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sábado, 22 de janeiro de 2011

9 de janeiro

9 de janeiro

1865 – Presidente da Província faz proclamação de guerra

Coimbra, palco da primeira batalha da guerra do Paraguai


O brigadeiro Alexandre Manoel Albino de Carvalho, que governava a província de Mato Grosso quando estourou a guerra do Paraguai, dirige ao povo a seguinte proclamação:

Matogrossenses! A injustificável ameaça do Governo da República do Paraguai, feita ao Império em sua nota 30 de agosto do ano passado, está consumada. Em 27 de dezembro findo uma expedição paraguaia, composta de numerosos navios a vapor e a vela com cerca de 5000 homens, acometeu o forte de Nova Coimbra e intimou ao comandante tenente-coronel Hermenegildo de Albuquerque Porto Carreiro a sua entrega dentro do prazo de uma hora, ficando em tal caso a guarnição sujeita à sorte das armas.

Contra tão desleal agressão protestaram energicamente as guarnições do forte de Nova Coimbra e do vapor Anhambaí, seu auxiliar, composta de menos de 200 homens.
Esse protesto ficará na história, escrito pelas armas imperiais, tintas de sangue de centenas de agressores, sangue dos que foram mortos e mutilados, durante dois dias de renhido combate.

Foi um protesto solene e glorioso!

Mato-grossenses, às armas! E com elas em punho, rivalizai com os valentes soldados da Nova Coimbra e com os intrépidos marinheiros da Anhambaí. Viva o Imperador! Viva a integridade do Império!


FONTE: Jorge Maia, A invasão de Mato Grosso, Biblioteca do Exército Editora, Rio, 1964, página 214.


9 de janeiro 

1872 - Assinado o tratado de demarcação Brasil-Paraguai

Barão de Maracaju

É assinado o tratado de demarcação dos limites entre o império do Brasil e a República do Paraguai. "Chegava-se -constata o cronista - ao fim de mais de cento e vinte anos de tentativas e malogros, de controvérsias e lutas, por fim cruentas e desesperadas, que haviam imposto, sob os auspícios de ambição surpreendentes, a revelarem a ocorrência de psicose irremediável, a ruína de um país, a destruição de uma pátria, a mortandade de milhares de vítimas e o sacrifício dos mais primários sentimentos de humanidade".

Firmaram o documento os dois plenipotenciários autorizados a negociá-lo: - o barão de Cotegipe pelo Brasil e o senador Carlos Loizaga, pela república do Paraguai. Serviu como secretário das conferências, o da missão oficial brasileira João Pedro Carvalho de Moraes.

A partir desse tratado seriam iniciados os trabalhos de demarcação, com a constituição de uma representação dos dois países. A comissão brasileira foi chefiada pelo coronel Enéas Rufino, o barão de Maracaju.

FONTE: Mário Monteiro de Almeida, Episódios históricos da formação geográfica do Brasil, Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, 2010. Pag 102.  


9 de janeiro

1947 – Realizam-se eleições diretas para governador


Arnaldo Estevão de Figueiredo

O Estado de Mato Grosso escolhe o seu primeiro governador e deputados estaduais depois da queda do Estado Novo. Concorreram os seguintes partidos: União Democrática Nacional, Partido Social Democrático, Partido Trabalhista Brasileiro, Partido Republicano e Partido Comunista do Brasil. Venceu a aliança PSD-PTB, com Arnaldo Estevão de Figueiredo, governador e Filinto Muller, senador. Para a Assembleia Estadual Constituinte elegeram-se os seguintes deputados: Adjalmo Saldanha, André Melchiades de Barros, Antonio Mena Gonçalves, Antonio Ribeiro de Arruda, Audelino Francisco da Costa Sobrinho, Benedito Vaz de Figueiredo, Clovis Hugueney, Gervásio Leite, Guilherme Vitorino, Italívio Coelho, José Gomes, José Cerveira, José Gomes Pedroso, José Gonçalves de Oliveira, José Henrique Hanstenreiter, José Manoel Fontanilhas Fragelli, Lenine Povoas, Licínio Monteiro da Silva, Lício Proença Borralho, Luiz Alexandre de Oliveira, Luis Felipe Pereira Leite, Oclécio Barbosa Martins, Otacílio Faustino da Silva, Pen de Moraes Gomes, Rádio Maia, Salviano Mendes Fontoura, Virgílio Alves Correa Neto e Waldir dos Santos Pereira.


FONTE: Rubens de Mendonça, História do Poder Legislativo do Estado de Mato Grosso, Assembleia Legislativa, Cuiabá, 1967 (I volume), página 283.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

17 de junho

17 de junho


1867 – Taunay deixa o Aquidauana de volta ao Rio



Homenagem a Taunay no quartel do exército em Aquidauana, inaugurada em 1923.




