sábado, 5 de fevereiro de 2011

23 de março

23 de março

1870 - Chega a Cuiabá, notícia do final da guerra do Paraguai


Hermes da Fonseca, autor da boa nova

Chega a Cuiabá, procedente de Corumbá, o vapor Corumbá, com a notícia da morte do marechal Francisco Solano Lopes em 1º de março. A embarcação é portadora ao presidente da província do seguinte ofício:

Comando das forças em operações e da Fronteira do Baixo Paraguai, em Corumbá, 15 de março de 1870. - Ilmo. e Exmo. Sr. - por mim e em nome de todos da força de meu comando, me congratulo com V. Exa., e dou meus parabéns pelo feliz sucesso que coroou o heroísmo e os esforços do Império, lavando a mancha do insulto que um louco lhe atirou em face.O patriotismo inexedível e a heróica pertinácia do primeiro brasileiro, S. M. o Imperador, o valor, a sabedoria, a energia do nosso ínclito Marechal Comandante em Chefe, S. Alteza o Senhor Príncipe Conde d'Eu; a incansável atividade, a resignação do bravo general José Antônio Correa da Câmara e dos seus comandados, concluindo com o monstro sanguinário que assombrou a humanidade em nossos dias depois de tantos séculos, levou o Brasil à altura que lhe compete entre as nações - Deus guarde à V. Exa. - Ilmo. sr. Comendador Luiz da Silva Prado, Digníssimo Vice-presidente da província. - Hermes Ernesto da Fonseca, coronel.


General, no novo regime, Hermes da Fonseca chegaria à presidência da República.



FONTE: Estevão de Mendonça, Datas matogrossenses, (2a edição) Governo de Mato Grosso, Cuiabá, 1973, página 145.



23 de março


1905 - Rondon descobre o Pantanal do Desengano no rio Negro


Pantanal do Rio Negro, explorado por Rondon

Em sua exploração ao Pantanal sul-matogrossense Rondon inicia, finalmente, o reconhecimento do grande pantanal do Desengano entre os rios Negro e Aquidauana. Os detalhes estão no diário do sertanista:

"Cedo largamos as chalanas na direção E.S.E. Qualquer rumo seria possível naquele pantanal - vastíssimo, coalhado de capões de mato alto de bacuris e buritis, a se estender por todo o vão entre o rio Negro e o Aquidauana que o alimenta no tempo das águas. Quando cessam as chuvas, toma a parte central do pantanal o aspecto de grande brejo, porque lhe fica apenas o fundo lodoso - alimenta-o, então, o rio Negro. Não dá entrada, nessa época, nem mesmo as canoas, e nem se pode atravessar a cavalo, porque é atoladiço. É a região dos buritizais que os caçadores de penas de garças, vindos do rio Aquidauana, avistam de longe e que denominam Brejão dos Buritizais, supondo ser aí a origem do rio Vermelho. Os que penetram pelo rio Abobral dão também notícia do Brejão. Nele não penetram, nem uns nem outros, uma vez que os canais dos rios Vermelho e Abobral desaparecem, para dar lugar ao referido brejo, talvez navegável de dezembro a abril. Naveguei cerca de três léguas, na direção E.S.E., parando em outro capão, dei volta para N.N.O., percorrendo os grandes buritizais. Verifiquei saída d'água para o Sul e para o Poente. Vimos nessas vazantes piraputangas, - o que indica comunicação com o Paraguai. As águas que se dirigem para o Sul são as que, canalizadas mais abaixo dão lugar ao suposto rio Vermelho, uma das bocas por onde saem as águas do rio Negro. As que vão para o Poente se canalizam, igualmente mais abaixo, o também suposto rio Abobral. Depois do almoço, à margem esquerda da vazante que corre para o Poente, penetramos no grande pantanal do Desengano, onde desapareceu o braço do rio Negro, por onde navegamos as duas vezes. Chegamos ao acampamento da baia do Amparo, depois de atravessar o pantanal do Desengano, cerca de meia légua abaixo do ponto em que o rio se sumiu definitivamente. Verifiquei, pois, que ele não se canalizou abaixo, como eu supusera. Suas águas se espalharam na grande bacia, para se canalizarem, certamente em outro rumo." 



