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quarta-feira, 18 de setembro de 2013

20 de Setembro

20 de setembro

1869 - Varíola em Corumbá: governo critica negacionistas


Em sua mensagem aos deputados, o presidente do Estado de Mato Grosso dava notícia de uma epidemia de varíola que grassava em Corumbá, recomendava as prevenções para evitar a proliferação da doença e condena o negacionismo:

"BEXIGAS - Graça novamnte esta epidemia em Corumbá; as causas procedentes daquele lugar são à requisição do inspetor de saúde, sujeitas a um exame e desinfetadas antes de chegarem no porto desta cidade.

Bem triste foi a quadra porque passamos em 1867, a experiência foi dolorosa, e por isso não haverá desculpa para aqueles que tendo atravessado incólume tão lutuosa época continuem ainda hoje a desprezar a vacina, único preservativo de tão tremenda enfermidade".

FONTE: Presidente Barão de Melgaço, Mensagem à Assembleia Legislativa, 1869.


20 de setembro

1884 - Abolicionistas indenizam e libertam escrava








A Sociedade Abolicionista Corumbaense consegue a liberdade de uma escrava, indenizando sua proprietária com a quantia de quantia de 400 mil réis, nos seguintes termos:

Registro de uma carta de Liberdade de Vicencia, escrava de Carolina Alves Correa, como abaixo se declara: Eu abaixo assinada senhora e possuidora de uma escrava parda de nome Vicencia, solteira, com vinte anos de idade, natural desta província e matriculada no município de Rosário, no ano de 1872, com o número 1721 de ordem da matrícula e registrada na Alfândega de Albuquerque em 1875, declaro que por este título de manumissão, lhe concede de hoje para sempre, plena e irrevogável liberdade, por ter recebido da Sociedade Abolicionista Corumbaense - como indenização do valor da mesma escrava a quantia de quatrocentos mil réis e mais cem mil réis que a libertada obteve de donativos que com o meu consentimento andou pedindo para sua liberdade; o que perfaz a importância de quinhentos mil réis em que ambos combinamos. E para que conste onde convier,mandei passar a presente carta de liberdade, que assino nesta cidade, aos 20 dias do mês de setembro de 1884 - (assinado) Carolina Alves Correa = Como testemunha- Joaquim Antonio Ferreira da Cunha, = Joaquim Joséde Sª Guimarães - Nada mais se continha em dita carta e ao original que entrgo a parte me reporto e dou fé. Eu, Emilio Ponsolle, primeiro Tabelião interino qeu escrevi e assinei.

FONTE: Fundação Cultural Palmares (DF), "Como se de ventre livre fosse...", Arquivo Público Estadual, Campo Grande,1994, página 41.

FOTO: meramente ilustrativa.


20 de setembro

1886 - Bispo de Cuiabá chega à fazenda Passatempo na Vacaria

Na última última parada de sua viagem ao Sul do Estado, antes de chegar a Campo Grande, termo da viagem, o bispo dom Luis, de Cuiabá, chega à fazenda Passatempo, reduto da família Barbosa, hoje município de Rio Brilhante. A passagem do prelado está no diário do cônego Bento Severiano da Luz:

Ao meio dia paramos no sítio Bela Vista, em casa do Sr. João José Pires Martins, onde almoçamos. O local não corresponde à força etimológica do nome. Saímos às 2 e 20 e às 5 e maia chegamos ao Passa Tempo, com um numerosíssimo acompanhamento em que se via uns trajando palas, outros sobretudo, outros...Na frente da casa havia duas ordens de arcos de folhas e flores, estando o último assentado sobre colunetas pintadas de azul entrelaçadas de ramos verdes, dos quais esta inscrição: Bendito seja aquele que vem em nome do Senhor. Deste arco partia uma rua de arvoredos até a entrada da casa e duas alas de senhoras no mesmo sentido, por onde S. Exa. passou a pé lançando a bênção. Havia muita gente e o aperto era enorme e espantoso o fervilhar de homens, mulheres e crianças indo e vindo até alta noite.

O dono da fazenda Sr. Tenente Joaquim Gonçalves Barbosa Marques e sua digna consorte a Exma. Sra. Eufrosina Garcia Leal rodearam o Sr. Bispo de grandes atenções, muita bondade e franqueza. A hospedagem preparada foi tão boa quanto é alegre a alma e bom o coração do Sr. Barbosa.