Encerrada oficialmente a retirada da Laguna, o tenente Taunay deixa o Porto Canuto, à margem esquerda do rio Aquidauana com destino ao Rio de Janeiro:

Parti do acampamento do Canuto, junto à margem esquerda do rio Aquidauana, às dez horas da manhã de 17 de junho de 1867. Para me servir de companheiro e vaqueano na transposição do despovoado e dilatadissimo planalto de Camapuã, comigo vinha o tenente do corpo policial de São Paulo, João do Prado Mineiro, e acompanhavam-nos o oficial mecânico Wandervoert, belga de nascimento, que acabara o seu tempo de contrato como contramestre das forças da artilharia La Hitte e na terrível retirada havia dado provas de não pouco valor, e mais três soldados de infantaria, além do meu camarada Jatobá, retinto e lustroso como jacarandá envernizado, beiçudo, metido a gaiato, bom diabo, embora bastante preguiçoso em mexer nos pousos o corpanzil, mas andarilho a valer, sempre alegre em todo o caso.


Dois magros cargueiros levavam numas bruacas velhas muito sacudidas, de tão vazias, os parcos mantimentos – carne seca, feijão, arroz, farinha, um pouco de toicinho e mais uma raçãozinha de sal, necessários para alcançarmos a vila de Santana do Paranaíba, à entrada da região efetivamente habitada, uma vez atravessadas as vastas solidões interpostas.

Montava eu a minha alta e vistosa besta rosilha, bom animal, ainda que já precisando de descanso, e que me custara quatrocentos mil réis; o João Mineiro, cavalo agreste mais resistente e menos mau, apanhado não sei onde, o belga um burrinho manhoso e empacador. Os camaradas seguiam a pé.




FONTE: Taunay, Memórias, Edições Melhoramentos, SP, 1946, página 258.






17 de junho


1947 – Rejeitada mudança da capital de Mato Grosso



Italívio Coelho, deputado constituinte de Mato Grosso


Emenda na Constituição, de iniciativa da bancada do Sul, previa a mudança da capital, de Cuiabá para outra cidade do Estado em caso de calamidade pública. A emenda foi derrotada por 15 votos a 14, com o voto de minerva do presidente da Assembléia Legislativa.

Votaram a favor da emenda os deputados José Fragelli, Rádio Maia, José Gomes Pedroso, Adjalmo Saldanha, Oclécio Barbosa Martins, Cacildo Arantes, Otacílio Faustino da Silva, Italívio Coelho, Salviano Mendes Fontoura, Audelino F. da Costa Sobrinho, Jary Gomes, Waldir dos Santos Pereira, José Gonçalves de Oliveira e Lício Borralho. Votaram contra André Melchiades de Barros, Clóvis Hugueney, Gervásio Leite, Luis Felipe Pereira Leite, José Henrique Hastenreiter, Guilherme Vitorino, Antonio Ribeiro de Arruda. Rachid J. Mamed, Sebastião de Oliveira, Oátomo Canavarros, Licínio Monteiro da Silva, Benedito Vaz de Figueiredo, Lenine Póvoas e Penn Gomes de Moraes.¹

A proposição de carater visivelmente separatista jogou a opinião pública cuiabana contra os deputados sulistas. “Queriam até nos dar um banho de chafariz lá na praça de Cuiabá”, confessa o constituinte Italívio Coelho, para quem, “entre nós deputados, não havia a intenção de dividir. Os políticos do sul do estado queriam ter igualdade de poder.”²


Depoimento do ex-deputado Salviano Mendes Fontoura ao jornalista Sergio Cruz dá conta que a revolta dos cuiabanos foi tão grande que à véspera da votação vários caixões de defuntos foram ameaçadoramente expostos à entrada da Assembleia Legislativa.



FONTE: ¹Rubens de Mendonça, História do poder legislativo de Mato Grosso, Assembléia Legislativa, Cuiabá, 1967, página 370. ²Maria M.R. de Novis Neves, Relatos políticos, Mariela Editora, Rio, 2001, página 179. 


terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

1º de junho


1º de junho



1860 – Branco doa terra a índio em Paranaíba

Retrato atribuído a José Garcia Leal


Ironicamente, o chefe político de Paranaíba, José Garcia Leal, doa aos Caiapós, antigos senhores absolutos de toda a região, que chegou a chamar-se Caiapônia, um pedaço de terra de sua propriedade:

Entre nós abaixo assinados eu José Garcia Leal e minha mulher dona Maria Umbelina Leal, possuindo livre e desembaraçada uma sorte de terras nas margens do rio Paranaíba no distrito desta vila, na barra do ribeirão denominado Barreiro a qual houvemos por compra como consta dos títulos que delas temos, muito de nossas livres vontades e sem constrangimento de pessoa alguma cedemos delas e fazemos doação aos índios Caiapós que se acham morando nas mesmas por nosso consentimento há mais de vinte anos, as quais terras se compõem de campos e matas e têm sua divisa de aldeia para cima pela parte do poente divisando com a fazenda da Arara meia légua pela parte do Nascente, um quarto divisando com as terras do Porto, e pela parte do Sul pelo espigão da lagoa e pelo Norte meia légua e poderão os ditos índios e seus descendentes possuírem as ditas terras sem que nem nós e nem nossos herdeiros possamos em tempo algum revogar a presente doação, e pedimos às justiças de Sua Majestade Imperial dêem a este todo o inteiro vigor como se fora escritura pública, e para seu titular (?) e firmeza de tudo mandamos passar a presente em que nós assinamos. Fazenda da Serra primeiro de junho de mil oitocentos sessenta. Declaramos ainda que a parte de terras é da quantia de quatrocentos mil réis dia hera ut supra. José Garcia Leal. A rogo Dona Maria Umbelina Leal – Joaquim digo José Joaquim de Lacerda Cintra. Testemunha João Victoriano de Melo Zeferino. Martins Marques. Coletoria-Geral de Santana do Paranaíba mil oitocentos e sessenta. Réis oito mil. Os índios Caiapós pagarão de novos e velhos direitos a quantia de oito mil réis pela doação do presente título.




FONTE: Hildebrando Campestrini, Santana de Paranaíba de 1700 a 2002, 2a. edição, Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, 2002, página 127.




1° de junho


1867 – Retirantes da Laguna completam a travessia do Miranda


Os três dias anteriores foram todos empregados na passagem do rio que, segundo parte do major comandante José Tomás Gonçalves, “conservou-se sempre cheio, dando apenas péssimo e perigoso vau. Com dificuldade passaram as nossas 4 peças e armões, havendo sido queimados os carros manchegos, forja e galera, para dar carne às praças como haviam decidido os comandantes de corpos em reunião...(...) Esforcei-me em trazer as quatro bocas de fogo e consegui-o com grande satisfação. Assim pois, no dia 1º de junho achavam-se as forças do lado direito do rio Miranda, com 9 léguas diante de si em boa estrada para chegarem a Nioac. Os paraguaios haviam efetuado a passagem antes de nós e já se achavam em nossa frente”.

FONTE: Taunay, A retirada da Laguna, 14a. edição, Edições Mehoramentos, São Paulo, 1942, página 182.


1° de junho


1893 - Desenterrado tesouro entre Campo Grande e Nioaque



  


Sob o título "Goyaz e Matto Grosso", a Gazeta de Notícias (RJ) publica notícia de um viajante goiano que encontrou e desenterrou um tesouro, contendo duas arcas, na estrada entre Campo Grande e Nioaque. O detalhe é que o sortudo ainda colocou-se à disposição de eventual dono do tesouro para possível resgate do mesmo:


"De viagem pela estrada que conduz de Campo Grande a Nioaque, distante sete léguas do primeiro povoado, o cidadão José Carvalho de Azevedo encontrou uma pedra lavrada por três faces e fincada, notando que aquela pedra só podia ter ali ido parar conduzida por alguém e que devia assinalar alguma coisa, resolveu aí ficar e cavar o lugar, e de fato, depois de uma cova de mais de oito palmos, encontrou um e depois outro caixão contendo valores em ouro, bem como ouro em pó. Por esta estrada passou a força para o Paraguai, havendo aí um grande fogo.

Se alguém se julgar com direito ao achado e dando os sinais certos se lhe indicará, dirigindo-se ao capitão José Carvalho de Azevedo - cidade de Rio Verde, Estado de Goiás".

FONTE: Gazeta de Notícias (RJ) em 1° de junho de 1893.


1905 – Iniciada linha telegráfica para Bela Vista




Depois da inauguração da estação de Porto Murtinho, a 24 de maio, Rondon inicia a extensão da linha desta vila para Bela Vista. Os trabalhos demoraram exatamente 30 dias. O próprio Rondon dá detalhes dessa obra:

A temperatura caiu terrivelmente, descendo o termômetro abaixo de zero, sem que frio tão rigoroso constituísse obstáculo. A 15 passamos para Guavirá, onde matei uma onça parda. Em cada um dos pontos onde nos detínhamos, caçava eu três ou quatro onças, a ponto de já ter perdido a conta.


(...) Não foi possível traçar um só alinhamento ligando dois pontos, porque extenso e formidável brejo se lhes interpunha. Foi necessário projetar diversos alinhamentos, a fim de contornar as cabeceiras do brejão, entre os córregos de Guavirá e Derrota.


A linha chegou à Bela Vista em 30 de junho. Estava terminada a missão Rondon no Sul de Mato Grosso, relativa à extensão de rede telegráfica:


Coroamos, assim, nossos trabalhos no sul do Estado com um golpe de ação, construindo essa linha em um mês, com 100 praças apenas – 61 quilômetros e 590 metros de linha assentada de Bela Vista até Margarida.


FONTE: Esther de Viveiros, Rondon conta sua vida, Cooperativa Cultural dos Esperantistas, Rio, 1969, página 193.




