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domingo, 6 de fevereiro de 2011

3 de abril



3 de abril

 

1865 – Chegada em São Paulo da força expedicionária

 

Chega a São Paulo o coronel Manoel Pedro Drago à frente dos oficiais, responsáveis pela formação da força expedicionária de Mato Grosso, destinada a combater os invasores do território brasileiro.

Com ele chegaram à capital paulista oficiais dos corpos de engenheiros, artilharia e saúde, que se juntarão a outros, no percurso até Coxim, na província de Mato Grosso.

O exmo. Sr. Conselheiro presidente da província mandou um piquete de cavalaria, comandado por um oficial ao encontro do sr. Coronel Drago, assim como uma guarda de honra para a porta do Hotel de Itália, onde S. Ex. está hospedado. Consta-nos que muitos oficiais dos corpos que se acham nesta capital foram igualmente ao encontro do sr. comandante das armas de Mato Grosso.

Ontem, o exm. Sr. Conselheiro Crispiniano Soares e seu ajudante de ordens, o sr. major Macedo, foram cumprimentar ao exm. sr. coronel Drago, assim como a oficialidade dos corpos aqui estacionados.1

 “Depois de uma demora de 7 dias em S. Paulo – segundo Taunay – a fim de se tratar do recebimento e organização da força destinada à expedição, constando de uma companhia de cavalaria de linha, do corpo de guarnição da província de S. Paulo e do corpo fixo da província do Paraná, deu-se a partida da mesma força, no dia 10, pelas 4 e meia da manhã”. 2

  ¹Correio Paulistano, 5 de abril de 1865; ²TAUNAY, Marcha das forças, Melhoramentos, S. Paulo, 1928, página 13.

 

 

 

3 de abril
1868 – Paraguaios deixam Corumbá


Fortificações antigas em Corumbá. Marcas da guerra do Brasil com o Paraguai


A fim de reforçar os exércitos na frente Sul do país, ao avanço das forças aliadas, dá-se a evacuação de Corumbá, ocupada desde o início da guerra em 1864. Lécio Gomes de Souza pormenoriza o acontecimento:

"Somente a 3 de abril de 1868 dar-se-á a evacuação de Corumbá e, na passagem dos navios que transportavam a tropa pelo Forte, a de Coimbra. Solano Lopez a determinara a fim de reforçar os exércitos na frente meridional, ao avanço inexorável das tropas aliadas, após a passagem de Humaitá a 19 de fevereiro daquele ano, quando a vila ficara em completa ruína e a fortaleza totalmente arrasada, facilitando, assim, a subida e a vitória definitiva dos efetivos aliados.

A certeza de que Corumbá ficara liberta da prolongada ocupação confirmar-se-ia meses depois. De ordem do vice-presidente da província, então em exercício do governono, Barão de Aguapeí, a 17 de agosto de 1868 partia de Cuiabá, o capitão João de Oliveira Melo, com uma patrulha de 50 homens escolhidos, para verificar 'de visu' a procedência do informe levado pelo capitão Antonio de Oliveira Jamacuru. O valoroso oficial deu cabal cumprimento à incumbência. Regressando à capital, transmitiu informações precisas do que havia observado.

Corumbá jazia deserta, as casas comerciais saqueadas, os edifícios públicos arrombados, muitos prédios incendiados. Tudo era desolação e tristeza. Os habitantes haviam fugido ou estavam prisioneiros nos campos de concentração no Paraguai, muitos já mortos, outros sofrendo maus tratos e torpezas. Ladário, Albuquerque e Coimbra ofereciam o mesmo lúgubre aspecto. Os campos estavam vazios, os rebanhos tangidos para o território inimigo. Parecia que a vida parara nas infelizes localidades. Nem mesmo uma esperança raiava para um possível ressurgimento". 


FONTE: Lécio Gomes de Souza, Historia de Corumbá, edição do autor, Corumbá, sd. Página 64.



3 de abril

1966 - Iniciadas as obras da hidrelétrica de Ilha Solteira

 

Obras da hidrelétrica de Ilha Solteira, no rio Paraná

Às 11 horas da manhã o presidente da República, Marechal Castelo Branco,movimentou o dispositivo elétrico que fez detonar uma carga de dinamite, dando início oficialmente, às obras da Ilha Solteira, principiadas em 1965, com a construção da ensecadeira, que é a obra inicial para a formação da represa, trabalho este que ficou a cargo da firma Camargo Correa S/A, vencedora da concorrência pública feita pela CIBPU, Comissão Interestadual da Bacia Paraná-Uruguai para aquelas obras. 

Nessa ocasião o presidente da República fixou as bases do recurso financeiro para o empreendimento em 600 milhões de dólares, provenientes de um consórcio internacional, liderado pelo Banco interamericano de Desenvolvimento, da Aliança para o Progresso (USAID) e de algumas empresas da Alemanha, Itália, Suiça, Espanha e Japão.

A hidrelétrica de Ilha Solteira foi oficialmente acionada em 31 de março de 1970 pelo general-presidente Emílio Garrastazu Medice e concluída em 1978.

A obra gigantesca deu origem a duas cidades: Ilha Solteira, em São Paulo e Selvíria em Mato Grosso do Sul, constituídas por trabalhadores em sua implantação.



FONTE: Enzo Silveira, Urubupungá Jupiá-Ilha Solteira, Gráfica Editora Alvorada, Campo Grande, 2012, página 353.


3 de abril

2001 – Morre em Dourados o ex-prefeito José Cerveira


José Cerveira, professor Kiochi Rachi, Sultan Raslan e Luiz Antonio

Faleceu em Dourados, o ex-prefeito José Cerveira. Advogado, deputado estadual por vários mandatos, antes da divisão do Estado, Cerveira exerceu, ao final de sua carreira política, a prefeitura de Dourados. Como vice, ocupou a vaga de José Elias Moreira, que renunciou em 1981 para ser candidato a governador pelo PDS. Na Assembléia Legislativa em Cuiabá, o maior destaque foi para sua defesa ao governador Pedro Pedrossian, quando este esteve ameaçado de impeachment em 1967.