Os quatro dias que ali estivemos foi de excessivo trabalho, tanto para S. Exa. Rvma. como para mim. S. Exa. confessou grande parte do povo, celebrou uma vez, pregou três e administrou o crisma a 347 pessoas, sendo 189 do sexo masculino e 158 do feminino. Eu também confessei a muita gente e de mais a mais celebrei três vezes, preguei duas, e fiz 28 batizados e 9 casamentos. Pela primeira vez queixei-me de cansaço, pois todos os meus cinco sentidos recusavam serviço.

Na tarde do dia 23 S. Exa. Rvma. dignou-se a fazer o casamento do Sr. Marcelino José Pires Martins, com a Exma. Sra. Eulália Ferreira Garcia, neta da Exma. Sra. D. Luiza Garcia Leal. O bondoso Prelado mostrou-lhe com toda clareza a individuação os deveres sagrados dos esposos e imprimiu-lhes no espírito a mais alta ideia das obrigações consequentes do matrimônio, instituição fundamental de toda sociedade. Terminada a cerimônia os circunstantes demonstraram a sua satisfação aos novos casados abraçando-os cordialmente. Por tão justo motivo e atenção ao pedido do Sr. Bispo a Sra. D. Luiza concedeu, sem ônus algum, carta de liberdade a um seu escravo. Aforriou-se também uma escrava idenizando-se pecuniariamente o seu senhor com o resultado de uma subscrição que elevou-se a 400$800, entrando o caridoso Sr. Coelho, com metade dessa quantia.

Houve à noite uma serenata em casa do Sr. Barnabé Gonçalves Barbosa, irmão e vizinho do Sr. Joaquim Barbosa. Fui convidado para esta festa familiar e lá fui por insistência do dono da casa. O instrumental compunha-se de um violão e uma gaita e tudo correu na melhor ordem e simplicidade, mostrando os tocadores ter suficientemente desenvolvido o gosto pelo canto e pela música.

Muitos mimos foram oferecidos a S. Exa. durante a viagem, mas entre eles avultou muito o que recebeu do povo Vacariense, que pareceu querer igualar , senão exceder, os outros povos nos certames de generosidade, ofertando a S. Exa. como lembrança de sua visita, um cálice de ouro de primoroso lavor, cravejado de ametistas no valor de 1:400$000, que mandaram fazer na Corte e entregar a S. Exa. por intermédio do muito estimado e prestimoso Sr. Capitão Muzi, que saiu com muito bom êxito de tão importante comissão.

Às 8 horas da manhã do dia 25 a comitiva deixou a fazenda Passa Tempo rumo a Campo Grande, onde chegou no dia 28 de setembro.

FONTE: Luis-Philippe Pereira Leite, O Bispo do Império, edição do autor, Cuiabá, sd., página 175.



20 de setembro
 
1935 – Centenário da Revolução Farroupilha comemorado em Mato Grosso


Na sessão ordinária da Assembleia de Mato Grosso, o deputado Francisco Pinto de Oliveira apresentou a seguinte mensagem:

O povo mato-grossense pelos seus legítimos representantes, nesta Assembleia Constituinte envia ao heróico povo do Rio Grande do Sul, na pessoa de seu eminente governador e de seus ilustres representantes na Assembleia Legislativa, as mais calorosas e cordiais congratulações nesta hora histórica em que a epopeia de 35 iluminando a terra gaúcha com o brilho imperecível de cem anos de glorias, desperta no nosso espírito os mesmos ideais de brasilidade, de bravura e de civismo, que constituíram a flâmula invencível dos leões farroupilhas.

Sobre a data usaram ainda da palavra os deputados Rosário Congro, Nicolau Frageli, Filogônio e Joaquim Cesário. 


FONTE: Rubens de Mendonça,  História do Poder Legislativo de Mato Grosso, Assembleia Legislativa, Cuiabá, 1967, página 179



20 de setembro

1947 - Presidente Dutra inaugura ponte do rio Paraguai




Em sua primeira visita ao seu Estado natal, no cargo de presidente da República, o general Eurico Gaspar Dutra (filho de Cuiabá), inaugura em Corumbá a ponte ferroviária sobre o rio Paraguai e o alto forno da siderúrgica local. O Jornal (do Rio) acompanhou o presidente em sua viagem ao Sul de Mato Grosso. O ponto alto da agenda presidencial foi a entrega a do que o matutino carioca intitulou de "a maior ponte do continente":

O chefe do governo, em ato a que estiveram presentes altas autoridades da República, inaugurou solenemente a ponte internacional "Presidente Eurico Gaspar Dutra", sobre o rio Paraguai. Revestiu-se de brilhantismo e imponência a significativa solenidade inaugural do grande empreendimento, que contou com a presença, além das autoridades, da população local, declarando pouco depois inaugurada a importante obra que deverá deverá desempenhar um grande papel no tráfego internacional do futuro, nesta região, com os trabalhos que se ativam na Estrada de Ferro Brasil-Bolívia, para a ligação transcontinental Santos-Arica.


