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segunda-feira, 7 de março de 2011

26 de agosto

26 de agosto


1899Campo Grande elevada a município



Página da Gazeta Official com a lei que emancipou o distrito de Campo Grande



Fundada em 21 de junho de 1872, quando aqui chegou o pioneiro José Antonio Pereira, procedente de Monte Alegre, Minas Gerais, por Lei estadual do governo de Mato Grosso, é criado o município de Campo Grande:

Resolução n. 225, de 26 de agosto de 1899


Eleva à categoria de Vila a paróquia de Campo Grande.


O coronel Antônio Pedro de Barros, presidente do Estado de Mato Grosso.
Faço saber a todos os seus habitantes que a Assembléia Legislativa decretou e eu sancionei a seguinte resolução:


Art. 1º - É elevada à categoria de Vila a paróquia de Campo Grande, constituindo um município na comarca de Nioac.


Art. 2º - Revogam-se as disposições em contrário.


Mando, portanto, a todas as autoridades, a quem o conhecimento e execução da referida resolução pertencer que a cumpram e façam cumprir fielmente.
O secretário do Governo a faça imprimir, publicar e correr.


Palácio do Governo em Cuiabá, 26 de agosto de 1899. Undécimo da República.
Antônio Pedro Alves de Barros


Foi selada e publicada a presente resolução nesta secretaria do Governo em Cuiabá, aos 26 de agosto de 1899.


Secretário interino
José Magno da Silva Pereira.



Esta data passou a ser oficialmente o dia do aniversário da cidade, por iniciativa do intendente Rosário Congro, em 1919.




FONTE: J. Barbosa Rodrigues, História de Campo Grande, edição do autor, Campo Grande, 1980, página 79.




26 de agosto

1933 - Aberta a primeira exposição agropecuária de Campo Grande




Como principal atração dos festejos de 34° aniversário de emancipação política de Campo Grande é oficialmente aberta as 10 horas da manhã, a Feira de Amostras e Exposição Agro-Pecuária e Industrial. Nos lugares de honra, Leônidas de Matos, interventor do Estado de Mato Grosso, o coronel Newton Cavalcanti, comandante da Circunscrição Militar, o prefeito de Campo Grande Ytrio Correa da Costa e seus colegas de Cuiabá João Ponce de Arruda e Corumbá, coronel José Silvino da Costa. 

O evento ocorreu na área destinada à feira livre da cidade, onde seria construído 20 anos depois, o Mercadão Municipal e o espaço interno do Colégio Osvaldo Cruz. O discurso inaugural foi proferido pelo coronel Newton Cavalcanti, comandante militar do Estado e presidente da comissão de festejos do aniversário da cidade.

A comissão central da exposição foi presidida pelo coronel Newton Cavalcanti, tendo como integrantes o prefeito Ytrio Correa da Costa, coronel Teófilo Ribeiro da Fonseca, Pacífico de Siqueira, Eugênio Pinheiro e Argemiro Fialho. A comissão de pecuária, à frente o dr. Vespasiano Barbosa Martins, compôs-se dos seguintes integrantes: Dolor Ferreira de Andrade, Agripino Aires Coelho, Miguel de Oliveira Melo, capitão Valério Lacerda Guimarães, Francisco Torresão Fernandes, Moacir Rolim e tenente Adriano Metelo Júnior. A comissão de Indústria, Avicultura e Agricutura teve como presidente o ex-prefeito Arlindo de Andrade Gomes e Eduardo Machado, Joaquim Cantalice, Deusdedith de Carvalho, Augusto Wulfes e o tenente José Maria de Vasconcelos como seus integrantes.

Uma das grandes atrações da feira foi a participação da companhia Mate Larangeira, com um completo mostruário de seus produtos, comercializados no Brasil e no mercado internacional.



FONTE: Jornal do Commercio, em 26 de agosto de 1933.

FOTO: acervo do Arquivo Municipal de Campo Grande (Arca).

26 de agosto

1957 - Inaugurada a companhia telefônica de Campo Grande


Prefeito Marcilio, Governador Fernando, dona Nair Neder, Humberto e o advogadoPaulo Simões


Sucedendo ao velho e inoperante sistema telefônico a magneto, em funcionamento desde o final da década de 20, é inaugurada a Companhia Telefônica de Campo Grande. A concessionária do serviço, com capacidade para 10.000 terminais, era presidida pelo advogado Humberto Neder, tendo como sócios Michel Nasser, Gualter Mascarenhas Barbosa, Aikel Mansur e Etalívio Pereira Martins. 

O processo de implantação da rede começa com a construção da sede, na esquina das ruas Rui Barbosa e Maracaju. O prédio atualmente (2014) encontra-se em bom estado de conservação.A obra, imponente para a época, representava a solidez da companhia, que, com a venda de ações e dos postes na cidade viria a demorar cerca de quatro anos para funcionar. O equipamento foi comprado à Ericson na Suiça, pesava setenta toneladas e veio de navio até Corumbá.

A obra, grandiosa para meados do século XX, era apenas o começo de um projeto muito mais ambicioso, segundo Neder:

"A companhia inaugurou e demos início a uma fase de ampliação, e também de já tentar a instalação do serviço interurbano que era a nossa meta final. Como era previsível, nós nos dedicamos a ampliar os serviços locais e em outras cidades como Dourados, Ponta Porã, Três Lagoas, Maracaju. Onde nós não podíamos instalar um serviço local, nós instalávamos um posto de telefonia público para dali sair ou receber ligações telefônicas."

Ao ato de inauguração compareceram entre outros o prefeito Marcílio de Oliveira Lima, o governador João Ponce de Arruda e o ex-governador Fernando Correa da Costa.