FONTE: Esther de Viveiros, Rondon conta sua vida, Cooperativa Cultural dos Esperantistas, Rio de Janeiro, página 183.

22 de março

22 de março

1767 - Criado o forte do Iguatemi






Carta-Régia da Coroa portuguesa aprova a criação da Povoação e Praça de Armas Nossa Senhora dos Prazeres e São Francisco de Paula do Iguatemi, em território do Sul de Mato Grosso, cuja construção seria iniciada quase dois anos depois pelo capitão João Dias de Barros.

"E assim, dos dez anos que durou o apavorante presídio de Nossa Senhora dos Prazeres - resume o historiador - pesadelo de nobres e plebeus, espectro estarrecedor de poderosos e humildes, - tais tradições ficaram, que o nome tão eufônico do caudal que lhe deu o nome vulgar, se transformou no símbolo evocador de calamidades sem conta."

A desalentadora conclusão é do pesquisador Affonso de Taunay:

Não há no passado paulista nome que recorde mais sinistras lembranças quanto esse do rio matogrossense, afluente do Paraná, em cujas margens se ergueu a colônia militar setecentista a que, como por ironia, atribuiu a preferência piedosa do capitão-general,seu fundador, a invocação de Nossa Senhora dos Prazeres.

E realmente na história dolorosa dos estabelecimentos congêneres, aqui e ali semeados na solidão de nossas fronteiras, como atalaias e cobertura do território brasileiro,quer hajam sido em Mato Grosso ou na Amazônia, apenas talvez possa o horrível Forte do Príncipe da Beira tão lôbregos anais apresentar, tanta dor e tanto sacrifício; tanto dispêndio de energia inútil e tão torvas reminiscências consiga evocar, quanto ao presídio paulista, posto avançado nas lindes castelhanas do Paraguay. Túmulo de milhares de brasileiros, violentamente arrancados aos seus lares pelo despotismo colonial, e encaminhados como para matadouro certo,foi o Iguatemi a causa do terror dos humildes e dos desvalidos da capitania de S.Paulo,durante lustros a fio, a causa do despovoamento intenso do território paulista, a que arrebatou milhares de almas pelo êxodo e o refúgios dos sertões brutos. E ao mesmo tempo, quanto motivo de sofrimento para os militares e funcionários encarregados de sua localização, da sua guarda e manutenção,desde os primeiros dias até os últimos! Que soma de privações desencadeada sobre todos estes homens agrilhoados pela cadeia do real serviço e a instigação do infinito respeito às vontades régias.

O forte foi abandonado em 27 de outubro de 1777, depois de confronto dos paulistas com tropas espanholas do Paraguai.
 

FONTE: J. Barbosa Rodrigues, História de Mato Grosso do Sul, Editora do Escritor, São Paulo, 1989, página, 76; Affonso de Taunay, Na era das bandeiras, Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, 2010, página, 164.




22 de março

1920 - Enchente no pantanal interrompe tráfego ferroviário

Telegrama do diretor da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, engenheiro Arlindo Luz, ao ministro da Viação, dá conta da aflitiva situação do transporte entre Porto Esperança e Miranda, em virtude da cheia desse ano ano no Pantanal e seu impacto no transporte de passageiros e de mercadorias:

"Enchentes pantanais em Mato Grosso continuam a impedir a regularidade do tráfego entre Miranda e Porto Esperança. Desde os últimos dias de dezembro temos tido sempre alguns trechos da linha debaixo d'água. Nessas condições o trabalho se vem fazendo com as locomotivas pequenas e sem horário prévio. Nos últimos dias as águas do pantanal estão subindo muito, determinando interrupção do tráfego desde ontem. O tráfego para Corumbá, até que baixem as águas, será feito pelo rio Miranda. Moradores antigos, conhecedores do regime do rio Paraguai, preveem para este ano grande e prolongada enchente. Todos esses fatos reforçam minha opinião sobre a necessidade de grande levantamento das linhas no pantanal, dando caráter definitivo à estrada. Essas obras fazem parte do programa de grandes melhoramentos na Noroeste, já já iniciados no corrente ano por ordem de v. exa".

FONTE: Correio Paulistano, 23 de março de 1920.