FONTE: O autor.

FOTO: acervo de Kiochi Rachi


 


quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

5 de março

5 de março


1874 - Escravos libertados em homenagem à retomada de Corumbá.

Reunida nesta data, diretores de teatro de Cuiabá, dão conta da cessão do espaço da entidade a um grupo de jovens para apresentação de peças, cujo lucro foi revertido na libertação de escravos em Cuiabá e Corumbá, entre eles, um grupo cuja liberdade homenageou a retomada de Corumbá do jugo paraguaio, comemorada no dia 13 de junho, conforme relatório do comendador Henrique José Vieira, diretor da associação mantenedora do teatro:

"Contando com a vossa indulgência, cedi o teatro a diversos moços filantrópicos que se reuniram para nele representarem aplicando o lucro em favor da liberdade, dando o satisfatório resultado que passo a mencionar:

No dia 18 de abril de 1872 libertaram a uma escrava menor de nome Rita, de propriedade de Francisco Leite de Pinho e Azevedo, pela quantia de Rs. 400$000.

Em 29 de maio do mesmo ano libertaram a menor Joana, de propriedade de dona Maria Ribeiro Taques pela quantia de 200$000.

Em 13 de junho do referido ano, (comemorando o aniversário de Corumbá) libertaram a menor Romana, de propriedade de D. Luiza Mendes Malheiros, pela quantia de 300$000.

Libertaram ao menor João, de propriedade de Manoel Ferreira Coelho, pela quantia de 400$000.

Libertaram a menor Maria, de propriedade de Rosa Inocência de Vasconcelos, pela quantia de 400$000.

Libertaram, finalmente, ao menor Augusto, de propriedade de D. Rita da Ressurreição Nunes Bueno, pela quantia de 200$000".


FONTE: O Liberal, (Cuiabá), 15 de março de 1974.


5 de março


1932 - Fazendeiro ataca a Matte Larangeira



Campanário, sede brasileira da Matte Larangeira




Conseqüência de uma pendenga por posse de uma área de terra, o fazendeiro João Ortt, juntando pequeno grupo de amigos decide enfrentar a poderosa companhia que monopolizava a exploração e comércio da erva mate no Sul de Mato Grosso. Partiu de Maracaí, nome de sua propriedade, em litígio, em 5 de março de 1932. "Em vários pontos - acompanha-o o cronista Humberto Puiggari - já deveriam estar a postos outros grupos armados que se iriam incorporando ao que comandava pessoalmente. Caso fosse bem sucedido no arriscado empreendimento, tomaria Campanário, sede da empresa e imporia condições de modo a deixá-lo tranqüilo na 'posse' Maracahy.
 
Seguindo um plano anteriormente traçado fez atacar o rancho Paraná pelo seu lugar tenente Eduardo Cubas. Foi o primeiro fracasso. Sem desanimar dirigiu-se a determinado sítio onde deveria estar à sua espera um numeroso contingente armado. Lá não encontrou ninguém. Desanimado, finalmente, dissolveu o grupo que o acompanhava e passou-se para o território paraguaio, exilando-se voluntariamente".

 
A reação foi imediata, fulminante e de grande truculência:


A Empresa, de parceria com as autoridades policiais e com o objetivo de não deixar aparecer o motivo real do levante, passou a telegrafar aos quatro ventos, que nos ervais havia surgido uma revolução...COMUNISTA! Pobre João Ortt... elevado à dignidade de chefe comunista, sem saber mesmo até hoje o que venha a ser comunismo.


No Paraguai, recebia João Ortt notícias dos espancamentos e assassínios dos seus amigos comunistas, crimes esses cometidos por gente que se dizia da Empresa, aliada às autoridades locais. Somente em Sacarón, distrito onde está situada a 'posse' Maracahy, foram barbaramente assassinadas cinco pessoas: José M. Gadioso - degolado; Nicolás Martinez, degolado; o menor Pedro Rodrigues, fuzilado; um casal de índios, fuzilados e os corpos atirados na corrente do rio Maracahy.


Um mês depois, João Orth retornaria ao Brasil e voltaria a atacar a empresa,  dessa vez confrontando-se com forças do exército.




FONTE: Umberto Puigari, Nas fronteira de Mato Grosso, terra abandonada..., Casa Mayença, São Paulo, 1933. Página 113.
FOTO: Luiz Alfredo Marques Magalhães, Retratos de uma época, (2ª edição), edição do autor, Campo Grande, 2013, página 169. 



quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

29 de abril

29 de abril

1945 – Inaugurada a nova igreja matriz de Rio Brilhante



Capela de madeira, construída em 1906

Igreja matriz de Rio Briçhante, inaugurada em 1945



Com a presença do monsenhor Rodolfo Wohlrab, administrador da Diocese de Corumbá, o padre comissário Cipriano Bassler inaugurou a segunda sede da matriz de Rio Brilhante. Iniciada em dezembro de 1941, quando a cidade ainda se chamava Caiuás, a obra atendeu as atividades da igreja católica na cidade até 1972, quando foi inaugurado novo templo.

