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quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

4 de março

4 de março



1878 - Inaugurada primeira igreja de Campo Grande











De pau a pique e a princípio coberta de sapé, para logo em seguida receber cobertura de telhas de barro, trazidas de Camapuã, por seu construtor, José Antônio Pereira, é inaugurada a igreja do povoado de Campo Grande, cujo padroeiro é Santo Antonio de Pádua.

"Terminada a capela, logo combinaram os casamentos do velho viúvo Manoel Vieira de Souza com Francisca de Jesus (filha de José Antônio) e ainda de Joaquim Antônio com Maria Helena e Antônio Luiz com Anna Luíza; eles filhos do fundador; elas, filhas de Manoel Vieira.¹ "O acontecimento - segundo o cronista - foi motivo de alegres e demoradas festas para o agrupamento católico. Folguedos durante o dia, conversas intermináveis, namoros, refeições melhoradas, cada dia em casa diferente. À noite nos bailes, ao som das violas e das gaitas de boca, eram servidos pão e queijo, broas de milho e outros quitutes mineiros. Como faltassem pares adequados, os homens, por vezes, dançavam com outros marmanjos".²


A primeira missa foi celebrada pelo padre Julião Urchiza, da paróquia de Miranda. No lugar da capela ergueu-se a atual catedral de Campo Grande.


Em 1882, frei Mariano. vigário de Miranda provisionou e administrou os sacramentos ao novo templo.³

Em 4 de abril 1912, D. Pirilo, bispo de Corumbá, cria a paróquia de Santo Antonio de Campo Grande e nomeia o padre José Joaquim de Miranda, seu primeiro vigário.4


FONTES:  ¹Eurípedes Barsanulfo Pereira, A fundação de Campo Grande, edição do autor, Campo Grande, 2001, página 36. ²Paulo Coelho Machado, A rua velha, edição do Tribunal de Justiça, Campo Grande, 1990, página 20. ³Frei Alfredo Sganrzela, A História de Frei Mariano, FUCMAT-MCC, Campo Grande, 1992, página 416. 4 Cleonice Gardin, Campo Grande, entre o sagrado e o profano, Editora da UFMS, Campo Grande, 1999, página 107.

4 de março

1934 - Exercito inaugura praça em Campo Grande





Como parte do programa de entrega oficial de várias obras em Campo Grande, o comando do exército, à frente o coronel Newton Cavalcanti, entregou ao prefeito Pacífico Lopes de Siqueira, a praça Cuiabá, localizada no bairro Amambaí. O registro é do Jornal do Comércio:

Declarando inaugurada a Praça Cuiabá, o cel. Newton Cavalvanti disse, dirigindo-se aos srs. Deusdedit de Carvalho, representante do sr. chefe de polícia do Estado, e dr. Jayme de Vasconcelos, representante do dr. prefeito de Cuiabá, que aquela homenagem traduziu além do seu público apreço com que o povo cuiabano o recebera na culta e adiantada capital do Estado, os seus votos sinceros para que, dissipadas nuvens e ressentimentos, Campo Grande e Cuiabá, Norte e Sul, continuem a marchar unidos na larga estrada do engrandecimento de um Mato Grosso unido e forte.

Conhecida por muitos anos como Cabeça de Boi, a praça Cuiabá é tida hoje por praça das Araras.

FONTE: Jornal do Comercio (Campo Grande) 6 de março de 1934.
FOTO: Araras, obra de Cleir Ávila.

4 de março

1977 - Morre Júlio Müller








Morreu em Cuiabá, no dia 4 de março de 1977.Júlio Strubing Müller. Nasceu em Cuiabá no dia 6 de janeiro de 1895, filho de Júlio Frederico Müller e de Rita Correia Müller. Seu irmão Filinto Müller (1900-1973) foi chefe de polícia do Distrito Federal de 1933 a 1942 e senador de 1947 a 1951 e de 1954 a 1973; seu outro irmão, Fenelon Müller (1892-1976), foi prefeito de Cuiabá e interventor em Mato Grosso em 1935.

Estudou humanidades no Colégio Salesiano de Cuiabá, e em seguida cursou a Academia de Direito da mesma cidade, pela qual se formou. Lecionou alemão no Liceu Cuiabano e depois foi diretor do Grupo Escolar de Poconé, do Grupo Escolar Barão de Melgaço e da Escola Normal Pedro Celestino, todas em seu estado natal.

Em conseqüência da vitória da Revolução de 1930, foi nomeado prefeito de Cuiabá, tendo assumido também a chefia de polícia e a secretaria geral do estado. Em 1933, decidida a convocação de eleições para a Assembléia Nacional Constituinte, criaram-se em todos os estados partidos representando os objetivos doutrinários da Revolução de 1930. Em Mato Grosso, foi fundado o Partido Liberal Mato-Grossense, liderado pelo interventor Leônidas Antero de Matos. Júlio Müller participou da primeira comissão executiva do novo partido.

No pleito de outubro de 1934, elegeu-se deputado à Assembléia Constituinte estadual que, além de preparar a Constituição do estado, tinha também a incumbência de eleger o governador de Mato Grosso e dois representantes do estado ao Senado Federal. Desse modo, no dia 7 de setembro de 1935, Mário Correia da Costa foi eleito para chefiar o Executivo mato-grossense.