22 de março

1956 - Morre em São Paulo, dom Aquino Correa

Dom Aquino presidente do Estado visita Campo Grande

Nascido em Cuiabá a 2 de abril de 1885, dom Aquino é uma das figuras de maior destaque na história de Mato Grosso. Doutor em Filosofia pela Universidade Gregoriana de Roma, dirigiu o Liceu Salesiano em Cuiabá, é eleito em abril de 1914 pelo papa Pio X bispo titular de Prusiade e bispo auxiliar de d. Carlos Luiz D'Amour, arcebispo de Cuiabá, sendo então o bispo mais novo do mundo.
A 1º de novembro é eleito presidente do Estado de Mato Grosso, como candidato da conciliação, depois da renúncia de Caetano de Albuquerque e de um pequeno período de intervenção federal. Em agosto de 1921 é promovido a arcebispo metropolitano. Poeta consagrado e orador de escol, Dom Aquino foi até hoje o único mato-grossense a ocupar uma vaga na Academia Brasileira de Letras, para a qual fora eleito a 9 de dezembro de 1926. Ao lado de Rondon, dom Aquino Correa é o vulto da história de Mato Grosso que recebeu maiores homenagens no Estado antes da divisão, dando nome a ruas e escolas em quase todas as cidades. Em Campo Grande nomina uma de suas principais vias públicas.



FONTE: Estevão de Mendonça, Datas Matogrossenses, (2a. edição), Governo de Mato Grosso, Cuiabá, 1973, página 144
FOTO: Lélia Rita E. de Figueiredo Ribeiro, Campo Grande O homem e a terra, edição da autora, sd, Campo Grande, página 296



22 de março



2011 - Morre Lúdio Coelho, prefeito de Campo Grande e Senador





Morre em Campo Grande o ex-prefeito Lúdio Martins Coelho. Filho de Laucídio Coelho e Lúcia Martins Coelho, Lúdio nasceu em Rio Brilhante em 22 de setembro de 1922. Agropecuarista e homem de negócio, foi dirigente do Banco Financial de Mato Grosso, até sua incorporação ao antigo Bamerindus.

Sua estreia na política deu-se em 1965, como candidato da UDN ao governo de Mato Grosso. Perdeu para Pedro Pedrossian, do PSD. Em 1983, já no PMDB é nomeado prefeito de Campo Grande pelo governador eleito Wilson Barbosa Martins. Em 1986 tenta o governo de Mato Grosso do Sul, pelo PTB, e é derrotado por Marcelo Miranda (PMDB).

Em 1988 volta à prefeitura de Campo Grande, vencendo sua primeira eleição direta e em 1994, elege-se senador da República, mandato em que encerra sua carreira política. 

Na prefeitura de Campo Grande organizou as finanças do município e implantou a secretaria de assuntos fundiários, promovendo uma reforma urbana com a criação dos comodatos e dos loteamentos sociais. Atuou com destaque no setor de transportes coletivos com a implantação dos terminais e do sistema integrado de ônibus urbanos.

No Senado, defendeu a Lei de Responsabilidade Fiscal, acreditando no conceito aplicado em sua gestão em Campo Grande, segundo o qual "uma boa administração consiste em não gastar mais do que arrecada".

Veja o velório e sepultamento de Lúdio Coelho em reportagem da TV Record MS.


 

FONTE: Senado da República 
FOTO: Impactoms

21 de março

21 de março

1907 - Concessão para exploração de manganês


Urucum vista dos morros, onde estão localizadas as jazidas de manganês
Decreto no. 6426, autoriza concessão à Compagnie de l'Urucum, empresa formada na Bélgica, para exploração de manganês da jazidas de Urucum, nas proximidades de Corumbá:

Esta companhia foi fundada em Ougrée, província da Liege,Bélgica, em 29 de novembro de 1906, por escritura em notas do tabelião Jules Renson, com o capital de 4.700 ações de 1.000, tendo por objeto a extração e a venda de minérios de manganez e de ferro, seu tratamento sob qualquer forma que seja e, em geral tudo o que se refere à indústria do manganez, do ferro e dos seus derivados.

Ela pode explorar todos os produtos e jazidas em geral, terras, minerais, metais, pedras preciosas e outras matérias, quer sejam do domínio mineral, quer do domínio agrícola.

Pode criar e explorar quaisquer indústrias destinadas a utilizar os produtos de tais explorações, transportá-los ou favorecer a venda deles.

