Mostrando postagens classificadas por relevância para a consulta Forte Coimbra. Ordenar por data Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens classificadas por relevância para a consulta Forte Coimbra. Ordenar por data Mostrar todas as postagens

sábado, 22 de janeiro de 2011

21 de janeiro

21 de janeiro

1809 – Morre Ricardo Franco, o herói do forte Coimbra




Aos 61 anos, falece no Forte Coimbra, Ricardo Franco de Almeida Serra. Nascido na cidade do Porto, em Portugal, veio para Mato Grosso como auxiliar do presidente da província Luiz de Albuquerque de Mello Pereira. Sua trajetória no Estado é resumida por Rubens de Mendonça:

Fez importantes explorações geográficas. Reconstruiu o Forte de Coimbra em 1797 e o defendeu gloriosamente em 1801. Foi o maior auxiliar do Capitão General Luiz de Albuquerque de Melo Pereira e Cáceres. Foi governador interino da Capitania. Comandou a fronteira do Baixo Paraguai, demarcou a fronteira da Barra do Jauru ao Madeira, de acordo com o tratado de 1777, explorou vários afluentes do Amazonas, fez o levantamento hidrográfico do Madeira e Guaporé. Explorou os campos dos Parecis, as cabeceiras de Jauru, do Barbado, do Juruena e toda a região fronteira entre a boca daquele rio e Vila Bela, seguindo depois pelo Paraguai abaixo até a Baía Negra e rio acima até o Cuiabá.

O nome de Ricardo Franco, junto com Vespasiano Barbosa Martins, Coronel Camisão e o tenente Antonio João, está na letra do Hino de Mato Grosso do Sul.
 

FONTE: Rubens de Mendonça, Dicionário Biográfico Mato-grossense, edição do autor, Cuiabá, 1971, página 145.



21 de janeiro 

1932 - Morre Pedro Celestino Correa da Costa




Aos 72 anos, morre em Petrópolis, no Rio de Janeiro, Pedro Celestino Correa da Costa, deputado estadual constituinte, vice-presidente do Estado de Mato Grosso, presidente do Estado e senador da República. Sua morte é lamentada e sua obra revista no editorial do jornal católico, A Cruz, de Cuiabá:


O grande mato-grossense, cujo desaparecimento constitui, nesta hora, sobretudo, um golpe dos mais dolorosos para a nossa terra, nasceu a 5 de julho de 1860, no sítio do Bom Jardim, distrito de Serra-Acima.

Pertencente a uma ilustre linhagem, que deu a Mato Grosso muitas figuras de destaque na administração, na política e no domínio da pura inteligência, foram seus pais o capitão Antonio Correa da Costa e D. Inês Maria Luiz Correa da Costa (da família Souza Prado).

Formado em Farmácia, em 1881, abriu em Cuiabá, uma “botica” que, graças à sua tenacidade, competência e amor ao trabalho, se tornou dentro em pouco a primeira no gênero entre nós.

Ingressando na política foi, logo após a proclamação da República, eleito deputado à Assembleia Constituinte, da qual é o penúltimo membro que desaparece, somente sobrevivendo o cel. Virgílio Alves Correa.

A sua atuação na política e em cargos de administração pública o impôs logo a confiança e estima de seus concidadãos, de cujos direitos se fez sempre o desinteressado paladino nas mais difíceis e às vezes trágicas conjunturas. Elevado à vice-presidência do Estado, com Manoel Murtinho, em 1891, foi novamente escolhido para esse cargo em 1907, ao lado de Generoso Ponce, a quem lhe coube substituir, ao cabo de um ano de governo. O que foi a sua diretriz no Palácio Alencastro, dí-lo a consciência dos contemporâneos, a atestar o seu tino financeiro, o seu patriótico desprendimento e, acima de tudo, a sua inatacável probidade.

Deve-lhe Mato Grosso, principalmente no departamento de Instrução Pública, os mais assinalados serviços, levados a efeito nesse primeiro período governativo. Após as lutas políticas de 1916-1917, coube-lhe representar o Estado no Senado Federal, donde o foram buscar seus conterrâneos para entregar-lhe novamente o governo, em sucessão ao arcebispo Aquino Correa, cuja presidência  se finalizara pela  fusão dos partidos, realizando dessa forma, o programa patriótico de paz e união que formara o escopo do governo do eminente prelado cuiabano. Essa união só de pode fazer, no momento, em torno do nome consagrado e respeitável de Pedro Celestino, que congregou em redor de si, como uma bandeira de honestidade e de patriotismo, os elementos mais ponderáveis da política mato-grossense.