A missão de construir o novo templo em Rio Brilhante é revista pelo frei Pedro Knob:

Ao chegarem em Entre Rios, os franciscanos encontraram uma velha capela de madeira construída em 1906. Era pequena, com capacidade para umas cem pessoas. Dois anos antes, já havia sido formada uma comissão para angariar fundos para uma nova igreja. Era urgente a construção porque a antiga já estava a ponto de cair. Mas por falta de recursos não se começou logo. Ainda no termo da visita pastoral de 24 de maio de 1940, o bispo de Corumbá, D. Vicente B. M. Priante, registrou: "Exorto a começar logo que puder a nova igreja". Finalmente, após muitos anos de esforços, deu-se início à obra da nova igreja matriz no dia 3 de dezembro de 1941. Não havendo operários em condição de levantar a igreja, ficaram os alicerces abertos um ano inteiro. Além disso o povo começou a reclamar não ser possível fazer uma igreja tão grande. Então, o vigário Frei Leandro Schnabel, depois de conversar com diversos cidadãos e com as autoridades da cidade, resolveu erguer uma igreja de dimensões menores, reduzindo-a de 30x10 m para 23x8 m. Mas o padre visitador, Frei Mateus Hoepers, ao ver, em 1943, a igreja iniciada, considerou-a 'uma pequena capela'. Finalmente, em 29 de abril de 1945, ela ficou pronta e com a presença de monsenhor Rodolfo Wohlrab, o administrador da Diocese de Corumbá após a morte de D. Vicente, o padre comissário Frei Cipriano Bassler inaugurou solenemente a nova igreja matriz.


FONTE: frei Pedro Knob, A Missão Franciscana do Mato Grosso, Edições Loyola, São Paulo, 1988, página 226.


29 de abril


1984 – Trabalhadores sem terra ocupam gleba Idalina








Mais de mil famílias, oriundas do extremo Sul do Estado e do Paraguai, ocupam de madrugada a gleba Idalina, às margens do rio Guiraí no município de Ivinhema. A área de mata pertencia à empresa colonizadora Someco, de São Paulo. No dia 13 de maio ocorreu o despejo, considerado até então o maior da história de Mato Grosso do Sul. Esta invasão desencadearia o processo político da luta pela terra no Estado, coordenado pelo MST, Fetagri, CUT e outras organizações ligadas aos trabalhadores rurais. Os ocupantes de  Idalina, nas negociações frustradas para permanência na área invadida, tiveram o apoio da CPT, Comissão Pastoral da Terra, através do bispo Teodardo Leitz, de Dourados e do deputado Sergio Cruz (PMDB-MS). Era governador do Estado Wilson Barbosa Martins (PMDB) e secretário de Segurança Pública Aleixo Paraguassu.

Acampados numa área pertencente à igreja católica, na vila de São Pedro, em Dourados, os despejados em Idalina foram assentados numa fazenda adquirida pelo governo estadual no município de Nioaque, o assentamento Padroeira do Brasil. A área desocupada no município de Ivihema, foi desapropriada pelo governo Sarney e transformada no assentamento Novo Horizonte do Sul, formado por brasiguaios, brasileiros que estavam no Paraguai. Novo Horizonte do Sul foi emancipado em 1995.
 



FONTE: Sergio Cruz, Conflito de Ivinhema, violência contra os trabalhadores sem terra, Câmara dos Deputados, Brasília, 1984.

FOTO: Diário da Serra, de Campo Grande.

sábado, 14 de dezembro de 2013

27 de dezembro

27 de dezembro

1864 – Paraguaios atacam forte Coimbra




Sob o comando coronel Vicente Barrios, as forças de invasão de Solano Lopez, protegidas por denso nevoeiro, se aproximam da fortificação brasileira no rio Paraguai e somente “quando a fumaça das chaminés dos navios foi avistada pelas sentinelas, Coimbra tomou conhecimento do avanço paraguaio.”

A frota de Barrios, segundo Carlos Francisco Moura, “capitaneada pelo Igurey, era formada por 5 vapores e 5 grandes embarcações a reboque e totalizava 39 canhões de bordo. Vieram a reboque também balsas-curral com gado para o abastecimento da tropa e cavalos. As tropas de combate formavam 4 batalhões, num total de 3.200 homens. Traziam também 12 peças de campanha.”


As forças de Coimbra, ainda conforme o mesmo autor, a “artilharia era constituída de 31 canhões velhos, dos quais apenas 11 estavam em condições de atirar, mas como o número de artilheiros era insuficiente, só 5 podiam ser manejados.


Ao amanhecer, o comandante brasileiro recebe o seguinte ultimatum:


Viva la República Del Paraguay! A bordo del vapor de guerra Igurey. Deciembre 27 de 1864. El Coronel Comandante de la Division de Operaciones del Alto Paraguay, em virtud de órdenes expressas de su gobierno, viene a tomar posesió del fuerte de su mando, y quiriendo dar una prueba de moderacion y humanidad invita á V. para que dentro de una hora lo rinda, pues que no hacerlo asi, y cumplido el plazo señalado, procederá a tomarlo á viva fuerza quedando la guarnición sugeta ás leyes del caso. Mientras espera su pronta respuesta, queda de V. atento, Vicente Bárrios. Al Señor Comandante del Fuerte de Coimbra.

 
Mesmo em completa desvantagem o comandante brasileiro respondeu ao inimigo com altivez:


Distrito Militar do Baixo-Paraguai, no Forte de Coimbra, 27 de dezembro de 1864. O tenente-coronoel , comandante deste Distrito Militar, abaixo assinado respondendo à nota enviada pelo coronel Vicente Bárrios, comandante da Divisão em Operações no Alto-Paraguai, recebida às 8 1/2 horas da manhã, na qual lhe declara que, em virtude de ordens expressas de seu governo, vem ocupar esta fortaleza; e querendo dar uma prova de moderação e humanidade o intima para que a entregue, dentro do prazo de uma hora, e que, caso não a faça, passará a tomá-la à viva força, ficando a guarnição sujeita às leis do caso: - tem a honra de declarar que, segundo os regulamentos e ordens que regem o Exército Brasileiro, a não ser por ordem de autoridade superior, a quem transmite neste momento cópia da nota a que responde - só pela sorte e honra das armas a entregará; assegurando a S. S. que os mesmos sentimentos de moderação que S. S. nutre, também nutre o abaixo assinado. - Pelo que o mesmo comandante, abaixo assinado, fica aguardando as deliberações de S. S., a quem Deus guarde.


