segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

2 de julho

2 de julho

1883 - Inventário revela fortuna do barão de Vila Maria




Inventário, liberado nesta data e publicado em jornal de Corumbá mostra a fortuna deixada por Joaquim José Gomes da Silva, o barão de Vila Maria, falecido 4 de abril de 1876. Uma fortuna invejável para a viúva, Baronesa de Vila Maior e seu filho Joaquim Eugênio Gomes da Silva, o Nheco. A relação de bens publicada é assinada pelo juiz Paulino José Soares das Neves de Corumbá. Confira:

Uma sesmaria de terra de cultura, no lugar denominado Piraputanga, com uma légua de frente e três de fundos, com uma grande casa de morada coberta de telhas, com três salas de frente, corredor, alcovas, varandas para trás e cozinha; uma dita grande coberta de telhas cita no mesmo lugar, com um engenho de ferro de dois cilindros e moer cana, movido por água, uma dita contígua também coberta de telhas, com sete grandes couxos de azedar garapa, com dois alambiques sendo um de serpentina e outro de sistema antigo, ambos assentados e pesando um mil e setecentos quilos de cobre; uma dita grande e igualmente coberta de telhas, dentro da qual se acham colocadas quatro pipas de gastalhos ou depósito de aguardente das quais duas levam cada uma seiscentas canadas, e as duas últimas, duzentas ditas cada uma; existindo ao lado da mesma casa um galpão coberto de telhas que serve de oficina de carpinteiro, tendo uma ferramenta quase completa desse ofício; uma dita coberta de telhas que serve de oficina de ferreiro, sem fundos, na qual se encontra bigorna, torno, fole e mais ferramentas pertencentes a mesma; um galpão coberto de palha, no qual seacham assentados dois fornos de cobre de torrar farinha, pesando ambos, setenta quilos; uma casa coberta de telhas que serve de depósito dos diferentes gêneros de lavoura, na qual se encontra um grande caixão com tampa e ferragens no qual se deposita exclusivamente açucar; três quartos cobertos de telhas que servem de aposento aos hóspedes; um dito coberto de telhas que serve de enfermaria; um galpão coberto de palha no qual se acha um monjolo, de uma só mão movido por água; sete galpões cobertos de palha e sapé. que serve de senzala aos escravos e camaradas; um grande cercado para porcos; um curral para gado; laranjal, canaviais, plantações de milho, mandioca, etc. - uma casa de morada coberta de telhas no estabelecimento denominado S. Domingos, situado na mesma sesmaria das Piraputangas, tendo contígua uma casa coberta também de telhas, na qual se acham colocadas trinta e duas formas de tábuas de fazer açucar, uma dita coberta de telhas na qual se acham colocadas quatro fornalhas sendo três ocupadas por tachos grandes de cobre e uma por uma grande caldeira de cobre pesando todo duzentos e cinquenta e seis quilos, uma dita coberta de telhas na qual se acha colocado um engenho de ferro e três cilindros movidos por bestas, para moer cana e bem assim dois gamelões de depositar garapa, um pequeno paiol coberto de telhas para depositar milho, currais, canaviais grandes, plantações de milho,etc. - Dois arreios pertencentes ao engenho de S. Domingos para animais que trabalham no dito engenho, uma sesmaria de criar, no lugar denominado S. Francisco ao centro da margem esquerda do rio Taquari, com uma légua de frente e três de fundos, uma dita de dita no lugar denominado - Fazenda Grande - ao centro da margem do mesmo rio e margem esquerda, com uma légua de frente e três de fundos.- Seguem outros bens, como dívidas do Paraguai etc.-

FONTE: jornal O Iniciador (Corumbá), 5 de julho de 1883.