A segunda administração Pedro Celestino é de ontem e dela basta dizer que, além da obra de cimentação da paz e da concórdia, conseguiu ainda o egrégio patrício a reconstrução financeira do Estado, abalado em consequência das lutas partidárias e da depressão enorme da receita, em 1921, legando-nos vários e importantes melhoramentos, alguns acabados, como a estrada da Chapada, velha aspiração cuiabana, que lhe coube realizar, e outros iniciados, como o serviço de iluminação da capital pela força motriz do Rio da Casca.

Teve a auxiliá-lo nessa segunda fase a competência, a energia e a aptidão invulgar do dr.V. Correa Filho, seu secretário Geral do Estado, figura de eleição no meio intelectual e administrativo de Mato Grosso, cujo nome constitui uma garantia de confiança, sendo, como é, um dos poucos em que Mato Grosso pode e deve espera para sua evolução e o seu progresso.

Enfermado, já ao final do quadriênio, passou o governo ao 1° vice-presidente, dr. Estevão Correa, que prosseguiu e ultimou o período administrativo, em perfeita unidade de vistas e de ação com o grande mato-grossense, o que vale dizer, trabalhando patrioticamente pela nossa terra.

O maior serviço prestado a Mato Grosso por Pedro Celestino foi, porém, não há duvidar, esse exemplo vivo de honradez e trabalho, de abnegação e amor pátrio, de carinho pelas nossas coisas e discernimento no estudo dos nossos problemas, de pureza e inquebrantabilidade  na defesa do patrimônio moral e material do Estado, constituindo-se barreira inexpugnável aos delapidadores da nossa honra e das nossas riquezas.

O “caso Antonina” é típico e não há mister evocar outros.

Criou, por isso, como é natural, inimigos rancorosos e adversários implacáveis. Essas odiosidades são, entretanto, daquelas que honram e enobrecem o homem.

Terminado o seu governo, foi, em 1927, reconduzido, pelo voto dos seus paisanos, à Câmara Alta, onde se conservou até que a Revolução de Outubro de 1930 dissolvesse o Poder Legislativo. Partidário da Aliança Liberal desde a sua constituição, dirigiu nessa ocasião, memorável manifesto aos seus amigos. Vitoriando o movimento revolucionário, nada, entretanto, ambicionou, no seu desprendimento assaz conhecido, no seu nobre e sadio idealismo, que só visava o bem coletivo. Tendo feito uma carreira política e administrativa de meio século, jamais se lhe apontou um ato menos digno ou inspirado em motivos que não fossem os que visam o engrandecimento de sua terra. Sofreu, com superioridade, com estoicismo, as mais ingratas campanhas. Tudo levou de vencida. E hoje, ao descerem-lhe ao seio maternal da terra os despojos venerandos, um sentimento de tristeza e de pesar invade todos os corações dos mato-grossenses patriotas e sensatos, ante o vácuo que, no cenário da administração e da política, deixa o desaparecimento do grande filho da terra cuiabana.

O coronel Pedro Celestino foi casado com D. Constança Novis Correa da Costa e, enviuvando-se, consorciou-se com a sua cunhada D. Corina Novis Correa da Costa. Do primeiro casal deixou os seguintes filhos: dr. Clóvis Correa da Costa, médico, residente no Rio de Janeiro, drs. Alvino Correa da Costa, farmacêutico e Ytrio Correa da Costa, engenheiro, residentes em Campo Grande; d. Aline, casada com o tenente-coronel Romão Veriano da Silva Pereira, d. Edith, casada com o dr. Virgílio Alves Correa Filho e d. Maria Constança, casada com o cel. José Alves Ribeiro Filho.
Das segundas núpcias deixou os seguintes filhos: dr. Fernando Correa da Costa, médico, residente em Campo Grande, tenente Pedro Celestino Correa da Costa, Paulo Correa da Costa, contador, João Batista, estudante e senhorinha Inês Maria Luiza Correa da Costa.