Hermenegildo de Albuquerque Portocarrero, tenente-coronel.


O ataque paraguaio ao forte foi autorizado com o desembarque de suas tropas em ambas as margens do rio:

Os paraguaios romperam fogo às 11 horas com canhões de bordo e a seguir com os canhões de campanha instalados do outro lado do rio, no morro da Marinha. Como entretanto os projéteis não alcançaram o forte, Portocarrero só respondeu o fogo às 14 horas.
A infantaria passou também ao ataque, avançando por entre a vegetação, mas era castigada pela artilharia e pela fuzilaria do forte.
As 19,30 a infantaria paraguaia cessou fogo e recolheu-se aos navios.
A guarnição do forte estava exausta, pois durante todo o dia combatera sem tréguas.(...)


Prosseguiu depois a fuzilaria e o canhoneio até à noite, quando novamente os paraguaios se recolheram aos navios.


Nessa noite o comandante Portocarrero reuniu um conselho de oficiais para discutir a gravidade da situação. Não era possível prosseguir a resistência, pois só restavam 1.000 cartuchos e não havia meios para confeccionar outros em número suficiente para resistir no dia seguinte. 


A conclusão a que chegaram todos foi a de que deviam abandonar o forte.
As 21 horas começaram os preparativos no maior sigilo para não levantar suspeitas aos paraguaios. Às 23 horas a Anhambai partiu rio acima. Nele embarcaram todos, soldados e civis e mulheres e crianças que residiam na aldeia. Apenas os índios aliados preferiram seguir por terra, seguindo as trilhas do sertão que bem conheciam. A guarnição levou consigo a bandeira do forte e a imagem da padroeira.


No dia seguinte, Barrios ocupa o forte abandonado.

FONTE: Carlos Francisco Moura, O forte de Coimbra, sentinela avançada da fronteira, Edições UFMT, Cuiabá, 1975, página 60.

FOTO: TV Morena/Campo Grande.


27 de dezembro

1947 - Localizado avião desaparecido entre Cáceres e Corumbá

Aviões da FAB localizam avião e pilotos desaparecidos em voo entre Cáceres e Corumbá:

"Segundo noticiaram os jornais de ontem, o piloto Renato Pedroso, em virtude de uma avaria no avião que conduzia, de volta de Cáceres, havia desaparecido na última sexta-feira. Grande número de aparelhos da F.A.B. e de particulares, após ter conhecimento da notícia, puseram-se em campo à procura do conhecido aviador.

Felizmente três aparelhos, sendo dois da Força Aérea Brasileira, procedentes de Campo Grande, que estiveram pesquisando o local do desaparecimento do avião pilotado por Renato Pedroso, conseguiram localizar o desaparecido que se encontra, são e salvo na fazenda do Cecro, distante vinte quilômetros desta cidade. Falando ao jornalista, declarou o aludido aviador que quando regressava de Cáceres, ocorreu uma pane no motor do avião, em consequência do que se viu obrigado a uma aterrissagem forçada, no prado da fazenda onde se encontra. Teve êxito a manobra, sofrendo o aparelho ligeiros desarranjos".

FONTE: Jornal de Notícias (SP), 30/12/1947.


27 de dezembro

2021 - Vítimas fatais do coronavírus tem dia de memória em Campo Grande

O Diário Oficial de Campo Grande publicou a lei 6.768, de iniciativa da Câmara Municipal, estabeledendo o 13 de abril, como o “Dia em Memória das Vítimas Fatais da Covid-19”l.

Com isso, a data passou a ser incluída no Calendário Oficial de Eventos do Município de Campo Grande.

O dia 13 de abril foi escolhido por ser a data em que foi registrado o primeiro óbito pela doença no município.


Ainda como lembrança dos mortos da covid 19, em julho, o prefeito autorizou a criação de memorial em homenagem aos mortos da Covid-19, sendo denominado "Apóstolo Edilson Vicente da Silva", pai do vereador Epaminondas Vicente Silva Neto, conhecido como 'Papy'.

O local tem como principal objetivo “guardar a memória dos cidadãos e prestar homenagem às vítimas”, que deverá conter a foto, nome completo e data de morte do homenageado.


FONTE: Correio do Estado, Campo Grande, 27/12/2021.

domingo, 6 de março de 2011

12 de agosto

12 de agosto

1833 - Fundada a Sociedade dos Zelosos da Independência

É fundada em Cuiabá a Sociedade dos Zelosos da Independência. Inspirada na congênere nacional Sociedade Defensora da Liberdade e da Independência Nacional, do Rio de Janeiro, tinha por finalidade, segundo seu estatuto, "procurar ligar pelos mais estreitos laços os verdadeiros Brasileiros, habitantes da Província de Mato Grosso, por meio de Instrução nos seus deveres e de mútua coadjuvação para assegurar a Independência do Brasil e fazer resistência legal à tirania, onde quer que esta se achar”.

Foram seus fundadores Antonio Patrício da Silva Manso, Dr. Pascoal Domingos de Miranda, Braz Pereira Mendes, José Alves Ribeiro, Joaquim de Almeida Falcão e Miguel Dias de Oliveira.

O ponto culminante de seu ativismo político foi a Rusga, em 30 de maio de 1834, em Cuiabá, quando sob sua direção, brasileiros natos confrontaram  empresários portugueses e estrangeiros, a quem pretendiam expulsar do Brasil.

FONTE: Rubens de Mendonça, Histórias das revoluções em Mato Grosso, edição do autor, Cuiabá, 1970, página 32.



