sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

16 de março

16 de março

1852 - Melgaço comunica final de exploração da lagoa Uberaba


Havendo explorado a lagoa Uberaba em Corumbá em 1847 e 1848,  Leverger, o barão de Melgaço, encaminha relatório ao conselheiro Duarte da Ponte Ribeiro:

O terreno que borda a lagoa Uberaba (com exceção de alguns pequenos outeiros perto do Paraguai) é tão uniformemente baixo e raso que em distância de menos de légua não se percebe a linha que o divide das águas:o que deu lugar ao Conde de Castelnau escrever que a dita lagoa tinha pelo menos 25 léguas de extensão, sendo que o seu maior diâmetro nas grandes enchentes não passa de três léguas, como o reconheceram em 1786 os comissários vindos para a demarcação de 1777; estando as águas em estado médio de elevação não chega o mesmo diâmetro a légua e meia, fato averiguado por mim que circundei a dita lagoa há quatro anos. Nesta exploração, a que procedi com todo cuidado, não pude descobrir que ali afluisse curso d'água algum permanente e navegável.

FONTE: Barão de Melgaço, Vias de comunicação de Matto-Grosso, Edições UFMT, Cuiabá, 1975, página 39



16 de março

1911 - Nomeado o primeiro juiz de direito de Campo Grande









Decreto no. 277, do governador Pedro Celestino Correa da Costa, remove da comarca de Nioaque para a de Campo Grande, o advogado pernambucano Arlindo de Andrade Gomes, o primeiro juiz de direito desta cidade. A posse do magistrado aconteceria a 12 de maio, com a instalação oficial da nova comarca.
Permaneceu no cargo por apenas 50 dias, quando abandonou a magistratura para dedicar-se à advocacia e ao jornalismo. Na política, chegou à intendente geral (prefeito) de Campo Grande, sendo de sua autoria o mais completo código de posturas do município.


FONTE: Paulo Coelho Machado, A Rua Velha, Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, 1990. Página 186


16 de março


1952 - Inaugurada a primeira emissora de Aquidauana

Entra no ar em caráter definitivo a Rádio Difusora, a primeira estação de rádio da cidade:

Com o prefixo ZYX-20, a emissora funcionou em ondas longas e teve como primeiro diretor o conhecido homem de imprensa, Elídio Teles de Oliveira, antigo diretor do Jornal do Sul.

A emissora funcionou inicialmente das 9 às 11, das 15 as 17 e das 19 as 22 horas, na frequência de 1.330 kilociclos, 226,25 metros, com 250 wats de força.

FONTE: O Estado de Mato Grosso (Cuiabá), 18/03/1952.

15 de março

15 de março

1865 - Criada a comissão de engenheiros da expedição brasileira

Por ato governamental é criada a comissão de engenheiros da expedição militar para Mato Grosso, que viveria o episódio da retirada da Laguna, celebrizada por um de seus membros, o tenente Alfredo Taunay.
Sob a chefia  do tenente-coronel João de Miranda da Silva Reis, a comissão era comissão compunha-se dos seguintes oficiais: capitão Antonio Florêncio Pereira do Lago; primeiros tenentes de engenharia Eduardo Barbosa e Joaquim Pinto Chichorro da Gama; tenente de estado-maior Catão Augusto dos Santos Roxo; segundo tenente de engenheiros João da Rocha Fragoso e o segundo tenente de artilharia Alfredo d'Esgragnole de Taunay.

FONTE: Taunay, Marcha das Forças, Melhoramentos, S.Paulo, 1928, página 7.


15 de março
1920 - Nasce em Campo Grande, Hércules Maymone





Filho de Ciriaco Maimone e Lidaiga Maimone, nasce em Campo Grande, Hércules Maimone. Formou-se em farmácia, pela Faculdade de Farmácia e Odontologia do Ceará, em 1946. Farmacêutico militar pela Escola de Saúde do Exército em 1950. Foi diretor da Faculdade de Farmácia e Odontologia de Mato Grosso (1963-66) e coordenador do curso de Farmácia e Bioquímica do Instituto de Ciências Biológicas de Campo Grande (1967/68). Professor titular de Farmacotécnica do curso de farmacêuticos bioquímicos do ICBCG, exerceu a Secretaria de Saúde na administração do prefeito Mendes Canale (1970/72) 22. Candidato a prefeito em 1972, perdeu a eleição para Levy Dias. Entre as homenagens recebidas de sua cidade, destaca-se o Colégio Hércules Maymone, um dos maiores de Campo Grande.