Seu principal herdeiro político foi o filho Fernando Correa da Costa, médico que, mudando-se para o Sul do Estado em 1927, fez carreira com prefeito de Campo Grande (1947), governador do Estado (1950 e 1960) e senador da República (1966). Seu outro filho, Ytrio Correa da Costa, foi prefeito nomeado de Campo Grande e deputado federal. A mais recente representante da família na política foi a deputada federal Tereza Cristina Correa da Costa (2014-2023), ministra da Agricultura (2019 - 2022) senadora da República (1923 - 1931). 


FONTE: A Cruz (Cuiabá), 31 de janeiro de1932.

FOTO: acervo do governo do Estado de Mato Grosso.






21 de janeiro 

1938 - É criada a primeira maternidade de Campo Grande

D. Elvira, sentada à esquerda, a pioneira com familiares

Em reunião realizada no Rádio Clube é criada a AAMI, Associação de Amparo à Maternidade e à Infância. Era prefeito de Campo Grande, o advogado Olímpio Machado Metelo e a primeira presidente da entidade foi a primeira-dama Elvira Coelho Machado, cuja diretoria tomou posse a 7 de fevereiro em sessão solene realizada no cine Alhambra. Em 11 de agosto de 1938 a AAMI foi reconhecida de utilidade pública, tendo liberada pela prefeitura uma verba de 300 mil réis.
O primeiro trabalho foi a instalação de um posto puericultura e um lactário e um ambulatório maternal na loja maçônica Oriente à avenida Calógeras, onde eram atendidas gestantes e crianças até 10 anos de idade. Em 8 de janeiro de 1939, a entidade comprou por cinquenta contos de réis, uma casa na rua 15 de Novembro, esquina com a rua 14 de Julho (atual Lojas Americanas) onde instalou todos os seus trabalhos, que tinham como diretor clínico o dr. Vespasiano Martins auxiliado por seus colegas Walfrido Arruda, Alcindo de Almeida, Arthur Vasconcelos e Fernando Correa da Costa.
Em 21 de janeiro de 1941 a AAMI lança a pedra fundamental da Maternidade Cândido Mariano, tendo sua presidente Elvira Coelho Machado, justificado a escolha da data:

"Escolhemos hoje para o lançamento da pedra fundamental da AAMI por ser a data natalícia do presidente Getúlio Vargas, inspirado animador das instituições de amparo à maternidade e à infância de nosso país".

A 21 de julho de 1944, dona Elvira e demais diretores da associação, finalmente entregavam à população a maternidade Candido Mariano, a primeira de Campo Grande.

FONTE: José Corrêa da Barbosa, A Maternidade Cândido Mariano e sua história, Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, 2013, página 13.



domingo, 23 de janeiro de 2011

4 de fevereiro

4 de fevereiro

1777 - Incêndio destrói o forte de Coimbra

Forte de Coimbra em desenho de Alberto Lima


Dezesseis meses depois de sua fundação é quase que inteiramente destruído pelo fogo, o forte de Coimbra:

Cerca de 21 horas do dia 4 de fevereiro de 1877, por descuido de um soldado, incendiou-se um rancho e o fogo alastrou-se rapidamente a todos os outros, abrasando tudo.Não houve tempo senão para fugirem seus ocupantes com poucos trastes que puderam salvar.

Por sorte escapou ao incêndio o paiol de pólvora, construído afastado dos alojamentos e coberto de telhas. Se tivesse sido atingido, a explosão provocaria uma verdadeira catástrofe. Um escravo que dormia descuidado num rancho foi a única vítima a lamentar nesse incêndio.

Procedeu-se logo à construção de nova estacada. É desta planta mais antiga que se conhece de Coimbra. Formava um quadrilátero de 300 palmos de frente por 160 de fundo (66 m por 35,20 m). No fundo media 340 palmos, pois havia um pequeno saliente de cada lado.

Havia mais dois salientes:um no centro da cerca da frente e outro na dos fundos. Esses salientes formavam baluartes, cada um consagrado a um santo protetor. O da frente da estacada,voltado para o rio e para o sul, estava consagrado a Santa Ana, o do norte a São Gonçalo, o do nascente a São Tiago e o do poente a Nossa Senhora da Conceição.

Dentro da estacada os soldados construíram uma tosca capela dedicada à Virgem do Carmo, padroeira do presídio.

 
FONTE: Carlos Francisco Moura, O Forte de Coimbra, Edições UFMT, Cuiabá,1975, página 29.