Pode interessar-se, por meio de estradas, de cessão, de fusão ou por qualquer outro meio em quaisquer sociedades ou empresas similares ou cujo objeto for o de fornecer  a sua indústria matérias primas ou produtos de sua exploração, tudo isso, tanto na Bélgica como no Brasil e em quaisquer outros países.

Pode revender no todo ou em parte suas concessões e suas propriedades de minas. Pode fazer, em uma palavra, todas as operações que forem de natureza a favorecer ou a desenvolver sua indústria e seu comércio.

O decreto foi assinado pelo presidente Afonso Pena.




FONTE: Jornal do Comércio (RJ) Retrospecto comercial - 1875 - 1942, página 53.



21 de março

2003 - Assassinado Henrique Spengler, artista plástico e pesquisador





Encontrado morto em casa, em Coxim, vítima de agressão física, Henrique Spengler. 45 anos, nascido em Campo Grande, filho de José Roberto Spengler e Glorieta de Melo Spengler. Notabilizou-se como pesquisador das manifestações culturais indígenas e nativistas, dedicando-se, particularmente à nação Guaicuru. Foi ativista e um dos fundadores Movimento Cultural Guaicuru. Artista plástico, segundo Maria da Gloria Sá Rosa, Spengler "ao pesquisar a abstração dos padrões de desenho de couros, cerâmicas e tatuagem dos Cadiuéu, absorveu a essência das etnias regionais, projetando-a de maneira singular na linguagem das linhas e da forma".

Professor, dedicou-se à disciplina História Regional que o interessava particularmente, havendo influenciado na inclusão da matéria no currículo escolar do Estado. Intelectual  participou ativamente de todos os projetos de identidade cultural de Mato Grosso do Sul, a partir da criação do Estado. Em 2004, o cineasta Alexandre Basso realizou em sua homenagem o documentário Guerreiro da Paz

Segundo a jornalista Marília de Castro, que escreveu sobre ele, o "acervo de bens materiais de Spengler encontra-se reunido em Coxim, no Memorial Henrique de Melo Spengler, sob a responsabilidade da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Seus bens imateriais, tão numerosos quanto preciosos, servem, por sua vez, de estímulo para todos aqueles que tiveram o privilégio de desfrutar de  sua amizade ou de ter desenvolvido alguma ação sob sua liderança e inspiração".

Antes de sua morte trágica e covarde, Spengler exercia uma função pública em Coxim, ligada à área da cultura e teve como tarefa bem sucedida o incremento do Carnaval na região, com a criação da Chancelaria do Momo, um evento em que comunidades dos diferentes bairros, cada uma com sua identidade, se fantasiavam, cada qual com sua cor, e se encontravam durante as noites no ponto principal da cidade, a praça central.


FONTE: Marília de Castro, Henrique Spengler um guerreiro das artes plásticas em sintonia com seu tempo e as raízes de sua terra, in Série Campo Grande Personalidades, ano VIII, Fundação Municipal de Cultura, Campo Grande, 2006, página 90.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

20 de março

20 de março

1826 - Estado reprime ação de índios brasileiros contra o Paraguai

Em ofício ao presidente da província de Mato Grosso, José Saturnino da Costa Pereira, o ministro do Império, cumprimenta-o por reprimir ação ilegal dos índios guaicurus no Paraguai, diante denúncias formais do governo daquele país de prática de roubos e furtos e tráfico de armas cometidos por essa nação no país vizinho:

Ilustríssimo e Excelentíssimo Senhor. - Acuso a recepção de Ofício n° 4, que Vossa Excelência me dirigiu de Cuiabá, em data de 22 de novembro último, transmitindo outro que recebera da cidade de Assunção, do Consul deste Império, e dando conta das ordens que Vossa Excelência tem passado sobre o seu conteúdo, aos comandantes dos presídios da fronteira. E deve participar a Vossa Excelência que é digno de louvor o procedimento de Vossa Excelência e que deve continuar a obstar a introdução de quaisquer gêneros conduzidos pelos índios Bayás ou Aycurús, que tenham pertencido aos súditos do governo do Paraguai, assim como deve ser proibida a venda de armas e munições de guerra aos mesmos índios debaixo de qualquer permuta que seja; pois Sua Majestade Imperial deseja que se conserve com a República do Paraguai a mais perfeita harmonia e boa inteligência para o que é necessário que o comandante da fronteira tenha instruções explícitas para seu governo; e assim o dá por muito recomendado a Vossa Excelência, que da cópia inclusa do ofício, que ora dirijo ao ministro da Fazenda daquela República, virá no conhecimento das intenções de Sua Majestade Imperial a este respeito.