FONTE: Guia de Campo Grande sd página 8.



15 de março

1928 - Nasce em Coxim o compositor Zacarias Mourão



Nasce em Coxim, no norte do Estado, Zacarias dos Santos Mourão. Passou a infância em sua cidade natal, tornando-se coroinha coroinha ao lado do padre Chico, que o apelidou de Tió, nome de um pássaro. Sua vida é lembrada por sua filha Lígia Mourão:

Com 11 anos, Tió, acompanhado de Padre Chico - com quem se tornou coroinha, encontrou um arbusto de pé de cedro na beira do rio Coxim, durantes uma das várias caçadas que realizava em companhia do sacerdote.

O menino resolveu que iria contribuir para arborização da cidade e acabou plantando a árvore. Anos mais tarde, a atitude ecológica teve uma justificativa mais filosófica, como ele mesmo explicou à filha.

Teve um sentido porque ele havia conversado sobre Deus, sobre natureza... Ele queria arborizar do jeito que era o lugar mesmo. [...] Uma vez perguntei: "Porque o senhor plantou um pé de cedro? Ele respondeu que queria saber sobre a vida e que plantou o amor" (sic).

Zacarias queria ver a árvore vingar. Seria o resultado do amor que plantara. E o pé de cedro, como era esperado, cresceu. "Antes de conhecer Goiá papai voltou a Coxim para matar a saudade. Ele queria ver o pé de cedro. Quando chegou, abraçou o tronco e chorou. Foi quando escreveu a letra", disse Ligia Mourão.

Apesar de ter morado em Campo Grande, Petrópolis (RJ) e São Paulo, Zacarias Mourão nunca esqueceu sua amada Coxim e seu pé de cedro. 

Em 1959, aos 31 anos, Zacarias retorna à cidade sul-mato-grossense, visita o pé de cedro que havia plantado quando criança. De volta à capital paulista com a letra da música, sobre a árvore, já escrita. Foi quando pediu a Goiá, outro compositor, que musicasse a canção que viria a marcar sua carreira. Em sua obra destacam-se as guarânias e os rasqueados” da fronteira mato-grossense e paraguaia.

O Zacarias radialista, produtor, empresário, diretor de gravadora e compositor começa a surgir nesta época, no rádio, quando ele venceu um concurso de poesia na Rádio Bandeirantes e ganhou um programa para fazer. Também recebeu diversos prêmios no Festival de Música Sertaneja da Rádio Record de São Paulo.

Zacarias Mourão retornou ao Mato Grosso do Sul no ano de 1981, e passou a residir em Campo Grande, onde trabalhou na Assembleia Legislativa, sem, no entanto abandonar o meio artístico. Participou também como jurado do programa “Nossa Terra Nossa Gente”, que ia ao ar pela TV Campo Grande, além do programa "Porteira Velha" que apresentava na Rádio Cultura. Brigava constantemente pela valorização dos artistas regionais. Chegou a ser proprietário da ZN Produções.

Infelizmente, a vida de Zacarias Mourão foi interrompida na madrugada de uma terça-feira, em 23 de maio de 1989. O compositor, na época com 61 anos, foi encontrado morto dentro da casa que residia em Campo Grande. 

A morte trágica de Zacarias Mourão, fez com que o sonho de fazer a praça pública no lugar do pé-de-cedro passou a ser um desafio ainda maior para os amigos e familiares.  No local foi erguido um busto em homenagem ao compositor, o que deu início à construção do espaço público com o qual ele sempre sonhou.

FONTE: Rodrigo Teixeira, Os Pioneiros – A origem da música sertaneja em Mato Grosso do Sul, Fundo de Investimento Cultural, MS, Campo Grande, 2009.