A ponte é toda de cimento armado e do tipo mais moderno e de rara beleza. A grande obra possui, no canal do rio, para permitir a navegação, 25 metros de altura acima do nível das cheias, e para conseguir tal altura foram construídos dois grandes viadutos inclinados sendo um de ascensão e outro de descida.

2.000 METROS DE COMPRIMENTO - Seu comprimento total é de quase dois mil metros, dos quais novecentos constituem o viaduto de acesso do lado do Porto Esperança, com 4 arcos de noventa metros e um de cento e dez no leito do rio, sendo mais de quinhentos metros de descida nos patamares da margem direita do Paraguai, onde prosseguirão os trilhos da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil rumo a Corumbá e ligação à E. F. Brasil-Bolívia, consubstanciando o velho dos dois povos irmãos. A Estrada de Ferro Noroeste do Brasil passará, com a inauguração da "Ponte Presidente Eurico Dutra", a desempenhar função da maior relevância, cooperando no setor ligado aos transportes nacionais, evidenciando-se do mesmo modo a ação dos nossos homens públicos, no empenho de servir cada vez melhor aos interesses do Brasil
.

A ponte inaugurada pelo presidente Dutra foi iniciada em 1938 no governo de Getúlio Vargas.

O primeiro compromisso do presidente Gaspar Dutra em Corumbá foi a sua recepção pela população na praça central da cidade:

Um dos espetáculos mais imponentes a que assistimos, na tarde de ante-ontem, nesta próspera cidade foi a espontânea e ruidosa manifestação que o povo corumbaense prestou ao presidente Eurico G. Dutra, na praça da Independência.

Nesta atmosfera de civismo o presidente da República depositou uma coroa de flores no pedestal da estátua do marechal Antonio Maria Coelho, herói da batalha que resultou na retomada da cidade de Corumbá das mãos do paraguaios em 1867.

Antes da entrega oficial da ponte sobre o rio Paraguai, o presidente participou da inauguração do alto-forno da siderúrgica local:

Por ocasião da visita presidencial à Sociedade Brasileira de Siderurgia, foi inaugurado o alto-forno "General Eurico Dutra". Falando no ato o presidente daquele estabelecimento industrial, sr. Jorge Chamma, salientou perante o chefe do executivo a importância do arrojado empreendimento para a economia matogrossense. Entre outras coisas afirmou o sr. Chamma que a Sociedade Brasileira de Siderurgia contribuiu para dar emprego a mais de 3.000 operários que antes dedicavam as suas atividades em ocupações menos rendosas. Frisou ainda o orador as dificuldades que se opõem ao incremento dos trabalhos industriais nesta área do território de Mato Grosso em virtude da carência de transportes e de outros subsídios indispensáveis.

Adiantou que foi ponderando exatamente tudo isso que o presidente Eurico Gaspar Dutra resolveu inspecionar os trabalhos em curso, a fim de conhece-lo de perto, bem como com o fito de apressar a solução para determinados e urgentes problemas. Finalizou, declarando que a Sociedade Brasileira de Siderurgia fora criada exclusivamente para servir o Brasil.

Antes de se retirarem o presidente e sua comitiva assistiram a uma "corrida" de ferro gusa.

De Porto Esperança, em trem especial o presidente Dutra seguiu para Aquidauana e Campo Grande, onde encerrou sua viagem ao Sul de Mato Grosso.

Em Corumbá o anfitrião do presidente Eurico Gaspar Dutra foi o prefeito Artur Marinho.

FONTE: O Jornal (RJ) 23 de setembro de 1947.



