constituem o curso normal, com exceção de pedagogia e metodologia, as seguintes matérias:latim, francês, inglês, filosofia racional e moral, retórica e história universal.

O primeiro destes dois cursos tem por fim preparar professores e professoras para o magistério do ensino primário; o segundo habilitar os aspirantes à matrícula nos cursos superiores do país.

A criação deste tão útil estabelecimento é de muito alcance para o programa da Província, pois, desapareceu assim a barreira que vedava aos pais, que dispunham de poucos recursos, proporcionar a seus filhos uma educação mais completa, porque aqui mesmo receberão, sem grandes dispêndios, a instrução apropriada a sua vocação e se habilitarão para o estudo dos cursos superiores.
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FONTE: Estevão de Mendonça, Datas Matogrossenses, (2a. edição) Governo de Mato Grosso, Cuiabá,1973, página 120, ²Presidente Barão de Maracaju, Mensagem à Assembleia Provincial, 1° de outubro de 1880.

FOTO: primeira sede do Liceu Cuiabano, reproduzido do Albim Grephico de Matto-Grosso, Corumbá, 1914.
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2 comentários:

Unknown disse...

Boa Tarde Sérgio

Primeiramente gostaria de te parabenizar pelo rico conteúdo do Blog.

Estou estudando sobre a fundação da cidade de Corumbá, e acabei me deparando com a seguinte dúvida:

O então governador da Capitania de Mato Grosso e Cuiabá, Luiz de Albuquerque de Mello Pereira e Cáceres, no intuito de estabelecer definitivamente a posse para a coroa portuguesa das terras a oeste do rio Paraguai, e assim garantir a expansão das fronteiras, manda fundar a forte Coimbra em 1775, o qual por sinal é fundado em local errado. No mesmo intento, o da fixação de fronteiras, manda que seja fundado um povoado no local indicado pelo Capitão - mor João Leme do Prado, na foz do rio Miranda no rio Paraguai, e incumbe o engenheiro Ricardo Franco, para tal tarefa. Ricardo Franco então funda o povoado que deu origem ao atual distrito de Albuquerque, mas, devido às condições do terreno local, propenso à inundações, o mesmo decide fundar um novo povoado rio acima, que também recebeu o nome de Albuquerque (atual Corumbá).
Corumbá se desenvolveu mais rapidamente que Albuquerque, mas no ano de 1800 há o grande incêndio que consumiu o lugarejo, o que ocasionou a debandada da população local, muitos dos quais acabaram por migrar para Albuquerque (atual distrito).
A Lei Provincial nº 11, de 26 de agosto de 1835, elevou a Albuquerque à condição de freguesia, e posteriormente a Lei Provincial nº 12, de 06 de julho de 1850 elevou a dita freguesia à condição de vila. Mas devido às condições precárias da vila, bem como as difíceis condições financeiras da Província, a Resolução n° 01, de 18 de junho de 1851, extingue tanto a Vila de São Luiz do Paraguay, quanto a Vila de Nossa Senhora da Conceição de Albuquerque.
Passados mais alguns anos, pela A Lei Provincial nº 01, de 02 de junho de 1857, a freguesia de Nossa Senhora do Carmo de Miranda é elevada a condição de vila, e a então freguesia de Albuquerque passa a ser freguesia da nova Vila.
A dúvida surge ai, lendo os relatórios dos Presidentes da Província de Mato Grosso, verifica-se que é tratado como freguesia sempre o distrito de Albuquerque, já Corumbá é tratado como povoação de Albuquerque. No entanto, devido a melhor localização, Corumbá recupera a importância que tinha antes, tanto que, a Resolução nº 7, de 06 de julho de 1854, determinava que caso fosse instalada a mesa de rendas na antiga povoação, a sede da freguesia deveria ser transferida para a mesma (Corumbá).
Como é sabido, esta resolução não chegou a ser executada, pois, devido ao grande desenvolvimento da Povoação de Albuquerque, que agora era chamada de Corumbá (talvez uma forma de diferenciá-la de Albuquerque), a mesma foi elevada a condição de vila, com o nome de Santa Cruz de Corumbá pela Lei Provincial nº 6, de 10 de julho de 1862, sendo que, o mesmo ato cria uma nova freguesia, desmembrada da de Albuquerque.
Gostaria de perguntar ao senhor, se a freguesia de Albuquerque se refere mesmo ao distrito de Albuquerque ou a cidade Corumbá, e qual dos “Albuquerques” foi elevado à condição de vila no ano de 1850. Questiono também, o porquê de nunca ser levado em consideração que tal vila fora extinta em 1851, e erroneamente considera-se Corumbá como a mais antiga cidade do Mato Grosso do Sul, haja vista que a mesma fora desmembrada de Miranda em 1862.
Desde já agradeço a atenção.

Guilherme Machado Teixeira

datasefatoshistoricos.blogspot.com disse...

Olá Guilherme, somente hoje tive tempo de abrir o seu comentário. Em primeiro lugar,muito obrigado por acompanhar nosso blog. Quanto ao seu questionamento,vou ver o que consigo responder. Por enquanto apenas o fato de ser Camapuã, a mais antiga povoação branca de Mato Grosso do Sul e não Corumbá. Um abraço.
Sergio Cruz.

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