12 de agosto

1835 -  Pena de morte para escravos



É sancionada pelo presidente da província de Mato Grosso, Antonio Pedro d'Alencastro, a lei n° 8, que pune com pena de morte, escravos que matarem, ferirem ou cometerem grave ofensa física ao seu senhor, administrador, feitor ou suas mulheres e filhos. Na íntegra o texto da nova lei:

Art.1 - Serão punidos com pena de morte os escravos de qualquer qualidade e sexo que matarem por qualquer maneira que seja, ferirem ou fizerem outra grave ofensa física a seu Sr., administrador, feitor ou suas mulheres e filhos. Se o ferimento ou ofensas forem leves a pena será de açoites e galés perpétuas, segundo as circunstâncias mais ou menos atenuantes.

Art. 2. - Nos delitos acima mencionados e no de insurreição serão os delinquentes julgados dentro do município do lugar onde cometeram o delito por uma junta composta de seis juízes de paz, presidida pelo juiz de Direito da comarca, servindo de escrivão aquele que for do mesmo juiz de Direito.

Art. 3. - Os juízes de paz terão jurisdição em todo o município para processarem tais delitos até a pronúncia.

Art. 4. - O juiz de Direito, reunida a junta dará princípio ao processo, mandando autuar todos os que tiver recebido sobre o mesmo delito, em um só e ajuntar a ele a nomeação dos vogais.

Art. 5. - Satisfeitos estes atos judiciais, se proferirá a sentença final, vencendo-se a decisão por quatro votos, e decidindo, no caso de empate, o juiz de Direito. A sentença, sendo condenatória, será executada no mesmo lugar do delito, sem recurso algum na forma determinada pelo art.38 e seguintes do Código Criminal, presidindo a execução o mesmo juiz de Direito, que deverá fazer assistir ao ato uma força armada e os escravos mais vizinhos em número correspondente à força.

Art.6. - Ficam revogadas todas as leis e mais disposições em contrário.

Esta lei foi revogada em 18 de abril de 1836, por José da Silva, vice-presidente em exercício.
 

FONTE: Coleção das leis provinciais de Mato Grosso, Cuiabá, 1835, edição 00001, página 41.



12 de agosto

1867 - Deputados aprovam moção aos heróis da retomada de Corumbá

Por iniciativa do deputado Silva Pereira e assinatura de 11 deputados, o plenário da Câmara, no Rio de Janeiro, "cheio de entusiasmo, pelo modo heroico porque se portaram as forças de Mato Grosso", no combate contra o inimigo na batalha pela retomada de Corumbá:

A Câmara dos Deputados aplaude com toda efusão de seu patriotismo, o ato glorioso da tomada da cidade de Corumbá, no dia 13 de junho do corrente ano, pela expedição sob o comando do tenente-coronel de comissão Antonio Maria Coelho, organizada e dirigida pelo presidente da província de Mato Grosso, dr. José Vieira de Couto Magalhães, e consigna, outrossim um voto de reconhecimento aos bravos das forças expedicionárias.

FONTE: Correio Mercantil (RJ), 13 de agosto de 1867.



12 de agosto 


1932 - Revoltosos vencem legalistas em Santa Quitéria







Na revolução constitucionalista, após ocupar Paranaíba, no dia 7 de agosto sem resistência, as forças do governo, sob o comando do capitão Odilio Dennys, batem-se com os revoltosos de Campo Grande às margens do rio Santa Quitéria. O relato é de Lindolfo Emiliano dos Passos, da polícia goiana, que, ao lado dos legalistas, participou do combate:

“O dia 12 de agosto amanhecia. Ao raiar do sol, ofuscado pela fumaça das queimadas, o inimigo rompeu o silêncio nos saudando com alguns disparos de sua artilharia, sendo os primeiros de festim para desencadear, após, insistente bombardeio com granadas.


Foi como prevíamos: preparavam o combate para a infantaria, o que, na verdade aconteceu, cessado o canhoeiro. Enquanto o comandante Carvalhinho atacava o inimigo no seu flanco esquerdo, nós o combatíamos pela frente e na suas posições defensivas, das quais não arredava um passo, impedindo-nos de progredir pelo maciço fogo de suas metralhadoras e obuses. O tempo passava e a luta continuava com o mesmo ardor . Na retaguarda inimiga o fogo parou com o fracasso da missão de Carvalhinho que caiu nas malhas do inimigo, resultando à debandada geral dos patriotas. Às 14 horas mais ou menos a situação continuava a mesma e o desgaste dos nossos soldados já se fazia sentir não só pelo cansaço, como pela sede e pela fome. A nossa munição escasseava e não tínhamos provimentos de material e pessoal para sustentar a luta contra o adversário que, no peito e na garra, não cedia um palmo de terreno de suas posições defensivas, tendo ainda por garantia a proteção do rio Quitéria. À certa altura da refrega o comandante do 3º pelotão não conseguiu conter o pânico de alguns elementos que, supondo-se cercados pelo inimigo, abandonaram suas posições. Foi o quanto bastou para que o pelotão inteiro se retirasse, seguido também pela 2ª parte do 1° pelotão. No auge da debandada o coronel Salomão de Faria embarcou no seu carro determinou ao motorista sargento Neves, que tocasse para Santana e o mesmo destino tomou o major Benedito Quirino. Diante da fuga desses chefes a balbúrdia recrudesceu, correndo os soldados em direção dos caminhões, com os motoristas manobrando os veículos para zarparem na maior confusão. "Tomando medida drástica, determinei ao tenente Varanda que bloqueasse a estrada com um caminhão e ordenei ao sargento Pedro Moreno que ficasse junto ao mencionado caminhão e metralhasse o veículo que tentasse fugir. Despachei um caminhão para a cabana Agda onde estava o tenente Almiro, com o pessoal do aprovisionamento e rancho, para os conduzirem ao rio Santana, onde deviam estacionar. Garantindo nossa retirada, as duas secções de metralhadoras pesadas e os fuzis metralhadores Z. B. fizeram a cobertura, mantendo um fogo contínuo contra o adversário enquanto os pelotões eram organizados e embarcados nos caminhões. Por fim recolhemos as metralhadoras e os elementos de suas guarnições e nos retiramos com absoluta ordem. Ao cair da noite todo o contingente estava bivacado à margem direita do caudaloso rio Santana, a 9 quilômetros da cidade. Nessa refrega apenas duas praças sofreram ferimentos contusos. O rancho da tropa foi servido à noite. A nossa retirada não constituiu derrota, mas uma necessidade premente diante da escassez de meios para continuarmos combatendo um adversário, cuja superioridade ficou claramente evidenciada. Não possuindo os nossos soldados equipamentos de campanha não podiam prosseguir numa luta encarniçada, passando por agudas privações, sobretudo sede e fome. Lutamos durante oito horas consecutivas, sem um minuto de trégua e neste espaço de tempo foi consumida quase toda a munição bélica que possuíamos no local, num total de 60 mil tiros. Sem reservas para a substituição da tropa, a única saída viável era sua retirada do terreno da luta, manobra já prevista pelo capitão Odílio dentro de um critério tático e, se não aconteceu do modo previsto, contudo, nos retiramos em absoluta ordem, embora se tornasse necessária tomar medidas para efetivação da manobra, que redundaria num caos se processada à revelia. Não tivemos outra alternativa".



