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terça-feira, 25 de janeiro de 2011

27 de fevereiro

27 de fevereiro

1999 - Morre Dom Teodardo, o terceiro bispo de Dourados





Morre na Alemanha para onde voltou depois de ser jubilado como bispo de Dourados, dom Teodardo Leitz. Filho de Gustav e Lídia Leitz, nasceu em 18 de maio de 1915, em Karlsruhe, na Alemanha. Após estudos primários e secundários ingressou na Ordem Franciscana em 19 de abril de 1934. Estudou filosofia em Sigmaringem e Teologia em Fulda/Alemanha. Transferiu-se para o Brasil em 1939, já diácono, continuando os estudos na Faculdade de Teologia dos Franciscanos de Petrópolis, RJ. Em 30 de junho de 1940 foi ordenado sacerdote pelo bispo de Niterói D. José Alves. No fim do mesmo ano, veio para Mato Grosso, assumindo o cargo de coadjutor da paróquia de Rosário Oeste. Durante 12 anos percorreu a cavalo ou canoa os sertões de Mato Grosso. Em 24 de outubro de 1952, Frei Teodardo muda-se para Dourados, como vigário da cidade, tendo permanecido por durante 9 anos à frente da paróquia. 

Em 1961, frei Teodardo é transferido para Rio Brilhante, onde iniciou a construção do Seminário dos Franciscanos, e depois para Campo Grande como vigário da paróquia de São Francisco. Em janeiro de 1970 retorna definitivamente a Dourados, novamente como vigário da paróquia da Imaculada Conceição. Com a renúncia do bispo, dom Carlos Schmitt, , frei Teodardo foi eleito administrador da Diocese e, em 5 de novembro de 1970 o Papa Paulo VI o nomeou bispo de Dourados. Recebeu a sagração no dia 13 de fevereiro de 1971 na cidade de Freiburg na Alemanha e tomou posse em 17 de março do mesmo ano.

Em seus 15 anos à frente da Diocese de Dourados, dom Teodardo implantou diversos movimentos: cursilho da cristandade, movimento jovem, pastoral das Vocações, pastoral da Terra, pastoral da Saúde, vicentinos e outros. 

Coerente com seu lema de bispo: "Evangelizar os pobres", e com o compromisso da "opção preferencial pelos pobres", do Vaticano II, dom Teodardo se colocou decididamente ao lado dos trabalhadores rurais sem-terra durante os primeiros movimentos pela reforma agrária, no início da década de 80, ainda durante o regime militar. Destacou-se no apoio aos trabalhadores rurais, durante a ocupação da gleba Idalina, em Ivinhema, em abril de 1985. Nessa ocasião, acolheu os despejados e lhes ofereceu uma área da diocese, no distrito de São Pedro para acampar. Durante oito meses, 3.000 pessoas ficaram por conta da Diocese de Dourados, inclusive a alimentação e o atendimento sanitário, até que o governo do Estado, desapropriou uma área no município de Nioaque e assentou os acampados.


FONTE: Frei Pedro Knob, A missão franciscana do Mato Grosso, Custódia Franciscana das Sete Alegrias de Nossa Senhora de Mato Grosso, Campo Grande, 1988, página 216.


terça-feira, 1 de março de 2011

6 de julho

6 de julho


1906Morto o presidente Totó Paes


Procedente de Corumbá, à frente de cerca de 2000 homens, Generoso Ponce toma Cuiabá e põe o governador Antonio Paes de Barros em fuga, refugiando-se com alguns companheiros nas proximidades da fábrica de pólvora no Coxipó.

 
Coronel Totó Paes
Pela madrugada de 6 de julho, sitiam o reduto onde lobrigaram indícios de acampamento suspeito.


Gisam meio de prender, ao clarear do dia, os seus ocupantes, sem que pudesse nenhum escapar. Antes de completar as providências, o disparo de um tiro imprudentemente desfechado do interior do capão, provocou a descarga cerrada dos atacantes e a dispersão da comitiva presidencial. Cada qual procurou-se sumir-se pelas sombras protetoras das árvores, evitando os lados de onde vinha a fuzilaria ameaçadora. Como os seus companheiros A. Paes também se levantou para tentar a evasão. Mas, desnorteado, saiu por uma clareira, onde se destacou o vulto para as pontarias fulminantes.

Antes que alcançasse a mata fronteira baqueou, mortalmente ferido, conforme noticiou o ofício que o vice-presidente em exercício mandou, por cópia ao General Dantas Barreto."

Totó Paes chegou ao poder em 1899, após o racha entre Generoso Ponce e os irmãos Murtinhos, com apoio destes. No Sul de Mato Grosso seu principal inimigo foi o cel. Jango Mascarenhas, de Nioaque. Na região, durante seu mandato, depois da morte de Jango e da submissão de grupos de oposição, o seu governo foi razoavelmente tranquilo.



FONTE: Virgílio Correa Filho, A República em Mato Grosso (II) in Revista do Instituto Histórico de Mato Grosso, Cuiabá, 1935, página 59.


6 de julho

1915 - Morre Marcelino Pires, um dos pioneiros de Dourados 





Natural de Jataizinho, no Paraná, onde nasceu em 18 de outubro de 1859, faleceu em Dourados, Marcelino Pires Martins, um dos pioneiros de Dourados. Em Mato Grosso desde a penúltima década do século XIX, casou-se em 1886, com Eulália Ferreira Garcia, na fazenda Passatempo, (hoje município de Rio Brilhante). Em Dourados desde 1903, tomou posse de grande área de terras, denominada Fazenda Alvorada. A área onde foi implantada a cidade é parte dessa fazenda e posses de Joaquim Teixeira Alves.

Marcelino Pires participou ativamente de todas as atividades políticas do povoado, até sua transformação em distrito, ocorrida cinco meses antes de sua morte.

A avenida principal e mais antiga de Dourados tem o seu nome.


