16 de setembro
1866 - Tropas brasileiras chegam ao Agachi
A caminho de Miranda, de
onde partiria para a fronteira a fim de combater o inimigo em seu território,
a força expedicionária brasileira acampa às margens do pequeno
córrego de onde escreve o tenente Taunay:
Às 7 ½ da manhã decampou-se, caminhando 2 ½ léguas em terrenos planos às vezes em outras onduladas até o pouso do Uagaxi, onde se chegou às 11 horas da manhã, formando-se o acampamento da margem esquerda do córrego do mesmo nome, que neste tempo mal deu água para a força. Vai este engrossando por pequenos contingentes, passar no caminho entre Lauiâd e Esponadigo e banhar a pequena aldeia de Quiniquinaos em Uagaxi, a qual fora destruída pelos paraguaios, indo os índios refugiar-se nas brenhas da serra de Maracaju. O rumo médio seguido foi ao O.: o trilho, que ora se alarga nos campos, ora estreita-se, é de base argilo-silicosa, firme pela elevação dos terrenos sobre que é lançado.
FONTE: Taunay, Alfredo D’Esgragnolle, Em Mato Grosso Invadido, Companhia Melhoramentos de S. Paulo, sd, página 83.
16 de setembro
1886 - Bispo de Cuiabá chega à fazenda Santa Rosa
Procedente de Nioaque e da fazenda Boa Esperança, chega à fazenda Santa Rosa (hoje município de Maracaju), o bispo Dom Luis, na primeira visita de um chefe da igreja no Estado, à região Sul. O evento é registrado em seu diário pelo cônego Bento Severiano da Luz, o escriba da comitiva:
Partimos na manhã seguinte e as 10.00 horas chegamos à confortável a aprazível fazenda Santa Rosa, de propriedade do Sr. capitão João Caetano Teixeira Muzi. S. Excia. foi recebido e hospedado com um cavalheirismo exemplar e o mesmo sucedeu ao pessoal de sua comitiva. O Sr. Muzi com sua muito ilustre consorte a Exma. Sra. Dona Filomena Chaves Muzi cuidaram logo de pedir e obtiveram de S. Exa. a demora de alguns dias na fazenda. Foi uma solução que muito aplaudimos. As forças estavam esgotadas, era necessário afrouxar o arco e o lugar era próprio para isso.- Ludus animo debet alquando dari, ad cogitandum melior ut redeat sibi. (Phed Liv. 3° fab. 4a.).
A fazenda denominada Porto de Santa Rosa foi fundada antes de 1850. Fica à margem direita do Brilhante, 12 léguas abaixo de sua vertente. Seus terrenos são acidentados, fertilíssimos, e tem abundância de águas altas, arroios correntosos, proporcionados para fornecerem regos d'água que poderão tocar grandes máquinas; oferece golpes de vista magníficos, pois dos pontos mais elevados se avistam superfícies de vinte e mais léguas. O caminho mais frequentado é o que vem de Santa Ana do Paranaíba a este ponto e daqui à República do Paraguai. O Brilhante dista 8 léguas do rio Vacaria com o qual vai se juntar mais abaixo e formar o Ivinhema, tributário do Paraná. Seu curso é de 42 léguas mais ou menos, e suas margens assim como a de outros rios são habitadas pelos selvagens das tribos coroados, canjuaz, guarani e canguaz.
A casa de vivenda á ótima: bem construída, espaçosa e ornada de elegantes móveis. Os cômodos são excelentes e tão convenientemente divididos, que quando ocupado por hóspedes, ficam estes inteiramente independentes da família. Há outras casas próprias para mantimentos; um engenho de cana, olaria, tenda de ferreiro e estava em começo uma casa de serraria bem montada. A fazenda é aformoseada por árvores frondosas e circundada de muitas fruteiras, notando-se muito gosto nas partes componentes desta bela morada, devido ao natural, ativo e industrioso de seu proprietário, que entende de tudo um pouco e exerce um pouco de todas as profissões.
S. Exa. Rvma. celebrou e pregou uma vez e deu o Crisma a 60 pessoas, 32 do sexo masculino e 28 do feminino. Eu também celebrei e preguei uma vez e fiz além disso 4 batizados e 2 casamentos.
Na manhã do dia 20, finalmente, a caravana deixa a fazenda Santa Rosa, com destino a fazenda Passatempo, última parada, antes de chegar a Campo Grande, termo de sua primeira visita ao sul do Estado.
FONTE: Luis-Philippe Pereira Leite, Bispo do Império, edição do autor, Cuiabá, sd, página 172.