15 de março

1934 - General defende a divisão


Presidente Getúlio Vargas e o general Góis Monteiro
Entrevista concedida ao Jornal do Comércio, de Campo Grande, pelo general Góis Monteiro, que viria a ser ministro da Guerra de Getúlio Vargas, destaca a idéia do militar sobre o movimento separatista do Sul: "O desejo de nova divisão territorial, manifestado por muitos mato-grossenses do Sul, para formar o Estado de Maracaju, não pode e nem deve ser encarado como anseios separatistas. Não se deve cogitar de separar, mas de demonstrar perante as autoridades federais competentes os motivos que levam parte da população de Mato Grosso a pleitear nova divisão do território deste grande estado, porque, em última análise, o desejo comum é contribuir para o progresso cada vez mais crescente do Brasil." 


FONTE: Pedro Valle, A DIVISÃO DE MATO GROSSO. Página 32.



15 de março

1951 - Manganês de Corumbá: empréstimo de 30 milhões de dólares

Notícia procedente de Washington confirma que "a direção do Banco de Importação e Exportação dos Estados Unidos (Bank of Import and Export) autorizou a abertura de negociações pelas quais a instituição financeira concederá ao Brasil um empréstimo de 30 milhões de dólares", destinado ao desenvolvimento e exploração das jazidas de manganês situadas em Corumbá. 

"A exploração dessas jazidas de manganês - segundo o informe - será confiada a uma corporação, da qual a conhecida empresa norte americana Ussteel deterá 49% dos respectivos capitais, sendo os restantes 51% de interesse brasileiro, em sua maior parte dos proprietários dos terrenos em que se encontram as jazidas do precioso mineral".

O interesse dos Estados Unidos em investir no manganês brasileiro deu-se em virtude da suspensão pela União Soviética, até então responsável pelo fornecimento da commoditie à indústria americana. 

A notícia foi dada pelo presidente do banco, Herbert Gaston, durante palestra no Comitê de Verbas da Câmara dos Representantes. 


FONTE Correio Paulistano, 15 de março de 1951




15 de março

1970 - Fragelli toma posse no governo do Estado


Início da construção do estádio Verdão, principal obra do governo Fragelli
Nomeado pelo regime militar, com referendo da Assembléia Legislativa, toma posse, o ex-deputado José Frageli. Em seu discurso de posse, além de traçar loas à ditadura, a qual chamou de revolução, defendeu o AI-5, o maior excremento do movimento armado de 64:
"O compromisso que acabo de assumir transcende, pelo enunciado de seu texto, e ainda mais pelo seu espírito e a importância do momento, a área física e política do nosso Estado. Contraí obrigações certas e impostergáveis, como mandatário do povo, para com Mato Grosso e o Brasil e para com o regime. Regime que se instalou no país em circunstâncias históricas, desde que os destinos da nacionalidade estavam em jogo. A subversão de cúpula, aliada à subversão de base, ameaçava os fundamentos da Nação e a sua própria soberania. A corrupção - outro fator de desagregação social e de decomposição do poder político - aumentava os riscos. Tanto existiam a ameaça e o vício que não bastou para extirpá-los o movimento de 31 de março; foi necessária a Revolução de 13 de dezembro de 1968. Com ela o movimento ganhou força e impulso de instituição, isto de coisa que veio para ficar." 
Divisionista, Fragelli em seu governo frustrou a ideia, ao promover um governo altamente integracionista. Durante sua gestão não se tocou em separação do Estado, que viria a se concretizar apenas no final do mandato de seu sucessor, o representante nortista, José Garcia Neto.




FONTE: Rubens de Mendonça, Historia do Poder Legislativo de Mato Grosso, Assembleia Legislativa, Cuiabá, 1957. Página 557.




15 de março

1983 - MS tem primeiro governador eleito


Wilson Martins agride Pedrossian (à sua direita) em seu discurso de posse

Toma posse Wilson Barbosa Martins do PMDB. Vitorioso na eleição de 15 de novembro de 1982 pelo PMDB, recebeu o governo de seu principal adversário, Pedro Pedrossian, nomeado para o cargo há dois anos, pelo presidente general Figueiredo. Na ocasião o governador empossado fez um discurso considerado agressivo ao seu antecessor.