FONTE: Rozemar Mattos Souza, Dourados, seus pioneiros, sua história, Centro Cívico, Histórico e Cultural 20 de Dezembro, Dourados, 2003, página 237.


6 de julho

2006 - Morre o ex-governador Dante de Oliveira, deputado das diretas

Morre em Cuiabá, o ex-governador Dante de Oliveira, autor da emenda das Diretas Já! Sua bem sucedida carreira política é condensada nos seguintes fatos:

"Dante Martins de Oliveira nasceu em Cuiabá em 6 de fevereiro de 1952, filho de Sebastião de Oliveira e de Maria Benedita Martins de Oliveira. Seu pai foi deputado estadual eleito na legenda da União Democrática Nacional (UDN).

No início dos anos 1970, mudou-se para o Rio de Janeiro e cursou engenharia civil na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), passando a integrar a organização de oposi-ção Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8), dissidência do Partido Comunista Brasileiro (PCB), que pregava a resistência armada ao movimento político-militar que derrubara o presidente João Goulart em 31 de março de 1964.

Em 1976 concluiu o curso na UFRJ e, retornando à cidade natal, candidatou-se a vereador pelo Movimento Democrático Brasileiro (MDB), partido de oposição ao regime militar, não conseguindo, contudo, se eleger. No ano seguinte, passou a ocupar a secretaria geral do MDB mato-grossense. Em 15 de novembro de 1978, foi eleito deputado estadual, vindo a assumir o mandato em fevereiro de 1979.

Com a extinção do bipartidarismo (29/11/1979) e a conseqüente reorganização partidária, filiou-se ao Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), originário do MDB.

Em 1982, deixou formalmente de integrar o MR-8, em virtude de divergências políticas, e, em novembro, concorreu a deputado federal. Eleito com a segunda votação do partido, assumiu o mandato em 1º de fevereiro de 1983, vindo a integrar como titular a Comissão do Interior e como suplente a Comissão da Agricultura e Política Rural.

O movimento das Diretas Já

O fim do bipartidarismo e do pleito indireto para governador e senador marcou o início do processo de redemocratização. No entanto, a abertura lenta e gradual, conduzida pelos governos militares, não incluiu a modificação do artigo da Constituição de 1967 que instituía a via indireta para a eleição do presidente, demais cargos executivos e 1/3 do Senado. Assim, no início da sessão legislativa, em fevereiro de 1983, apresentou projeto de emenda constitucional, que se tornaria conhecida como emenda Dante de Oliveira, propondo o restabelecimento da eleição direta em todos os níveis e marcando para 15 de novembro de 1984 a eleição para presidente.

Em abril de 1983, o diretório nacional do PMDB deliberou promover uma campanha nacional em prol da realização de eleições diretas para a presidência. Dois meses depois, o ministro das Minas e Energia, César Cals, propôs a reeleição do presidente João Figueiredo. Descartou-se, contudo, a hipótese da reeleição, propondo-se em seguida a candidatura do ministro do Interior, Mário Andreazza, pelo Partido Democrático Social (PDS). Simultaneamente, a campanha oposicionista começava a ampliar-se. Governadores do PMDB divulgaram uma declaração conjunta em que pediam ao Congresso eleições diretas para a presidência. No fim de novembro, realizou-se em São Paulo, patrocinada pelo Partido dos Trabalhadores (PT), a primeira manifestação popular em favor dessa reivindicação, que reuniu cerca de dez mil pessoas.

Em 10 de janeiro de 1984, a comissão executiva do PDS repeliu oficialmente a proposta de restabelecimento das eleições diretas, reafirmando a “legitimidade do Colégio Eleitoral”. Dois dias depois, foi realizado o primeiro comício pró-diretas, no centro de Curitiba, no local conhecido como Boca Maldita, reunindo cerca de 30 mil manifestantes, segundo o jornal Folha de S. Paulo. Em seguida, foram realizados comícios, passeatas e manifestações menores em Porto Alegre, Camboriú (SC), Vitória, Salvador, João Pessoa e Fortaleza. Em 25 de janeiro, o comício da praça da Sé, em São Paulo, reuniu cerca de trezentas mil pessoas e mostrou o apelo popular da emenda.

As manifestações multiplicaram-se por todo o país. Belo Horizonte promoveu em fevereiro ato chamado Grito dos Mineiros, com cerca de trezentas mil pessoas. Em 14 de março, foi criado o comitê suprapartidário pelas diretas, reunindo integrantes dos partidos de oposição, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e de outras entidades, firmando-se um acordo de negociação e entendimento pelas Diretas Já. No dia 21, o comitê suprapartidário pelas diretas promoveu uma passeata no Rio de Janeiro com 150 mil pessoas. Diante da pressão popular, em 31 de março o presidente Figueiredo divulgou comunicado oficial em rede nacional de televisão, reafirmando que o novo presidente seria escolhido por via indireta.

Aproximando-se a data prevista para a votação da emenda, em abril assistiu-se ao crescimento da campanha pelas diretas. Realizaram-se comícios em Recife e Natal e, no dia 10, uma manifestação no Rio de Janeiro reuniu cerca de um milhão de participantes. No dia 16 do mesmo mês, 1,7 milhão de pessoas compareceram ao comício pró-diretas no vale do Anhangabaú, em São Paulo, transformando-o na maior manifestação popular da história do país. Nesse mesmo dia, o Executivo enviou ao Congresso o projeto de emenda constitucional Leitão de Abreu, alternativo ao de Dante, propondo, entre outros pontos, a eleição direta para presidente em 1988 e a redução para quatro anos do mandato do candidato vencedor no Colégio Eleitoral, que se reuniria em janeiro de 1985. Em seguida, foram decretadas medidas de emergência em Brasília, Goiânia e mais nove municípios de Goiás. Também limitou-se o direito de reunião e as emissoras de rádio e televisão foram proibidas de divulgar os votos do parlamentares na votação da emenda.