1° de junho

1911 – Bento Xavier invade fronteira


Bento Xavier, primeiro à esquerda, na revolução federalista do Rio Grande do Sul

Continuando sua campanha contra o governo do Estado, iniciada em 1907, o fazendeiro gaúcho Bento Xavier, que se encontrava exilado no Paraguai, retorna ao Brasil, com um forte grupo armado e inicia sua “guerra” com o major Gomes, comandante de polícia em Bela Vista, que relata a investida rebelde e delata a cumplicidade do comandante da guarnição do Exército naquela cidade fronteiriça com o chefe revolucionário:

Relatório - Ao Exmº Dr. Joaquim Augusto da Costa Marques. D. D. Presidente do Estado de Mato Grosso - 1911.


Cumpre-me levar ao conhecimento de V. Exª os fatos ocorridos com a praça policial e civis sob meu comando durante o último Movimento Revolucionário havido no Sul do Estado. A 1º de junho do corrente ano, pela manhã, tive conhecimento de que Bento Xavier da Silva, seus filhos, irmãos e adeptos indivíduos estes processados, inimigos do Governo, das autoridades e povo, invadiram nossas fronteiras, por duas partes com grupos armados, vindos do Paraguai, arrebanhando cavalos, recrutando gente e cortando fio telegráfico. Neste mesmo dia, um grupo de gente armada, comandado pelo próprio Bento Xavier, atacou a vivo fogo as imediações da fazenda denominada “Vaquilha”, uma escolta de seis praças e um civil que se dirigiam para a serra a fim de efetuar a captura dos criminosos Ananias Mello e seus companheiros; resultando desse ataque a morte do civil Reginaldo de Mattos e extravio das praças que, milagrosamente, se escaparam. Em seguida, Bento Xavier e seus sequazes dirigiram-se à Fazenda do Sr. Afonso Loureiro e aí praticaram as maiores depredações, procurando aprisionar o dono da fazenda, que conseguiu fugir à sanha daqueles vândalos. Ainda nesse dia, procurando fazer a defesa dos interesses do passo violado, congreguei elementos, convidando amigos, comprando alguns cavalos e outros petrechos indispensáveis para a organização da força, visto nessa ocasião só existirem em quartel 28 praças de polícia, tendo então me dirigido ao Sr. Cap. Antero Aprígio Gualberto de Mattos, comandante interino do Regimento de Cavalaria a fim de solicitar recursos de armamento e munição, visto não haver suficiente na polícia para armar o pessoal voluntário que se me apresentou. Qual não foi a minha surpresa quando eu soube que o dito Capitão Antero se achava no território paraguaio em conferência com o criminoso militar José Vicente Pereira Netto, pessoa que tinha delegações de Bento Xavier para entrar em arreglos com o já referido Cap. Antero de Mattos, comandante do 3º Regimento. Nada mais esperando desta autoridade, que levada por baixos sentimentos políticos, deixava de cumprir com seus deveres de comandante de guarnição e fronteira, para ir confabular com uma horda de salteadores, que todos os anos invadem, a nossa fronteira com proteção das autoridades anarquizadas do Paraguai. Limitado aos meus únicos recursos e dos amigos, comprei algumas armas, munições de guerra, etc.


Outro confronto entre a força de Bento Xavier e as tropas policiais do major Gomes dar-se-ia a 11 de junho.

Uma das bandeiras de Bento Xavier era a divisão de Mato Grosso.

FONTE: Major Gomes, Relatório do Governo do Estado de Mato Grosso, 11-09-1911.
FOTO: acervo Museu Dom Diogo de Souza, Bagé, RS.



1º de junho

1912 - Nasce em Nioaque, Hélio Serejo, o menestrel dos ervais


                                                                                             FUNDAÇÃO DE CULTURA/MS

                           Hélio Serejo, à direita


Nasce em Nioaque, Hélio Serejo. Viveu a infância, a juventude e maioridade na fronteira, mais precisamente em Ponta Porã, onde produziu a maior parte de sua
obra. Escritor, cronista, contista, memoralista e poeta, publicou ao longo de sua carreira cerca de 60 livros. Pertenceu a várias entidades, entre outras, ao Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul, a Academia Matogrossense de Letras e a Academia Sul-Matogrossense de Letras, onde ocupou a cadeira nº 30.

Para Geraldo Ramon Ferreira, seu confrade na ASL, Serejo, "construiu a sua consistente obra literária nas sendas da fronteira guarani, nas lides ervateiras da região, nas paragens nativas no Sul do então Mato Grosso, num ambiente de mestiçagem assim descrita pelo historiador Lenine Póvoas:

Indios, donos da terra, falando guarani; povos de origem espanhola; gaúchos fugidos das lutas de chimangos e maragatos, elementos que desciam da baixada cuiabana; mineiros que se alongavam à procura de campos para criar; todos se amalgamaram, misturando seu sangue, seus costumes, seus idiomas, suas tradições, seu folclore, sua música, daí resultando uma civilização fronteiriça de características inconfundíveis.