FONTE: Cláudio Vilas Boas Soares, Humberto Neder o pioneiro das telecomunicações, FCMS, Campo Grande, 2010, página 86.

domingo, 6 de março de 2011

19 de agosto

19 de agosto

1867 - Antonio Maria Coelho recebe a Ordem Imperial do Cruzeiro

Em reconhecimento à sua ação, como comandante das forças brasileiras que retomaram a cidade de Corumbá do exército paraguaio, Anotnio Maria Coelho é nomeado pelo imperador D. Pedro II, oficial de ordem imperial do Cruzeiro, a mais alta honraria concedida pelo governo brasileiro:

Atendendo aos relevantes serviços que, no assalto e tomada da praça de Corumbá, no dia 13 de junho do presente ano, prestou o tenente-coronel de comissão Antonio Maria Coelho, e de conformidade com os §§ 1° e 3º do art. 9° do decreto n° 2853, de 7 de dezembro de 1861, hei por bem nomeá-lo oficial da ordem imperial do Cruzeiro. Palácio do Rio de Janeiro, 19 de agosto de 1867, 46° da independência e do Império.- Com a rubrica de Sua Majestade Imperial - José Joaquim Fernandes Torres.

Oficiais da vanguarda do 2º corpo de operações, responsável pela pela operação de retomada também foram "condecorados em remuneração do relevantes serviços prestados", com a Ordem de Cristo e a  Ordem da Rosa.

FONTE: Correio Mercantil, 21 de agosto de 1867.


19 de agosto

1932 Selvino Jacques prepara ataque aos revolucionários




Selvino Jaques, o segundo à esquerda



A serviço dos legalistas do presidente Getúlio Vargas, o bandoleiro Selvino Jacques, articula ataque surpresa aos constitucionalistas na fronteira. Brígido Ibanhes acompanha-o:
                               

Os revoltosos que já vinham novamente nos calcanhares dos legalistas passaram pela ponte na parte baixa, e ali acamparam às margens do rio. Nesse local é que o capitão Selvino Jacques ia dar uma demonstração de seu senso estratégico e um grande empenho para que a campanha legalista obtivesse sucesso. Não fosse seu golpe fulminante no Rio Perdido e certamente a história teria tomado outro rumo.
Amanhecia o dia 19 de agosto de 1932.


Os legalistas, acampados no Recreio, começaram a se movimentar e a forragear os cavalos. Eles tinham chegado à noite e, por informações de batedores, souberam que os revoltosos passaram a noite acampados na parte baixa do Perdido. Isso sinalizava que eles poderiam passar à dianteira dos legalistas revoltosos e fechá-los num cerco mortal, tal qual a tortolita (rolhinha) que cai na arapuca de taquara.


O Estado-Maior já amanheceu com a cuia do mate na mão em conferência. Alguma coisa teriam que aprontar para atrasar o avanço revoltoso, mas o quê? Entre uma cuiada e outra aventaram um plano meio heróico meio doido, mais com cheiro de defunto de que de lauréis...


O capitão Selvino saiu da roda da reunião e ordenou que o 2° Esquadrão, sob seu comando, entrasse em forma. Ninguém ficou cangando grilo e num piscar todos estavam aprumados, com o mosquetão na mão. Um a um o Jacques foi-lhes passando um rabo-de-olho, e então selecionou 38 homens, todos praças velhas, menos o Barnabé. Mas o Barnabé já era suficietemente louco para acompanhá-los. Entre esses homens constavam o inseparável Prudente, o Antônio Paim, o Tonico, o Nenito Vieira e outros.


A caminho, aprisionaram um batedor, que deu as coordenadas do acampamento rebelde:


Ciente agora da real posição dos inimigos, o pelotão de choque encetou um desvio pelo meio da mata, de quase cinco quilômetros, tentando assim evitar o encontro com outros batedores e também para tentar surpreendê-los pelo lado menos cogitado.

O ataque surpresa deu-se na madrugada do dia seguinte. 



FONTE: Brígido Ibanhes, Selvino Jacques, o último dos bandoleiros, o mito sul-matogrosse,2a. edição, João Sortecci Editora, São Paulo, 1995. Página 84.(Imagem:dosmatos.org.br http://bit.ly/gv0t8C)


19 de agosto

1967 - Assembleia vota impeachment contra Pedro Pedrossian



A Assembleia Legislativa de Mato Grosso, em Cuiabá, rejeita o projeto de resolução de iniciativa de deputados oposicionistas, à frente o deputado Castro Pinto, propondo a cassação do mandato governador Pedro Pedrossian. Apresentado em 18 de fevereiro, o assunto foi alvo de longo debate, envolvendo a classe política e a sociedade mato-grossense, visivelmente contrária à medida. 

Votaram contra a cassação os deputados: da Arena, Afro Stefanini, Cacildo Hugueney, Emanuel Pinheiro, Ivo Cersósimo, João Chama, José Cerveira, José de Freitas, Rene Barbour, Tomaz de Aquino, Valdevino Guimarães e Waldomiro Gomçalves. Do MDB, Agápito Boeira, Altair Brandão e Carlos Medeiros.

Votaram pela cassação: Arena, Augusto Mário, Alexandrino Marques, Celso Amaral,  João de Paula Ribeiro, Milton Figueiredo, Nelson Ramos, Nunes Rocha, Oscar Soares, Reinaldo Moraes, Sebastião Cunha e Ubaldo Barém. Do MDB, Américo Nassif, Cleomenes Nunes e Castro Pinto.

Ausentaram-se os deputados Oliveira Lima (Arena) e Walter de Castro (MDB).


FONTE: Rubens de Mendonça, Historia do Poder Legislativo de Mato Grosso, Assembleia Legislativa, Cuiabá, 1967, página 428.