14 de março

14 de março

1893 - Matte amplia área de exploração




A Companhia Matte Laranjeira, agora sob o controle do Banco Rio e Mato Grosso, assina contrato com o governo do Estado, arrendando os ervais de Iguatemi, "com direito a exploração e colheita da erva mate e outros produtos vegetais nos terrenos devolutos e pertencentes ao Estado, compreendidos pelos rios Iguatemi, Paraná e linha de limites com a República do Paraguai até encontrar a cabeceira do mesmo Iguatemi, por espaço de dez anos contados da data do presente contrato e nos termos da lei estadual número vinte e cinco, de dezessete de novembro de mil oitocentos e noventa e dois".

Era governador do Estado o coronel Generoso Ponce e procurador da companhia Pedro Celestino Correa da Costa, que mais tarde viria a ser um dos maiores adversários do monopólio no arrendamento das terras no Sul do Estado.
 



FONTE: Gilmar Arruda, Heródoto, in Ciclo da Erva-Mate em Mato Grosso do Sul (1883-1947), Instituto Euvaldo Lodi, Campo Grande, 1986, página 282.


14 de março

1926 - Fundada associação comercial de Campo Grande

Um pequeno grupo de empresários, reunidos na sala de projeções do Cine Trianon, na rua 14 de Julho, decide criar a Associação Comercial de Campo Grande. O advogado Eduardo Olimpio Machado foi escolhido como primeiro presidente da comissão provisória, composta por Manoel Joaquim de Moraes (vice-presidente), Bernardo O. Bicca (1° secretário), Joaquim Paixão (2° secretário), Roberto Lacourt (1° tesoureiro), Moises Sadala (2° tesoureiro). Compunham o conselho fiscal Ytrio Correa da Costa, Antonio de Souza Queiroz Francisco Calarge, Miguel Candia e Antonio J. Bacha.

Associação Comercial e Industrial de Campo Grande, Registros na História (1926-2016), Campo Grande, 206, página 53.









14 de março

1934 - Teixeira Muzzi era contra a divisão do Estado, segundo seu filho



Em plena campanha divisionista, liderada por Vespasiano Barbosa Martins, o tenente João Muzzi, filho de Teixeira Muzzi, apontado em manifesto da liga Sul-Matogrossense como um dos pioneiros da ideia separatista no Sul de Mato Grosso, envia carta ao Jornal do Comércio, órgão do movimento contra a divisão, negando o envolvimento do pai e afirmando que o mesmo era a favor da unidade de Mato Grosso. A correspondência foi publicada na integra pelo vespertino campograndense:

Lendo um manifesto dos moços separatistas, encontrei o nome de meu pai, capitão João Caetano Teixeira Muzzi, no qual dizem ter sido ele um dos primeiros semeadores da semente separatista. É falso, tanto que não autenticam isso com documentos que até, no dito manifesto, o nome dele está errado.

O meu pai nunca foi despeitado!

Presenciei uma vez em Bela Vista, quando ele em conferência com o Cel. Bento Xavier, protestava contra essa ideia, tendo-lhe respondido o Cel. Bento que a ideia era apenas para fazer promessas aos seus companheiros, que em aqueles dias tinham perdido a revolução e que ele precisava invadir novamente o Brasil para ver se salvava ao menos a metade de seus prejuízos, não roubando, porque o Cel. Bento Xavier nunca roubou, morreu como um homem honrado que era.

Das ponderações que meu pai fez ao Cel. Bento, ainda me lembro esta palavras: "Mato Grosso é fraco unido,e, pobre em suas rendas, pensar em semelhante absurdo é, afastar de si, o espírito de brasileiro"!

Sem mais, respeitosas saudações.

JOÃO MUZZI

Maracaju, 14- 3- 34


FONTE: Jornal do Comércio (Campo Grande), 24 de março de 1934.



14 de março


2011 -Morre  letrista do hino de Mato Grosso do Sul






Morreu, por volta das 15 horas, vítima de câncer o advogado Jorge Antônio Siufi, 78 anos,  na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Hospital Dr. Alfredo Abrão em Campo Grande.