Sua obra completa em 11 volumes, foi republicada em 2008 pelo Instituto Histórico de Mato Grosso do Sul.

Por muitos anos residiu em Presidente Venceslau, no interior de São Paulo, mudando-se para Campo Grande, em 2005, onde faleceu em 8 de outubro de 2007.

A ponte rodoviária da BR-267, que liga o Porto XV de Novembro (MS) e Santo Anastácio (SP) tem o seu nome.


FONTE: Geraldo Ramon Pereira, (artigo), Correio do Estado, 26/06/2022.




1° de junho


1951 - Prefeito de Coxim é assassinado em Campo Grande







Às 22 horas é assassinado no Hotel Estação, em Campo Grande, Manoel Lino D'Ávila, o Manoel Mariano, prefeito de Coxim (UDN). Em sua edição de 3 de junho, o jornal O Estado de Mato Grosso, de Cuiabá, sob o título Assassinado em Campo Grande o prefeito de Coxim, a seguinte notícia:

Circulou ontem à noite pela cidade a notícia procedente de Campo Grande, que divulgamos em primeira mão, de haver sido assassinado naquela cidade, o prefeito de Coxim, sr. Manoel Lino d'Ávila, mais conhecido por Manoel Mariano, com 12 tiros e nove facadas.

Não se conhece maiores detalhes sobre a dolorosa tragédia em que tombou sem vida o prefeito de Coxim, Manoel Lino d'Ávila, da UDN, cidadão respeitável e que gozava do melhor conceito na sociedade coxinense.

No próximo número daremos circunstanciado relato da tragédia

Tido a princípio como crime político, chegando a causar animosidade entre moradores do distrito de Rio Verde, onde residia a vítima, e de Coxim, descobriu-se tratar-se de latrocínio. Epaminondas Gomes de Arruda, que na época do homicídio servia o exército em Campo Grande, entrevistado anos depois pelo jornal "Correio do Povo", de Coxim, esclareceu o episódio:

Seis meses após sua posse, Mané Mariano foi a Campo Grande para receber o dinheiro de uma boiada. Lá ele tinha uma amante e esta um filho.

O filho da prostituta encontrou o prefeito e lhe pediu dinheiro emprestado. Mané Mariano respondeu-lhe que no momento não tinha. Depois disso Mané foi ao frigorífico para o acerto final, retornando ao hotel em que se hospedara. Ao chegar foi recepcionado pelo rapaz, com uma faca na mão.

O rapaz sangrou Mané Mariano e foi para a rua Aquidauana, onde escondeu a faca e em seguida foi encontrar sua amante, na rua 7, passando a pagar uma rodada de cerveja para as moças da casa.

A PRI-7, a todo o momento, noticiava o crime.

O prefeito tinha um sobrinho que era 3° sargento do exército; servíamos na mesma companhia. Ele respondia pelo comando da guarnição naquele dia. Pedi-lhe algumas horas de licença, gentilmente concedida. Eu também tinha uma namorada polaca na rua 7. Tinha recebido o pagamento e fui visitá-la encontrando a rodada. Peguei a polaca, pedi uma cerveja e sentamo-nos na mesa ao lado.

O rapaz estava no banheiro e quando chegou esbravejou e gritou passando a agredir-me. Foi quando tirei um cabo de aço que carregava na cintura e dei-lhe uma surra desarmando-o.

Em seguida baicou a cavalaria e tive que fugir. Em casa passei a observar o revólver; era um Smith & Wesson 32, dos pequenos. Logo concluí que o malandro não tinha condições de ter uma arma igual aquela. Fui bater na delegacia onde narrei o acontecido. Em seguida o delegado determinou a três policiais que me acompanhassem para trazer o rapaz à delegacia. Prendemos Mário Silvestre, e, ao retornarmos à delegacia, o delegado nos comunicou que o o revólver era produto de roubo.

O rapaz, recolhidos à cela "paraíso dos inocentes", confessou o crime, entregando o relógio, a guaiaca e o restante do dinheiro roubado.

Mário Silvestre dos Santos era o nome do assassino.

Latrocínio foi a tipificação criminal.




FONTE: João Ferreira Neto, Raízes de Coxim, Editora UFMS, Campo Grande, 2004, página 192. 

FOTO:
 gentilmente cedida por familiares da vítima.




1° de junho

1959 - Grupo separatista do Sul do Estado publica manifesto



Lançado no início do ano em Campo Grande, o grupo intitulado Movimento Divisionista de Mato Grosso (MDM) lança manifesto à população. O documento tem os seguintes signatários: Anísio de Barros, Nelson Benedito Neto, Cícero de Castro Faria, Adauto Ferreira, Diomedes Rosa França, José Fragelli, Salviano Mendes Fontoura, Paulo Jorge Simões Correa, Oclécio Barbosa Martins, Diomedes Rosa Pires, Eduardo Machado Metelo, Martinho Marques, Carlos de Sousa Medeiros, Nestor Muzzi, Nelson Mendes Fontoura, Lício Proença Borralho e Nelson Borges de Barros.