14 de agosto

14 de agosto


1875 - José Antônio chega a Campo Grande de mudança




À frente de uma comitiva de 65 pessoas, incluindo praticamente toda sua família, em doze carros mineiros, animais de montaria e de carga e um lote de gado de cria, o mineiro José Antônio Pereira chega a Campo Grande para tomar posse definitiva de seu sítio na confluência dos atuais córregos Prosa e Segredo, atual horto florestal.

De Monte Alegre a Paranaíba, passando por Camapuã este foi o caminho percorrido pelo sertanista, com cerca de 140 léguas e em quase quatro meses de viagem.

Em sua primeira viagem a Campo Grande, José Antonio Pereira chegou ao lugar em 21 de junho de 1872. 





FONTE: Eurípedes Barsanulpho Pereira, História da fundação de Campo Grande, edição do autor, Campo Grande, 2001, página 63.

sábado, 5 de março de 2011

11 de agosto



11 de agosto

1797 Ricardo Franco assume o forte de Coimbra

Ao tomar posse o capitão-general Caetano Pinto de Miranda Montenegro, como governador da capitania de Mato Grosso, em 1795, “deterioravam-se as relações entre Portugal e Espanha em consequência das guerras napoleônicas, o primeiro aliado à Inglaterra e o segundo à França. Forçosamente os acontecimentos iriam repercutir nas colônias americanas. Tornava-se necessária a maior vigilância na fronteira meridional da capitania, para a qual o gabinete do reino chamava de contínuo as atenções do governo instalado em Vila Bela. De tal modo considerou-se grave a situação no setor que Caetano Pinto julgou de bom alvitre deslocar para o comando do baixo Paraguai e do presídio de Coimbra o mais competente de seus auxiliares: Ricardo Franco de Almeida Serra. Com este ato ficava-lhe também afeta a praça de Albuquerque.

Ricardo Franco partiu, sem demora, da Capital, por via terreste até Cuiabá e fluvial até Coimbra, enquanto simultaneamente desciam tropas para reforço dos efetivos. (...)


A 11 de agosto de 1797 Ricardo Franco assumia o comando do presídio, para se atirar decisivamente às obras do novo forte, com o lançamento da pedra fundamental a 3 de novembro seguinte. Substituía no posto o tenente Francisco Rodrigues do Prado que, em princípios de outubro, seguiria para o Mondego, em cuja margem direita lançaria os alicerces de Miranda, provavelmente a 3 de novembro de 1797, data que relembrava o primeiro ano da chegada de Caetano Pinto a Vila Bela e que Ricardo Franco aproveitara para homenagear o governador. Com o levantamento desses dois redutos, tivera-se em mira embargar a eventual progressão inimiga através do rio Paraguai e do vale do Miranda, como passar a denominar-se o Mbotetei e o Mondego, também em honra ao 6º governador.” 


Ricardo Franco é um dos quatro heróis do hino de Mato Grosso do Sul. Os outros são Camisão, Vespasiano e o tenente Antonio João.


FONTE: Lécio Gomes de Souza, História de Corumbá, edição do autor, Corumbá, sd. Página 42. IMAGEM: http://www.br429.net/institucional.php



11 de agosto



1826 – Langsdorf chega ao rio Paraná

A entrada da missão científica russa no caudaloso rio na divisa de Mato Grosso com São Paulo é lembrada por um de seus mais famosos integrantes,o pintor francês Hercules Florence (foto):

Dia 11. De manhã partimos e, depois de uma légua de viagem, fomos abicar pouco aquém da embocadura do Tietê com o Paraná. Já estávamos então na região dos índios Caiapós, cuja aldeia fica na margem deste rio em ponto quase fronteiro à foz do Tietê, um pouco acima. (...)


Querendo visitar o salto de Urubupungá, grande queda do Paraná sita duas léguas acima da boca do Tietê e famosa entre os viajantes destes desertos, deixamos à nossa espera a monção e, levando o guia conosco, partimos em dois batelões. Quinze minutos depois, vimos o Paraná. Tínhamos na nossa frente o último estirão do Tietê e abria-se ante nós aquele caudal cuja largura é aí de um quarto de légua, parecendo ainda maior por ser a margem de lá extremamente baixa. 


O sentimento que experimentei, ao contemplar tão vasta extensão d’água e a riba distante, lembrou-me o abalo que recebe o viajante quando divisa, mar alto, as costas que demanda. Se essa é a França, então seu coração estremece jubiloso ao pensar nos gozos já próximos que lhe franqueia aquele belo país, tão adiantado em civilização; aqui, porém, só podíamos ver selvagens e míseras tocas, espetáculo ainda assim cheio de interesse e novidade para quem quer estudar o homem em seu tipo primitivo.


Para nós aquele momento foi de verdadeira festa. Além do prazer que sentíamos em descansar os olhos sobre a superfície desse grande e novo rio ao sair do penoso Tietê, na grata alegria de nossos camaradas tínhamos novos motivos de satisfação. 



FONTE: Hércules Florence, Viagem fluvial do Tietê ao Amazonas de 1825 a 1829, Edições Melhoramentos, SP, 1941, página 34. (imagem: Pró-Memória de Campinas http://glo.bo/h1Qilu)


11 de agosto

1899 - Assembleia proclama resultado eleitoral

A Assembleia Legislativa de Mato Grosso conclui apuração de eleição extraordinária para o governo do Estado, realizada em 20 de julho, consequente da anulação do pleito que elegeu o candidato João Felix Peixoto de Azevedo, candidato apoiado por Generoso Ponce. Foram proclamados eleitos pelo presidente Joaquim Sulpício de Cerqueira Caldas os seguintes candidatos: presidente coronel Antonio Pedro Alves de Barros; 1° vice-presidente coronel João Paes de Barros; 2° vice-presidente coronel João Ferreira Mascarenhas; e 3° vice-presidente coronel Estevão Alves Correa.

Estava oficialmente inaugurada a era Totó Paes que duraria até 1906.