20 de setembro

1999Fundada a Liga Pró-Estado do Pantanal 





Quarenta e oito pessoas entre empresários, jornalistas, profissionais liberais reunidos no auditório da Associação do Municípios de Mato Grosso do Sul (Assomasul) decidiram fundar a Liga Pró-Estado do Pantanal, organização não governamental destinada a dar estrutura orgânica ao movimento mudancista. A assembléia decidiu constituir um grupo de trabalho para elaboração do estatuto da entidade; definiu a data de 11 de outubro (dia da Divisão) para lançamento do Manifesto do Estado do Pantanal, cuja redação foi coordenada pelo artista plástico Humberto Espíndola (foto); criou quatro comissões provisórias: estatutária, de implantação, de comunicação e a de redação do Manifesto.

FONTE: Jornal Primeira Hora, 21 de setembro de 1999.


20 de setembro

2001 - Ramez Tebet assume presidência do Senado

Ramez dá posse ao presidente Lula e ao vice José Alencar


Para completar o mandato do senador Jader Barbalho, que renunciou à presidência, envolvido em uma crise interna do Senado, é eleito o senador Ramez Tebet (PMDB/MS). Na bancada do PMDB derrotou José Alencar, José Sarney e José Fogaça e no plenário,supera reações do PFL e consegue 41 votos dos 75 senadores presentes. No seu discurso de posse um compromisso:

Quero e haverei de honrar o Senado da República de uma só forma, da forma como sei fazer: trabalhando incansavelmente, lutando bravamente para atingir esses objetivos, para fazer desta Casa verdadeiramente uma casa da federação brasileira, uma casa de reflexão. Vamos fazer desta Casa uma Casa onde possamos conciliar os diversos interesses, desde que tenhamos uma meta, qual seja, a consecução do bem comum, pelo qual todos temos de lutar em favor da grandeza e do progresso da nossa Pátria.


FONTE: Coaraci Nogueira Castilho, Simplesmente Ramez Tebet:biografia autorizada, Life Editora Ltda., Campo Grande, página 148. 

segunda-feira, 7 de março de 2011

26 de agosto

26 de agosto


1899Campo Grande elevada a município



Página da Gazeta Official com a lei que emancipou o distrito de Campo Grande



Fundada em 21 de junho de 1872, quando aqui chegou o pioneiro José Antonio Pereira, procedente de Monte Alegre, Minas Gerais, por Lei estadual do governo de Mato Grosso, é criado o município de Campo Grande:

Resolução n. 225, de 26 de agosto de 1899


Eleva à categoria de Vila a paróquia de Campo Grande.


O coronel Antônio Pedro de Barros, presidente do Estado de Mato Grosso.
Faço saber a todos os seus habitantes que a Assembléia Legislativa decretou e eu sancionei a seguinte resolução:


Art. 1º - É elevada à categoria de Vila a paróquia de Campo Grande, constituindo um município na comarca de Nioac.


Art. 2º - Revogam-se as disposições em contrário.


Mando, portanto, a todas as autoridades, a quem o conhecimento e execução da referida resolução pertencer que a cumpram e façam cumprir fielmente.
O secretário do Governo a faça imprimir, publicar e correr.


Palácio do Governo em Cuiabá, 26 de agosto de 1899. Undécimo da República.
Antônio Pedro Alves de Barros


Foi selada e publicada a presente resolução nesta secretaria do Governo em Cuiabá, aos 26 de agosto de 1899.


Secretário interino
José Magno da Silva Pereira.



Esta data passou a ser oficialmente o dia do aniversário da cidade, por iniciativa do intendente Rosário Congro, em 1919.




FONTE: J. Barbosa Rodrigues, História de Campo Grande, edição do autor, Campo Grande, 1980, página 79.




26 de agosto

1933 - Aberta a primeira exposição agropecuária de Campo Grande




Como principal atração dos festejos de 34° aniversário de emancipação política de Campo Grande é oficialmente aberta as 10 horas da manhã, a Feira de Amostras e Exposição Agro-Pecuária e Industrial. Nos lugares de honra, Leônidas de Matos, interventor do Estado de Mato Grosso, o coronel Newton Cavalcanti, comandante da Circunscrição Militar, o prefeito de Campo Grande Ytrio Correa da Costa e seus colegas de Cuiabá João Ponce de Arruda e Corumbá, coronel José Silvino da Costa. 

O evento ocorreu na área destinada à feira livre da cidade, onde seria construído 20 anos depois, o Mercadão Municipal e o espaço interno do Colégio Osvaldo Cruz. O discurso inaugural foi proferido pelo coronel Newton Cavalcanti, comandante militar do Estado e presidente da comissão de festejos do aniversário da cidade.