Essa campanha, sob o lema "Dividir para multiplicar" e simbolizada por uma tesoura cortando o mapa de Mato Grosso, teve existência efêmera, como explica a historiadora:

"O Manifesto foi propagandeado no final da década, ocasião em que Jânio Quadros, um matogrossense de nascimento, foi candidato a presidente da República. Esperando obter a sua concordância quando ele se hospedou em uma chácara em Campo Grande, pouco antes da campanha eleitoral, uma comissão de separatistas o procurou, mas assim que tomou conhecimento do símbolo do movimento, uma tesoura que cortava o mapa de Mato Grosso em duas partes, teria dito: 'Esta tesoura corta o meu coração'. Suas palavras foram água na fervura".


FONTE: Marisa Bittar, Mato Grosso do Sul, a construção de um Estado, Editora UFMS, Campo Grande, 209, página 289. 

  

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

9 de março

9 de março

1960 - Morre o professor Severino Ramos de Queiroz

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Aos 77 anos, falece em Campo Grande o professor Severino Ramos de Queiroz. Nascido em São João do Cariri, na Paraíba, em 12 de março de 1889, veio jovem para Mato Grosso, onde ingressou na Força Pública e no magistério. Em Campo Grande foi professor de Português e Literatura no Colégio Dom Bosco. Na PM reformou-se no posto de coronel. Exerceu ainda as funções de exator em Campo Grande. Colaborou na revista Folha da Serra e publicou "Formulário Ortográfico," em 1931; "No Caminho do Saber," em 1933; e "O que se deve saber," em 1937. Na imprensa manteve por longos anos uma seção muito lida a comentada: "Consultório Filológico e Gramatical." Consagrou-se "como profundo conhecedor da língua portuguesa e intransigente defensor da pureza vernacular, censurando veementemente as más redações, as incorreções gramaticais, os galicismos, chegando ao ponto de bradar em aula:

 - Façam de 'Os Lusíadas' e de 'Os Sertões' livros de cabeceira.

Ocupou a cadeira n° 28 na Academia Matogrossense de Letras. Há uma escola e uma rua com seu nome em Campo Grande.


FONTE: José Couto Vieira Pontes, História da Literatura Sul-Mato-Grossense, Editora do Escritor, São Paulo, sd, página 117.


9 de março

1912 - Nasce em Minas, Antonio Salústio Areias


Nasce em Minas Gerais, Antonio Salustio Areias.
Ordenou-se padre em 1933, aos 22 anos. Em 1941 muda-se para São Paulo e deixa a batina. Veio para Mato Grosso em agosto de 1946, fixando residência em Aquidauana. Foi professor e diretor do Colégio Cândido Mariano. Entrou na política por acaso:
"...nas eleições para prefeito, em 1950, o PSD, o PSP (partido do Ademar de Barros) e o PTB (que era o partido de Getúlio Vargas) estavam sem candidato. Foi então que o dr. Bonifácio, que era um grande amigo meu, foi procurar-me dizendo:
- Areias, queremos que você seja nosso candidato a prefeito.
- Deus me livre, dr. Bonifácio, política e ensino não podem viver juntos. Ou se é professor dedicado ou político. Além disso a política prejudica demais o ensino com essa história de nomear e demitir os professores a seu bel prazer, tirando um professor competente para colocar um da panelinha em seu lugar.
- Não adianta discutir. Tem que ser você. Porque só assim o PSD, o PSP e o PTB vão se unir em torno de sua candidatura e ganharemos as eleições.
Eu, bobo, caí na conversa dele e entrei na política. Me candidatei, unindo os três partidos contra a UDN e ganhei as eleições por 46 votos apurados na última urna."
Em 1971 é nomeado Delegado de Ensino pelo governador José Fragelli, sendo, do mesmo governo, secretário de Educação, nos últimos 18 meses da administração. No governo seguinte, de José Garcia Neto, ocupou a direção do CERA (Centro de Educação Rural de Aquidauana).


O professor Areias faleceu em 04 de agosto de 1991 aos 79 anos e idade.


FONTE: Maria da Gloria Sá Rosa, Memória da Educação e da Cultura em Mato Grosso do Sul, UFMS, Campo Grande, 1990, página 95. 