16 de setembro
1886 - Bispo de Cuiabá chega à fazenda Santa Rosa
Teixeira Muzi, proprietário da fazenda Santa Rosa |
Procedente de Nioaque e da fazenda Boa Esperança, chega à fazenda Santa Rosa (hoje município de Maracaju), o bispo Dom Luis, na primeira visita de um chefe da igreja no Estado, à região Sul. O evento é registrado em seu diário pelo cônego Bento Severiano da Luz, o escriba da comitiva:
Partimos na manhã seguinte e as 10.00 horas chegamos à confortável a aprazível fazenda Santa Rosa, de propriedade do Sr. capitão João Caetano Teixeira Muzi. S. Excia. foi recebido e hospedado com um cavalheirismo exemplar e o mesmo sucedeu ao pessoal de sua comitiva. O Sr. Muzi com sua muito ilustre consorte a Exma. Sra. Dona Filomena Chaves Muzi cuidaram logo de pedir e obtiveram de S. Exa. a demora de alguns dias na fazenda. Foi uma solução que muito aplaudimos. As forças estavam esgotadas, era necessário afrouxar o arco e o lugar era próprio para isso.- Ludus animo debet alquando dari, ad cogitandum melior ut redeat sibi. (Phed Liv. 3° fab. 4a.).
A fazenda denominada Porto de Santa Rosa foi fundada antes de 1850. Fica à margem direita do Brilhante, 12 léguas abaixo de sua vertente. Seus terrenos são acidentados, fertilíssimos, e tem abundância de águas altas, arroios correntosos, proporcionados para fornecerem regos d'água que poderão tocar grandes máquinas; oferece golpes de vista magníficos, pois dos pontos mais elevados se avistam superfícies de vinte e mais léguas. O caminho mais frequentado é o que vem de Santa Ana do Paranaíba a este ponto e daqui à República do Paraguai. O Brilhante dista 8 léguas do rio Vacaria com o qual vai se juntar mais abaixo e formar o Ivinhema, tributário do Paraná. Seu curso é de 42 léguas mais ou menos, e suas margens assim como a de outros rios são habitadas pelos selvagens das tribos coroados, canjuaz, guarani e canguaz.
A casa de vivenda á ótima: bem construída, espaçosa e ornada de elegantes móveis. Os cômodos são excelentes e tão convenientemente divididos, que quando ocupado por hóspedes, ficam estes inteiramente independentes da família. Há outras casas próprias para mantimentos; um engenho de cana, olaria, tenda de ferreiro e estava em começo uma casa de serraria bem montada. A fazenda é aformoseada por árvores frondosas e circundada de muitas fruteiras, notando-se muito gosto nas partes componentes desta bela morada, devido ao natural, ativo e industrioso de seu proprietário, que entende de tudo um pouco e exerce um pouco de todas as profissões.
S. Exa. Rvma. celebrou e pregou uma vez e deu o Crisma a 60 pessoas, 32 do sexo masculino e 28 do feminino. Eu também celebrei e preguei uma vez e fiz além disso 4 batizados e 2 casamentos.
Na manhã do dia 20, finalmente, a caravana deixa a fazenda Santa Rosa, com destino a fazenda Passatempo, última parada, antes de chegar a Campo Grande, termo de sua primeira visita ao sul do Estado.
FONTE: Luis-Philippe Pereira Leite, Bispo do Império, edição do autor, Cuiabá, sd, página 172.
16 de setembro
1926 - Nasce em Rio Brilhante, Plinio Barbosa Martins
Filho de Henrique Martins e Adelaide Barbosa Martins, nasce em Entre Rios (atual Rio Brilhante) Plinio Barbosa Martins. Advogado, professor universitário, vereador, prefeito de Campo Grande, deputado federal e Constituinte. Como prefeito (1966/1969) foi o responsável pelo primeiro Plano Diretor de Campo Grande, "obra maciça de treze volumes, feita sob o comando do dr. Henri Macksoud, da Hidroservice, que tantos benefícios nos trouxe. Planejava o desenvolvimento de nossa cidade para as próximas décadas: o aproveitamento do Guariroba como manancial de abastecimento, a criação de um núcleo industrial e o planejamento de nossa expansão urbana, sobretudo a iplantação do mini-anel, depois do macroanel. Estas e muitas outras ações depois aqui executadas (sem que os governantes citassem a fonte de inspiração) contribuíram decisivamente para nosso progresso".