2 de julho


1930Ameaça comunista em Corumbá e Ladário



Entrada do arsenal de guerra em Ladário,
denunciado como foco de agitação comunista


Alarmado com a movimentação sindical na zona portuária mais importante de Mato Grosso, o Ministério da Justiça e Negócios Interiores do governo Washington Luiz alerta ao presidente de Mato Grosso, Aníbal de Toledo:

1 – Cumpre-me levar ao conhecimento de V. Ex. que, segundo informações que tenho tido, bastante intensa tem sido a atividade de elementos comunistas em Corumbá e Ladário. 2 – Como é natural o elemento visado por tal propaganda tem sido, de preferência, o pessoal Marinheiro da Flotilha. 3 – Para evitar, porém, qualquer golpe de surpresa determinei uma redobrada vigilância nas unidades da Flotilha e o Arsenal, e tomei outras medidas de caracter militar que me permitam agir com eficiência caso algum fato anormal se venha a produzir. 4 – Tenho estado em constante correspondência com o delegado de Corumbá, de quem solicitei uma especial vigilância sobre elementos indicados como chefes do movimento. Dentre esses penso serem os principais o capitão reformado Q.M. Francisco Lucas Gomes Paulino e o paraguaio Aurélio Fretes. Tenho suspeitas sobre alguns outros elementos, porém, ainda aguardo o resultado de investigações a que mandei proceder. 5 – O capitão tenente Francisco Lucas Gomes Paulino é um sincero entusiasta da causa comunista e um ardente propagandista de suas ideias. Exercendo aqui as funções de pintor será sempre cercado de gente da pior espécie e de estrangeiros, notadamente bolivianos e paraguaios. – Aurélio Fretes, paraguaio, é o presidente da Associação dos Taifeiros, a mais revolucionária das associações de classe de Corumbá. Verificou o delegado de polícia dessa última cidade que aquela associação entrou em acordo com a ‘Associacion Obrera’ de Assunção, para um trabalho em comum pela causa bolchevista. Quanto a esse elemento estrangeiro parece-me que facilmente se poderá aplicar a lei da expulsão.




FONTE: Valmir Batista Correa, Coronéis e bandidos em Mato Grosso, Editora UFMS, 1995, página 130.


2 de julho

1948 - Nasce André Puccinelli, prefeito e governador do Estado


Nasce em Viareggio, na Itália, André Puccinelli. Mudou-se para o Paraná, ainda na infância. Em Curitiba formou-se em Medicina, em 1971. Em Fátima do Sul iniciou sua atividade profissional, no Hospital Nossa Senhora de Fátima. Iniciou sua carreira política naquele município como candidato a prefeito, em 1982. Foi o candidato mais votado, mas perdeu a eleição para o sistema de sublegenda, onde o partido poderia lançar até três candidatos. O MDB lançou apenas o nome dele. Em 1983, a convite do governador Wilson Barbosa Martins, ocupou o cargo de secretário de Saúde. Em 1986, elegeu-se deputado estadual, reelegendo-se no pleito seguinte. Em 1994, com a maior votação do Estado, chega à Câmara dos Deputados, tendo renunciado em 1996, para assumir a prefeitura de Campo Grande.

No Congresso destacou-se, preferencialmente, aos problemas de saúde pública, tendo sido, na Comissão de Saúde da Câmara dos Deputados, o relator do projeto da CPMF, no governo Fernando Henrique.

Prefeito de Campo Grande, por dois mandatos seguidos (1997-2005), "André teve seu trabalho apontado como o de maior índice de aprovação entre todas a capitais brasileiras. Grandes mudanças no sistema viário, uma política habitacional arrojada, informatização de todas as escolas e de todos os centros de educação infantil (antigas creches) e uma política de saúde, que levou Campo Grande a ser apontada como a capital de menor índice de mortalidade infantil".

Em 2006 venceu sua primeira eleição para o governo do Estado, substituindo a José Orcírio Miranda, o Zeca do PT. Em 2010, reelegeu-se governador do Estado, sendo substituído por Reinaldo Azambuja, do PSDB.