Na véspera da votação, as principais cidades assistiram a “panelaços” (manifestações acompanhadas por panelas sendo batidas) a favor das Diretas Já.

A emenda foi derrotada em 25 de abril, em razão de não ter atingido o quórum para que fosse enviada à apreciação do Senado. Contaram-se 298 votos a favor, 65 contra e três abstenções e deixaram de comparecer à sessão 112 deputados.

No Colégio Eleitoral, reunido em 15 de janeiro de 1985, Dante votou no candidato oposicionista Tancredo Neves, eleito presidente pela Aliança Democrática, união do PMDB com a dissidência do PDS abrigada na Frente Liberal, que derrotou o candidato do regime militar, Paulo Maluf. Tancredo não chegou a ser empossado na presidência, vindo a falecer em 21 de abril de 1985. Seu substituto foi o vice José Sarney, que vinha exercendo interinamente o cargo desde 15 de março.

Após a posse de Sarney, Dante defendeu a legitimidade do governo do presidente eleito e declarou-se contrário à proposta de realização de eleição direta em 1986, com a eleição para a Assembléia Nacional Constituinte. Durante os trabalhos legislativos, manifestou-se favorável ao reatamento das relações diplomáticas do Brasil com Cuba e à reforma agrária.

Em junho de 1985 licenciou-se para dedicar-se à campanha para a prefeitura de Cuiabá, tendo sido substituído pelo primeiro suplente, Paulo Nogueira. No mês seguinte sua candidatura foi homologada pela convenção do PMDB, em detrimento das pretensões do deputado estadual Rodrigues Palma. Em novembro, foi eleito com 60% dos votos válidos.

Em dezembro, ao receber no Rio de Janeiro o título de cidadão fluminense, voltou a declarar-se contrário à eleição presidencial direta em 1986, argumentando que prejudicaria os trabalhos da Assembléia Nacional Constituinte, que seria empossada em fevereiro de 1987.

Empossado em janeiro de 1986, conclamou os vereadores de todos os partidos para que colaborassem com seu governo, pois a prefeitura estava com os salários do funcionalismo atrasados e era devedora do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS).

Quando da reforma ministerial, em fevereiro de 1986, iniciaram-se no PMDB discussões em torno da duração do mandato de Sarney. Declarou que a solução dependeria “do desempenho da nova equipe ministerial durante o ano de 1986 e da redução das taxas de inflação”. Defendeu, também, que o mandato de Sarney deveria ser fixado pela Constituinte, manifestando-se contrário à tese da manutenção dos seis anos, como estabelecia a Constituição de 1967.

No Ministério da Reforma e Desenvolvimento Agrário

Em maio de 1986, foi convidado pelo presidente José Sarney e aceitou assumir o Ministério da Reforma e do Desenvolvimento Agrário, em substituição a Nélson Ribeiro. Ao ser empossado, afirmou a disposição para o debate com os setores ligados à questão fundiária, com exceção da União Democrática Ruralista (UDR), criada por fazendeiros e que adotara “atitudes afrontosas contra o governo e contra o presidente José Sarney”. Afirmou também que o momento era de ação e de prática e que estava incumbido de implantar a reforma agrária com urgência e sem violência, dentro da lei.

O primeiro problema foi a escolha do presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), sendo indicado o gaúcho Rubens Ilgenfritz.

Em outubro de 1986, foi interpelado judicialmente no Supremo Tribunal Federal (STF) pela Associação dos Magistrados do Brasil e mais 13 juízes federais de São Paulo, para que explicasse declarações à imprensa responsabilizando a Justiça de primeira instância pelo atraso na execução do Plano Nacional de Reforma Agrária. Ainda nesse mês, reconheceu a existência de corrupção no INCRA e anunciou a divulgação de resultados de investigações de comissões de inquérito, até o fim do ano. Em novembro, defendeu a redução do mandato do presidente, ressalvando que esse assunto deveria ser amplamente discutido entre a liderança da Aliança Democrática e Sarney, antes de se levar uma proposta à Assembléia Nacional Constituinte. Defendeu também a realização de eleições exclusivas para presidente, sendo contrário à convocação do pleito para 1988, com as eleições para prefeitos.

No mês seguinte, foi iniciada uma crise envolvendo dirigentes do INCRA e o porta-voz da presidência, Fernando César Mesquita, que divulgara na imprensa denúncia de corrupção no órgão. Em 15 de dezembro, apresentou seu pedido de demissão do ministério, o que não foi aceito, tendo-se solucionado a crise com o afastamento do porta-voz.

Em março de 1987, na reunião da Executiva do PMDB, propôs a realização de um plebiscito interno para consultar as bases sobre a duração do mandato de Sarney e declarou a improbidade dos seis anos: “O atual governo sempre teve caráter de transitoriedade. Assim sendo, a Constituinte deveria fixar um mandato menor para o presidente ou até mesmo concluir pela convocação de diretas já ainda este ano, sem que isso se caracterize, como afirmam alguns, um golpe legislativo. Golpe é o mandato de seis anos.”

A defesa da duração de quatro anos para o mandato presidencial e a dificuldade de gerir o programa de reforma agrária culminaram, em 21 de maio, na saída do ministério. O pronunciamento feito por Sarney dias antes foi o estopim para o pedido de demissão. No discurso, o presidente estabeleceu seu mandato em cinco anos e exigiu que seus subordinados acatassem essa decisão. Ao deixar o cargo, Dante afirmou que não mais participaria da base de Sarney e que “o presidente atropelou a Assembléia Nacional Constituinte em sua soberania”.

No balanço de sua atuação no ministério, verificou-se que algumas das metas não foram cumpridas. Assentou apenas 23 mil famílias dentro da meta de 450 mil, fixada para 1986-1987. Em compensação, desapropriou 88 áreas para fins de reforma agrária — cerca de dois milhões de hectares —, enquanto todos os governos anteriores haviam desapropriado apenas 42. Durante a sua gestão, foram criadas oito varas de Justiça agrária. A pasta da Reforma Agrária foi ocupada pelo político pernambucano Marcos Freire.