Deus guarde a Vossa Excelência. Palácio do Rio de Janeiro em 20 de março de 1826 - Visconde de Inhambupe.-  Senhor José Saturnino da Costa Pereira. 


FONTE: Diário Fluminense (RJ) 28 de março de 1826.




20 de março

1902 - Rondon passa por ruínas de povoação espanhola







De sua viagem de Coxim a Rio Negro e Aquidauana, às margens do rio Aquidauana, a comissão Rondon alcança local que acredita guardar marcas de Santiago de Xerez, conforme anotação do sertanista em seu diário:

Passamos pelo local onde deve ter sido Xerez, fundada pelos espanhóis e depois abandonada, por terem estes sido expulsos pelos paulistas e pelos portugueses, vindo a desaparecer, com o correr do tempo, a cidade que talvez tivesse encerrado grandes riquezas acumuladas pelos jesuítas. Daí a lenda de que, não podendo levar seus tesouros, deixaram-nos enterrados junto ao córrego, inclusive um grande Cristo de ouro, em tamanho natural. Na serra próxima se encontrava ouro, em um veeiro antigamente explorado.



FONTE: Esther de Viveiros, Rondon conta sua vida, Cooperativa Cultural dos Esperantistas, Rio de Janeiro, 1969, página 150.

19 de março

19 de março

1752 - Fundada a primeira capital de Mato Grosso





Às margens do rio Guaporé é lido o alvará do rei de Portugal, mandando ao primeiro governador da capitania de Mato Grosso e Cuiabá, Rolim de Moura, erigir uma vila para instalação da capital. "E logo pelo dito Ilustríssimo e Excelentíssimo Senhor Governador e Capitão Geral foi declarado que a dita nova vila teria o nome de Vila Bela da Santíssima Trindade a quem dedicaria a Igreja Matriz dela; que em reverência da mesma trindade santíssima simbolicamente teria por armas em meio de um escudo branco com dois círculos, um encarnado e outro azul, uma ave com corpo e cabeça do meio de águia, a do lado esquerdo de pomba e a do lado direito de pelicano ferindo o peito; e que estas mesmas armas poria a Câmara no seu estandarte por detrás das armas reais, enquanto sua majestade não mandasse o contrário". 

Somente em 8 de agosto de 1835, a capital seria oficialmente mudada para Cuiabá, primeira cidade do Estado.


FONTE: Virgílio Correa Filho, História de Mato Grosso, Fundação Julio Campos, Varzea Grande, 1994, página 357.

FOTO: Ruínas de Vila Bela da Santíssima Trindade, a primeira capital de Mato Grosso




19 de março

1825 - Nasce em Minas Gerais José Antônio Pereira


Igreja do Rosário, em Barbacena, dos tempos de José Antonio Pereira

Filho de Manoel Antônio Pereira e Francisca de Jesus Pereira, nasce em Barbacena, Minas Gerais, José Antonio Pereira, o fundador de Campo Grande. 

"Descende dos Pereira - segundo seu biógrafo - portugueses que se transferiram para o Brasil, cujas histórias se perderam nos séculos que se seguiram ao descobrimento de nossa Pátria. Já moço, muda-se para São João Del-Rei (originado do Arraial Novo de Nossa Senhora do Pilar), e se casa com a jovem Maria Carolina de Oliveira". Em meados do século XIX muda-se com a família para o povoado de São Francisco das Chagas do Monte Alegre.
Em 21 de junho de 1872, José Antonio Pereira, com pequena comitiva acampa na confluência dos dois córregos que formam o rio Anhanduizinho (hoje Prosa e Segredo) e em 14 de agosto de 1875, inicia a ocupação das terras, instalando-se definitivamente no local onde surgiria o promissor arraial dos mineiros, batizado por ele como Santo Antonio de Campo Grande.



FONTE: Barsanulfo Pereira, História da fundação de Campo Grande, edição do autor, Campo Grande, 2001, página 69.