Em 13 de setembro de 1937, com a morte de Correia da Costa, Júlio Müller foi eleito governador pela Assembléia Legislativa, com mandato até 15 de agosto de 1939. Tomou posse no dia 4 de outubro, tendo administrado o estado como governador constitucional por pouco mais de um mês, já que a implantação do Estado Novo no dia 10 de novembro suspendeu todos os mandatos eletivos do país. Entretanto, no dia 24 de novembro foi reconduzido ao governo de Mato Grosso, desta vez como interventor federal no estado.

Durante sua gestão, construiu o Hospital Geral, o Colégio Estadual de Mato Grosso e a ponte Júlio Müller, ligando Cuiabá a Várzea Grande. Fundou o Departamento Estadual de Estatística, o Departamento de Saúde Pública e reformou a imprensa estadual. Foi ainda durante seu governo que, em setembro de 1943, foram desmembrados de Mato Grosso os territórios federais de Guaporé (hoje Rondônia) e Ponta Porã. Este último, contudo, voltou a integrar o estado por força da Constituição de 1946.

Cinco dias depois da deposição de Getúlio Vargas (29/10/1945), Júlio Müller foi destituído da interventoria.

Além das funções de governo, foi também diretor-presidente da Matoveg, indústria pioneira na fabricação de óleos vegetais e derivados, e se dedicou à pecuária na região de Várzea Grande.

Morreu em Cuiabá, no dia 4 de março de 1977.

Foi casado com Maria de Arruda Müller, com quem teve seis filhos.




FONTE: CPDOC da Fundação Getúlio Vargas.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

5 de março

5 de março


1874 - Escravos libertados em homenagem à retomada de Corumbá.

Reunida nesta data, diretores de teatro de Cuiabá, dão conta da cessão do espaço da entidade a um grupo de jovens para apresentação de peças, cujo lucro foi revertido na libertação de escravos em Cuiabá e Corumbá, entre eles, um grupo cuja liberdade homenageou a retomada de Corumbá do jugo paraguaio, comemorada no dia 13 de junho, conforme relatório do comendador Henrique José Vieira, diretor da associação mantenedora do teatro:

"Contando com a vossa indulgência, cedi o teatro a diversos moços filantrópicos que se reuniram para nele representarem aplicando o lucro em favor da liberdade, dando o satisfatório resultado que passo a mencionar:

No dia 18 de abril de 1872 libertaram a uma escrava menor de nome Rita, de propriedade de Francisco Leite de Pinho e Azevedo, pela quantia de Rs. 400$000.

Em 29 de maio do mesmo ano libertaram a menor Joana, de propriedade de dona Maria Ribeiro Taques pela quantia de 200$000.

Em 13 de junho do referido ano, (comemorando o aniversário de Corumbá) libertaram a menor Romana, de propriedade de D. Luiza Mendes Malheiros, pela quantia de 300$000.

Libertaram ao menor João, de propriedade de Manoel Ferreira Coelho, pela quantia de 400$000.

Libertaram a menor Maria, de propriedade de Rosa Inocência de Vasconcelos, pela quantia de 400$000.

Libertaram, finalmente, ao menor Augusto, de propriedade de D. Rita da Ressurreição Nunes Bueno, pela quantia de 200$000".


FONTE: O Liberal, (Cuiabá), 15 de março de 1974.


5 de março


1932 - Fazendeiro ataca a Matte Larangeira



Campanário, sede brasileira da Matte Larangeira




Conseqüência de uma pendenga por posse de uma área de terra, o fazendeiro João Ortt, juntando pequeno grupo de amigos decide enfrentar a poderosa companhia que monopolizava a exploração e comércio da erva mate no Sul de Mato Grosso. Partiu de Maracaí, nome de sua propriedade, em litígio, em 5 de março de 1932. "Em vários pontos - acompanha-o o cronista Humberto Puiggari - já deveriam estar a postos outros grupos armados que se iriam incorporando ao que comandava pessoalmente. Caso fosse bem sucedido no arriscado empreendimento, tomaria Campanário, sede da empresa e imporia condições de modo a deixá-lo tranqüilo na 'posse' Maracahy.
 
Seguindo um plano anteriormente traçado fez atacar o rancho Paraná pelo seu lugar tenente Eduardo Cubas. Foi o primeiro fracasso. Sem desanimar dirigiu-se a determinado sítio onde deveria estar à sua espera um numeroso contingente armado. Lá não encontrou ninguém. Desanimado, finalmente, dissolveu o grupo que o acompanhava e passou-se para o território paraguaio, exilando-se voluntariamente".

 
A reação foi imediata, fulminante e de grande truculência:


A Empresa, de parceria com as autoridades policiais e com o objetivo de não deixar aparecer o motivo real do levante, passou a telegrafar aos quatro ventos, que nos ervais havia surgido uma revolução...COMUNISTA! Pobre João Ortt... elevado à dignidade de chefe comunista, sem saber mesmo até hoje o que venha a ser comunismo.