Onze dias depois de pedir demissão, Dante de Oliveira reassumiu o mandato de prefeito de Cuiabá, com uma festa que reuniu os senadores Mário Covas e Fernando Henrique Cardoso, o deputado catarinense Luís Henrique, líder do PMDB na Câmara, e parlamentares de diversos estados. No exercício do cargo, enfrentou uma grave crise financeira, com salários dos funcionários atrasados e mais de 90% da receita comprometidos com a folha de pagamento.
Em janeiro de 1988, em declaração ao jornal Folha de S. Paulo, manifestou-se a favor da realização de eleições presidenciais ainda naquele ano e voltou a defender a duração de quatro anos para o mandato presidencial. No fim do ano, atribuiu o mau desempenho do PMDB nas eleições municipais à “ambigüidade ideológica” do partido com relação ao governo Sarney e defendeu o confronto entre a esquerda e a direita do partido, na convenção que se realizaria em março de 1989.
Nas eleições presidenciais de 1989, combateu a proposta do deputado Ulisses Guimarães (PMDB) de formar uma frente contra os candidatos Leonel Brizola, do Partido Democrático Trabalhista (PDT), e Luís Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT), e defendeu o lançamento de candidato próprio do PMDB. Em fevereiro de 1990, desligou-se do PMDB e ingressou no PDT.
Em outubro de 1990, concorreu à Câmara pela coligação Frente Popular (PDT, PMDB, PT, Partido Socialista Brasileiro (PSB), Partido Comunista Brasileiro (PCB) e o Partido Comunista do Brasil (PCdoB), tendo sido o mais votado do estado, com 49.889 votos. Não conseguiu ser empossado, entretanto, pois a coligação não atingira o quociente eleitoral de 90 mil votos. Impetrou recurso no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para garantir o mandato, não obtendo sucesso.
Em outubro de 1992, foi eleito novamente prefeito de Cuiabá, com 68,2% dos votos válidos. Tomou posse em janeiro de 1993. No primeiro ano, conseguiu regularizar o pagamento dos salários do funcionalismo, atrasados quando assumiu o mandato, e negociou a rolagem da dívida municipal.
Governador do estado
Em maio de 1994, disputou o governo, apoiado por uma ampla aliança denominada Cidadania e Desenvolvimento, integrada pela Frente Popular Democrática, formada por PDT, PMDB, Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), PCdoB, Partido Popular Socialista (PPS), PSB e PT, e pela Frentinha, integrada por Partido da Mobilização Nacional (PMN), Partido Social Cristão (PSC) e Partido Verde (PV). Embora a coligação contasse com o apoio de quatro dos candidatos à presidência — Luís Inácio Lula da Silva (PT), Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Leonel Brizola (PDT) e Orestes Quércia (PMDB) —, declarou que pedia votos apenas para Brizola, candidato de seu partido.
Em 3 de outubro de 1994, foi eleito no primeiro turno, com 471.104 votos, cerca de 67% da votação no estado. Foi empossado em janeiro de 1995, encontrando a administração praticamente falida, somando uma dívida equivalente a mais de três anos da receita líquida e com atraso de três meses no pagamento do funcionalismo. Além disso, a folha de pagamento consumia 91% da receita estadual e fora aumentada em fins de 1994, em conseqüência da aprovação de um novo plano de cargos, carreiras e salários pelo ex-governador Júlio Campos.
Em março, suspendeu o pagamento da parte dos salários do funcionalismo que excedia a mil reais.
Em maio, o presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, Licínio Stefani, entrou com pedido de intervenção federal no estado no Supremo Tribunal Federal (STF), em razão de não se ter verificado repasse ao Judiciário da quantia correspondente aos salários de juízes e servidores estaduais em março, abril e maio.
Em julho, pagou a parcela dos salários do funcionalismo com títulos, chamados pela população de “pantanetas”, que podiam ser usados para desconto no Banco do Estado de Mato Grosso, no comércio e no pagamento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Em outubro, o Ministério Público Federal no estado apresentou ação de inconstitucionalidade contra esses títulos, por considerar que não havia garantia de liquidação dos débitos feitos pelo estado com o papel. No mesmo mês, o governo obteve empréstimo da Caixa Econômica Federal (CEF) para atender às necessidades financeiras.
Em novembro, o presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso pediu novamente a intervenção federal no estado, porque o governador não estava repassando para o Judiciário os duodécimos referentes a setembro e outubro, em conseqüência dos cortes no orçamento de 1995. Em dezembro, o estado devia quatro meses de salários e não havia previsão de pagamento do 13º. Com um empréstimo na CEF, pagou parcelas devidas ao Judiciário.
Em julho de 1996, solicitou ao Tesouro a suspensão do pagamento da dívida estadual com a CEF por 90 dias. Ainda nesse mês, o estado recebeu recursos do Banco Mundial, a fim de financiar o ajuste da máquina pública. Em agosto, foi o primeiro governador a conseguir renegociar a dívida do estado com o governo federal, reduzindo de 46% da receita líquida para 15% o comprometimento mensal com o Tesouro e obtendo ainda uma antecipação de receita da privatização das Centrais Elétricas Mato-Grossenses (Cemat), de 38,5 milhões de reais. O ajuste foi conseguido com um corte de dez mil funcionários, a redução em 16% do custeio da máquina administrativa e a redução do déficit de 238 milhões de reais para 130 milhões de reais.
Em janeiro, firmou com o ministro da Fazenda, Pedro Malan, o protocolo do acordo de reestruturação da dívida estadual, determinando o refinanciamento de 729 milhões de reais em 30 anos. O acordo previu a realização de um programa de ajuste que impediria a contratação de novas dívidas e a redução do débito global do estado até o equivalente à arrecadação anual. O contrato para o refinanciamento da dívida, que completou a operação, seria firmado com o ministro da Fazenda em exercício, Pedro Parente, em julho.
Ainda em janeiro de 1997, a Executiva Nacional do PDT anunciou que solicitaria a expulsão de Dante, em razão do apoio do governador à aprovação, no Congresso, do projeto de emenda constitucional que permitiu a reeleição para os cargos do executivo. Quando da votação, o governador teria pressionado a bancada federal para que votasse a favor da emenda da reeleição. Antes que fosse implementada qualquer medida punitiva, deixou a agremiação e, em abril, filiou-se ao PSDB.
Em novembro, privatizou a Cemat, com o apoio das Centrais Elétricas Brasileiras (Eletrobrás) e do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Disputou com sucesso a reeleição em outubro de 1998, por uma coligação formada por PSDB, PSB, PMN e PV, obtendo 53,95% dos votos válidos. Em dezembro, anunciou um amplo programa de reformas com o objetivo de ajustar as contas do estado. As medidas anunciadas teriam sido decididas a partir de um estudo do ajuste fiscal proposto pelo governo federal. Foram enviadas, ainda, ao Legislativo uma nova lei para o ICMS e uma lei complementar com alteração das alíquotas para o sistema previdenciário estadual.
Nesse novo mandato à frente do Executivo estadual, por foi substituído em três ocasiões pelo vice Márcio Lacerda, mediante licenças por ele mesmo solicitadas devido a sérios problemas de saúde, causados por diabetes e por uma diverticulite aguda. Entretanto, conseguiu completar o seu segundo mandato consecutivo como governador de Mato Grosso em 31 de dezembro de 2002.