A comissão central da exposição foi presidida pelo coronel Newton Cavalcanti, tendo como integrantes o prefeito Ytrio Correa da Costa, coronel Teófilo Ribeiro da Fonseca, Pacífico de Siqueira, Eugênio Pinheiro e Argemiro Fialho. A comissão de pecuária, à frente o dr. Vespasiano Barbosa Martins, compôs-se dos seguintes integrantes: Dolor Ferreira de Andrade, Agripino Aires Coelho, Miguel de Oliveira Melo, capitão Valério Lacerda Guimarães, Francisco Torresão Fernandes, Moacir Rolim e tenente Adriano Metelo Júnior. A comissão de Indústria, Avicultura e Agricutura teve como presidente o ex-prefeito Arlindo de Andrade Gomes e Eduardo Machado, Joaquim Cantalice, Deusdedith de Carvalho, Augusto Wulfes e o tenente José Maria de Vasconcelos como seus integrantes.

Uma das grandes atrações da feira foi a participação da companhia Mate Larangeira, com um completo mostruário de seus produtos, comercializados no Brasil e no mercado internacional.



FONTE: Jornal do Commercio, em 26 de agosto de 1933.

FOTO: acervo do Arquivo Municipal de Campo Grande (Arca).

26 de agosto

1957 - Inaugurada a companhia telefônica de Campo Grande


Prefeito Marcilio, Governador Fernando, dona Nair Neder, Humberto e o advogadoPaulo Simões


Sucedendo ao velho e inoperante sistema telefônico a magneto, em funcionamento desde o final da década de 20, é inaugurada a Companhia Telefônica de Campo Grande. A concessionária do serviço, com capacidade para 10.000 terminais, era presidida pelo advogado Humberto Neder, tendo como sócios Michel Nasser, Gualter Mascarenhas Barbosa, Aikel Mansur e Etalívio Pereira Martins. 

O processo de implantação da rede começa com a construção da sede, na esquina das ruas Rui Barbosa e Maracaju. O prédio atualmente (2014) encontra-se em bom estado de conservação.A obra, imponente para a época, representava a solidez da companhia, que, com a venda de ações e dos postes na cidade viria a demorar cerca de quatro anos para funcionar. O equipamento foi comprado à Ericson na Suiça, pesava setenta toneladas e veio de navio até Corumbá.

A obra, grandiosa para meados do século XX, era apenas o começo de um projeto muito mais ambicioso, segundo Neder:

"A companhia inaugurou e demos início a uma fase de ampliação, e também de já tentar a instalação do serviço interurbano que era a nossa meta final. Como era previsível, nós nos dedicamos a ampliar os serviços locais e em outras cidades como Dourados, Ponta Porã, Três Lagoas, Maracaju. Onde nós não podíamos instalar um serviço local, nós instalávamos um posto de telefonia público para dali sair ou receber ligações telefônicas."

Ao ato de inauguração compareceram entre outros o prefeito Marcílio de Oliveira Lima, o governador João Ponce de Arruda e o ex-governador Fernando Correa da Costa.


FONTE: Cláudio Vilas Boas Soares, Humberto Neder o pioneiro das telecomunicações, FCMS, Campo Grande, 2010, página 86.

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

03 de novembro

03 de novembro

1918 – Gripe espanhola em Campo Grande



Relatório do intendente geral do município Rosário Congro, dá detalhes da passagem da gripe por Campo Grande:

“Depois de haver semeado o luto e a dor na bela capital da República, em São Paulo e inúmeras cidades do território nacional, o morbo atingiu também o nosso Estado, onde, felizmente, se manifestou em caráter benigno, apesar de seu extraordinário poder de expansão.


Não logrou esta cidade passar indene, e a 3 de novembro do ano findo irrompia o mal em Campo Grande alcançando, em poucos dias, proporções assustadoras.

A falta de todos os recursos profiláticos e de isolamento, além de outros, converteram a cidade num vasto hospital, sendo de uma louvável dedicação, digna de todos os encômios, o ilustrado corpo clínico, em sua árdua tarefa.
"Na impossibilidade de organizar um serviço de hospitalização, pela falta de um edifício que reunisse as condições exigidas de higiene e conforto, resolvi organizar um serviço ambulatório, deficientíssimo ainda assim, pela carência de pessoal, mesmo a soldo e mandei distribuir o seguinte boletim:
‘A pandemia reinante alastra-se por toda a cidade, menosprezando todos os recursos profiláticos, como se tem verificado no Rio, em São Paulo e nas grandes capitais européias, onde ainda perdura.