FONTE: Gazeta Official, (Cuiabá), 12 de agosto de 1899.



2009 - Eletrosul lança hidrelétrica em Mato Grosso do Sul






A Eletrosul Centrais Elétricas S/A e o Consórcio São Domingos (composto pelas empresas Engevix e Galvão) e o Governo do Estado, assinam no dia 11 de agosto (terça-feira), às 9h30, no auditório da Casa da Indústria – FIEMS, em Campo Grande, a Ordem de Serviço que dará inicio às obras da Usina Hidrelétrica São Domingos no Mato Grosso do Sul.
Este é o primeiro empreendimento da Eletrosul na área de geração de energia no Mato Grosso Sul desde 1980, ano em que a empresa iniciou as atividades no Estado, direcionadas para a transmissão de energia em alta tensão. A Usina Hidrelétrica São Domingos (UHSD) terá uma potência instalada de 48 MW e energia assegurada de 36,9 MW médios. Com esta potência será capaz de gerar anualmente 323,25 GWh, e segundo cálculos da empresa, a energia assegurada de 36,9 MW, é capaz de alimentar uma cidade de até 210 mil domicílios ou, atender em média, 700 mil pessoas.
Localizada a 268 quilômetros de Campo Grande, a Usina Hidrelétrica de São Domingos será construída na confluência do rio Verde e São Domingos, na divisa dos municípios de Água Clara e Ribas do Rio Pardo (região leste do MS), com acesso pela MS-324, em Água Clara.
Os investimentos previstos são da ordem de R$ 290 milhões, sendo mais um empreendimento da Eletrosul inserido no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do Governo Federal, devendo entrar em operação em 2011, já com 100% de geração, comercializada.
Características: a UHE São Domingos será uma usina de “fio d’água”. Ou seja, seu reservatório tem somente a função de manter o desnível necessário para a geração de energia. A usina será constituída de uma barragem que utilizará um canal de adução para conduzir a água até a casa de força, de forma a aproveitar a queda natural do rio Verde.
A estimativa é que com o empreendimento sejam gerados aproximadamente 1,5 mil empregos diretos e indiretos, beneficiando principalmente os municípios de Ribas do Rio Pardo e Água Clara, por serem municípios-sede da usina. Também deverá gerar aproximadamente 9 milhões anuais em ICMS.

A empresa – A Eletrosul Centrais Elétricas S.A. é a subsidiária da Eletrobrás que atua na transmissão e geração de energia elétrica nos estados do RS, SC, PR e MS. Com sede em Florianópolis (SC), a empresa possui uma série de empreendimentos em andamento, entre eles, a construção da Usina São Domingos no MS, a Usina Hidrelétrica Mauá (361 MW), que está sendo construída nos municípios de Telêmaco Borba e Ortigueira no Paraná e na região de Rondônia, está construindo a Usina Jirau (3.300MW)  em parceria com outras empresas  e que abastecerá cerca de 10 milhões de residências. Também no Rio Grande do Sul estão em andamento às obras da Usina Passo São João (de 77MW) e em Santa Catarina, a empresa possuiu 10 projetos de Pequenas Centrais Hidrelétricas, como a Barra do Rio Chapéu, localizada no Sul catarinense, que está em construção. As demais se encontram na fase de projeto.

Veja entrevista do presidente da Eletrosul sobre o assunto:




A usina entrou em operação em 14 de junho de 2013, segundo boletim da Eletrobrás:

14/06/2013Eletrosul inicia operação de hidrelétrica no Mato Grosso do Sul

Usina São Domingos recebeu mais de R$ 485 milhões em investimento
A Eletrosul colocou em operação comercial, nesta sexta-feira (14), a primeira unidade geradora da Usina Hidrelétrica São Domingos, no Leste do Mato Grosso do Sul. Aproveitando o potencial hidrelétrico do rio Verde, nos municípios de Água Clara e Ribas do Rio Pardo, o empreendimento conta com duas unidades geradoras com capacidade instalada total de 48 megawatts (MW), suficiente para atender ao consumo de aproximadamente 550 mil habitantes.
"A Usina São Domingos foi um projeto difícil, com muitos desafios técnicos, que conseguimos superar. O início da operação da primeira unidade geradora é muito gratificante. Estamos bastante otimistas com o desempenho operacional da primeira máquina e trabalhando no comissionamento do segundo conjunto gerador para colocá-lo em operação comercial ainda em 2013. Este é o ano da consolidação da Eletrosul como geradora de energia", avaliou o diretor de Engenharia e Operação, Ronaldo dos Santos Custódio.
Com investimento na ordem de R$ 485 milhões, a Usina São Domingos é o maior empreendimento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) no Mato Grosso do Sul. Somente em projetos socioambientais, foram investidos cerca de R$ 14 milhões.
Nos próximos 30 anos, os municípios da área de abrangência da usina receberão uma compensação financeira, no valor de R$ 21,5 milhões, pela utilização dos recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica. O Estado recebe a mesma quantia e a União, R$ 4,7 milhões, totalizando R$ 47,7 milhões. Com o início da operação da usina, a expectativa é de que novos investidores se instalem na região, favorecendo o desenvolvimento socioeconômico das cidades do entorno do empreendimento. Durante as obras, foram gerados aproximadamente 2 mil empregos diretos e indiretos.
O empreendimento
Com 32 metros de altura, a barragem da usina forma um reservatório com área de aproximadamente 19 quilômetros quadrados e volume de 131 milhões de metros cúbicos. O canal, de 400 metros de comprimento por 6 metros de profundidade, e todo o barramento são revestidos em manta de polietileno de alta densidade (PEAD), dando um aspecto exclusivo à obra.
"Diferente de empreendimentos que utilizam métodos convencionais com concreto ou solo argiloso protegido por rochas, a São Domingos é a primeira usina hidrelétrica do Brasil a adotar essa técnica no barramento, que viabilizou a construção do reservatório em terreno arenoso, característico da região", detalha o engenheiro responsável pela obra, André Batistela Ribeiro. O escoamento da energia é feito por uma linha de transmissão (138 kV) de 53 quilômetros até a Subestação Água Clara, pertencente à Enersul, conectando a usina ao Sistema Interligado Nacional (SIN).


