6 de janeiro
1778 - Guaicurus cometem chacina no forte Coimbra
Índios guaicurus, insinuando visita pacífica ao forte Coimbra,traiçoeiramente, cometem chacina contra a guarnição militar. O episódio é revisto pelo pesquisador Carlos Francisco Moura:
Era um grupo numeroso de índios a pé e a cavalo,acompanhados de suas mulheres. Vinham sem lanças nem flechas e traziam carneiros, aves, peles de animais e outros artigos para negociar.
O cacique e seu intérprete entraram na estacada para parlamentar com o comandante Marcelino Camponês, enquanto do lado de fora os soldados comerciavam com os índios, vigiados por uma escolta de doze soldados armados.
Alegando que as mulheres tinham medo de arma de fogo, os guaicurus pediram ao ajudante Tavares que as retirasse à escolta e as colocasse sob uma tolda próxima.Disseram que os soldados não precisavam ter medo pois eles estavam sem armas, só com cacetes e facas. Atendidos nesse pedido, convidaram os soldados a descansar no regaço de suas mulheres. Estavam assim descuidados alguns, e outros negociando ativamente com os índios, quando o cacique, carregado de presentes oferecidos pelo comandante, saiu da estacada. Já próximo ao local onde se encontravam índios e soldados deu um assovio e imediatamente a esse sinal cada índio atacou com o cacete o soldado que estava mais próximo e a seguir o degolou com a faca. Tão inopinado foi o ataque que em poucos instantes estavam quase todos mortos, e quando os soldados que estavam na estacada saíram em auxílio dos companheiros, já os guaicurus se retiravam sem nenhuma perda, levando armas e até roupas dos soldados mortos.
Nessa trágica cilada morreram 54 soldados e ficaram feridos seis.
FONTE: Carlos Francisco Moura, O forte de Coimbra, Editora da UFMT, Cuiabá, 1975, página 34.
FOTO: Reprodução guaicuru. Meramente ilustrativa.
Imediatamente perseguido rio acima pelo inimigo, tomando a dianteira o Iporá, o vapor brasileiro faz vivo fôgo sôbre o mesmo, apesar de seguir em retirada que se estendeu por seis léguas. O navio brasileiro se encontrava com apenas um rodízio de 32 que no décimo-terceiro tiro desmontou-se,conforme diz, em sua parte, o Capitão de Fragata Castro Menezes.Nêsse último disparo foi matar o 2.° Tenente de Marinha Gregório Benítez, do Iporá. Em uma das voltas mais estreitas do rio, foi o Anhambaí sôbre a barranca, perto do morro do Caracará, quando é abordado pelo Iporá que mais de perto o seguia. Após uma resistência gloriosa e diante da demasiada superioridade do inimigo, alguns marinheiros saltam em terra e salvam-se, outros, entretanto, permanecem no navio, lutando contra o invasor. Em seus postos de honra, pelejando bravamente, estavam o comandante, Piloto José Israel Alves Guimarães, o comissário Fiúza e o 2.° Cirurgião DOUTOR JOSÉ CÂNDIDO DE FREITAS ALBUQUERQUE que foram heróis da resistência. Ao médico militar os selvagens, depois de o fazer prisioneiro, degolam-no, mutilam-lhe, cortando as orelhas para remetê-las ao seu comandante, pois, como diz Sacramento Blake, era assim que procediam os paraguaios com seus prisioneiros- de guerra.
1905 – Rondon em Nunca-Te-Vi, distrito de Bela Vista
Curioso episódio se passou aí, quando estávamos em serviço na fronteira, nas proximidades de Nunca Te Vi. Em território brasileiro embora, era a população de Nunca Te Vi paraguaia – guaranis industriosos que desenvolviam suas lavouras, vivendo pacatamente. Foi quando revolucionários, expulsos do Rio Grande do Sul e que, vindos pela fronteira em busca de local onde se estabelecessem, deram com Nunca Te Vi. A pretexto de que não eram brasileiros, expulsaram os pobres guaranis de suas terras. Vieram eles procurar-me e eu consegui que o Presidente do Estado lhes reconhecesse e mantivesse a posse. Munido dessas credenciais, pude convencer os invasores de que se deveriam retirar pacificamente.
FONTE: Esther de Viveiros, Rondon conta sua vida, Cooperativa Cultural dos Esperantistas, Rio de Janeiro, 1969.
Reclamando o direito de folgar aos domingos, trabalhadores em padarias em Corumbá fazem greve de protesto. A notícia de última hora é dada pelo jornal O Brazil:
6 de janeiro
1969 - Morre em Corumbá, Olegário Moreira de Barros
Falece em Corumbá, sua cidade natal, aos 69 anos, Olegário Moreira de Barros. Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito de São Paulo, exerceu os cargos de delegado e chefe de polícia do Estado, diretor de Imprensa Oficial, consultor jurídico, Procurador Geral, juiz de direito, secretário geral do Estado, desembargador e presidente do Tribunal de Justiça, tendo sido nessa condição nomeado interventor federal do Estado de Mato Grosso, tendo governado de 8 de novembro de 1945 a 8 de julho de 1946.
Jornalista, colaborou com todos os jornais de Cuiabá e Corumbá. Era membro da Academia Mato-Grossense de Letras, onde ocupava a cadeia n° 34, cujo patrono é o poeta José Tomás de Almeida Serra.
FONTE: Estevão de Mendonça, Datas Matogrossenses (2a. edição), Governo de Mato Grosso, Cuiabá, 1973, página 27.