A moléstia tem-se manifestado, felizmente, benigna; a situação porém agrava-se por terem enfermado vários membros do nosso dedicado corpo clínico, sobrecarregando de atividades e trabalho os demais doutores, já exaustos por certo e igualmente ameaçados.


Uma farmácia fechou suas portas por ter caído todo o seu pessoal e começa a escassear, pela mesma causa, o fornecimento diário dos gêneros alimentícios indispensáveis aos doentes, como leite, galináceos e outros.
O intendente municipal no intuito de minorar a situação que se apresenta, pede a notificação de todos os casos em que se verifique a necessidade, não só de medicamentos como de outros recursos, inclusive de pessoal.
Cento e cinqüenta e seis receitas foram aviadas por conta da intendência e muitos remédios foram remetidos para a zona suburbana e rústica, onde era grande o número de enfermos e dos quais, diariamente afluíam os pedidos de socorros.


No edifício da escola municipal, tendo adquirido leitos e roupas, hospitalizei seis doentes que, com o dr. delegado de higiene, encontrara num casebre distante uma légua da cidade, sem recursos de qualquer espécie, tendo-se verificado ali, pela manhã desse dia, o falecimento de um outro morador, cujo enterramento providenciei.


Posteriormente, outros doentes receberam tratamento no mesmo edifício.
Imagino por este fato, quão elevado devia ter sido o número de enfermos entre os habitantes da campanha em toda a enorme extensão do município.
Sem a possibilidade de uma estatística, calculo entretanto em mais de dois mil os casos verificados nas distantes povoações de Entre Rios, Jaraguari, Rio Pardo e na cidade, sendo que somente nesta os notificados ultrapassaram de mil.


O número de óbitos na cidade foi apenas de trinta e seis, o que atesta a benignidade com que o mal nos visitou.
Devo registrar o gesto nobre e altruístico do sr. dr. Antonio Ferrari, enviando-me para socorro aos doentes pobres um quilo de quinino.
Esta preciosa dádiva chegou a meu poder quando a epidemia estava já em franco declínio, o que me permitiu dividi-la com o sr. dr. Nicolau Fragelli, intendente de Corumbá, a quem , espontaneamente fiz oferta telegráfica, ante a virulência com que grassava ali a terrível enfermidade.
Devo ainda por em destaque a atitude pronta, solícita e incansável do sr. dr. José Gentil da Silva, delegado de higiene, atendendo com presteza a todos os enfermos por mim indicados, colocando-os sob seu tratamento, e fazendo visitas domiciliares não só no perímetro urbano como nas zonas mais afastadas.


Os gastos totais feitos pela intendência, com os socorros por ela prestados, atingiram à soma de 4:658$300, conforme balancete discriminado de 30 de abril do corrente ano, publicado no Correio do Sul.” 

FONTE: J. Barbosa Rodrigues, História de Campo Grande, Edição do autor, Campo Grande, 1980, página 139

FOTO: Campo Grande no ínicio da década de 20 do século passado.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

11 de Setembro

11 de setembro 

1821 - Vila Bela instala governo paralelo em Mato Grosso

Menos de um mês depois da instalação da junta governativa em Cuiabá, com a consequente destituição do governador general Francisco de Paula Magesse Tavares de Carvalho, os líderes políticos de Vila Bela da Santíssima Trindade, capital formal da capitania, inconformados com o sucateamento do governo em transferência, decide desafiar a realidade, e decretar a criação de uma outra junta governativa, estabelecendo um governo paralelo. 

À frente o quartel mestre José Francisco dos Guimarães, a junta governativa de Mato Grosso, como ficou conhecida, teve como componentes, eleitos pela população, o padre Joaquim Teixeira Coelho, o ajudante Mateus Vaz Pacheco e o capitão Teodoro Tavares da Silva. 


FONTE: Documentação Histórica, revista do Instituto Histórico de Mato Grosso, Cuiabá, 1931-1932, página 142.