ÚLTIMOS CAPÍTULOS
Em seu último ano de mandato, o governo de Dante foi condenado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) a devolver mais de 12 milhões de reais por superfaturamento nas obras de pavimentação da BR-163, que liga Mato Grosso ao Pará. Conforme a decisão do TCU, os preços chegaram a ser superfaturados em até 500%.
Além disso, o processo aberto contra ele por seu envolvimento no caso Usimar – juntamente com a ex-governadora do Maranhão, Roseana Sarney, do Partido da Frente Liberal (PFL) –  levou-o a tentar justificar para a grande imprensa por que ele, como governador e membro do Conselho Deliberativo da Amazônia (Condel), em dezembro de 1999 teria aprovado o financiamento no valor de 1,38 bilhão de reais, aprovado pela Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) para a empresa Usimar, de propriedade de Roseana Sarney.
O projeto da Usimar chegou a ser classificado, pelos procuradores da Justiça, como “a fábrica de autopeças mais cara do mundo”: a Audi, por exemplo, teria investido 800 milhões de reais na fábrica de automóveis situada no Paraná. Segundo Dante de Oliveira, nessa reunião que afinal aprovou o projeto de Roseana – com o voto favorável dele – teria sido uma “reunião relâmpago”. Outro argumento também utilizado por Dante consistiu em que, na mencionada reunião, não teria sido lido o parecer do Ministério da Fazenda que apontava irregularidades nesse financiamento.
Todavia, não foi descartado o fato de que o voto favorável dado ao empreendimento de Roseana Sarney, por parte de Dante de Oliveira, teria “laços de gratidão”: a família de Dante tinha negócios em sociedade com a família de Roseana (empresários Armando de Oliveira, irmão de Dante, e Fernando Sarney, irmão de Roseana). E mais do que isso: Dante devia, ainda, ao ex-presidente José Sarney, o favor da sua indicação, em 1986, para o Ministério Extraordinário da Reforma Agrária.
Nos bastidores dessa história política, há informações de que o então presidente Sarney teria convidado Dante para o tal ministério como solução do tipo “válvula de escape”: para que o PMDB pudesse livrar Dante, pelo menos temporariamente, da desastrada administração que vinha realizando como prefeito de Cuiabá. Segundo a imprensa local, essa estratégia adotada teria dado certo: Dante acabou ficando pouco mais de um ano no ministério. Nesse período, a prefeitura de Cuiabá foi assumida pelo vice, coronel José Meireles, e parte dos problemas financeiros então existentes foram até sanados. Assim, portanto, Dante não interessava mais ao governo do presidente Sarney, mas foi substituído por ter sido incompetente no desempenho do cargo – segundo afirmações do ex-deputado Osvaldo Sobrinho, adversário de Dante na campanha ao governo estadual em 1994.
Nas eleições realizadas em outubro de 2002, o ex-governador acabou recebendo a sua primeira “condenação”: foi rejeitado pelo povo nas urnas, fracassando em sua tentativa de tentar uma vaga no Senado Federal na legenda do PSDB.
Em um dos últimos capítulos de sua carreira política, Dante chegou a sofrer a acusação de que o "comendador" João Arcanjo Ribeiro – preso em Cuiabá após ser condenado por liderar o crime organizado em Mato Grosso – bancara sua campanha à reeleição nas eleições de outubro de 1998, na qual havia conquistado o seu primeiro mandato à frente do governo estadual. O autor da acusação, efetuada em depoimento à Justiça Federal em 2003 e sempre negada por Dante, foi o ex-gerente Arcanjo Nilson Teixeira.
Dante ainda chegou a lançar uma nova candidatura a deputado federal, pelo PSDB, nas eleições programadas para outubro de 2006, porém veio a falecer em Cuiabá, ainda em plena campanha, em decorrência de uma infecção generalizada no dia 6 de julho de 2006, aos 54 anos de idade.
Era casado com Telma Pimentel Figueiredo de Oliveira, por ele nomeada secretária de Promoção Social durante sua primeira gestão à frente da prefeitura de Cuiabá (de 1985 a 1988) e, posteriormente, deputada federal por Mato Grosso na legenda do PSDB – eleita, pela primeira vez, em outubro de 2002, para a legislatura 2003-2007, e  reeleita em outubro de 2006, para a legislatura 2007-2011".