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

4 de julho



4 de julho

1921 - Nasce Lenine de Campos Póvoas




Nasce em Cuiabá Lenine de Campos Póvoas, filho de dois eméritos professores, Rosa de Campos Póvoas e Nilo Póvoas.
Concluiu os estudos primários e secundários em sua terra natal, bacharelando-se em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade Nacional de Direito da Universidade do Brasil, no Rio de Janeiro, turma de 1945.
Em sua carreira docente pode ser destacada sua atuação junto à Escola Técnica de Comércio de Cuiabá, e como professor titular da cadeira de Direito Penal do Departamento de Direito da Universidade Federal de Mato Grosso.
Na política, foi eleito Deputado Estadual em Mato Grosso por duas legislaturas 1947/1950 (Constituinte) e 1951/1954.
Ocupou também os cargos de Ministro (hoje Conselheiro) do Tribunal de Contas do Estado, Vice-Governador, pelo voto direto, eleito em 3 de outubro de 1965, na chapa do governador Pedro Pedrossian (PSD); Secretário de Administração do Estado no Governo José Fragelli, tendo sido o primeiro a ocupar essa Secretaria; Presidente da Fundação Cultural de Mato Grosso, no governo José Garcia Neto, inaugurando essa função, hoje transformada em Secretaria de Estado de Cultura; Chefe da Casa Civil do governo estadual, em 1990; Diretor Superintendente da Cia. Mato-Grossense de Mineração – Metamat.
Integrou, na categoria de sócio efetivo, o Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso, onde ofereceu riquíssima contribuição.
Faleceu em Cuiabá-MT, aos 29 de janeiro de 2007.
Bibliografia
Em sua vasta produção intelectual, retratou a cultura e conhecimento que adquiriu em sua trajetória, podendo-se destacar:
  • Introdução ao Estudo da Geografia Humana (1944),
  • Panorama sombrio: análise da situação financeira do Estado de Mato Grosso, (1950);
  • Síntese Geográfica dos Estados Unidos (1955);
  • Radiografia de Mato Grosso (1957);
  • Viagem a Portugal (1970 e 1986);
  • Uma nova Secretaria do Estado (1974);
  • Administração de Pessoal (1975);
  • A Secretaria de Administração no ano de 1974-1975;
  • Mato Grosso, um convite à fortuna (1977);
  • Sobrados e Casas senhoriais de Cuiabá (1980);
  • História da Cultura Mato-Grossense (1982);
  • Influência do Rio da Prata em Mato Grosso (1982);
  • Perspectivas Democráticas e Econômicas da Grande Cuiabá (1983);
  • Cuiabá de Outrora (1983);
  • O Ciclo do Açúcar e a política de Mato Grosso (1983);
  • Roteiro Sul-Americano (1984);
  • Síntese de História de Mato Grosso (1985);
  • O Estado de Mato Grosso (1985);
  • História de Cuiabá (1987);
  • Cuiabanidade: crônica sobre Cuiabá e sua gente (1987);
  • Na tribuna da Imprensa (1987);
  • Cadeira nº 40: discurso de Posse na Academia Sul-Matogrossense de Letras) (1987);
  • O Caos Brasileiro (1988);
  • Os Italianos em Mato Grosso (1989);
  • Nilo Póvoas, um mestre (1991);
  • O Barão de Melgaço (1994);
  • As raízes portuguesas de Cuiabá (1988);
  • História Geral de Mato Grosso (996, 2 v.).

FONTE Academia Mato-grossense de Letras (Cuiabá)



4 de julho

  
1936Maquinista ganha prêmio milionário


“De simples maquinista a milionário”, sob este título a revista Folha da Serra, de Campo Grande, noticiava o resultado da loteria federal que sorteou o ferroviário Alfredo Silva, com o maior prêmio até então conseguido por um campograndense:

A sorte é varia e cega, não há que discutir. E para a alcançar nada melhor que a tentar. O ditado lá diz – quem não arrisca não petisca.


Foi assim pensando que o sr. Alfredo Silva, simples maquinista da Noroeste, aqui há muito residente, se resolveu a jogar na FEDERAL, na extração de 4 de julho último, dos 1000 contos de réis. Comprou um bilhete inteiro, o 13.744. Isto dois dias antes. A roda da fortuna favoreceu-o com a cornocópia de mil bilhetes de um conto cada, do Banco do Brasil – Hoje está milionário. 

Tanto dinheiro não o pôs orgulhoso ou o desorientou. Continuou o mesmo homem, o mesmo maquinista.

Pedindo-lhe esta revista uma fotografia sua, fez questão cerrada de oferecer-nos uma pose com a indumentária de maquinista.

Querendo bem a Campo Grande, embora mineiro de nascimento, de Januária, pois aqui vive há muitos anos, resolveu empregar parte de sua elevada fortuna em prédios que adquiriu nesta cidade recentemente.

O sr. Alfredo Silva é solteiro e nasceu em 4 de maio de 1894. Tem uma irmã casada em Curvelo. Pretende aposentar-se logo que conte o tempo legal e aqui radicar-se definitivamente.¹


Paulo Coelho Machado dá os detalhes:


Sonhou com um cavalo na corrida. Procurou um bilhete com final 44 e na Preferida, nos fundos da Farmácia São José, encontrou o bilhete n0 13.744. Não gostou do 13 inicial, mas não havia outro. A extração era para dois dias após, 4 de junho de 1936. Seguiu nessa noite para Bauru e lá carregou no cavalo. Regressou a Campo Grande fazendo castelos, enquanto conduzia sua fogosa locomotiva. Não deu outra coisa, senão o número sonhado e o simpático ferroviário, com a maior emoção de sua vida, conferiu o bilhete: mil contos de réis na Loteria Federal. Fez os cálculos - mais dez contos no bicho, o que lhe valeu a alcunha de Mil e Dez.