FONTE: Eletrosul:http://bit.ly/hAmU7B  Vídeohttp://viamorena.com

FOTO: Maricleyde Vasques.

sexta-feira, 4 de março de 2011

26 de julho

26 de julho

1866 – Morre Chichorro da Gama


Chichorro da Gama é o primeiro da esquerda para a direita (sentado). Taunay é  o segundo
da esquerda para a direita (em pé)


Vítima da perneira, ou beri-beri, uma paralisia dos membros inferiores, que “rouba-nos vidas preciosas, e em menos de quarenta dias oito oficiais sucumbem”, faleceu no Taboco, o tenente da comissão de engenheiros da força brasileira Joaquim José Pinto Chichorro da Gama, colega de Taunay, que o eleva à condição de herói e mártir:

...estão bem presentes à memória dos companheiros de campanha os verdadeiros atos de heroísmo que praticou para cumprir exatamente com os seus deveres militares. Atacado logo em princípio da viagem, em S. Paulo, de gravíssima pneumonia, não quis ouvir falar em volta. Mal sarado montou a cavalo e seguiu com a expedição. Restabeleceu-se afinal, mas ao chegar ao Coxim, novamente esteve às portas da morte com outra enfermidade longa e violenta. Instado, rogado para que voltasse para a corte, a nada quis atender. – Prefiro morrer aqui, dizia ele, a dar um passo para trás.

Nas marchas afrontava todos os incômodos: a nada se poupava, e quando no rio Negro viu que o chefe da comissão de engenheiros os seus colegas de propósito o arredavam de comissões mais arriscadas, exigiu que fossem nivelados todos os direitos e, tomando a peito romper pela água um caminho para a força, atirou-se com um companheiro aos pantanais e varou-os. Quando voltou caiu para não mais se levantar.

Foi enterrado no Taboco em lugar bento e assinalado por uma cruz e um cercado. Entretanto, meses depois o proprietário daquela fazenda cometeu o sacrilégio de mandar derrubar o símbolo sagrado que protegia a guarida eterna daquele lidador que tanto lutara contra sorte infausta.

FONTE: Taunay, Em Mato Grosso invadido, Edições Melhoramentos, São Paulo, sd., página 74.




26 de julho

1905 – Rondon passa por Ponta Porã



Acampamento do major Cândido Mariano da Silva Rondon e sua comitiva



Em sua viagem de inspeção ao Sul do Estado, após a extensão da linha telegráfica até Bela Vista, Rondon chega a Ponta Porã, “povoado com rancharia de zinco e capim, numa planície imensa, sem rio que o abastecesse, apenas uma lagoa para servidão pública. Havia, entretanto, nos arredores, cabeceiras que poderiam fornecer boa água aqueles 1000 habitantes. O comércio fazia-se com Concepcion, através da célebre picada de Ciriguello, por onde passou Lopes na retirada para Cerro Corá. Era a parte de Ponta Porã pertencente ao Paraguai, muito maior que a parte brasileira e chama-se hoje Juan Caballero, nome do patriarca da independência daquele país.”

FONTE: Esther de Viveiros, Rondon conta sua vida, Cooperativa Cultural dos Esperantistas, Rio, 1969, página 195.


26 de julho

1926 – Inaugurado o G.E. Joaquim Murtinho



Ginásio Joaquim Murtinho em seu primeiro aniversário
Tendo sua pedra fundamental lançada em junho de 1920, pelo presidente Dom Aquino Correa, em sua visita a Campo Grande, é finalmente, entregue o prédio do primeiro grupo escolar de Campo Grande, construído pelo português Luis Lousinha, no governo de Estêvão Alves Correa, tendo como encarregado dos trabalhos o coronel Antero Paes de Barros.

O seu primeiro diretor foi o professor paulista Bartolomeu Lopes dos Santos.

FONTE: Paulo Coelho Machado, A grande avenida, Funcesp/UBE, Campo Grande, 2000, página 342.


26 de julho

1974 - Deputado assassinado em Chapada dos Guimarães



Aos 45 anos é assassinado em Chapada dos Guimarães, o deputado federal Emanuel Pinheiro (Arena-MT). Sua morte teve repercussão nacional:

"Foi assassinado hoje por volta das 13 horas, nesta cidade, o deputado federal Emanuel Pinheiro com seis tiros, pelas costas. O assassino, João Lopes, esposo da ex-prefeita de Chapada dos Guimarães, entregou-se às autoridades, sendo imediatamente recolhido à penitenciária local e, após transferido para Cuiabá. Nada foi revelado sobre os motivos que levaram o homicida a cometer o bárbaro crime.

Com o assassinato do deputado Emanuel Pinheiro assumirá a vaga na Câmara dos Deputados, o suplente arenista Edyl Ferraz.

O deputado Emanuel Pinheiro foi nas últimas eleições o quarto deputado federal mais votado, com 21 mil votos. Os três outros foram Garcia Neto com 32 mil votos, Ubaldo Barém com 23 mil votos e Marcílio Lima, com 22 mil votos.

O deputado assassinado na cidade de Chapada dos Guimarães, nasceu na capital do Estado, Cuiabá, no ano de 1929. No próximo dia primeiro de agosto deveria completar 45 anos de idade. Exerceu em Mato Grosso as profissões de advogado e professor e o cargo de procurador.

Emanuel Pinheiro deixa viúva a sra. Maria Helena Freitas Pinheiro e órfãos: Helena Maria, Marco Antonio, Marco Túlio, Emanuel Júnior e Marco Polo.