No Paraguai, recebia João Ortt notícias dos espancamentos e assassínios dos seus amigos comunistas, crimes esses cometidos por gente que se dizia da Empresa, aliada às autoridades locais. Somente em Sacarón, distrito onde está situada a 'posse' Maracahy, foram barbaramente assassinadas cinco pessoas: José M. Gadioso - degolado; Nicolás Martinez, degolado; o menor Pedro Rodrigues, fuzilado; um casal de índios, fuzilados e os corpos atirados na corrente do rio Maracahy.


Um mês depois, João Orth retornaria ao Brasil e voltaria a atacar a empresa,  dessa vez confrontando-se com forças do exército.




FONTE: Umberto Puigari, Nas fronteira de Mato Grosso, terra abandonada..., Casa Mayença, São Paulo, 1933. Página 113.
FOTO: Luiz Alfredo Marques Magalhães, Retratos de uma época, (2ª edição), edição do autor, Campo Grande, 2013, página 169. 



segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

6 de março

6 de março

1850 - Escravos são hipotecados em Paranaíba



Prática corriqueira durante a escravidão negra no Brasil, José Garcia Leal, chefe político de Paranaíba, aceita escravos como garantia de dívida, nos termos do seguinte documento:

Saibam quantos virem este público instrumento de Escritura de Hipoteca que sendo no ano do Nascimento de nosso Senhor Jesus Cristo de mil oitocentos e cinquenta, Vigésimo nono da Independência e do Império, aos seis dias do mês de março do dito ano, neste Distrito de Santana do Paranaiba, termo da vila de Poconé, em o escritório de mim Escrivão do Juizo Municipal abaixo assinado com as testemunhas apareceram presentes, e pessoalmente o cidadão Joaquim Lemos da Silva e sua mulher Dona Eufrasia Maria da Silva, pessoas reconhecidas de mim pelos próprios de que trato e dou fé, e por eles me foi dito que se constituíram devedor do Capitão José Garcia Leal da quantia de setecentos e quarenta e sete mil, trezentos e trinta reis, em moedas correntes proveniente de outra igual quantia que receberam emprestado e em alguns gêneros que lhe compraram e como não lhe pode pagar no presente tempo a referida quantia, e que já se acha vencida; para (sic) da dívida e de seu credor, haviam por bem hipotecar dois escravos (ao dito senhor José Garcia Leal, seu Credor) ambos de nomes Joaquim Crioullos, um de idade de oito anos, mais ou menos, e outro de idade de dezesseis anos, mais ou menos, e uma pequena casa coberta de capim e quintal sem arvoredos, cujos escravos e casas se acham livres de outra qualquer escritura de hipoteca e se obrigarão a não traspassar  e nem atear os ditos livres enquanto não houverem pago a referida quantia que se obrigavam a satisfazer desta data a dois anos e logo pelo outorgado Capitão José Garcia Leal foi dito que aceitava a hipoteca nos referidos bens em qualidade de credor, bem como todas as mais condições declaradas, e depois de escrita, e lida esta por mim Tabelião Público perante as testemunhas digo perante os contratantes, e por eles outorgados assinaram em presença das testemunhas, e a rogo de Dona Eufrasia Maria da Silva. Assinou Andalício da Silva Bitancourt igualmente de mim reconhecidas de que dou fé de mim Luiz Ferreira Gomes Escrivão do Juizo Municipal que o escrevi.


FONTE: Fundação Cultural Palmares, "Como se de ventre livre nascido fosse...", Arquivo Público Estadual, Campo Grande, 1994, página 331.

FOTO: aspecto da escravidão no Brasil. Reprodução meramente ilustrativa.


6 de março
 
1890 - Nasce em Corumbá, Olegário de Barros


Nasce em Corumbá, Olegário de Barros. Formado em Direito pela faculdade do largo São Francisco, em São Paulo, foi delegado e chefe de polícia do Estado de Mato Grosso, diretor da imprensa oficial, consultor jurídico, procurador geral, juiz de direito, secretário geral do Estado, desembargador e presidente do Tribunal de Justiça, ocasião em que exerceu as funções de interventor federal do Estado, o qual governou de 8 de novembro de 1945 a 8 de julho de 1946. Faleceu em Corumbá a 6 de janeiro de 1969. 


FONTE: Rubens de Mendonça, Dicionário Biográfico Mato-grossense, edição do autor, Cuiabá,1971, página 29.


6 de março

1909 - Toma posse primeiro prefeito de Bela Vista

Criado em 1908, foi instalado nessa data, o município de Bela Vista, com a posse do intendente geral (prefeito), dois vice-intendentes, vereadores e dois juízes de paz. Segundo o registro a "sessão de instalação foi aberta pelo engenheiro civil João Thimoteo Pereira da Rosa, vereador e vice-presidente da Câmara Muncipal de Nioaque, de cujo município se desmembrara o de Bela Vista, que deferiu o compromisso legal ao vereador Athanásio de Almeida Mello, por ser o mais idoso dos vereadores. Prestado o compromisso legal, o presidente da Sessão transferiu a presidência ao vereador Athanásio de Almeida Mello que tomou o citado compromisso aos demais vereadores, suplentes de vereador, intendente geral, vice-intendentes, primeiro e segundo juízes de paz".

Assumiu como primeiro intendente geral, o coronel Marinho Fernandes Tico para um mandato de três anos.


FONTE: Sydney Nunes Leite, Bela Vista uma viagem ao passado, edição do autor, Bela Vista, 1995, página 37.