Em 1982, considerado candidato imbatível para o governo do Estado, na primeira eleição direta para o cargo, abriu mão em favor de seu irmão Wilson Barbosa Martins. Faleceu em 5 de outubro de 1998, em São Paulo.
FONTE: João José de Souza Leite, Plínio Barbosa Martins, in Campo Grande: Personalidades Históricas, volume 3, Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, 2012, página 99.
16 de setembro
1927 - Crime monstruoso abala Coxim
"Atirou pelas costas e jogou a sua vítima no fundo do rio Taquari, depois de arrancar-lhe o intestino". Sob este título, o Jornal do Commercio, de Campo Grande, destaca em sua primeira página, notícia de homicídio que causou enorme comoção no município de Coxim e em todo o Estado:
A pacífica população de Coxim foi abalada com a divulgação de um monstruoso crime, ocorrido no seu município, no lugar denominado Varjão.
Do inquérito policial instaurado pelo esforçado delegado de polícia capm. Oscar José da Costa, ficou apurado que no lugar denominado Varjão, foi morto com um tiro pelas costas o fazendeiro João José da Silveira, cujo corpo, depois de distripado, foi arrastado e atirado ao fundo do rio Taquari.
Pelos indícios colhidos foi preso Raimundo Nonato de Sousa, que confessou, perante aquela autoridade ter sido o autor do bárbaro assassinato, mas a mando de Rosalvo Azevedo Mourão, que se acha perseguido pela polícia, isto é, por civis que, na ausência de policiais, estão prestando apoio à autoridade constituída.
FONTE: Jornal do Commercio (Campo Grande), 16/09/1927.
16 de setembro
São iniciadas
viagens regulares uma vez por semana entre Cuiabá e Corumbá,
pela empresa Condor, que utiliza hidro-aviões. Com efeito, a imprensa cuiabana dava detalhes do evento:
Segundo noticiou nosso colega "O Democrata", estão assentadas entre o Governo do Estado e o representante da Condor Syndicat, as principais bases para o contrato que estabelecerá uma linha regular de navegação aérea, semanal, entre Corumbá e Cuiabá, servida pelo hidroavião "Iguassu" que conduzirá passageiros e malas postais em concordância não só com os trens noturnos da noroeste, como com o serviço aéreo que a referida Companhia pretende estabelecer de Corumbá a S. Paulo.
A principal obrigação assumida pelo Estado é a de garantir sempre, em cada vôo, uma lotação de três passageiros, que pagará à empresa, se ela não os encontrar.
Embora pareça pesado ao Estado, na situação de aperturas em que vamos vivendo, o auxílio a que se comprometeu, ele se tornará muito reduzido ou nenhum, tão logo se generalize entre nós o uso das viagens aéreas em que o tempo ganho fará esquecer a elevação do preço das passagens.
O Dr. Anibal de Toledo, felicitamos pois, por sua útil e feliz iniciativa.
A Condor constituiu seu representante aqui a conceituada firma Henrique Hesselein & Sergel, a cujo cargo ficaram os negócios referentes à passagens e correspondências, que ela já anunciou em plar afixado em sua casa como hão de ser tratadas.
Segundo noticiou nosso colega "O Democrata", estão assentadas entre o Governo do Estado e o representante da Condor Syndicat, as principais bases para o contrato que estabelecerá uma linha regular de navegação aérea, semanal, entre Corumbá e Cuiabá, servida pelo hidroavião "Iguassu" que conduzirá passageiros e malas postais em concordância não só com os trens noturnos da noroeste, como com o serviço aéreo que a referida Companhia pretende estabelecer de Corumbá a S. Paulo.
A principal obrigação assumida pelo Estado é a de garantir sempre, em cada vôo, uma lotação de três passageiros, que pagará à empresa, se ela não os encontrar.
Embora pareça pesado ao Estado, na situação de aperturas em que vamos vivendo, o auxílio a que se comprometeu, ele se tornará muito reduzido ou nenhum, tão logo se generalize entre nós o uso das viagens aéreas em que o tempo ganho fará esquecer a elevação do preço das passagens.
O Dr. Anibal de Toledo, felicitamos pois, por sua útil e feliz iniciativa.
A Condor constituiu seu representante aqui a conceituada firma Henrique Hesselein & Sergel, a cujo cargo ficaram os negócios referentes à passagens e correspondências, que ela já anunciou em plar afixado em sua casa como hão de ser tratadas.