CARREIRA

A vida pública do deputado Emanuel Pinheiro foi marcada pelos seguintes fatos, depois de ter exercido durante vários anos o cargo de arquivista da prefeitura de Cuiabá, foi eleito deputado estadual por duas legislaturas de 1963 a 1967 e de 1967 a 1971, tendo nesta segunda legislatura exercido as funções de presidente da Assembleia Legislativa em 1970 - novembro - foi eleito deputado federal mais votado.

Em Brasília era membro das comissões de Educação e Cultura e do Desenvolvimento da Região Centro-Oeste e suplente da comissão de Constituição e Justiça.

Emanuel Pinheiro tinha dois títulos de cidadania concedidos pelos municípios de N.S. do Livramento e Jaciara, ambos em Mato Grosso".


FONTE: Correio Brazieliense (Brasília) 27 de julho de 1974. 



20 de julho

20 de julho


1910Criada comarca de Campo Grande


Arlindo de Andrade com o presidente Pedro Celestino
Por força da lei n. 549, sancionada pelo presidente Pedro Celestino Correa da Costa, a vila de Campo Grande é elevada à categoria de comarca especial.
O artigo 2° da lei dispunha: "Formarão a Comarca de Campo Grande o município deste nome e o distrito de Vacaria, para esse fim desanexado da Comarca de Nioaque, conservando um e outro atuais". 

O primeiro juiz, Arlindo de Andrade Gomes, foi nomeado em 16 de março de 1911 e a instalação oficial da nova comarca ocorreu em 12 de maio seguinte.



FONTE: J. Barbosa Rodrigues, História de Campo Grande, edição do autor, Campo Grande, 1980. Página 99.


20 de julho


1911 - Bento Xavier reconhece a derrota na batalha final contra o major Gomes


De Vila Conceição, no Paraguai, onde se refugiou depois da luta decisiva com o major Gomes, Bento Xavier, em publicação no jornal O Tempo, de Assunção, transcrita pelo Correio do Estado (de Corumbá), explica a incursão, detalha os confrontos e reconhece a derrota:

No dia 1° de junho, a 1 hora da madrugada, passei a fronteira com 19 companheiros. A 1 hora da tarde desse mesmo dia, encontramo-nos com um piquete da polícia do Estado, comandado pelo capitão Reginaldo de Mattos. Travou-se a luta, ficando morto o capitão Mattos e ferido um de seus soldados, com a perna quebrada. Ficaram dois prisioneiros em meu poder, aos quais pus em liberdade para que conduzissem seu companheiro ferido até a casa mais próxima.

Daí seguimos em direção a Aquidauana, onde chegamos a 11 do mesmo mês de junho. A 16, encontrando-nos no lugar denominado Areias, dando pasto aos nossos cavalos encilhados, fomos surpreendidos pelos governistas. Toda nossa cavalhada fugiu, ficando a pé os meus soldados, em número de 120 homens mal armados. Apesar disto, consegui organizar 50 de meus antigos companheiros com armas e empreendi a retirada, perdendo apenas um homem e fazendo várias baixas no inimigo. Consegui também recolher 33 dos meus cavalos encilhados.

Depois, acompanhado de um de meus amigos, dirigi-me ao encontro de uma força de 80 homens, comandada pelo capitão Ozório de Baires, que era meu partidário, para ir em busca do inimigo. Como não encontrei Baires, segui até Ponta Porã, onde também contava com alguns elementos. Estando já de regresso, a 21 fui informado por meu filho mais velho Antonio Xavier da Silva, que se tinha encontrado nas imediações de Bela Vista, na estância de minha propriedade, com uma força de 78 homens comandados pelo delegado de polícia Álvaro Brandão.

Assim que avistei-me com essa força travamos luta. O delegado viu-se obrigado a retirar-se precipitadamente, alcançando os currais da estância onde entrincheirou-se. Entretanto teve de abandonar também a posição, deixando cinco mortos e onze armas de fogo com algumas munições. Não foi mais perseguida essa força porque as minhas tinham ordem terminante de não perseguir o inimigo já derrotado.

Nesse mesmo dia segui para incorporar-me à minha gente acampada na Estrela, defronte da estância dos srs. Quevedo. Desse ponto fui para adiante comandando 50 homens. A 23 encontrei-me com uma força adversária de 200 soldados, mais ou menos, e como o encontro deu-se em uma lombada limpa e as tropas estavam muito perto uma da outra, não pude evitar o combate. Mandei, então, carregar sobre o inimigo para ver se conseguia envolver a cabeça da coluna.

Meu plano foi burlado pelo inimigo que já nos tinha descoberto e era muito superior a nós em número e armamento. Assim é que os governistas, não podendo retroceder, carregaram também sobre nós, dando-se uma pequena refrega da qual resultaram várias baixas de ambas as partes.

Vi-me, assim, obrigado a retirar-me, deixando a vitória aos adversários.


Esta é a expressão da verdade.²


FONTE: Correio do Estado (Corumbá) 20 de julho de 1911.