18 de março

18 de março

1875 - Morre João da Silva Machado, o barão de Antonina


Morre aos 93 anos em São Paulo, João da Silva Machado, o barão de Antonina. Um dos fundadores do Estado do Paraná e senador por esse Estado desde 1854, seu falecimento provocou o maior pendenga jurídica, visando seu riquíssimo virtual espólio fundiário, que abrangia praticamente todo o Sul de Mato Grosso: seus herdeiros contra o Estado. Estes de posse de escrituras, declarações ou de qualquer prova tentando reaver propriedades das quais seu antigo suposto dono em verdade as requereu, mas nunca tomou posse, e o Estado, no governo de Pedro Celestino, atendendo o interesse público e o direito dos atuais proprietários. A questão Antonina teria desfecho apenas 25 anos depois com a derrota dos herdeiros do barão na justiça. 


FONTE: J. Barbosa Rodrigues, História de Mato Grosso do Sul, Editora do Escritor, São Paulo, 1985, página 100.


18 de março

2016 - Morre Afonso Simões Correia, engenheiro da divisão do Estado



Filho de Ernani Simões Correa e Antonia Nogueira Simões Correa, faleceu em Campo Grande, aos 93 anos, o engenheiro agrônomo Afonso Nogueira Simões Correa. Nascido na fazenda São Marcos em Nioaque (atual municipio de Maracaju), formou-se pela Escola Superior de Agricultura de Viçosa, em 1945 e pós graduou-se em Zootecnia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Lecionou nas universidades federais de Viçosa e Rural do Rio de Janeiro.

Em 1975 foi nomeado pelo presidente Ernesto Geisel, representante da região Sul de Mato Grosso na comissão especial organizada para dividir o Estado e organizar e instalar o Mato Grosso do Sul. Com a implantação do novo Estado, em 1979, foi o primeiro titular da secretaria de Desenvolvimento Econômico no governo de Harry Amorim Costa. Funcionário concursado do Ministério de Agricultura, exerceu várias funções de chefia e cargos em comissão, entre os quais, vice-diretor do Instituto de Zootecnia, diretor geral do departamento de promoção agropecuária, co-diretor brasileiro do Escritório Técnico de Agropecuária (ETA) da Agência Norte-Americana para o Desenvolvimento Internacional e ministro interino de Agricultura, no governo Castelo Branco.

FONTES: Campo Grande News, 18-3-216; Mato Grosso do Sul, Trajetória 30 anos, Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, 2007, página 14.

 

17 de março




17 de março

1892 - Cuiabá reage à nomeação de general e volta de presidente deposto



Palácio do governo em Cuiabá, no início do século XX


Visando derrubar o governo golpista, sustentado por militares de Corumbá, o presidente general Floriano Peixoto nomeia para o comando militar de Mato Grosso, o general Luiz Henrique de Oliveira Ewbank e devolve o governo ao presidente Manoel Murtinho. Havendo aderido ao golpe, a intendência de Cuiabá dirige ao presidente da República veemente protesto. Alegando que a mudança de governo permitiu a entrada do Estado "em resoluto no período de sua organização" com o funcionamento normal da legislatura, os dirigentes cuiabanos rejeitam a intervenção do governo federal:

"Mato Grosso não aceitará o governo que V.Exa. lhe impõe e em tais condições, a intendência municipal desta capital recorre à V.Exa. para pedir-lhe, como pede, e já o fez por telegrama desta data, em nome da Pátria e dos mais elevados interesses da União dos brasileiros, se digne de poupar a conflagração e o derramamento de sangue dos habitantes de Mato Grosso, fazendo com que o governo de V.Exa. se abstenha de impor-lhe administradores e de ingerir-se no trabalho de sua organização que precisa e há de ser feita mais de acordo com a vontade de seus filhos, do que com a do poder federal que V. Exa. representa. - Saúde e fraternidade".




FONTE: Estevão de Mendonça, Datas matogrossenses, (2a. edição) Governo de Mato Grosso, Cuiabá, 1973, página 134.

FOTO: reprodução do Album Grafico de Mato Grosso (1914)


OBISPO MAIS FAMOSO DE MATO GROSSO

  22 de janeiro 1918 – Dom Aquino assume o governo do Estado Consequência de amplo acordo entre situação e oposição, depois da Caetanada, qu...