FONTE: Mendonça,
Estevão de, Datas Matogrossenses, (2ª edição)
Governo de Mato Grosso, Cuiabá, 1973; página 15 e jornal O Matto-Grosso, Cuiabá, 21 de setembro de 1930.
FOTO: hidroavião em Cuiabá, na década de 30.
16 de setembro
FOTO: hidroavião em Cuiabá, na década de 30.
16 de setembro
1962 - Inaugurada em Ponta Porã a maior fábrica de mate solúvel do mundo
Foi inaugurada em Ponta Porã, uma indústria de mate solúvel, com capacidade para 420.000 quilos anuais, pertencente à Federação das Cooperativas de Mate Amambai Ltda, que reúne cerca de 1300 associados.¹ (Correio da Manhã 16/9/1962)
A fábrica "foi planejada e construída por engenheiros brasileiros, operários brasileiros e com o capital nacional de uma Federação de Cooperativas de Produtores de Mate. Fica situada no município de Ponta Porã, Mato Grosso, e dentro de mais alguns dias estará produzindo mate solúvel para tender as necessidades do mercado nacional e também para exportação. A fábrica é a concretização do idealismo do dr. Adjalmo Saldanha, organizador e impulsionador das primeiras cooperativas de mate naquele estado e a quem Mato Grosso e o Brasil ficam a dever a implantação, em bases sólidas daquela indústria regional".²
Cem milhões de cruzeiros foram aplicados no empreendimento, com maquinaria 95% nacional.
À inauguração compareceram inúmeros convidados, entre eles o representante do Instituto Nacional do Mate, Flávio Calazans Vieira. Falaram na cerimônia, Eraldo Saldanha Moreira, presidente da Federação dos Produtores de Mate, Adjalmo Marinho, diretor do INM e o prefeito de Amambai,³ Heron da Rosa Brum.
Matex foi a marca do café solúvel fabricado e distribuído pela empresa.
FONTE: Correio da Manhã (Rio de Janeiro), 16/09/1962); ²Idem, 08/07/1962; ³Diário da Noite (RJ), 20/09/1962)
16 de setembro
1963 - Jango entrega escrituras a colonos e recebe título de cidadão douradense
Prefeito Napoleão, presidente Jango e governador Fernando
Correa da Costa. Ao fundo senador Rachid Saldanha Derzi
Sete meses após ter restituído os poderes de chefe do governo,no plebiscito que derrubou o efêmero parlamentarismo, o presidente "Jango esteve em Dourados para entregar títulos de propriedade de lotes aos colonos da CAND e recebeu deferências explícitas. Nessa ocasião foi agraciado com o título de 'Cidadão Douradense,' concedido pela Câmara de Vereadores. A proposição de concessão do título foi feita pelo vereador Janary Carneiro Santiago,do PTB".
Era presidente da Câmara o vereador Jofre Damasceno que "após as formalidades de praxe, saudou o presidente da República e reiterou votos de confiança no presidente 'afirmando que confiava em seu governo e em especial as (sic) atenções que seriam dispensadas às nossas reivindicações.' O presidente, ao agradecer pelo título recebido, declarou-se compromissado com os douradenses a quem 'de hora em diante, como filho de Dourados, atenderia às justas e precisas reivindicações desta terra que é minha".
Atenta historiadora constata que a visita presidencial "foi cuidadosamente programada, tanto por vereadores quanto pelo prefeito (Napoleão Francisco de Souza, do PTB), que recepcionou Jango em sua própria casa. O presidente foi recebido por políticos de todos os matizes com grande festa e participou de desfile pelas ruas da cidade e comício em praça pública".
Dessa viagem ao Estado, a imprensa nacional destacou o discurso do presidente Jango em Vila Brasil (atual Fátima do Sul)
FONTE E FOTO: Suzana Arakaki, Dourados:memórias e representações de 1964, Editora UEMS, Dourados,2008, página 49.
16 de setembro
1974 - Governo admite divisão de Mato Grosso em dois estados
O ministro Rangel Reis, do governo do general Ernesto Geisel, admitiu pela primeira vez a disposição do governo federal em dividir o Estado de Mato Grosso em duas unidades. A notícia ganha a primeira página de todos os jornais do país:
- As acentuadas diferenças entre as regiões Norte e Sul de Mato Grosso são a razão fundamental da decisão do governo federal para dividir o Estado em dois, baseando os seus estudos na Lei Complementar n° 20, afirmou ontem o ministro do Interior, sr. Rangel Reis.