FONTE: Cristiane Jalles, Maria Letícia Correia e Arnaldo Marques, Dante Martins de Oliveira, Dante Martins de Oliveira, CPDOC/FGV.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

24 de fevereiro


24 de fevereiro

1914 - Morre Joaquim Gonçalves Barbosa Marques







Aos 71 anos, morre na Vacaria, Joaquim Gonçalves Barbosa Marques, o primeiro dos Barbosas a nascer na região dos campos de Vacaria, no Sul de Mato Grosso. Sexto filho de Inácio Barbosa Marques, o patriarca da família, casou em primeiras núpcias, com Flauzina Garcia e em segundas, com a viúva Maria Garcia Coelho, a dona Coelhinha, mãe de Laucídio Coelho. Foi sepultado no cemitério da fazenda Passatempo, então município de Campo Grande, depois Rio Brilante.


FONTE: Ledir M. Pedrosa, Origem histórica e bravura dos Barbosas, edição da autora, Campo Grande, 1980, página 118.





24 de fevereiro

1915 – Instalado o distrito de paz de Dourados



Os pioneiros: Em pé, o segundo, Josué Pires  ( filho de Marcelino Pires), Abílio de Mattos Carvalho, o quinto, Joaquim Rosário (escrivão) , João Pires e Antonio de Mattos Carvalho. Sentados: Armando Brum Mattos, Amandio de Mattos Pereira, Ponciano deMattos Pereira, Bento de Matos Pereira, Marcelino Pires e seu genro Paulo Hildebrand


Criado pela lei 658, de 15 de junho de 1914, é instalado o Distrito de Paz de Dourados, ligado ao município de Ponta Porã.

O ato está registrado nos anais da história da cidade:

Aos vinte quatro dias do mês de fevereiro do ano de mil novecentos e quinze, neste lugar denominado Patrimônio do Dourados, sede do distrito de paz do mesmo nome, em casa de propriedade do sr. Coronel Baltazar Saldanha, previamente designada, para nela funcionar a escrivaninha do juiz de paz, aí presentes os cidadãos majores Paulo Hildebrand e José Alves Leite, primeiro e segundo juizes de paz; cidadãos tenente-coronel Marcelino Pires Martins, majores Ponciano de Matos Pereira e Bento de Matos Pereira, sub-delegado de Polícia; pelo sr. primeiro juiz de paz, major Paulo Hildebrand foi dito que se ia proceder à instalação deste distrito criado pelo ato da lei número seiscentos e cinqüenta e oito da Presidência do Estado, datado de quinze de setembro de mil novecentos e quatorze, sendo seus limites os seguintes: a partir da mais alta cabeceira do Passa-Cinco, nas linhas retas à cabeceira mais próxima do rio Feio, por estes abaixo até a tromba da serra e passando essa ao Sul até encontrar o rio Apa, que é conhecido por Estrela; por este acima até o marco nacional que limita o Brasil com a República do Paraguai; daí seguindo ao Sul até confrontar com a cabeceira do ribeirão Santa Virgínia; por este abaixo até o rio Dourados; por este abaixo até o rio Brilhante; por este acima até a foz do rio Santa Maria; por este acima até a foz do ribeirão Passa-Cinco; por este acima até sua mais alta cabeceira. E convidado o segundo juiz de paz eleito, ambos em dois de novembro de mil novecentos e quatorze a tomarem assento nos seus respectivos lugares; o que foi feito declarou instalado o respectivo distrito. Em seguida usando da palavra em frases eloqüentes, os srs. major Ponciano de Matos Pereira e o cidadão capitão Leonel de Barros, congratularam-se com o povo pelo alto cometimento e concitou-os aqui unidos trabalhássemos pelo progresso deste rico distrito; encerrada em seguida a sessão mandou lavrar a presente ata que assinarão as autoridades e mais pessoas presentes. Eu, Joaquim do Rosário, designado para servir de secretário, escrevi e assino.


O distrito de Dourados foi elevado a município em 20 de dezembro de 1935.


FONTE: Lori Gressler e Lauro J. Swenson, Aspectos históricos do povoamento e da colonização do Estado de Mato Grosso do Sul, edição dos autores, Dourados, 1988, página 73.

FOTO: extraída do livro Memória fotográfica de Dourados, de Regina Heloiza Targa Moreira.



24 de fevereiro

1924 - Indústrias Matarazzo em Mato Grosso

As Indústrias Reunidas Francisco Matarazzo, o maior complexo industrial do Brasil, decide criar uma subsidiária no Estado de Mato Grosso:

"O Conde de Matarazzo acaba de criar uma organização industrial denominada Indústrias Matarazzo de Mato Grosso com sede nesta cidade, para exploração de matérias primas e fábricas, tendo já estabelecido escritório aqui e iniciado a mensagem em Porto Jofre para aproveitamento de óleos animais e vegetais. Essa poderosa firma pretende estabelecer uma linha de navegação entre Corumbá e Santos, partindo dali, neste mês, o primeiro vapor da linha que tomou o nome de Mandioré".

FONTE: Correio do Estado (Cuiabá), 24/02/1924.



24 de fevereiro

1926 - Inaugurado em Campo Grande, o Colégio Nossa Senhora Auxiliadora

É oficialmente inaugurado em Campo Grande o Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, em sua sede provisória num casarão cedido por dona Neta, na rua 26 de Agosto. A solenidade de abertura obedeceu ao seguinte programa:

"Dia 24 - às 8 horas, missa em ação de graças pela chegada das irmãs salesianas. Às 9 horas, reunião na casa que servirá de colégio, onde se fez uma sincera homenagem às Irmãs Salesianas, com os seguintes números: 1° - saudação em nome da juventude feminina da cidade, pela inteligente jovem Emilse Ferreira; 2° - em nome das jovens, saudará as irmãs, a senhorita Clotilde Rondon; 3° - em nome das filhas de Maria, a senhorita Oliva Enciso; 4° - pela Associação dos ex-alunos salesianos falará o doutor Adalberto Barreto. Encerrará a homenagem às Irmãs Salesianas o Revdo. Pe. João Crippa, pároco salesiano, congratulando-se com a população de Campo Grande. A banda de música do 18º Batalhão foi gentilmente cedida para a solenidade de sincera homenagem.