11 de setembro

1884Nasce em São Paulo, Rosário Congro


Passou a infância em Sorocaba. Depois de casado, em 1910, mudou-se para Corumbá, onde estabeleceu-se como comerciante. Autodidata, provisionou-se advogado e entrou na política, elegendo-se deputado estadual por Corumbá. Em 1918 , por nomeação do presidente Dom Aquino, assume a intendência de Campo Grande, onde permanece até agosto de 1919. Em sua rápida passagem pela administração municipal, enfrentou a gripe espanhola com mais de dois mil casos registrados e 36 mortes no perímetro urbano, doou terreno para construção da Santa Casa, criou o serviço de remoção do lixo, instituiu o 26 de agosto como data oficial da cidade, e oficializou o hino de Campo Grande, com letra e música do professor Trajano Balduíno de Souza.

Em 1920 reelege-se deputado estadual, sendo eleito sucessivamente por diversos mandatos. Em 1941 foi nomeado prefeito de Três Lagoas, sendo confirmado no cargo em 1946. Em 1948 foi nomeado diretor da Delegacia Especial de Terras e Colonização em Campo Grande. No governo de Arnaldo Estevão de Figueiredo ocupou o cargo de secretário de Agricultura, Indústria e Comércio, Viação e Obras Públicas.


Em 1950 elege-se deputado estadual pela última vez. Antes de completar o mandato é nomeado para o Tribunal de Contas, onde aposentou-se em 1954. Escritor e poeta, foi membro da Academia Mato-grossense de Letras. Faleceu em 11 de outubro de 1963, em Três Lagoas.

FONTE: E. Barsanulfo Pereira, Série Campo Grande Personalidades, Arca, Campo Grande, 2001, página 49.


11 de setembro

1886Bispo de Cuiabá na fazenda Esperança


Antonio Francisco Rodrigues Coelho,
proprietário da fazenda Boa Esperança


Na primeira visita de um bispo à região Sul, d. Luis chega à fazenda Esperança, de Antonio Francisco Rodrigues Coelho, no município de Nioaque, a caminho de Campo Grande:

Meia hora antes de chegarmos à Boa Esperança encontramos um grupo de cavaleiros que vinham receber o prelado.
Rua de arvoredos, plantados de véspera, arcos de palmas e flores campestres, fogos do ar, toque de sino, tudo isso teve S. Exa. à sua chegada. Estava ali reunida muita gente por causa da vinda do sr. Bispo, cuja notícia tinha-se propalado ao longe, de boca em boca, pelo que houve muito aperto e muito o que fazer nos três dias de nossa estada.
"Celebrei e preguei duas vezes, fiz 14 casamentos e 22 batizados, sendo 8 de índios terenas, inclusive 3 adultos. S. Exa. Rvma. pregou três vezes, além do trabalho do confessionário que coube-lhe quase tudo. Crismou 123 pessoas e dignou-se de batizar a inocente Rita, filha do sr. Coelho, servindo de padrinho o sr. Joaquim Augusto de Oliveira Cezar e sua mulher a exma. sra. D. Rosalida Souza de Cezar. (...).
"É assaz aprazível e bonita a fazenda Boa Esperança. A casa está colocada em uma pequena elevação, mas que oferece uma boa vista para a parte do sul e poente. Para os lados da casa de morada há outras destinadas a fins diversos e quatro currais de pau-a-pique de grandes proporções. Embaixo nos fundos da fazenda passa o ribeirão do mesmo nome, que nasce no alto da Boa Vista e vai despejar suas águas no Taquarussu, afluente do Aquidauana.
Em linha reta Campo Grande está a 25 léguas desta fazenda; mas pelo caminho por onde viajamos, corresponde a 40 léguas. No primeiro caso a viagem faz-se pela seguinte forma: dali à Estância Nova, propriedade do sr. Atanásio de Almeida Mello, uma e meia légua; dali passando o rio Brilhante à fazenda deste nome, do sr. Diogo José de Souza, duas e meia légua; desta à fazenda de S. Bento propriedade do sr. Vicente Antônio de Brito, 4; dali ao sítio do sr. Hermenegildo Alves Pereira, nas cabeceiras do rio Vacaria, 4; deste sítio aos lugar denominado Olho d’água, 5; e dali a Campo Grande, 9.
"Logo após a subida da serra de Maracaju desenrolam-se a perder de vista os campos de Vacaria e a natureza ostenta-se assombrosamente linda. Além de aura puríssima, céu puríssimo, águas puríssimas...que de vistas a disputar a atenção, ocupar o espírito, cativar a alma de quem vai por aquela vasta planície de campos limpos batidos diária e constantemente pelo sol! De todos os lados do horizonte o observador vê estenderem-se campos de pastagens representando imensos tabuleiros que ele não se cansa de admirar e que não têm outros limites mais do que o mesmo horizonte, que não raras vezes lá fica em distância máxima, lá onde a abóboda celeste parece fechar tocando com a terra. Descendo a serra que é por um declive quase imperceptível, tudo se muda; o clima é muito mais cálido, os campos cobertos, chão arenoso e pouca água ordinária e sempre mistura da de argila branca. Só a pastagem é excelente por toda a parte.