Ele era advogado há 49 anos, foi membro da Academia Sul-mato-grossense de Letras e um dos autores da letra do Hino de Mato Grosso do Sul.
Jorge também foi membro da Escola Superior de Guerra, professor do curso de Direito da UCDB (Universidade Católica Dom Bosco), presidente do Lions Clube e autor de vários livros e crônicas. Aficionado por músicas de seresta,chegou a gravar um cd com clássicos românticos.

O corpo foi velado no plenário da OAB/MS (Ordem dos Advogados do Brasil). O enterro aconteceu as 9 horas do dia seguinte no cemitério Parque das Primaveras.

O parceiro de Jorge Siufi na letra do hino do Estado foi o escritor Otavio Gonçalves Gomes e a música é do maestro Radamés Gnattali, já  falecidos. 

Clique na imagem e conheça o hino de Mato Grosso do Sul:









13 de março

13 de março

1827 - Iniciada exploração do rio Sucuriu 



Sucuriu: impróprio para navegação
De acordo com relatório ao presidente da província, José Saturnino da Costa Pereira, o tenente Manoel Dias de Castro iniciou a exploração do rio Sucuriu, afluente do Paraná, na expectativa de se estabelecer uma ligação mais rápida com São Paulo, alternativa às vias existentes. "A ideia de navegação pelo Sucuriu e Piquiri para substituir a que se praticava pelo rio Pardo - segundo Estevão de Mendonça - vinha sendo afagada desde o governo do general João Carlos Augusto D'Oeynhausen de Gravenberg, na suposição de que os dois cursos eram separados apenas por um varadouro de pouca extensão. Em 1830, porém, segundo o barão de Melgaço, aquela ideia se desfez pela certeza de que a distância entre o Piquiri e Sucuriu era mais de quarenta léguas". 



FONTE: Estevão de Mendonça, Datas Matogrossenses (2a. edição) Governo de Mato Grosso, Cuiabá, 1973, página 129.


13 de março

1865 - Taunay convocado para a guerra do Paraguai

Por ato do Ministério dos Negócios da Guerra, é "mandado apresentar-se ao Exmo. Sr. presidente e comandante das armas, o 2° tenente de artilharia, Alfredo d'Egrangnolle de Taunay, a fim de servir na comissão de engenheiros que tem de ir à referida província". 17 dias depois, em 1° de abril, no mesmo navio do coronel Manuel Pedro Drago, nomeado presidente da Província e comandante das armas em Mato Grosso, Taunay deixa o Rio de Janeiro para a mais célebre aventura de sua vida.

FONTE: Diário Mercantil (RJ), 31 de março de 1865.


13 de março

1870 - Anunciado o final da guerra do Paraguai



Corumbá: final da guerra do Paraguai, explosão de desenvolvimento




Pelo vapor Onix chega a Corumbá notícia da morte de Lopes, e o consequente final da guerra do Paraguai, ocorridos a 1º de março. No mesmo dia ao governo da Província, em Cuiabá, era oficiada a seguinte comunicação:

Quartel do Comando do Distrito Militar do Baixo Paraguai, 13 de março de 1870. Ilom° e Exm° Sr. - Tenho a honra e grande satisfação em participar a V. Exa. que hoje deu fundo neste porto o vapor mercante Onix, trazendo a notícia da morte do tirano Lopez e da conclusão da guerra.


Como verdadeiro brasileiro, me cumpre congratular com V.Exa. por tão feliz notícia. Deus guarde V.Exa. Ilmº e Exmo. Sr. Comendador Luis da Silva Prado, Digníssimo Vice-Presidente da Província Antonio José da Costa, Tenente-Coronel de Comissão e Comandante.


O comunicado ao governo em Cuiabá foi subscrito pelo coronel Hermes Ernesto da Fonseca, comandante das Forças em Operações e da Fronteira do Baixo-Paraguai em Corumbá.

A notícia chegaria à capital dez dias depois, a 23 de março de 1870.