A execução de tal programa nos deixou verdadeiramente comovidas e maravilhadas; porque não era feriado, o povo não nos conhecia e, mesmo assim, a igreja estava repleta de pessoas da alta classe social campograndense.

Durante a Santa Missa os meninos do oratório dos salesianos cantaram hinos sacros. Logo após o término da Santa Missa, todos os fieis, em procissão, acompanharam a pequena imagem de Maria Auxiliadora e as Irmãs Missionárias até a nossa residência. Aí chegando se sucederam as declamações e os discursos, bem como as palavras do pároco salesiano, agradecendo a todos, em nome das Irmãs e convidando a juntos, dar um Viva a D. Bosco e a Maria Auxiliadora, protetora do colégio que ora se iniciava e que dela levará o nome".

A primeira diretora do educandário foi a missionária italiana Maria Oggero. O colégio passou a funcionar em sua sede própria somente em 1931.


FONTE: PENTEADO, Yara, Auxiliadora 70 anos, Gráfica e Editora Ruy Barbosa, Campo Grande, 1996.


24 de fevereiro

1950 - Nasce em Porto Murtinho, José Orcírio Miranda dos Santos





Filho de Orcírio dos Santos e Assunção Miranda dos Santos, nasceu em Porto Murtinho, José Orcírio Miranda dos Santos. Fez seus primeiros estudos em sua cidade natal, ingressando em seguida no Banco do Brasil e na carreira sindical, como fundador do Sindicato dos Bancários de Campo Grande. Entrou na política partidária em 1980, como fundador do Partido dos Trabalhadores em Mato Grosso do Sul. Em 1982 sofreu sua primeira derrota, como candidato a deputado estadual do PT. Em 1988, candidato a vereador em Campo Grande, já com a adoção do Zeca do PT, perdeu a eleição, apesar de ter sido um dos mais votados. O PT não alcançou o quociente eleitoral. Em 1990 é eleito o primeiro deputado estadual do Partido dos Trabalhadores do Estado.
 
Em 1992 candidata-se a prefeito de Campo Grande e perde a eleição. Em 1994 reelege-se deputado estadual. Em 96 volta a disputar a prefeitura de Campo Grande. Perdeu para André Puccinelli com uma diferença de 411 votos, na eleição mais disputada da história do município. Em 98 é eleito governador Estado, no segundo turno da eleição. Em 2002, reelege-se para mais um madato. Como governador, viabilizou sua gestão através dos fundos, com os quais implantou políticas sociais (FIS) e de infra-estrutura (Fundersul). 


Implantou com sucesso marcas do chamado jeito petista de governar, como a Bolsa-Escola, Banco do Povo e Bolsa Universitária; modernizou o sistema de arrecadação; concluiu obras importantes, como a ponte sobre o rio Paraguai, a pavimentação asfáltica para Bonito, Novo Horizonte do Sul e outras cidades e regiões e o edifício do fórum de Campo Grande. Reelegeu-se para um segundo mandato em 2002, derrotando em segundo turno, a deputada federal Marisa Serrano. Em 2010 tenta voltar ao governo e perde, em primeiro turno para o peemedebista André Puccinelli. Em 2012 elege-se vereador em Campo Grande, sendo o candidato mais votado com mais de 13 mil votos. Em 2014 elege-se deputado federal, sendo o mais votado do Estado.

FOTO: acervo do Partido dos Trabalhadores.





segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

3 de Setembro

3 de setembro

1825Expedição Langsdorff deixa o Rio de Janeiro


É iniciada no Rio de Janeiro a mais célebre expedição científica estrangeira ao interior do Brasil no século XIX. Trata-se da missão russa, chefiada pelo visconde de Langsdorff. Em Mato Grosso a comissão seguiu a mesma rota iniciada há um século pelos bandeirantes paulistas que descobriram e exploraram o ouro  de Cuiabá.

Hercules Florence, 2º desenhista da comissão científica russa, inicia também sua aventura literária:

Numa sumaca chamada Aurora, que fazia viagens de cabotagem, partimos da cidade do Rio de Janeiro no dia 3 de setembro de 1825. O tempo mostrava-se favorável para depressa alcançarmos Santos, 40 léguas a S. O. ; não estávamos contudo a cômodo nesse acanhado barco, tanto mais quanto, além das cargas e das bagagem nossa que levava, transportava 65 escravos, negros e negras, recentemente introduzidos d’África e todos cobertos duma sarna, adquirida na viagem, que, exalando grande fétido, poderia nos ter sido nociva, caso durasse mais o contato a que ficávamos obrigados e fora a atmosfera calma e parada. Felizmente, dia e noite, soprou o vento fortemente, levando-nos à embocadura do canal de Santos em 48 horas, quando às vezes acontece que se gastam mais de três semanas no mesmo trajeto.


Tendo deixado Porto Feliz, no interior de São Paulo, em 22 de junho de 1826, a missão que cruzou Mato Grosso de Sul a Norte, passou pelo Amazonas e Pará, terminou apenas em março de 1929, na volta dos sobreviventes ao Rio de Janeiro. 

FONTE: Hercules Florence, Viagem fluvial do Tietê ao Amazonas, de 1825 a 1829, Edições Melhoramentos, São Paulo, 1941, páginas 1 e 218.

FOTO: Índios Apiakás de Mato Grosso, desenho de Hercules Florence.



3 de setembro

1915 - Criada a reserva indígena de Dourados






Pelo decreto nº 401, do presidente do Estado de Mato Grosso, Caetano Manoel de Faria e Albuquerque, é criada a "colônia de índios de Dourados." Dispunha o decreto em seu único artigo: 

Art. 1° - Fica reservada no município de Ponta Porã e para a colônia de índios do distrito de "Dourados", uma área de terras de 3600 hectares, confinando pelo Sul, com o córrego Saltinho, que separa a outra área reservada para o patrimônio de Dourados e as mais confrontações com terras devolutas situadas nas matas de São Domingos.