FOTO: Desenho de Alberto Lima


4 de fevereiro

1865 - Orelhas de brasileiros expostas em Assunção




Ocorrida em 3 de janeiro de 1865, as primeiras notícias da invasão de Corumbá, com algum grau de credibilidade, passaram a circular pela imprensa brasileira somente a partir do final de janeiro de 1865. Os jornais do Brasil, valendo-se de conexão com a imprensa argentina, passaram a circular com as notícias da guerra em território sul-matogrossense. Numa dessas notícias, o Diário do Rio de Janeiro, com informação de La Nacion, da Argentina, sintetizou a ação do exército paraguaio depois de apoderar-se da vila, entremeando no artigo a macabra informação de uma exposição de orelhas humanas:

A invasão de Corumbá foi uma série de feitos escandalosos. O comandante, nomeado para esse ponto, ordenou o saque aos soldados. Todas as casas foram abertas à força bruta, e tudo quanto nelas existia foi conduzido para o quartel, onde em em presença do dito chefe, repartiu-se uma parte pela tropa e oficiais e outra parte foi transportada para um navio com destino a Assunção.

Nesta fúria nem os próprios estrangeiros escaparam. As bandeiras das diversas nações não protegiam a ninguém. A velhice e a moléstia não eram obstáculo. As casas pertencentes a brasileiros foram marcadas com um B, depois da saqueadas.

A escuna Jacobina, de nacionalidade argentina, e propriedade do italiano Santiago de Lucchi, estando carregada com 2.000 couros secos, foram estes lançados ao rio e o navio declarado prisioneiro; por muito favor deram liberdade a tripulação, exceto a quatro homens de cujo destino não se sabe.

No dia 10 foi queimada toda a madeira que existia para construção da alfândega; todo o gado encontrado nas imediações foi destruído.

Em Corumbá ficaram apenas 66 estrangeiros e algumas pobres mulheres. 

A cidade está ocupada por um batalhão de 1.000 homens sob o comando do capitão Goristiaga. Os vândalos tinham intenção de atacar Vila Maria e Cuiabá.

O Iporã chegou a Assunção no dia 14. Este vapor sofrera muitas avarias no ataque do Anhambay. A tripulação ao desembarcar na capital paraguaia repartia grande quantidade de gêneros, roupa e outros objetos, produtos de seus roubos em Corumbá. O próprio comandante, Andrés Herreros, arranjou não pequena fortuna.

Enfim, para cúmulo de selvageria, esteve exposta a bordo daquele navio uma conta, em que se achavam presas as orelhas dos infelizes tripulantes do Anhambay. 

Com a notícia destes triunfos, houve em Assunção grandes festas populares e bailes.

Os estrangeiros em Corumbá enviaram uma representação ao sr. Barbolani, ministro italiano em Montevideo, pedindo a sua proteção.


FONTE: Diário do Rio de Janeiro, 4 de fevereiro de 1865.

IMAGEM: bog do Assis Oliveira



4 de fevereiro

1917 – A última batalha da Caetanada


Coronel Zelito e major Gomes na guerra dos políticos cuiabanos
Trava-se nas proximidades da antiga Colônia Militar de Miranda, a batalha final da rebelião do major Antônio Gomes, contra o presidente Caetano de Albuquerque. Paulo Coelho Machado descreve o combate:
 
“Eram 10 horas da manhã chuvosa daquele dia quando sentinelas de Gomes comunicaram a seus chefes: ‘Inimigo à vista!’
Cerca de mil e quinhentos homens andavam cautelosamente em lenta marcha de aproximação. Os rebeldes mal perceberam o efetivo maior que o de Água Amarela. Antônio Gomes dispunha de setecentos atiradores bem municiados. Não observaram, igualmente, que desta vez os governistas estão suficientemente armados e que um contingente uniformizado, oriundo de Cuiabá, transportava uma metralhadora pesada, arma inédita nas campanhas do sul.

 
O comandante rebelde permaneceu em silêncio. Adotou a mesma estratégia do combate anterior. Deixou que o inimigo penetrasse, sem perturbação. Este chegou com uma força tática bem ordenada e provocou logo o combate.