6 de março

1939 - População lincha ladrões em Campo Grande

                                                                                                                                       FOTO: O JORNAL RJ



Três assaltantes de motorista de praça são linchados por populares em Campo Grande. O episódio teve repercussão nacional:

No dia 6 do corrente, nas proximidades de Campo Grande, foi assassinado o motorista Celestino Pereira de Alcântara, proprietário do carro 127.

Esse crime foi premeditado pelos seus autores Mário Garcia de Oliveira, Osvaldo Caetano e Sidney Prestes.

Cerca das 14 horas, um deles procurou na praça aquele motorista para corrida ao bairro Amambay. Ali chegados, subiram no carro os outros dois e exigiram de Celestino Garcia que prosseguisse viagem para Ponta Porã. Negando-se aquele de faze-lo, recebeu violenta pancada no crânio, que o prostrou sem sentidos. Os bandidos desarmaram-no e um deles tomou a direção do carro.

Duas léguas depois de Campo Grande, o motorista recuperou os sentidos e entrou em luta corporal com os facínoras, sendo nessa ocasião ferido mortalmente por eles e atirado, ainda agonizante, num mato próximo da "fazenda Saltinho". Prosseguiram viagem os assassino depois de terem arrancado a licença do carro.

Os demais motorista de Campo Grande, sabendo que Celestino não fazia viagens para o interior e tendo conhecimento da corrida combinada, estranharam a demora do seu colega. Entrando em indagações vieram a saber por um motorista vindo de Ponta Porã que o carro 127 fora abastecido com meia lata de gasolina, não levava licença e era conduzido por um estranho, tendo dois outros como passageiros. Levado o fato ao conhecimento do capitão Felix Valois, delegado de polícia, este pôs-se incontinenti em ação para a descoberta do crime e prisão dos criminosos, rumando para Ponta Porã. Cerca de 25 léguas de Campo Grande, encontraram o carro 127 encalhado, estando Mário, Osvaldo e Sidney trabalhando para desencravá-lo. Dada a ordem de prisão, depois de curta resistência, entregaram-se.

De regresso a Campo Grande foi recolhido o cadáver de Celestino Garcia, com indício de que muito se debatera na agonia. O corpo está ainda quente, indicando morte recente. Os próprios assassinos auxiliaram a transportar o corpo.

Chegando a esta cidade, foram os três ocupantes do carro submetidos a interrogatório, confessando a autoria do crime.

Grande massa popular aguardava na delegacia a remessa dos bandidos para a cadeia pública. Quando o carro que os conduzia à esquina do Estádio da Sociedade Esportiva Campograndense, a multidão acrescida de número, fez parar o carro, arrebatou os três presos e trucidou-os ali mesmo, a pau.

Acabava de acontecer o primeiro linchamento que se tem notícia na história de Campo Grande.



FONTE: Diário de Notícias (RJ) 15 de março de 1939.


quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

11 de março

11 de março

1865 - Paraguaios anunciam libertação de escravos em Corumbá





Jornal oficial do governo paraguaio publica notícia anunciando a libertação de escravos brasileiros, na Corumbá ocupada desde o início do ano:

O Taquari conduz a bordo uma infinidade de negros escravos que jaziam em poder em poder se seus amos, baixo ao chicote e a miséria em Corumbá; as armas vitoriosas do Paraguai sobre as hostes do Brasil, tem contribuído para deixar abandonados de seus amos estes seres desgraçados, que se encontraram quase mortos fome pelos desertos e montanhas, de onde foram recolhidos por nossos soldados e conduzidos a esta; estão em completa liberdade. Eles estão distribuídos em diferentes estabelecimentos trabalhando para si, alegres e prazerosos de tão inesperado bem que acabam de receber, que é a liberdade.¹

Ocupado em libertar negros escravos no Brasil, o Paraguai somente viria a abolir oficialmente a escravatura em seu território em 2 de outubro de 1869. De sua pequena população submetida à escravidão, a maioria esmagadora foi recrutada para a guerra. A abolição não chegou a beneficiar 500 negros. Os demais estavam em campos de batalha.²






FONTE: ¹Jornal El Semanario, (Assunção PY), 11 de março de 1865. ²Paraguai Teete.



11 de março
 

1866 - Taunay chega aos morros e se apaixona por uma índia chané






A comissão de engenheiros da força expedicionária, à frente das tropas estacionadas em Coxim, completam a subida da serra de Maracaju. O tenente Taunay, integrante do grupo conta como foi a chegada e permanência nos Morros:

No dia 11 de março, depois da subida, em extremo pitoresca, da serra de Maracaju, toda cheia de enormes lajes e pedras soltas, subida que descrevi nas Narrativas Militares e em que meu burro Paysandu se portou admiravelmente, chegamos ao alto, ao pouso dos refugiados da vila e do distrito de Miranda, que tinham ali ido ocultar-se desde fins de janeiro de 1865, por ocasião da invasão paraguaia.


Chamava-se o local Morros e compunha-se de dois verdadeiros acampamentos, um de João Pacheco de Almeida, em cuja casa nos hospedamos, e outro, a meia légua de distância, conhecido por Chico Dias, velho indiático de alguma influência.