FONTE: ANTONELLI, Edna, 100 anos do Legislativo de Campo Grande, Câmara Municipal, Campo Grande, 2005, página 172.







1º de julho

1º de julho

1859: Governo declara guerra aos quilombos




A fuga anormal de escravos e a notícia da existência de vários quilombos na província, dão origem a mobilização do governo e fazendeiros para repressão a esses movimentos. O governo da província legaliza a formação de "bandeiras" para desbaratar as aglomerações clandestinas e capturar os negros fujões. A ação é legitimada pelo presidente da província Raimundo de Lamare, que em 1º de julho de 1859, fez publicar a seguinte lei:

Art. 1° O presidente da Província é autorizado a despender desde já, e sempre que houver notícia exata de quilombo de escravos, a quantia que for preciso para expedição de bandeiras, que se destinem a captura de escravos e à destruição do respectivo quilombo.

Art. Fica criada em benefício do cofre provincial a taxa de Rs 100$000 por cabeça que for capturado pela bandeira, a qual será paga pelos senhores.

FONTE Coleção de Leis Provinciais de Mato Grosso 1835-1912.
FOTO: Quilombo. Meramente ilustrativa

1° de julho
1892 Jango cobra despesas de campanha


Terminadas as operações que culminaram com a derrota da intentona militar contra o governo de Manoel Murtinho, o comandante das forças legais em Nioaque, envia relatório das despesas ao comando geral em Cuiabá:

Miranda, 1º de julho de 1892.


1º Vice-Governador do Estado e Comandante-em-chefe das Forças Patrióticas de Cuiabá.


Cabe-me a honra juntar-vos um relatório breve dos movimentos populares desta comarca, e na cópia das notas oficiais cambiadas até a data com as diferentes autoridades, para os fins que entenderdes mais adequados e convenientes.


Aproveito a oportunidade para manifestar-vos que hoje dissolvi as Forças sob meu comando a convite do coronel Honório Horácio de Almeida, por declarar-me com nota no 15 que as forças federais acham-se em número suficiente para a manutenção da ordem neste Estado.


Os gastos todos por mim autorizados, tanto pela manutenção das Forças Patrióticas como para conservação, podem montar a quantia de vinte contos de réis aproximadamente, caso deva-se atender aos reclamos dos vários proprietários prejudicados pelo extravio ou perda de alguns cavalos.
Saúde e faternidade.


João Ferreira Mascarenhas.




FONTE: Miguel A. Palermo, Nioaque, evolução histórica e revolução de Mato Grosso, Tribunal de Justiça, Campo Grande, 1992. Página 118.





30 de Junho

30 de junho

1876 - Frei Mariano liberta escrava por um conto de réis


Escravo liberto, vendedor ambulante


Frei Mariano de Bagnaia, pároco de Corumbá, liberta sua escrava Margarida, mediante indenização, de acordo com a seguinte carta de alforria:

Título de liberdade concedido pelo Reverendo Frei Mariano de Bagnaia a sua escrava de nome Margarida, como abaixo se declara: Por esta que vai por mim assinada concedo plena liberdade à escrava Margarida mediante a indenização de um conto de réis, havendo a comprado em Cuiabá por dois contos de réis - Declaro em consciência, e ante Deus que a este ato não me leva nem dever, e nem interesse de qualidade alguma, nem mesmo o serviço da agraciada, mas somente o espírito de beneficência, e o Evangelho que aconselha pagar o mal com benefício. Resta que a agraciada se comporte como boa cristã e Deus a abençoe. Corumbá, 30 de junho de mil oitocentos setenta e seis - O Pregador Imperial Frei Mariano de Bagnaia. Nada mais se continha com o dito título que bem e fielmente aqui fica copiado do próprio original, em mão e poder d'agraciada apresentante, de que dou fé. Corumbá, oito de julho de mil oitocentos setenta e seis. Eu, Paulinho José Soares das Neves, segundo tabelião de notas que escrevi, subscrevi, conferi e assino em público e vas (sic) de que uso.  