(...) Após algumas horas de combate demorado e enervante, em que os rebeldes foram perdendo paulatinamente importantes posições, o coronel José Alves Ribeiro Filho, já no final da tarde, achou que chegara a hora adequada. Transmitiu a todos a ordem de ataque, que desejava rápido e fulminante. A batalha já durara seis horas. A luta foi dura, quando ambas as facções portaram-se com denodo, chegando até ao corpo-a-corpo. Foram mortos além do capitão Pimentel, o tenente Mattita Brum, ajudante-de-ordens do coronel Sérgio de Brum e os sargentos Santana e Epifânio. Foram feridos não só o cel. Mário Gonçalves, como mais de onze elementos, todos atendidos pelo dr. Ottoni, médico do regimento legalista.
 
Os rebeldes também sofreram inúmeras baixas. Saíram feridos os capitães Lídio e Saladino Nunes, Hermenegildo da Costa Lima, tenente Alípio, cuja vida foi salva por Astúrio Lima, quando feito prisioneiro. Houve tentativa de fuzilamento.

 
Em dado momento, Zelito, que premeditava os lances do combate, inopinadamente joga à frente a arma automática que, bem posicionada, iniciou intenso e constante fogo, surpreendendo e aterrorizando os adversários que, tomados de pânico, começaram a debandar. Na verdade, a metralhadora retirou qualquer chance de reação maior. A derrota de Gomes foi fragorosa e instantânea.” 



FONTE: Paulo Coelho Machado, A rua barão, Edição do Tribunal de Justiça, Campo Grande, 1991.Página 69.



4 de fevereiro


1926 – Coluna Prestes retorna a Mato Grosso



Luiz Carlos Prestes é o terceiro da esquerda para a direita (sentado)



Após percorrer o Nordeste, volta a Coluna Prestes ao Mato Grosso, com 600 homens a fim de internar-se em território boliviano e paraguaio. Parte da coluna, comandada por Siqueira Campos, chegou ao Paraguai, enquanto o restante ingressou na Bolívia, onde encontrou Lourenço Moreira Lima, que retornava da Argentina. Tendo em vista as condições precárias da coluna e as instruções de Isidoro, os revolucionários decidiram exilar-se. Durante sua marcha de quase dois anos, haviam percorrido cerca de 25.000 quilômetros.
Miguel Costa seguiu para Libres, na Argentina, enquanto Prestes e mais duzentos homens rumaram para Gaiba, na Bolívia, onde trabalharam por algum tempo para uma companhia inglesa, a Bolívia Concessions Limited. Em 5 de julho de 1927, os exilados inauguraram em Gaiba um monumento em homenagem aos mortos da campanha da coluna. Instadas pelos protestos do governo brasileiro, autoridades bolivianas tentaram destruir o monumento, mas foram impedidas de fazê-lo ante a atitude enérgica de Luís Carlos Prestes.



FONTES: Acyr Vaz Guimarães, Mato Grosso do Sul, sua evolução histórica, Editora UCDB, Campo Grande, 1999. Página 265; e Fundação Getúlio Vargas http://goo.gl/n2l6K9



quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

30 de abril

30 de abril

1786 - Comissão técnica inicia missão no Pantanal



Por ordem do governador Luís de Albuquerque de Melo Pereira e Cáceres, comissão formada pelo capitão engenheiro Ricardo Franco de Almeida Serra e os geógrafos e astrônomos Antonio Pires da Silva Pontes e Francisco José de Lacerda e Almeida deixa Vila Bela da Santíssima Trindade, então capital da capitania de Mato Grosso, com destino ao forte Coimbra e Cuiabá, com a finalidade de mapear e fixar as coordenadas geográficas da região do Pantanal. A missão durou quatro meses e explorou além das grandes lagoas, os rios Paraguai, São Lourenço e Cuiabá e desembocadura de seus afluentes.

O início da aventura pantaneira está no Diário da Viagem, de Francisco José de Lacerda e Almeida:

ABRIL 30 - Os encarregados desta diligência, que foram o capitão Ricardo Franco de Almeida Serra, o Dr.Antonio Pires da Silva Pontes e eu, partimos de Vila Bela com uma parte da comitiva, em que também ia Manoel Rebelo Leite, porta-estandarte dos Dragões, e almoxarifado das demarcações e alguns soldados pedestres e fomos pernoitar 4 léguas fora da vila no sítio de um F. Xavier.

A chegada em Cuiabá, procedente do forte de Coimbra, deu-se em 1° de setembro.

FONTE: Francisco José de Lacerda e Almeida, Diário da Viagem, Assembleia Legislativa da Província de São Paulo, 1841, página 29.

FOTO: serras do Pantanal, de Francisco José de Lacerda. Acervo Biblioteca Luso-brasileira.