Nos morros, onde as forças brasileiras permaneceram até julho, antes de seguirem para Miranda, o jovem Taunay, mantém um romance com "Antonia uma bela rapariga da tribo chooronó (guaná propriamente dita) e da nação chané, descrita pelo autor de Inocência, como muito "bem feita, com pés e mãos regularmente pequenos e mimosos, cintura naturalmente acentuada e fina, moça de quinze para dezesseis anos de idade, tinha um rosto oval, cútis fina, tez mais morena desmaiada do que acaboclada, corada até levemente nas faces, olhos grandes, rasgados, negros cintilantes, boca bonita ornada de dentes cortados em ponta, à maneira dos felinos, cabelos negros, bastos, muito compridos, mas um tanto ásperos".

Para tê-la, além de seu consentimento, agraciado com um colar de contas de ouro, que comprara em Uberaba por "quarenta ou cinquenta mil réis", Taunay teve que pagar ao pai dela uma espécie de dote: um saco de feijão, outro de milho, dois alqueires de arroz, uma vaca para corte e um boi montaria, "o que tudo importava, naquelas alturas e pelos preços correntes, nuns cento e vinte mil réis".

O pouco tempo de convivência do casal foi eternizado nas memórias do autor:

A bela Antônia apegou-se logo a mim e ainda mais eu a ela me apeguei. Em tudo lhe achava graça, especialmente no modo ingênuo de dizer as coisas e na elegância inata dos gestos e movimentos. Embelezei-me de todo por esta amável rapariga e sem resistência me entreguei exclusivamente ao sentimento forte, demasiado forte que em mim nasceu. Passei, pois, ao seu lado dias descuidosos e bem felizes, desejando de coração que muito tempo decorresse antes que me visse constrangido a voltar às agitações do mundo, de que me achava tão separado e alheio.


FONTE: Taunay, Em Mato Grosso invadido, Companhia Melhoramentos,SP, sd, página 22; Memórias, Edições Melhoramentos, São Paulo, 1946, páginas 201 e 207.


11 de março


1880 - Nasce a Nhecolândia


Busto de Nheco em Corumbá
O cacerense Joaquim Eugênio Gomes da Silva, Nheco, funda a fazenda Firme, no município de Corumbá. A notícia é de Augusto César Proença, descendente do fundador:
 
"O local era uma tapera suja de bamburros e caraguatás. Tinha alguns esteios fincados, cobertos por ervas daninhas, cruzes espalhadas dentro do capão, cacos de telhas, ossos de animais, pedaços de potes de barros. Tinha também uma figueira copada no meio do lago macegoso e alagado, ao lado da qual Nheco e os camaradas fizeram um poço, muito mais tarde durante um período de seca. A história dessa fazenda começa aqui. Não é história de luta armada para conquista de uma terra. Não é a história de ambições desmedidas, de mando, de poder, de extermínio. Será mais uma história de bravura, de desapego ao conforto e à comodidade que as cidades ofereciam àquela época. Será a história de uma gente simples nos seus dizeres e fazeres. Otimista para enfrentar um ambiente tão rude e inóspito, distante dos centros civilizados. Será o reencontro com o passado de um povo que soube lutar por uma causa, construir e persistir numa região. A região que se chamaria Nhecolândia, em homenagem ao seu fundador".



FONTE: Augusto César Proença, Pantanal, gente, tradição e história, edição do autor, Campo Grande, 1992, página 88


11 de março


11 de março


1952 - Inaugurada a primeira emissora de Aquidauana

Entra no ar em caráter definitivo a Rádio Difusora, a primeira estação de rádio da cidade:

Com o prefixo ZYX-20, a emissora funcionou em ondas longas e teve como primeiro diretor o conhecido homem de imprensa, Elídio Teles de Oliveira, antigo diretor do Jornal do Sul.

A emissora funcionou inicialmente das 9 às 11, das 15 as 17 e das 19 as 22 horas, na frequência de 1.330 kilociclos, 226,25 metros, com 250 wats de força.

FONTE: 

1999 - Anunciado o Estado do Pantanal




Durante entrevista ao programa Tribuna Livre, apresentado por Rui Pimentel, na FM 95 de Campo Grande, o governador Zeca do PT anunciou sua disposição de propor a realização de plebiscito para mudança do nome de Mato Grosso do Sul para Estado do Pantanal. A proposta, que originou a criação de Liga pró-Estado de Pantanal, teve grande oposição, encabeçada pelo jornal Correio do Estado.


FONTE: Sergio Cruz, Pantanal estado das águas, Editora Primeira Hora, Campo Grande, 1999. Página 35.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

28 de março


28 de março

1892 - General detido em Coimbra

Coronel João da Silva Barbosa (centro) comandante dos rebeldes de Corumbá



Quando dirigia-se a Corumbá para assumir o comando do Distrito Militar de Mato Grosso, durante o golpe militar dos seguidores do general Antônio Maria Coelho, o general Luiz Henrique de Oliveira Ewbank, recebe do capitão José Maria Ferreira e tenente Teodorico da Cunha Gaíva e mais uma comissão de políticos de Corumbá a seguinte intimação:

O Exército e o povo não querem e não admitem que o general Ewbank e o dr. Murtinho subam o rio além do Forte Coimbra, podendo, no entanto, permanecer nesse ponto até seu regresso para baixo. Corumbá, 21 de março de 1892. Comandante - João da Silva Barbosa. Capitão Brasílico - comandante do 2º Artilharia. Capitão Norberto Ildefonso Muniz - Comandante do 21º. Constantino Preza - Brandão.