20 de julho

1932 - Instalada comissão revolucionária de Ponta Porã



Lício Borralho, de gravata, prefeito de Ponta Porã em 1932

Políticos e autoridades militares de Ponta Porã instalam a comissão revolucionária do município em apoio à guerra civil paulista, deflagrada no dia 9 e que tinha como comandante formal o general Klinger, até então comandante da 9a. Circunscrição Militar de Mato Grosso, com sede em Campo Grande. O acontecimento foi registrado na seguinte

Ata de instalação da Comissão Revolucionária do Município de Ponta Porã. Aos vinte dias do mês de julho de mil novecentos e trinta e dois, em a sala de audiência da Prefeitura Municipal desta localidade, reuniu-se pela primeira vez, com o objetivo de dar início aos seus trabalhos, a comissão especialmente aclamada pelos representantes das diversas correntes políticas do município, para formar a frente única revolucionária. Sob a presidência do senhor Doutor Raphael Bandeira e com a presença dos senhores comissários Doutor Lício Borralho, Prefeito Municipal, senhor José Pinto Costa e senhor Waldemiro Correa, foi declarada aberta a sessão. Em seguida foi pelo Doutor Raphael Bandeira, Delegado Militar do Município, numa oração cheia de patriotismo, explicado o fim da criação da referida Comissão, salientando que os seus trabalhos se destinavam a coordenar os esforços de todos os elementos revolucionários locais para a obtenção da vitória da Revolução Pró-Constituição Nacional, merecendo essas suas afirmações a mais completa afirmação, não só dos senhores comissários, como também dos demais presentes. Pelo secretário da Comissão foi lida, depois, a ata da reunião levada a efeito no Hotel Brasil, ontem nesta cidade, sob a presidência do senhor Tenente Coronel Francisco Jaguaribe Gomes de Mattos, em a qual foi designada, com aprovação do Comando 11 RCI, a aludida Junta Revolucionária.

E, após ser lida, também, a portaria baixada pelo mesmo Comando Militar, nomeando o senhor Doutor Raphael Bandeira, para desempenhar as funções de Delegado Militar do Município, foi encerrada a sessão. Nada mais havendo para constar, foi por mim, Adolph Calandrini Alves de Souza, servido de secretário, lavrada esta ata que vai assinada por todos os presentes e por mim subscrita.

(ass) Raphael Bandeira Teixeira, José Pinto Costa, Wlademiro Correa, Lício Borralho, Waldomiro Silveira, Eurindo Neves, Arthur Mendes Rocha, Roberto C. Teixeira, Alcindo de Figueiredo, H. Coutinho, Lourenço Gomes Monteiro, Nicoláo Baes Alliende, Glicério Póvoas, Salustio Otávio de Araújo, Antonio Moreira, Arnaldo Moreira, Arthur Gomes Maia, Carlos Souza, Ataliba Fagundes, Heitor Ferreira, Antonio de Souza Góis, Angelo Moreno, Lídio Lima, Antenor Neves, Bertholino Belarmino da Silva, Alberto Linhares Bentenmüller, Cristobal Lechuga, Jacinto Coelho de Souza, José Maria do Nascimento, Marcelino Lima, Achiles Verlangieri, José Manvailer, Hermenegildo da Costa Lima, Laurindo S. Marques, João Baptista de Souza e Adolph Calandrini Alves de Souza.


FONTE: Arquivo Público Estadual, Boletim nº 2 da Comissão Revolucionária de Ponta Porã, in Mato Grosso do Sul - trajetória 30 anos, Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, 2007, página 50. 

FOTO: do acervo de Yhuld Giovani Bueno.




20 de julho

1933 - Dom Vicente Priante nomeado 5° bispo de Corumbá




Realizou-se na capital paulista a sagração solene de dom Vicente Priante, elevado a bispo da diocese de Corumbá, por bula do papa Pio XI. Dom Priante assume a diocese, após mais de um ano de vacância, com a promoção de Dom Antonio de Almeida Lustosa para o arcebispado de Belém do Pará.

Salesiano, natural de Barra Mansa, onde nasceu a 17 de maio de 1883, cursou humanidades no Colégio Santa Rosa, de Niteroi. Em 1903 na Congregação salesiana recebeu o hábito do padre Carlos Peretto, inspetor das Casas Salesianas do Sul do Brasil.

De 1906 a 19012 exerceu o magistério, como professor e assistente nos colégios de Niteroi e Lorena. Em 1919 recebeu a consagração sacerdotal das mãos de dom Epaminondas d'Ávila, bispo de Taubaté e foi para a Casa de Jaboatão, em Pernambuco, como diretor, sendo transferido em seguida para o Colégio de São João, em Campinas, entidade que dirigiu até 1922. Ainda em Campinas foi diretor do Liceu N.S. Auxiliadora, até 1926, data em que a pedido do bispo de Uberada, dom Antonio de Almeida Lustosa, transferiu-se para a paróquia de São Domingos do Araxá.

Suas últimas atividades, antes de tornar-se bispo de Corumbá, desenvolveram-se na direção do Instituto Dom Bosco, em São Paulo, tendo aos seus cuidados a paróquia de Maria Auxiliadora, do Bom Retiro, bairro paulistano.


FONTE: Jornal do Commercio (Campo Grande), 30 de julho de 1933.

FOTO: acervo da Diocese de Corumbá.


20 de julho

1959 - Executado vereador que denunciou contrabando 






É assassinado em Corumbá na noite de 20 de julho de 1959,o vereador Edu Rocha (PSD). O principal suspeito como mandante do crime foi o chefe da alfândega da cidade, Carivaldo Salles, denunciado pelo edil como chefe de uma quadrilha de contrabandistas de automóveis. As denúncias veiculadas pela revista "O Cruzeiro", então o principal orgão da imprensa brasileira, ganharam repercussão nacionalO homicídio, segundo a revista carioca, ocorreu por volta das 21,30 h e foi descrito em detalhes:

Nessa noite havia sessão na Câmara de vereadores local. Edu Rocha era o líder da bancada pessedista e também o vereador mais votado do município. Já exercera as funções de presidente dcâmara e era apontado como o mais forte candidato a prefeito da cidade. Nessa noite, Carivaldo Salles, que nunca antes comparecera à câmara, assistiu à sessão, desde o começo e quase até o fim. Estava extremamente nervoso. Fumava um cigarro após outro. Durante todo o tempo em que permaneceu no recinto pelas janelas da câmara podia-se ver, furtivamente, a cabeça de elementos notoriamente apontados como pertencentes à "gangde contabandistas. Esses capangas olhavam para dentro do recinto, de soslaio, pelos cantos das janelas, um de cada vez, como se revezando na tarefa de dar cobertura ao "chefe" em caso de algum imprevisto. Quando Edu Rocha terminou seu discurso sobre assunto rotineiro da vida da cidade (nome a ser dado a uma praça pública), Carivaldo saiu e foi sentar-se em seu automóvel vermelho e capota cinza. Tal qual uma fera traiçoeira, ali fora esperar sua vítima. As declarações de numerosas testemunhas permitem compor fielmente o cenário do crime: o "jeep" de Edu Rocha estava estacionado diante da residência da sra. Laura Provenzano, ao lado da Câmara de Vereadores. A uns 5 metros adiante do "jeep", de frente para este e inclusive na contramão), estava parado, sob uma árvore, o carro de Carivaldo. No volante do automóvel, vigiava o capanga do inspetor, de nome César Aral, vulgo "Papito", pistoleiro de má fama e temido pela sua periculosidade. Viera do Paraguai, e em Corumbá prestava serviços a Carivaldo como guarda-costas e como motorista. No assento traseiro do veículo, meio oculto na penumbra, Carivaldo, que abandonara o recinto da Câmara antes do término da sessão, esperava a hora do drama. Quando os vereadores sairam, no final dos trabalhos, muitos deles permaneceram na calçada, conversando em grupos. Edu Rocha e seu colega Arquibaldo Andrade foram os últimos a deixar a porta da Câmara. Palestraram sozinhos durante alguns instantes, e, por fim, a convite de Edu, resolveram tomar um cafezinho. Edu passou por trás do seu "jeep" para alcançar o lado esquerdo do veículo. Quando abriu a porta para sentar-se ao volante, ouviu-se a rajada fatal, entrecortada por um gemido fraco. Arquibaldo Andrade, que se aprestava para entrar no "jeep" pela porta direita, mal teve tempo de voltar a cabeça e ainda assim sentiu grãos de pólvora bateram em seu rosto como chuvisco. Nesse momentoo porteiro da Câmara, Feliciano Rodrigues, que fechava a porta do edifício, caia ao chão, contorcendo-se em dores e pedindo socorro. Arquibaldo Andrade pode ver o carro vermelho de Carivaldo arrancar em debalada carreira, desaparecendo no fim da praça. Ao correr para pedir socorro, Arquibaldo viu, saindo de "um ponto qualquer do jardim", o lugar-tenente de Carivaldo, o valentão Artigas Vilalva, de quem tanto falamos em nossas reportagens sobre o contrabando. (...) 

Ao tombar ao solo, Edu Rocha já não tinha mais vida. Não era para menos. A rajada de metralhadora foi disparada quase à queima roupa, a mais ou menos dois metros de distância, de vez que o carro do assassino passou rente ao jipe do vereador. A metralhadora empregada foi do tipo "piripipi", muito usada na Bolívia e Paraguai. O laudo do exame cadavérico, assinado  pelos cirurgiões que autopsiaram o corpo de Edu, atesta a brutalidade do crime. O vereador foi atravessado por 5 balas que penetraram: a) na boca, destruindo os incisivos superiores;b) na região frontal esquerda; c) na região frontal direita;d) na região external (peito) no seu terço médio; e) na região paraexternal esquerda, para dentro da linha mediana.


Levado a juri em 24 de outubro de 1963, Carinaldo foi absolvido por 5 a 2.



FONTE: Revista O Cruzeiro (RJ), 27 de agosto de 1959.



20 de julho


1972 - Vingança tardia: a morte do coronel Couto

Foi morto a tiro em Campo Grande, aos 44 anos, o coronel PM Benedito Campos Couto. Sua morte, teria sido um ato de vingança, segundo confidenciou a amigos o seu autor antes de cometê-la. Réu confesso do assassinato do vereador Hans Peters, de Terenos, no início da década de 60, Antonio Estevão de Marães, o Antonio Verdureiro, entregou-se à polícia em Campo Grande, logo em seguida ao homicídio. Na delegacia, cujo titular era o então major Benedito de Campos Couto, denunciou espancamento, o qual teria tido a participação direta de delegado, ocasionando-lhe, entre outras lesões, um processo irreversível de perda das funções sexuais.

Cumprida a pena, Marães, como havia jurado na cadeia, matou com um tiro de revólver o coronel Couto. O crime mobilizou a PM do Estado inteiro, a partir de Campo Grande com a finalidade de capturar o assassino, encontrado em poucas horas e, ao reagir - segundo a versão da polícia - recebeu uma saraivada de tiros, vindo a falecer horas depois na Santa Casa.¹

QUEM ERA O CORONEL - O coronel Benedito Campos Couto era uma figura legendária da polícia militar de Mato Grosso. Nascido em Cuiabá, cursou a Academia de Polícia do Barro Branco em São Paulo. Como capitão assumiu a Delegacia de Polícia e o comando do destacamento policial do município. No governo de Fernando Correa da Costa (1960-1965) atingiu o cargo de delegado especial da zona Sul de Mato Grosso, com 34 delegacias sob sua jurisdição.²

Considerado herói da corporação, por lei estadual, sancionada pelo governador Reinaldo Azambuja, o coronel Couto dá nome ao 1° Batalhão da PM e a uma rua em Campo Grande.


FONTE: ¹Barbosa, Eronildo, Sindicalismo no Sul de Mato Grosso 1920-1980, Campo Grande, página 110; ²Informações do site Midiamax, Campo Grande, 02/09/2020.

OBISPO MAIS FAMOSO DE MATO GROSSO

  22 de janeiro 1918 – Dom Aquino assume o governo do Estado Consequência de amplo acordo entre situação e oposição, depois da Caetanada, qu...