Em Cuiabá, porém, o futuro governador do Estado, deputado Garcia Neto, disse em seu primeiro discurso pela televisão, que esteve em Brasilia, com o ministro Golbery do Couto e Silva, recebendo dele a orientação para elaborar seu plano de governo "para todo Mato Grosso". Acrescentou que o chefe da Casa Civil da Presidência da República disse "nada haver de concreto sobre a redivisão".
ÚNICA DIVISÃO - Segundo o ministro do Interior, os problemas atuais de Mato Grosso dão a esse Estado prioridade a curto prazo para a redivisão que é única no momento em estudo pelo governo federal, embora a lei complementar n° 20 - que originou a fusão Guanabara-Estado do Rio - ofereça possibilidades para a divisão de outros Estados.
Em Cuiabá, o sr. Garcia Neto acusou ainda a oposição de procurar discutir o assunto da redivisão "nunca clima passional" e destacou que, conforme soube, não serão criados os territórios de Aripuanã e Xingu, "como sugeriram os técnicos do Ministério do Planejamento.
FONTE: Jornal do Brasil (RJ), 17 de setembro de 1974.
1963 - Jango entrega escrituras a colonos e recebe título de cidadão douradense
Correa da Costa. Ao fundo senador Rachid Saldanha Derzi
Sete meses após ter restituído os poderes de chefe do governo,no plebiscito que derrubou o efêmero parlamentarismo, o presidente "Jango esteve em Dourados para entregar títulos de propriedade de lotes aos colonos da CAND e recebeu deferências explícitas. Nessa ocasião foi agraciado com o título de 'Cidadão Douradense,' concedido pela Câmara de Vereadores. A proposição de concessão do título foi feita pelo vereador Janary Carneiro Santiago,do PTB".
Era presidente da Câmara o vereador Jofre Damasceno que "após as formalidades de praxe, saudou o presidente da República e reiterou votos de confiança no presidente 'afirmando que confiava em seu governo e em especial as (sic) atenções que seriam dispensadas às nossas reivindicações.' O presidente, ao agradecer pelo título recebido, declarou-se compromissado com os douradenses a quem 'de hora em diante, como filho de Dourados, atenderia às justas e precisas reivindicações desta terra que é minha".
Atenta historiadora constata que a visita presidencial "foi cuidadosamente programada, tanto por vereadores quanto pelo prefeito (Napoleão Francisco de Souza, do PTB), que recepcionou Jango em sua própria casa. O presidente foi recebido por políticos de todos os matizes com grande festa e participou de desfile pelas ruas da cidade e comício em praça pública".
Dessa viagem ao Estado, a imprensa nacional destacou o discurso do presidente Jango em Vila Brasil (atual Fátima do Sul)
Ultima Hora (Rio) 17 de setembro de 1963 |
FONTE E FOTO: Suzana Arakaki, Dourados:memórias e representações de 1964, Editora UEMS, Dourados,2008, página 49.
16 de setembro
1974 - Governo admite divisão de Mato Grosso em dois estados
O ministro Rangel Reis, do governo do general Ernesto Geisel, admitiu pela primeira vez a disposição do governo federal em dividir o Estado de Mato Grosso em duas unidades. A notícia ganha a primeira página de todos os jornais do país:
- As acentuadas diferenças entre as regiões Norte e Sul de Mato Grosso são a razão fundamental da decisão do governo federal para dividir o Estado em dois, baseando os seus estudos na Lei Complementar n° 20, afirmou ontem o ministro do Interior, sr. Rangel Reis.
Em Cuiabá, porém, o futuro governador do Estado, deputado Garcia Neto, disse em seu primeiro discurso pela televisão, que esteve em Brasilia, com o ministro Golbery do Couto e Silva, recebendo dele a orientação para elaborar seu plano de governo "para todo Mato Grosso". Acrescentou que o chefe da Casa Civil da Presidência da República disse "nada haver de concreto sobre a redivisão".
ÚNICA DIVISÃO - Segundo o ministro do Interior, os problemas atuais de Mato Grosso dão a esse Estado prioridade a curto prazo para a redivisão que é única no momento em estudo pelo governo federal, embora a lei complementar n° 20 - que originou a fusão Guanabara-Estado do Rio - ofereça possibilidades para a divisão de outros Estados.
Em Cuiabá, o sr. Garcia Neto acusou ainda a oposição de procurar discutir o assunto da redivisão "nunca clima passional" e destacou que, conforme soube, não serão criados os territórios de Aripuanã e Xingu, "como sugeriram os técnicos do Ministério do Planejamento.
FONTE: Jornal do Brasil (RJ), 17 de setembro de 1974.