Na mesma data, o general Ewbank reagiu ao ultimato, expedindo ordem do dia, protestando contra o ato de insubordinação, anunciando sua retirada para Assunção e ameaçando:


Se nada consegui, a vós cabe a responsabilidade gravíssima de todas as desgraças e dissabores que a este Estado e a nossa classe possam resultar da pungente situação que lhes criastes.
Aos autores do golpe ordena:


Ao sr. coronel João da Silva Barbosa, chefe da tropa revoltada e que tão feia mancha acaba de lançar sobre a farda que devia manter impoluta; a este oficial, principal fator da anarquia e rebeldia desta guarnição, que tão desgraçadamente calcou aos pés os mais sagrados deveres de patriotismo e lealdade para com o marechal vice-presidente da república, e bem assim aos seus dois principais auxiliares capitão José Maria Ferreira e segundo-tenente João Teodorico da Cunha Gaíva, ordeno que impreterivelmente sigam na primeira oportunidade para a capital federal.



FONTE: Miguel A. Palermo, Nioaque, evolução política e revolução de Mato Grosso, Tribunal de Justiça, Campo Grande, 1992, página 41.

FOTO: João da Silva Barbosa, já general, durante a Guerra de Canudos, na Bahia.





28 de março

1980 - Instalado o Tribunal de Contas do Estado




Edil Ferraz, primeiro presidente do Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul




Realiza-se a primeira sessão do Tribunal de Contas com a posse dos conselheiros, nomeados a 24 de março, pelo governador Marcelo Miranda. Assumem Paulo Roberto Capiberibe Saldanha, Horácio Cersózimo de Souza, Nelson Benedito Netto, Edyl Pereira Ferraz, Carlos Ronald Albaneze, Hélio Peluffo e Alcídio Pimentel

Na ocasião foi eleito o conselheiro Edyl Pereira Ferraz o primeiro Presidente e seu Vice -Presidente o conselheiro Horácio Cersózimo de Souza cujo mandato teve duração de um ano, tempo suficiente para que fosse criado o Regimento da Corte Fiscal. Na primeira sessão ordinária do Tribunal Pleno o Conselheiro Carlos Ronald Albaneze, levantando uma questão de ordem, sugeriu que fosse designada uma Comissão para elaboração do Regimento Interno do Tribunal. Esta sugestão foi acatada pelo Presidente Edyl Ferraz, o qual designou os Conselheiros Paulo Roberto Capiberibe Saldanha, Alcídio Pimentel e Nelson Benedito Netto para comporem a Comissão responsável pela elaboração do Projeto do Regimento da Corte Fiscal.
Por um período de 24 anos, o TCE/MS ocupou instalações provisórias e alugadas nas imediações da rua Ricardo Franco, no bairro Parque dos Ipês. Em 15 de outubro de 2004, no governo de Zeca do PT, a corte inicia uma nova fase com a inauguração de sua sede própria no Parque dos Poderes.
 
         Construído em dois grandes blocos de dois pavimentos, o prédio tem 8,5 mil metros de área construída, o dobro das instalações disponíveis nos antigos prédios alugados. No primeiro bloco funcionam o Protocolo-Geral, setores administrativos, auditorias e gabinetes dos conselheiros, além do plenário, com capacidade para 179 lugares nas galerias. Em outra ala, estão instaladas as inspetorias e outros órgãos técnicos, incluindo do Ministério Público Especial. O estacionamento para funcionários e visitantes tem capacidade para 320 vagas.


FONTE: TCE MS

sábado, 22 de janeiro de 2011

15 de janeiro

15 de janeiro


1931 – Criada a associação dos pecuaristas em Campo Grande



1933: primeira exposição, em frente ao Colégio Oswaldo Cruz


É oficialmente criado o centro de criadores do Estado, origem da atual Acrissul, Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul. O  ato de fundação é descrito por Lélia Rita E. de Figueiredo Ribeiro:

Em 1931, pecuaristas sul-mato-grossenses e outras pessoas gratas, acolhendo iniciativa idealizada por César Bachi de Araújo, reuniram-se na sede da Associação Comercial de Campo Grande, a fim de organizar um Centro de Criadores, para o fim de amparar a nossa principal indústria – Pecuária, conforme Ata de Fundação, lavrada na ocasião e assinada, entre outros, por Dolor Ferreira de Andrade, aclamado Presidente provisório, Antonio Bacha – Tesoureiro, Mário Carrato – secretário, e como convidado especial o Cel. Laudelino Flores Barcelos, os quais tomaram acento na mesa diretora.

Para a elaboração dos estatutos foi escolhida uma comissão que ficou constituída pelos Srs. Eduardo Olympio Machado, Miguel Carmo de Oliveira Mello, César Bachi de Araújo e Arnaldo Estevão de Figueiredo.
Inúmeras personalidades da vida rural sul-mato-grossense estavam presentes na ocasião, entre os quais destaquem-se: Etalívio Pereira Martins, João M. Correa da Costa, Miquelino Barbosa de Siqueira, Aniceto Rondon, Martinho Marques, Américo Carlos de Costa e Leonardo Correa da Silva,os dois últimos representados por procuração.