Da fazenda Boa Esperança a comitiva do bispo seguiu para a fazenda Santa Rosa, de Teixeira Muzi, antes de encerrar a viagem em Campo Grande. 


FONTE: Luis Philippe Pereira Leite, Bispo do Império, edição do autor, Cuiabá, sd., página 168.



11 de setembro

1916Oposição formula denúncia contra governador



O deputado federal Aníbal de Toledo encaminha expediente à Assembleia Legislativa, onde em longo arrazoado, conclui pelo pedido de punição com a perda do mandato, ao presidente do Estado, general Caetano Manoel de Faria e Albuquerque. Este seria o estopim da Caetanada, período conturbado da política de Mato Grosso, envolvendo todas as regiões em sanguinário conflito armado. A Assembleia Legislativa, alegando falta de garantias para funcionar na capital, muda-se para Corumbá. No Sul, o major José Gomes rebela-se contra o governo e é combatido por tropas legalistas sob o comando do coronel Joselito, de Aquidauana. A normalidade é restabelecida com a renúncia do chefe do executivo, dos deputados e a intervenção federal, a 10 de janeiro de 1917. 

FONTE: Rubens de Mendonça, História do Poder Legislativo de Mato Grosso, Assembléia Legislativa, Cuiabá, 1967, página 100.



11 de setembro

1929 - Viagem inaugural de ônibus entre Cuiabá e Campo Grande



Procedente de Cuiabá chega a Campo Grande o auto-ônibus da Empresa Auto Viação Matogrossense, inaugurando a linha entre as duas cidades, cujo transporte de passageiros até então era feito por vias ferroviária (até Corumbá) e fluvial pelo rio Paraguai. 

A empresa, com sede em Campo Grande, firmou contrato com o governo do Estado, visando a exploração regular do transporte coletivo entre as duas principais cidades de Mato Grosso. O "Jornal do Comércio", dá os detalhes do citado contrato que estabelece a principio, uma viagem mensal de ida e volta:

"Não é preciso encarecer - justifica o jornal - o quanto de importante representa para Campo Grande o fato de que hora ocupamos, pois que ligado à capital do Estado por viagens regulares que deverão ser feitas em três dias, pouco mais ou menos, ficará nossa cidade, de preferencial sendo o ponto de intercâmbio dos passageiros que do Rio ou São Paulo se destinam a Cuiabá e vice-versa os quais terão assim uma diminuição de, pelo menos cinco ou seis dias de viagem".¹

Era governador do Estado, Mário Correia e prefeito de Campo Grande, Inácio Franco de Carvalho.

Esse investimento resultou em fracasso em virtude da precariedade da estrada de 950 km de percurso, “feita sem tratores, niveladoras, caminhões basculantes ou outra máquina qualquer, apenas com picaretas, enxadas, pás e machados, suor e músculo, pertinácia e teimosia”, segundo Ulisses Serra, sem revestimento, sem conservação e muito longa, tornou-se “praticamente intransitável e temeridade viajar-se nela. Logo que precariamente concluída, o português Manuel Bento inaugurou um serviço de ônibus entre as duas cidades”, que o levaria à bancarrota:

“Ela já havia absorvido seu capital e seu suor na construção de muitos de seus pontilhões, ia agora sugar-lhe os últimos recursos, suas esperanças de novos dias e de sua própria vida. Ele mesmo, com mil e uma dificuldades, fabricou a carroceria do pesado veículo, na sua oficina da Av. Calógeras. O coletivo, porém, a duras penas suportou somente duas viagens, destroçando-se na terceira”.

O transporte rodoviário de passageiros entre as duas cidades – ainda segundo Ulisses Serra, somente seria regularizado em 1936.²


FONTE: ¹Jornal do Comércio (Campo Grande), 13 de setembro de 1929. ²Ulysses Serra, Camalotes e Guavirais, Editora Clássico-Científica, São Paulo, 1971, página 49.

FOTO: reprodução do livro Raízes de Coxim, de João Ferreira Neto. 




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