É do mesmo cronista o desfecho desta história de sorte:


Fretou um vagão-cabine, bradando aos quatro ventos que daí por diante passaria a ser somente passageiro e exigente. Encheu o carro de mulheres recrutadas na famosa Rua 7 e lá se foi, ditoso e felizardo para Bauru e São Paulo receber os polpudos prêmios. Deu uma esticada até o Rio de Janeiro para visitar um primo ilustre, que antes não tivera coragem de procurar: Hermenegildo de Barros, jurista e ministro do Supremo Tribunal Federal.
Mulato escuro, magro, alto, com quarenta anos de idade, o Mil e Dez, de volta a Campo Grande, casou-se com uma jovem cabrocha bonitinha, de pele esticada, grenha curta, que lhe exigiu um dote em dinheiro, que avaramente guardou no cofre da casa, junto com as jóias ganhas durante os esponsais.
O casal passou a residir num sobradinho na Rua 14, ainda chamada João Pessoa nessa época, onde depois morou o advogado Carlos Hugueney Filho, junto da Padaria Espanhola, de Gabriel Cubel. O idílio foi efêmero. Contrataram advogados para o desquite amigável. Logo apareceram supostos filhos naturais, pedindo investigação de paternidade e pensão alimentícia.
Das lutas no pretório aprenderam, um tanto tarde, a velha lição da sabedoria popular, de que mais vale um mau acordo do que uma boa demanda. Foi exatamente assim que o deslumbrado Mil e Dez acabou a vida como engraxate na Rua 14.²





FONTE: ¹ Revista Folha da Serra, edição de 26/08/ 1936. ² Paulo Coelho Machado, A rua principal, Tribunal de Justiça, Campo Grande, 1991. Página 52.




4 de julho



1990Morre o milionário Nain Dibo


Naim e esposa com o cantor Agnaldo Rayol em Campo Grande
Aos 79 anos faleceu em Campo Grande o empresário sírio, Naim Dibo. Aos 15, embarcou como clandestino de um navio, com destino ao Brasil. Sua trajetória no mundo novo é relembrada por sua neta Margarete Dibo Nacer Lani:

Sem nenhum dinheiro, sem amigos e ainda tendo que se comunicar com gestos, uma vez que não sabia uma só palavra da língua portuguesa, desembarca em Santos um adolescente animado a começar uma vida nova. (...) 


Ele vive outra emoção ao desembarcar na Estação da Noroeste, destino final de uma longa e penosa viagem. Quanto mistério envolve a vida de um jovem imigrante que, não tendo nenhuma profissão e com escolaridade mínima, consegue não só sobreviver num país estranho, mas alcançar o que todos sonhamos, a plena realização de nosso ideal.


Na opinião de vovô, nenhum outro país recebeu os imigrantes tão generosamente como o Brasil. Esse jeito de receber fazia com que se apaixonassem pela nova Pátria que os acolhia com tanto carinho. Vovô era apaixonado por Campo Grande. Foi aqui que ele conheceu sua esposa Elza, tiveram seus filhos e construíram, tijolo por tijolo, seu êxito comercial.¹


Em Campo Grande Naim foi vendedor ambulante, lanterninha no Cine Trianon, carroceiro, até 1931, quando comprou seu primeiro fordinho e se transformaria no legendário Turco, o maior e mais bem sucedido mascate do Sul de Mato Grosso. Em 1937, Naim Dibo entra nos negócios de importação, inciando com a compra de arame para cerca em Hamburgo na Alemanha, “de ótima aceitação entre os fazendeiros”, segundo Paulo Coelho Machado.


Com a II Guerra Mundial, suspensas as relações comerciais com a Alemanha, Naim já havia ampliado seu comércio exterior a outras países e outros itens. Além de arame de outras procedências, o seu atacado contava ainda com a comercialização de telhas de zinco, pneus, sal, banha, gasolina erva-mate, cerveja e trigo argentino. Ficou rico, investindo na compra de casas, dinheiro a juro e construção civil e ações. 


Benemérito, doou à Santa Casa de Campo Grande equipamentos para cirurgia cardíaca, tomografia computadorizada, transplante de rim e córnea. Ao hospital do Pênfigo doou uma bomba de circulação extracorpórea; e ao hospital de Sidrolândia, equipamentos de sua sala cirúrgica além de outros benefícios.²





FONTE: ¹Marcareth Dibo Nacer Lani, CAMPO GRANDE, Enersul, Campo Grande, 1999, página 335.² Paulo Coelho Machado, A rua principal, Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, página 69.

OBISPO MAIS FAMOSO DE MATO GROSSO

  22 de janeiro 1918 – Dom Aquino assume o governo do Estado Consequência de amplo acordo entre situação e oposição, depois da Caetanada, qu...