FONTE: Lindolpho E. Passos, Goiás de ontem, memórias militares e políticas, edição do autor, Goiânia, 1987, página 96.


FOTO: Reprodução. Meramente ilustrativa.




12 de agosto


1941Vespasiano nomeado prefeito de Campo Grande

Reconciliado com a ditadura de Vargas, a qual combateu em 1932, quando aderiu à revolução constitucionalista, Vespasiano Barbosa Martins aceita nomeação para prefeito de Campo Grande, a convite do interventor Júlio Müller. Permaneceu no cargo até 12 de setembro de 1942, sendo substituído por Carlos Hugueney Filho.


FONTE: Demosthenes Martins, Campo Grande,aspectos jurídicos e políticos do município, Academia de Letras e História, Campo Grande, 1972, página 39.


sexta-feira, 22 de novembro de 2013

12 de dezembro

12 de dezembro

1826 – Langsdorff chega ao rio Paraguai



Após diversos dias navegando pelo Taquari, a expedição científica Langsdorff, patrocinada pelo governo russo alcança finalmente o rio Paraguai:

Pela manhã de 12 de dezembro entramos na águas do Paraguai, caudal célebre nos anais das missões espanholas e portuguesas pelas vantagens excepcionais que sua navegação proporciona aos vastos territórios em que corre. Tem as cabeceiras do Alto Diamantino, na chapada central da América Meridional; dirige para o sul o majestoso curso e recebe o contingente de sete grandes rios até confluir com o Paraná, onde perde injustamente o nome para cedê-lo ao afluente. Grandes embarcações podem sulcá-lo desde Buenos Aires até Vila Maria e, subindo pelo rio Cuiabá, até a capital de Mato Grosso. É uma extensão de 600 léguas, livre do menor obstáculo, sem cachoeiras, nem corredeiras: em todo o percurso deslizam mansas águas fundas e largas. É o mais belo canal que a natureza formou para permitir ao homem devassar desertos tão dilatados, para povoá-los e dar-lhes as regalias de ativa navegação e imenso comércio. Em qualquer ponto achariam os barcos a vapor florestas para abastecê-los de combustível abundante e fácil. (...)


Abicamos na margem do Paraguai em frente à boca do Taquari e, como nos devíamos demorar até o dia seguinte para deixar o astrônomo fazer suas observações, aí acampamos. À tarde vimos passar o próprio a que acima aludi e que fora a Cuiabá pedir socorros contra os guaicurus.


Quando anoiteceu, ergueram-se do lado dos campos, que na véspera havíamos deixado, grandes clarões, acompanhados de muita fumaça. Eram fogos ateados pelos índios, pois decerto nenhum brasileiro se arriscaria, depois do rompimento de hostilidades, a andar tão arredado de Miranda, o povoado dali mais próximo, e a percorrer as vastidões em que imperam aqueles selvagens.


A todos os camaradas distribuiu o cônsul espingardas, pistolas, pólvora e balas e mandou colocar as sentinelas que durante a noite estiveram alerta afim de impedir qualquer surpresa.

FONTE: Hercules Florence, Viagem Fluvial do Tietê ao Amazonas, de 1825 a 1829, Edições Melhoramentos, São Paulo, 1941, página 68.



12 de dezembro
 
1899 – Nasce em Cuiabá Maria Constança de Barros Machado


Filha de Israel de Arruda Barros e Joana da Costa Barros, iniciou seus estudos na Escola Barão de Melgaço, no tempo da palmatória. Concluiu o Normal em 1917, na Escola Normal Pedro Celestino de Cuiabá e no ano seguinte mudou-se para Campo Grande, nomeada para lecionar na primeira escola pública isolada do sexo feminino, onde foi, por durante quatro anos, professora, secretária e diretora. Em 1922 foi designada para o Grupo Escolar Joaquim Murtinho. Em 1937 é nomeada vice-diretora e no ano seguinte assume a diretoria dessa instituição de ensino. Em 1939, no governo o interventor Júlio Müller, instalou e organizou o Liceu Campo-Grandense, mais tarde denominado Ginásio Estadual Campograndense.

Em 1951, a convite do governador Fernando Correa da Costa, assume a direção do Colégio Estadual e da Escola Normal Joaquim Murtinho, em substituição ao professor Múcio Teixeira Júnior. Em 1954 passa a integrar a Camapanha Nacional de Educadores Gratuitos, idealizada em Recife pelo professor Felipe Tiago Gomes. De 1956 a 1961, durante o governo de João Ponce de Arruda, permaneceu fora do Estadual e da Joaquim Murtinho, por questões políticas, retornando à direção das duas entidades, com a volta de Fernando Correa da Costa ao governo, em 1961.