Em 1925 foi fundado o posto indígena de Dourados, quando o inspetor do Serviço de Proteção ao Índio, major Nicolau Horta Barbosa, inicia a demarcação da área. Até então os grupos indígenas do sul de Mato Grosso viviam dispersos. As terras que compõem o atual posto indígena de Dourados tiveram seu título definitivo de propriedade expedido em 26 de outubro de 1965, sendo estas terras devidamente registradas em 14-12-1965, com uma área de 3.539 ha. Da doação original 61 ha. foram perdidos e incorporados às propriedades vizinhas.


FONTE: Regina Heloiza Targa Moreira, Memória Fotográfica de Dourados, UFMS, Campo Grande, 1990, página 13 

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

25 de setembro


25 de setembro

 
1856 – Cuiabanos exploram o extremo sul do Estado



Serra de Maracaju, no roteiro dos primeiros exploradores de Cuiabá


137 anos da descoberta de Cuiabá e 108 depois da criação da capitania de Mato Grosso, parte de Cuiabá para exploração no sul do Estado o capitão Francisco Nunes da Cunha. De seu retorno, no ano seguinte, entrega ao presidente Augusto Leverger, o barão de Melgaço, o seguinte relatório:

A zona do terreno compreendida a leste pelo rio Brilhante e a oeste pelas alturas da serra Maracaju, e que se estende desde o paralelo que fica ao sul das últimas cabeceiras do rio Dourados, é a que mais ou menos percorri e explorei; ela compõe-se de altas e bonitas chapadas, separadas por uma infinidade de vertentes, que formam os ribeirões Santo Antônio, Santa Gertrudes, Cachoeira, Santa Maria e Dourados; cada uma das vertentes é coberta de espessa mata, excelente para cultura de toda espécie de grão; os leitos dos ribeirões que ficam ao norte são mais ou menos descobertos ou bordados de estreita mata pouco própria para cultura; na confluência de seus galhos, porém, sempre há matas de boa qualidade.


A proporção que se anda para o sul e desde o ribeirão da Cachoeira, vê-se que se multiplicam as vertentes e que as matas, tornando maiores, guarnecem já grande parte das margens dos ribeirões; no mesmo rio Dourados se observa que as matas das últimas vertentes dos sul são mais extensas e mais abundantes em madeira e erva-mate do que as das vertentes do norte: nestas matas predomina a peroba da melhor qualidade e ali crescem com tanto viço e vigor que tomam proporções extraordinárias; em qualquer mata que casualmente se penetre encontram-se sempre perobas, cujos troncos têm às vezes, vinte, trinta ou mais palmos de circunferência. 


No esboço que acompanha este, estão figurados os três galhos do rio Dourados, que se aproximam mais das matas conhecidas pelas do Iguatemi; destes galhos, um corre a leste e dois a nordeste e destes últimos o de oeste, por sua posição topográfica relativamente à das referidas matas, o que deve ser escolhido para na sua margem ser assentada a projetada colônia. A uma légua das mencionadas matas e duzentas braças arredado da margem direita do citado galho, fiz plantar um esteio lavrado para marca ou sinal do lugar que me pareceu mais próprio para assento da colônia.


A chapada que separa as águas do Dourados das que nascem das matas supramencionadas, é dos terrenos que explorei o mais elevado; dela a rumo de sudoeste se avista uma alta serra que corre de noroeste a sueste e que parece estar a dez léguas mais ou menos e já a leste das cabeceiras do rio Apa.

 
Desta vistoria resultou a construção da colônia militar de Dourados, hoje município de Antônio João. Até então as únicas áreas habitadas no Sul do Estado eram a decadente fazenda Camapuã, a vila de Santana do Paranaíba, Nioaque, Miranda, Vacaria, Forte Coimbra e Albuquerque.

FONTE: Estevão de Mendonça, Datas Matogrossenses, (2ª edição) Governo de Mato Grosso, Cuiabá, 1973, página 167.



25 de setembro 


1924 – Rondon chefia tropas legalistas no Paraná




Na única vez em que assume funções de comando em conflito armado, o sertanista matogrossense general Candido Mariano da Silva Rondon é nomeado para combater os revolucionários paulistas do general Isidoro Dias Lopes, refugiados no Paraná:

A 25 apresentei-me ao Ministro de acordo com um novo recado trazido pelo seu oficial de gabinete. Fez-me então convite pessoal para comandar aquela expedição, dando-me carta branca sobre o meu modo de dirigir.
É que, vencida a revolução de São Paulo, deixara Isidoro Dias Lopes aquele Estado, com as suas tropas, visando contornar as forças do governo para atingir o rio e, por outro lado, estender a revolução, conflagrando o país do Rio Grande do Sul ao Contestado.


Aceitei a incumbência porque ao receber o recado, na véspera, refletira maduramente e ouvira minha esposa.


Vencidos os rebeldes em maio do ano seguinte, a 12 de junho o general Rondon estingue o comando, “publicando o boletim final e a 15 chegava ao Rio, apresentando-me, logo no dia seguinte, com os oficiais do meu Estado-Maior, aos chefes do Estado-Maior do Exército, do Departamento de Guerra, ao Comandante da Região Militar, ao Ministro da Guerra, ao presidente da República.” 


Os rebeldes, derrotados por Rondon entraram em Mato Grosso e formaram a Coluna Prestes.


FONTE: Esther Viveiros, Rondon Conta Sua Vida, Cooperativa Cultural dos Esperantistas, Rio, 1969, página 477.


OBISPO MAIS FAMOSO DE MATO GROSSO

  22 de janeiro 1918 – Dom Aquino assume o governo do Estado Consequência de amplo acordo entre situação e oposição, depois da Caetanada, qu...