A primeira exposição agropecuária seria realizada em 1933 no espaço atualmente ocupado pelo mercadão de Campo Grande.


FONTE: Lélia Rita E. Figueiredo Ribeiro, Campo Grande o homem e a terra, edição da autora, Campo Grande, sd., página 312.


15 de janeiro

1991 - Morre Leão Neto do Carmo, primeiro presidente do TJMS

Leão Neto do Carmo, o primeiro presidente

Nascido em Uberaba (MG), em 7 de março de 1932, faleceu em Campo Grande, o desembargador Leão Neto do Carmo, primeiro presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul. Formou-se na Faculdade de Direito do Rio de Janeiro.

Iniciou a advocacia em Cuiabá, onde foi professor universitário. Em 1960 foi nomeado juiz substituto para a comarca de Corumbá. Em 1961 ingressou na magistratura por concurso, sendo designado para a comarca de Miranda, sendo promovido três anos depois para a comarca de Campo Grande. Em 1966 é nomeado desembargador. No Tribunal de Justiça de Mato Grosso chegou à presidência (1968).

Em 1977, com a divisão do Estado, faz opção por Mato Grosso do Sul e torna-se o primeiro presidente do Tribunal de Justiça que teve a seguinte composição: Jesus de Oliveira Sobrinho, Sergio Martins Sobrinho (vindos de Cuiabá) e Rui Garcia Dias.

Uma das ruas do Parque dos Poderes e o edifício do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul têm o seu nome.


FONTE: Hildebrando Campestrini, Leão Neto do Carmo, in Série Campo Grande, Personalidades, Funcesp/Arca, Campo Grande, 2004, página 93.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

10 de abril

10 de abril

1900 – Criado o distrito de Ponta Porã




De acordo com a resolução 225, do governo do Estado de Mato Grosso, é criado o distrito de Ponta Porã, com a nomeação de João Antônio Trindade para o cargo de juiz de paz, tendo como escrivães, sucessivamente Orcírio Freire, Júlio Alfredo Mangani e Policarpo de Ávila. Ponta Porã então subordinada à jurisdição da comarca de Nioaque, passando a constituir Distrito Policial de Bela Vista, quando em 1908 foi criado aquele município.

A emancipação política de Ponta Porã viria a ocorrer em 18 de julho de 1912, com a transformação do distrito em município. 




FONTE: Gilmar Arruda, Heródoto, in Ciclo da Erva-Mate em Mato Grosso do Sul 1883-1947, Instituto Euvaldo Lodi, Campo Grande, 1986, página 343.

FOTO: Ponta Porã no início do século XX. Foto extraída do Album Graphico de Matto-Grosso (1914)



10 de abril


Ponce responde ultimato de Totó Paes


Cercada a Assembleia Legislativa em Cuiabá por forças mercenárias, a serviço do do coronel Antonio Paes de Barros, o Totó Paes, este encaminha em 9 de abril, ofício ao presidente da casa e seu principal adversário, Generoso Ponce, dando um sutil ultimato no sentido de anular a eleição para presidente do Estado, cujos votos estavam sendo conferidos pelos deputados. Sem nenhum requinte, Ponce responde ao adversário:

Assembleia Legislativa de Mato Grosso - em Cuiabá, 10 de abril de 1889. Sr. Cel. Antonio Paes de Barros. Com a data de ontem, acaba de ser-me entregue, agora, 9 horas da manhã, um ofício vosso, no qual me comunicais que nesta Capital já se acha uma divisão denominada de Campo Sales - organizada segundo dizeis, com o fim especial de garantir esta Assembleia, no julgamento da eleição procedida a 1° de março último para os cargos de Presidente e vice-presidentes do Estado, no futuro quadriênio a começar a 15 de agosto, oferecendo à mesma Assembleia o apoio da dita força para que possa obrar mais livremente, anulando ou aprovando, como entender em sua sabedoria, as eleições que vão ser apuradas. Respondo ao vosso citado ofício e faço unicamente em homenagem à vossa pessoa, tenho a dizer-vos que se esta Assembleia se sentisse coata para o livre exercício de suas atribuições, que lhe foram conferidas pela Constituição do Estado, ela saberia cumprir o seu dever, pedindo aos poderes competentes do Estado e da República, as indispensáveis garantias para o desempenho de sua soberania, não podendo de modo algum aceitar o apoio de uma força ilegalmente constituída, que atenta a ordem pública e sob o comando de um interessado no julgamento da eleição a que aludis no vosso citado ofício. Saúde e fraternidade. -  Generoso Paes Leme de Souza Ponce.

O episódio teria desfecho com a anulação da eleição e a realização de um novo pleito em 15 de agosto, com a eleição dos candidatos apoiados pelos novos aliados, Totó Paes e Murtinho e a marginalização de Generoso Ponce e seu partido.

FONTE: FONTE: Rubens de Mendonça, História do Poder Legislativo de Mato Grosso, Assembleia Legislativa, Cuiabá, 1967. Páginas 71.