FONTE: Lécio Gomes de Souza, História de Corumbá, edição do autor, sd., página 65


13 de março

2013 - Morre o padre Ernesto Sassida, criador da cidade Dom Bosco de Corumbá

Aos 93 anos, morre o padre Ernesto Sassida, fundador da Cidade Dom Bosco, em Corumbá. Natural da Itália, ainda jovem, chegou a Cuiabá, para completar seus estudos. Em 1940, mudou-se para Corumbá, como professor do Colégio Santa Teresa.

"Nesse período - constata Valmir Batista Corrêa - extrapolando os muros da escola, interagiu, através através da organização de atividades esportivas e festas religiosas, com a população pobre da periferia da cidade, marcadamente na região fronteiriça com a Bolívia. Mais tarde, em 1950, instalou-se de forma definitiva em Corumbá, como sacerdote e professor, fundando a União dos Ex-Alunos Salesianos de Dom Bosco. A partir de então, participou de várias atividades de organização comunitária, como escolas, organizações solidárias de jovens carentes, entidades femininas, centro esportivo, entre outros".

Seu grande legado foi, entretanto, a Cidade Dom Bosco, cujo início deu-se, ainda segundo Valmir Batista Corrêa, no início da década de 50, do século passado:

...o padre Sassida fez um amplo levantamento da população e de suas miseráveis moradias na região da Cidade Jardim (onde hoje se localiza o Bairro Dom Bosco), contatando a necessidade de uma escola com funções educacional e assistencial. Em abril de 1961 implantou a escola num barracão cedido por uma moradora, constituindo-se na gênese da Cidade Dom Bosco que, sete anos depois, se transformou em ginásio estadual. Por essa época, carentes de recursos para atender a dimensão educacional e social do seu empreendimento, Sassida empreendeu um arrojado projeto no exterior chamado "Adoção à Distância". Significava convencer pessoas no exterior para "adotar" um estudante carente com uma bolsa que suprisse sua sustentação ma escola, incluindo roupas e alimentos. Hoje a Cidade Dom Bosco está consolidada, com inúmeras atividades sociais, como um dos patrimônios mais significativos de Corumbá.


FONTE: CORRÊA, Valmir Batista, (artigo) Cidade das Crianças de Corumbá, Correio do Estado (Campo Grande), 11/12 de dezembro de 2021.

12 de março



12 de março

2014 - Impeachment do prefeito


Após dez horas de julgamento, Alcides Bernal foi cassado pela Câmara Municipal de Campo Grande na noite de 12 de março de 2014.. Ele foi condenado nas nove denúncias, em todas elas com 23 votos favoráveis à perda do mandato, por conta de irregularidades em contratos firmados com as empresas Salute, Mega Serv e Jagás. 
A Sessão de Julgamento que culminou na cassação do primeiro prefeito na história de Campo Grande começou por volta das 14h20, com a leitura da denúncia feita pelos empresários Luiz Pedro Guimarães e Raimundo Nonato. Por volta das 16h30, Bernal chegou à Câmara Municipal entre vaias e aplausos.
Em seguida, foi lida a defesa escrita apresentada pelo denunciado. Ao todo, nove vereadores utilizaram seus 15 minutos na Tribuna, após a leitura e, depois disso, Jesus de Oliveira Sobrinho, advogado de Bernal, e o próprio denunciado apresentaram suas alegações.
Em 115 anos de município, Alcides Bernal foi o primeiro prefeito cassado pela câmara municipal em Campo Grande.

Bernal foi substituído pelo vice-prefeito Gilmar Olarte, acusado de conspirar contra o mandato do prefeito e, por decisão judicial, retomou o cargo em 25 de agosto de 2015. Em 2016 candidato à reeleição não conseguiu chegar ao segundo turno.

VEJA O ÚLTIMO DISCURSO DO PREFEITO CASSADO 

12 de março

1889 - Nasceu na Paraíba Severino de Queiroz






Filho de João Mateus de Queiroz e Alexandrina de Queiroz, nasce em São João do Cariri, na Paraíba, Severino de Queiroz. Sargento do Exército, foi convocado pelo presidente Pedro Celestino para servir como oficial da polícia militar de Mato Grosso. Em Cuiabá, como capitão, foi ajudante de ordens dos governadores Pedro Celestino e Mário Correa. Em Campo Grande dedicou-se ao jornalismo e ao magistério, lecionando e dirigindo diversas escolas locais. O professor Severino de Queiroz faleceu em Campo Grande em 9 de março de 1960. Seu nome foi perpetuado em uma unidade escolar do Estado, na vila Rosa, construída em 1968. 