30 de abril

1865 - Cuiabá recebe com festas, tenente Mello, o herói de Coimbra
A cidade de Cuiabá recebe festivamente, o tenente João de Oliveira Mello, que ecerrava uma marcha de cinco meses a pé, pelo Pantanal, desde Corumbá, à frente de um grupo de soldados, com quem combateu em Coimbra e moradores de Corumbá que fugiam da vila, covardemente abandonada pelo comandante militar brasileiro e ocupada pelo exército e marinha paraguaios. A epopéia do tenente Melo e sua chegada triunfal à capital da província foi registrada no Boletim do governo:
"Era de muito esperado nesta capital o Tenente do Corpo de Artilharia da província, João de Oliveira Mello. 
Seus feitos de valor no combate de Coimbra, e depois deste ao ver abandonados em uma escuna nas margens do Paraguai, defronte de Corumbá, os seus camaradas e uma porção de homens, mulheres e crianças, no infausto dia da infeliz evacuação de Corumbá, atraíram-lhe as bênçãos e as simpatias de toda a família cuiabna.
Sua conduta eminentemente nobre e caridosa com toda essa comitiva que, no meio das mais árduas provações e distinta abnegaçãopor lugares ínvios e pantanosos, sem quebra de disciplina e sem prejuízo de armamento da parte dos soldados, conduziu a esta capital, lhe captou a estima, amizade e consideração de todos os habitantes de Mato Grosso, sem exceção de crenças políticas, de idade, sexo e profissão.
A notícia de sua aproximação a esta capital estes sentimentos comprimidos, abafados, fizeram explosão e uma espontaneidade popular deu em resultado uma festa para a qual não houve juiz, não houve diretor, porque não foi um ato de ninguém, foi do povo.
Um programa se levantou e este programa deixava a vontade e discrição dos que quisessem a ida ao encontro do tenente Mello a quem a sua comitiva apelida de pai e salvador.
Poucos dias eram passados depois daquele programa e a 29 deste soube-se da chegada do tenente Mello ao Coxipó, uma légua distante da cidade, imediatamente concorreu a cumprimentá-lo grande número de cidadãos, e a pedir-lhe a demarcação da hora em que na seguinte manhã havia fazer a sua entrada ; e foi designada as 7 horas.
No dia 30 a cidade se achava revestida de gala, decoradas as ruas do Areão, Snr. dos Passos, Direita e Bella do Juiz.
Um arco triunfal elevava-se em frente da catedral tendo no pedestal de cada lado um anjo sustentando o estandarte ouriverde e um índio símbolo do Brasil.
A ansiedade popular era indizível, cada qual procurava saber a hora da partida ao encontro.
As 6 da manhã foi o tenente Mello cumprimentado no Coxipó pelo sr. general Augusto Leverger e por outros cavaleiros.
O sr. Leverger ao encontrá-lo manifestou-lhe os sinais de benemerência de que se havia tornado credor, apelidando-o não só de distinto oficial como de excelente cidadão; e compungido da sorte e miséria dos componentes daquela grande comitiva, entregou-lhe uma subscrição aberta em favor deles e a quanti da 100$000 com que se assinará.
As 6 e meia horas manhã desfilava a população para o largo do Areão e diversos cidadãos a cavalo acompanhando ao comandante superior interino da guarda nacional e seus oficiais, seguido de uma banda de música, para o Coxipó.
No lugar denominado Gambá foi o tenente Mello encontrado com sua comitiva pelos cavaleiros, e aí parando ecoaram os vivas repetidos, ao brioso soldado, ao distinto cidadão, ao valente da pátria, ao benemérito do povo.
Terminadas essa ovações seguiu o préstito e chegando ao largo do Areão foi obrigado a parar ante a multidão entusiástica que o esperava".
Cumpridas algumas formalidades, segue o cortejo até a Catedral no largo da Sé, onde foi celebrada uma missa. Logo em seguida a multidão reuniu-se no largo, onde o tenente Mello recebeu a homenagem, atrás de uma proclamação do presidente da província, Alexandrino Manoel Albino de Carvalho.

FONTE: O Boletim da Imprensa, Cuiabá,  4 de maio de 1865. 