Maria Constança de Barros Machado dá nome ao colégio que ela construiu e dirigiu


Faleceu em Campo Grande em 7 de abril de 1996.

FONTE: Maria da Glória Sá Rosa, Memória da Cultura e da Educação em Mato Grosso do Sul, UFMS, 1990, página 62


12 de dezembro

1912 – Realiza-se o primeiro júri na comarca de Campo Grande

Inaugurado no dia 12 de maio, com a posse do juiz Arlindo de Andrade Gomes, que renunciou 50 dias depois, somente nesta data foi realizado o primeiro júri em Campo Grande, sob a presidência do novo juiz, dr. Abreu. O réu chamava-se José João Bernardo de Freitas, acusado da morte de Francisco Veloso. Foi absolvido assim como os dois outros acusados, João Manoel dos Santos, soldado do Exército, e João Manoel da Silva, submetidos a julgamento nos dias seguintes, 13 e 14. No final a municipalidade foi condenada a pagar as custas, na importância de 557$000.” 

FONTE: Paulo Coelho Machado, Arlindo de Andrade, página 19.


12 de dezembro

1950 - Lançada pedra fundamental da igreja São Francisco em Campo Grande

É lançada a pedra fundamental da igreja São Francisco, em Campo Grande, fato revisto 68 anos após, pela imprensa local:


Foto antiga da paróquia e convento  de São Francisco de Assis, localizada na rua 14 de Julho, hoje sede da Província Franciscana. (foto: Reprodução Livro/A Missão Franciscana de Mato Grosso)Foto antiga da paróquia e convento de São Francisco de Assis, localizada na rua 14 de Julho, hoje sede da Província Franciscana. (foto: Reprodução Livro/A Missão Franciscana de Mato Grosso)
São quase 68 anos desde que a pedra fundamental da igreja São Francisco de Assis foi lançada no lugar em que o prédio surgiu imponente, no estilo imperial. No dia 12 de dezembro de 1950, o então prefeito de Campo Grande de Mato Grosso, Fernando Corrêa da Costa, fez o lançamento oficial da obra e naquele momento também renomeou a região que seria uma das mais importantes da cidade: “A partir dessa data, o Bairro Cascudo passa a se chamar Bairro São Francisco", decretou.
O paraibano Frei João Francisco Neto assumiu como pároco da São Francisco de Assis neste ano e, com muita simpatia, guiou o Lado B pela estrutura histórica do prédio construído por freis alemães, que depois passou por ajustes e expansões para abrigar a ordem dos Franciscanos.
O terreno onde hoje se encontra a paróquia foi doado por Luziano dos Santos, antigo dono do bar Vai ou Racha - antigamente localizado na outra esquina da quadra. No projeto, os religiosos tomaram a frente de tudo. O arquiteto foi o Frei Valfrido Stahie, o pedreiro o Frei Proto Schurr e a marcenaria ficou por conta do Frei Luís Kunkel. Assim as paredes foram subindo com ajuda de outros frades e apoio da comunidade.
A obra finalmente terminou em junho de 1956 e se tornou desde então um dos cartões postais da Capital. Discretos, os freis que ali moram passam despercebidos por muitos, assim como o convento, hoje considerado sede da Província Franciscana do Estado. 

Fachada permanece a mesma até hoje, quase 68 anos desde a inauguração da pedra fundamental (Foto: Kisie Ainoã)Fachada permanece a mesma até hoje, quase 68 anos desde a inauguração da pedra fundamental (Foto: Kisie Ainoã)
Brasão da Ordem Franciscana representa os braços de Jesus Cristo e São Francisco de Assis. (Foto: Kisie Ainoã)Brasão da Ordem Franciscana representa os braços de Jesus Cristo e São Francisco de Assis. (Foto: Kisie Ainoã)
Todos os vitrais da Igreja Matriz contam a história da vida de São Francisco de Assis. Eles, assim como a imagem do santo que se encontra no alto da igreja, foram trazidos de São Paulo, de onde também veio a inspiração, semelhante ao Convento dos Franciscanos de Pari. "Esta imagem dos dois braços é o Brasão da Ordem Franciscana e representa o braço de Jesus Cristo e de São Francisco de Assis", explica o pároco João Francisco a respeito de uma imagem que está constantemente representada na paróquia.
Mas esta não foi a primeira casa dos franciscanos em Mato Grosso do Sul. Antes mesmo de 1950, no ano de 1941, se situavam em uma discreta casa na Rua Antônio Maria Coelho, no número 804. "Eles vieram pro o Brasil primeiro para Petrópolis, no Rio de Janeiro, por conta da 2ª Guerra Mundial. Lá já havia uma sede Franciscana. Em terras brasileiras, aprenderam o idioma e vieram para Mato Grosso do Sul em seguida", detalha o Frei.
Em área doada por dono de bar, paróquia surgiu há 68 anos e mudou nome de bairro
Na parte interna da paróquia, o imenso pé direito da construção tem uma justificativa plausível: o calor campo-grandense. "Dessa forma, os engenheiros conseguiram que aqui dentro ficasse mais fresco. Imagine na época, não tinha luz, muito menos ar condicionado".
Apaixonado pela estrutura, o Frei brinca que é "suspeito", mas acredita que a paróquia de São Francisco de Assis é a mais bela da cidade. 
Olhando de fora não dá para ter noção da gigante estrutura franciscana. Mas ao entrar no convento, caminhar até a seguinte construção anexa, criada anos depois da entrega da paróquia, chegando até a imensa horta que mais parece uma floresta em que os olhos perdem a noção de seu fim.
Só é possível realmente entender a dimensão da estrutura quando o olhar se volta para o externo e nota-se os condomínios de grandes construtoras, o que dá a entender que o terreno já está na Avenida Ernesto Geisel.
Nos detalhes da construção as marcas do tempo. Nas pedras que servem como revestimento na área externa do prédio, as manchas de terra são prova de que passaram-se anos desde sua instalação.
Três sinos estão dispostos em pontos distintos da paróquia e do convento, e cada um toca em um horário diferente: às 6h, às 12h e às 18h. "O único horário em que todos soam juntos é às 18h", diz o frei.
Umas singela capela fica disposta nos fundos da construção, ao lado de um belo mural que teve sua restauração finalizada ontem (08). "No piso superior do convento são os dormitórios, aqui embaixo temos a enfermaria em que ficam os freis mais idosos caso houver necessidade", detalha.
Uma das portas de acesso no último conjunto do prédio, em frente a ala dos retiros. (Foto: Kisie Ainoã)Uma das portas de acesso no último conjunto do prédio, em frente a ala dos retiros. (Foto: Kisie Ainoã)
Um dos três sinos do prédio, este está localizado na área interna do convento. (Foto: Kisie Ainoã)Um dos três sinos do prédio, este está localizado na área interna do convento. (Foto: Kisie Ainoã)
Frei João Francisco mostra o azulejo instalado na sacristia desde a construção do prédio. (Foto: Kisie Ainoã)Frei João Francisco mostra o azulejo instalado na sacristia desde a construção do prédio. (Foto: Kisie Ainoã)