FONTE: Lélia Rita Figueiredo, Campo Grande o homem e a terra, edição da autora, Campo Grande, sd., página 399.




12 de março

1936 - Nasce em Campo Grande Armênio Iranick Arakelian






Nasce em Campo Grande, Armênio Iranick Arakelian. Filho de Cacike Arakelian e Yossana Irani Arakelian, iniciou o curso ginasial no Colégio Osvaldo Cruz, concluiu o ensino fundamental em São Paulo. Iniciou o curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo,  formado em 1966. Ao formar-se voltou para Campo Grande. De Campo Grande vai trabalhar em Cuiabá. Em Campo Grande é responsável pelo projeto e construção por inúmeras obras públicas no Estado, com destaque para o Hospital Universitário de Campo Grande e teatro Glauce Rocha e construção do monumento da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (o paliteiro), projetado por seu colega Caetano Fraccaroli

FONTE: Ângelo Arruda, Pioneiros da arquitetura e da construção em Campo Grande, Uniderp, 2002, página 343.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

11 de março

11 de março

1865 - Paraguaios anunciam libertação de escravos em Corumbá





Jornal oficial do governo paraguaio publica notícia anunciando a libertação de escravos brasileiros, na Corumbá ocupada desde o início do ano:

O Taquari conduz a bordo uma infinidade de negros escravos que jaziam em poder em poder se seus amos, baixo ao chicote e a miséria em Corumbá; as armas vitoriosas do Paraguai sobre as hostes do Brasil, tem contribuído para deixar abandonados de seus amos estes seres desgraçados, que se encontraram quase mortos fome pelos desertos e montanhas, de onde foram recolhidos por nossos soldados e conduzidos a esta; estão em completa liberdade. Eles estão distribuídos em diferentes estabelecimentos trabalhando para si, alegres e prazerosos de tão inesperado bem que acabam de receber, que é a liberdade.¹

Ocupado em libertar negros escravos no Brasil, o Paraguai somente viria a abolir oficialmente a escravatura em seu território em 2 de outubro de 1869. De sua pequena população submetida à escravidão, a maioria esmagadora foi recrutada para a guerra. A abolição não chegou a beneficiar 500 negros. Os demais estavam em campos de batalha.²






FONTE: ¹Jornal El Semanario, (Assunção PY), 11 de março de 1865. ²Paraguai Teete.



11 de março
 

1866 - Taunay chega aos morros e se apaixona por uma índia chané






A comissão de engenheiros da força expedicionária, à frente das tropas estacionadas em Coxim, completam a subida da serra de Maracaju. O tenente Taunay, integrante do grupo conta como foi a chegada e permanência nos Morros:

No dia 11 de março, depois da subida, em extremo pitoresca, da serra de Maracaju, toda cheia de enormes lajes e pedras soltas, subida que descrevi nas Narrativas Militares e em que meu burro Paysandu se portou admiravelmente, chegamos ao alto, ao pouso dos refugiados da vila e do distrito de Miranda, que tinham ali ido ocultar-se desde fins de janeiro de 1865, por ocasião da invasão paraguaia.


Chamava-se o local Morros e compunha-se de dois verdadeiros acampamentos, um de João Pacheco de Almeida, em cuja casa nos hospedamos, e outro, a meia légua de distância, conhecido por Chico Dias, velho indiático de alguma influência.


Nos morros, onde as forças brasileiras permaneceram até julho, antes de seguirem para Miranda, o jovem Taunay, mantém um romance com "Antonia uma bela rapariga da tribo chooronó (guaná propriamente dita) e da nação chané, descrita pelo autor de Inocência, como muito "bem feita, com pés e mãos regularmente pequenos e mimosos, cintura naturalmente acentuada e fina, moça de quinze para dezesseis anos de idade, tinha um rosto oval, cútis fina, tez mais morena desmaiada do que acaboclada, corada até levemente nas faces, olhos grandes, rasgados, negros cintilantes, boca bonita ornada de dentes cortados em ponta, à maneira dos felinos, cabelos negros, bastos, muito compridos, mas um tanto ásperos".