30 de abril

1925 – Coluna Prestes entra em Mato Grosso





Sob o comando de João Alberto, a vanguarda dos rebeldes deixa o território paraguaio e começa a ganhar o Sul de Mato Grosso. Domingos Meirelles é quem melhor conta esta história:

“A maior parte da tropa segue desmontada. O aspecto dos soldados e oficiais é andrajoso; estão todos descalços e quase nus, com a barba e os cabelos longos caídos sobre o peito e os ombros. A coluna é seguida por cerca de 50 mulheres, todas de aspecto miserável, que acompanham os gaúchos desde o Rio Grande.

Os primeiros combates realizados em Mato Grosso são surpreendentes. A tropa do governo, apesar da superioridade de suas forças, é rapidamente envolvida em Panchita, nas imediações de Ponta Porã, pelos homens de João Alberto. Os gaúchos, que conseguiram bons cavalos na região de Amambai, no sul de Mato Grosso, sentem-se agora retemperados e prontos para enfrentar o inimigo como faziam em seus pagos: atacando-o de surpresa em rápidas e empolgantes cargas de cavalaria.

Em poucas horas, os rebeldes obtiveram vitória fulminante: apoderaram-se de 20 caminhões do Exército e fizeram cerca de 100 prisioneiros. Ao ser informada de que os revolucionários tinham vencido a primeira batalha, a guarnição que defende Ponta Porã se retira da cidade em pânico, abandonando o sistema de trincheiras circulares escavado em volta do quartel. Sentindo-se desamparada e ameaçada pelas histórias de crueldades que o governo espalhara sobre os rebeldes, a população refugia-se na localidade vizinha de Pedro Juan Caballero, pequena vila em território paraguaio, bem em frente a Ponta Porã.

Desguarnecida, Ponta Porã é invadida pelos paraguaios, que saqueiam o quartel do Exército e levam o que pode para Pedro Juan Caballero, com a aquiescência das autoridades locais: móveis, louças, fardas, polainas. A pilhagem só não se estende ao comércio e às casas de família porque os rebeldes ocupam a cidade e expulsam os invasores".

FONTE: Domingos Meireles, A noite das grandes fogueiras,Editora Record, Rio, 1995, página 382.

FOTO: reprodução do livro Memória: janela para a História, de Wilson Barbosa Martins.


30 de abril

1925 - Celebrado contrato para abertura de estrada entre Coxim e Campo Grande

É firmado contrato entre a Intendência Municipal de Coxim, representada por Daniel Cesário da Silva, 1° vice-intendente do município, em exercício, e o agrimensor Teodoro da Silveira Melo, residente em Campo Grande, "para a construção de uma estrada de rodagem para automóveis, que se entroncará na outra, vinda de Campo Grande, até os limites deste município".

Iniciada no mês seguinte a rodovia, nos termos contratuais, seria entregue no dia 31 de agosto daquele ano.

FONTE: Ronan Garcia da Silveira, História de Coxim, Editoria Ruy Barbosa, Campo Grande 1995, página 138.


30 de abril

1967 - Interurbano chega a Cuiabá





Foi festivamente inaugurado o serviço interurbano de Cuiabá, com investimento de NCr$ 200.000.000,00 da Teleoste, concessionária da telefonia no Estado, Companhia Telefônica do Estado e governo de Mato Grosso. O evento ganhou as manchetes dos jornais e recebeu status de fato histórico:

Depois de longa espera, finalmente inaugura-se hoje o serviço telefônico de interurbano de Cuiabá. A TELEOESTE é a responsável pela iniciativa de ligar Cuiabá com o resto do Brasil e do mundo. A capital de Mato Grosso deixa de ser a partir de hoje uma cidade isolada por esse moderno meio de comunicação que é o serviço telefônico interurbano. Uma comitiva de ilustres personalidades estará presente hoje às solenidades de inauguração da TELEOESTE em Cuiabá.

À frente o empresário Humberto Neder, diretor-presidente da Teleoeste, a solenidade de lançamento do serviço contou com a presença de toda a alta direção da empresa, autoridades locais, convidados do Rio de Janeiro e São Paulo, do governador de Mato Grosso, Pedro Pedrossian e de Plínio Barbosa Martins, prefeito de Campo Grande.

FONTE: Jornal Tribuna Liberal, (Cuiabá) 30 de abril de 1967.
 
 

OBISPO MAIS FAMOSO DE MATO GROSSO

  22 de janeiro 1918 – Dom Aquino assume o governo do Estado Consequência de amplo acordo entre situação e oposição, depois da Caetanada, qu...