Festa - Com uma vida focada do celibato e na abdicação total de riquezas, o Frei João Francisco permanece por 6 anos como pároco da paróquia e, pela primeira vez, movimenta a Quermesse em comemoração ao dia do santo. A festa acontece hoje (10), com missa de celebração às 18h.
"Estamos trabalhando nessa celebração desde agosto. É muito trabalho a ser feito mas agora estamos mais tranquilos. Devido ao 1º turno das eleições e a matriz ser zona eleitoral, não foi possível realizar o evento no início do mês de outubro, próximo a data que fazemos lembrança de São Francisco de Assis, dia 04, e assim o evento foi transferido para esta data", pontua.
Após a missa, a comunidade pode desfrutar das barracas e festejos, com direito à show de prêmios com cartelas a R$ 15,00. Os prêmios neste ano são em dinheiro, indo de R$ 200,00 a R$ 2 mil.
FONTE: Thais Pimenta, Em área doada por dono de bar, paróquia surgiu há 68 anos, Campo Grande News, 10 de novembro de 2018.

12 de dezembro

1969 – Inaugurado asfalto Porto XV- Campo Grande

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Com a presença do presidente recém empossado, general Garrastazu Médici, do governador Pedro Pedrossian, dos ministros Elizeu Resende (Interior) e Mario Andreaza (Transportes), do comandante da 9a. Região Militar, general Ramiro Tavares, do deputado federal Marcílio de Oliveira Lima, é entregue a pavimentação asfáltica das BRs-267 e 163, entre Campo Grande e Porto XV. A rodovia recebeu o nome de Manoel da Costa Lima, o primeiro a completar a ligação São Paulo-Mato Grosso, através de uma estrada boiadeira, inaugurada a 8 de outubro de 1906.¹

O fato foi registrado pela imprensa cuiabana, que deu destaque ao rápido discurso proferido pelo Diretor Geral do DNER, engenheiro Elizeu Resende:

A integração de Mato Grosso à economia nacional é um dos parâmetros diretores do planejamento rodoviário que se estabeleceu no país.

Parte deste objetivo é hoje alcançado com a entrega ao tráfego do complexo rodoviário formado pelas BRs 267 e 163.

Pela primeira vez uma rodovia pavimentada penetra ao Estado de Mato Grosso, beneficiando diretamente toda a região Sul, que pela sua riqueza e pelo seu potencial, representados por notável e crescente produção agropecuária, estava a clamar por ligação asfáltica que a colocasse em direta conexão com os grandes centros consumidores do país e com os portos que assegurassem a exportação de seus produtos.

FONTE: ¹Edgard Zardo, De Prosa e Segredo Campo Grande Segue seu Curso, Funcesp/ Fundação Lions, Campo Grande, 1999 página 36. ²O Estado de Mato Grosso, Cuiabá, 13 de dezembro de 1969.


12 de dezembro

1969 - Anunciada criação da Universidade Federal de Mato Grosso




Por ocasião de sua primeira visita a Mato Grosso, onde inaugurou o asfalto entre Campo Grande e a divisa de São Paulo, o presidente general Garrastazu Médici assinou mensagem ao Congresso Nacional, criando a Universidade Federal de Mato Grosso, com sede em Cuiabá.

A solenidade realizou-se na sala do comandante da Base Aérea de Campo Grande, com a presença dos ministros Jarbas Passarinho, da Educação e Cultura e Mário Andreazza, dos Transportes, do governador Pedro Pedrossian, do deputado Renê Barbour, presidente da Assembleia Legislativa, do senador Fernando Correa da Costa, dos deputados federais Rachid Saldanha Derzi e Marcílio de Oliveira Lima e dos secretários Gabriel Novis Neves e Leal de Queiroz, da Educação e Interior e Justiça.

A universidade foi criada em 10 de dezembro de 1970, pela Lei n° 5647, a partir da fusão da Faculdade de Direito de Cuiabá (que foi criada em 1952) e do Instituto de Ciências e Letras de Cuiabá. Nesse ano foram abertos os 11 primeiros cursos, oferecidos no campus universitário, na região do Coxipó. Foram criados os primeiros centros e iniciadas as obras de construção dos blocos.

FONTE: O Estado de Mato Grosso, 13 de dezembro de 1969.

OBISPO MAIS FAMOSO DE MATO GROSSO

  22 de janeiro 1918 – Dom Aquino assume o governo do Estado Consequência de amplo acordo entre situação e oposição, depois da Caetanada, qu...