Para tê-la, além de seu consentimento, agraciado com um colar de contas de ouro, que comprara em Uberaba por "quarenta ou cinquenta mil réis", Taunay teve que pagar ao pai dela uma espécie de dote: um saco de feijão, outro de milho, dois alqueires de arroz, uma vaca para corte e um boi montaria, "o que tudo importava, naquelas alturas e pelos preços correntes, nuns cento e vinte mil réis".

O pouco tempo de convivência do casal foi eternizado nas memórias do autor:

A bela Antônia apegou-se logo a mim e ainda mais eu a ela me apeguei. Em tudo lhe achava graça, especialmente no modo ingênuo de dizer as coisas e na elegância inata dos gestos e movimentos. Embelezei-me de todo por esta amável rapariga e sem resistência me entreguei exclusivamente ao sentimento forte, demasiado forte que em mim nasceu. Passei, pois, ao seu lado dias descuidosos e bem felizes, desejando de coração que muito tempo decorresse antes que me visse constrangido a voltar às agitações do mundo, de que me achava tão separado e alheio.


FONTE: Taunay, Em Mato Grosso invadido, Companhia Melhoramentos,SP, sd, página 22; Memórias, Edições Melhoramentos, São Paulo, 1946, páginas 201 e 207.


11 de março


1880 - Nasce a Nhecolândia


Busto de Nheco em Corumbá
O cacerense Joaquim Eugênio Gomes da Silva, Nheco, funda a fazenda Firme, no município de Corumbá. A notícia é de Augusto César Proença, descendente do fundador:
 
"O local era uma tapera suja de bamburros e caraguatás. Tinha alguns esteios fincados, cobertos por ervas daninhas, cruzes espalhadas dentro do capão, cacos de telhas, ossos de animais, pedaços de potes de barros. Tinha também uma figueira copada no meio do lago macegoso e alagado, ao lado da qual Nheco e os camaradas fizeram um poço, muito mais tarde durante um período de seca. A história dessa fazenda começa aqui. Não é história de luta armada para conquista de uma terra. Não é a história de ambições desmedidas, de mando, de poder, de extermínio. Será mais uma história de bravura, de desapego ao conforto e à comodidade que as cidades ofereciam àquela época. Será a história de uma gente simples nos seus dizeres e fazeres. Otimista para enfrentar um ambiente tão rude e inóspito, distante dos centros civilizados. Será o reencontro com o passado de um povo que soube lutar por uma causa, construir e persistir numa região. A região que se chamaria Nhecolândia, em homenagem ao seu fundador".



FONTE: Augusto César Proença, Pantanal, gente, tradição e história, edição do autor, Campo Grande, 1992, página 88


11 de março


11 de março


1952 - Inaugurada a primeira emissora de Aquidauana

Entra no ar em caráter definitivo a Rádio Difusora, a primeira estação de rádio da cidade:

Com o prefixo ZYX-20, a emissora funcionou em ondas longas e teve como primeiro diretor o conhecido homem de imprensa, Elídio Teles de Oliveira, antigo diretor do Jornal do Sul.

A emissora funcionou inicialmente das 9 às 11, das 15 as 17 e das 19 as 22 horas, na frequência de 1.330 kilociclos, 226,25 metros, com 250 wats de força.

FONTE: 

1999 - Anunciado o Estado do Pantanal




Durante entrevista ao programa Tribuna Livre, apresentado por Rui Pimentel, na FM 95 de Campo Grande, o governador Zeca do PT anunciou sua disposição de propor a realização de plebiscito para mudança do nome de Mato Grosso do Sul para Estado do Pantanal. A proposta, que originou a criação de Liga pró-Estado de Pantanal, teve grande oposição, encabeçada pelo jornal Correio do Estado.


FONTE: Sergio Cruz, Pantanal estado das águas, Editora Primeira Hora, Campo Grande, 1999. Página 35.

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