10 de abril

1934 – Tenente Brito assume base aérea



Em funcionamento desde março de 1932, quando abastecia e dava manutenção aos aviões que demandavam a Mato Grosso, a Base Aérea de Campo Grande passa a ser comandada por um oficial, cargo confiado até então a um sargento.
Assume o 1º tenente aviador engenheiro Hortêncio Pereira Brito.
Nesse ano, segundo J. Barbosa Rodrigues, “com pequenos aviões foi estendido o ‘Correio da Fronteira’ que atendia a fronteira sul do Estado, constituindo-se na primeira linha regular do Destacamento”.



FONTE: J. Barbosa Rodrigues, História de Campo Grande, edição do autor, Campo Grande, 1980. Página 143.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

23 de março

23 de março

1870 - Chega a Cuiabá, notícia do final da guerra do Paraguai


Hermes da Fonseca, autor da boa nova

Chega a Cuiabá, procedente de Corumbá, o vapor Corumbá, com a notícia da morte do marechal Francisco Solano Lopes em 1º de março. A embarcação é portadora ao presidente da província do seguinte ofício:

Comando das forças em operações e da Fronteira do Baixo Paraguai, em Corumbá, 15 de março de 1870. - Ilmo. e Exmo. Sr. - por mim e em nome de todos da força de meu comando, me congratulo com V. Exa., e dou meus parabéns pelo feliz sucesso que coroou o heroísmo e os esforços do Império, lavando a mancha do insulto que um louco lhe atirou em face.O patriotismo inexedível e a heróica pertinácia do primeiro brasileiro, S. M. o Imperador, o valor, a sabedoria, a energia do nosso ínclito Marechal Comandante em Chefe, S. Alteza o Senhor Príncipe Conde d'Eu; a incansável atividade, a resignação do bravo general José Antônio Correa da Câmara e dos seus comandados, concluindo com o monstro sanguinário que assombrou a humanidade em nossos dias depois de tantos séculos, levou o Brasil à altura que lhe compete entre as nações - Deus guarde à V. Exa. - Ilmo. sr. Comendador Luiz da Silva Prado, Digníssimo Vice-presidente da província. - Hermes Ernesto da Fonseca, coronel.


General, no novo regime, Hermes da Fonseca chegaria à presidência da República.



FONTE: Estevão de Mendonça, Datas matogrossenses, (2a edição) Governo de Mato Grosso, Cuiabá, 1973, página 145.



23 de março


1905 - Rondon descobre o Pantanal do Desengano no rio Negro


Pantanal do Rio Negro, explorado por Rondon

Em sua exploração ao Pantanal sul-matogrossense Rondon inicia, finalmente, o reconhecimento do grande pantanal do Desengano entre os rios Negro e Aquidauana. Os detalhes estão no diário do sertanista:

"Cedo largamos as chalanas na direção E.S.E. Qualquer rumo seria possível naquele pantanal - vastíssimo, coalhado de capões de mato alto de bacuris e buritis, a se estender por todo o vão entre o rio Negro e o Aquidauana que o alimenta no tempo das águas. Quando cessam as chuvas, toma a parte central do pantanal o aspecto de grande brejo, porque lhe fica apenas o fundo lodoso - alimenta-o, então, o rio Negro. Não dá entrada, nessa época, nem mesmo as canoas, e nem se pode atravessar a cavalo, porque é atoladiço. É a região dos buritizais que os caçadores de penas de garças, vindos do rio Aquidauana, avistam de longe e que denominam Brejão dos Buritizais, supondo ser aí a origem do rio Vermelho. Os que penetram pelo rio Abobral dão também notícia do Brejão. Nele não penetram, nem uns nem outros, uma vez que os canais dos rios Vermelho e Abobral desaparecem, para dar lugar ao referido brejo, talvez navegável de dezembro a abril. Naveguei cerca de três léguas, na direção E.S.E., parando em outro capão, dei volta para N.N.O., percorrendo os grandes buritizais. Verifiquei saída d'água para o Sul e para o Poente. Vimos nessas vazantes piraputangas, - o que indica comunicação com o Paraguai. As águas que se dirigem para o Sul são as que, canalizadas mais abaixo dão lugar ao suposto rio Vermelho, uma das bocas por onde saem as águas do rio Negro. As que vão para o Poente se canalizam, igualmente mais abaixo, o também suposto rio Abobral. Depois do almoço, à margem esquerda da vazante que corre para o Poente, penetramos no grande pantanal do Desengano, onde desapareceu o braço do rio Negro, por onde navegamos as duas vezes. Chegamos ao acampamento da baia do Amparo, depois de atravessar o pantanal do Desengano, cerca de meia légua abaixo do ponto em que o rio se sumiu definitivamente. Verifiquei, pois, que ele não se canalizou abaixo, como eu supusera. Suas águas se espalharam na grande bacia, para se canalizarem, certamente em outro rumo." 



FONTE: Esther de Viveiros, Rondon conta sua vida, Cooperativa Cultural dos Esperantistas, Rio de Janeiro, página 183.

OBISPO MAIS FAMOSO DE MATO GROSSO

  22 de janeiro 1918 – Dom Aquino assume o governo do Estado Consequência de amplo acordo entre situação e oposição, depois da Caetanada, qu...