FONTE: Arquivo Público Estadual, "Como se de ventre livre fosse...", Campo Grande, 1994, página 57.
 

domingo, 27 de fevereiro de 2011

29 de junho

29 de junho


1850 Iniciado o forte do Fecho dos Morros


Fecho dos Morros, rio Paraguai

Ocupado em ampliar seus domínios na fronteira e a garantir-se contra uma possível hostilidade de seu vizinho Paraguai, o governo brasileiro manda instalar um forte às margens do rio Paraguai, abaixo léguas do presídio de Coimbra, área reivindicada pelo Paraguai como neutra. O ato inicial da construção foi presidido pelo capitão José Joaquim de Carvalho, comandante da Fronteira, do qual lavrou-se a seguinte ata:

Ano do nascimento de N.S.J.C. de 1850, vigésimo nono da Independência e do Império, aos 21 graus e 20 minutos de latitude, 40 léguas ao sul do Forte de Coimbra, em lugar denominado ‘Fecho dos Morros’, à margem esquerda do Paraguai, 800 braças a oeste da mais alta montanha conhecida pela denominação de Pão de Açúcar, sobre a base inferior do Morro de Pedra Viva mais saliente ao rio em forma de um colete esférico e sobranceiro ao pequeno monte que jaz na margem oposta, achando-se presente o comandante Geral desta fronteira, o capitão do Estado Maior de 1ª classe, Exmo. Sr. J. J. de Carvalho, o tenente C. F. de Caçadores F. Bueno da Sa., o missionário apostólico frei Mariano de Banhaia e todas as praças que fizeram parte da comitiva do mesmo Cmt. Depois do arvorado o pavilhão nacional, acompanhado de entusiásticos vivas a S. M. Imperador e à integridade do império, foi empossado o novo destacamento de que é Cmt. o já referido ten. F. B. de Sa. e deu-se imediatamente princípio à construção do edifício que tem de servir provisoriamente de Quartel Guarnição Parque de Armas, Casa de Oficiais e Armazém de Artigos Bélicos até que, segundo as ordens do governo, seja edificado o forte permanente. E para todo o tempo constar, lavrou-se o presente que assinam o Cmt Geral, o Cmt da Guarnição do novo destacamento, o missionário apostólico e todas as praças presentes aos 29 dias do mês de junho.¹


As obras foram interrompidas com a sua completa destruição, em 14 de outubro do mesmo ano, por tropas paraguaias e o projeto definitivamente arquivado pelas autoridades brasileiras. Em verdade, o governo brasileiro tentou com essa iniciativa resgatar um projeto de 1775, quando o capitão Ribeiro da Costa, encarregado pelo governador Luis de Albuquerque de construir o forte de Coimbra, enganou-se no reconhecimento do local, apesar das instruções do governador. "No lugar de aportar no Fecho dos Morros, desembarcou 44 léguas antes, no local denominado estreito de São Francisco Xavier, cuja topografia apresenta alguma semelhança com o primeiro." ²





FONTES: ¹Acyr Vaz Guimarães, Mato Grosso do Sul, sua evolução histórica, Editora UCDB, Campo Grande, 1999. Página 98. ² Carlos Francisco Moura, O Forte de Coimbra, Edições UEMT, Cuiabá, 1975, página 24.






29 de junho


1979Marcelo Miranda assume governo







Com a exoneração a 12 de junho do engenheiro Harry Amorim Costa, primeiro governador de Mato Grosso do Sul, assume o governo do Estado, Marcelo Miranda Soares, prefeito de Campo Grande, indicado pelo então senador Pedro Pedrossian e nomeado pelo presidente João Figueiredo. Inicia-se uma fase tumultuada na política do novo Estado, com o rompimento dos grupos liderados pelo novo governador e seu antigo chefe político. Pedrossian, um ano depois derrubaria Marcelo e assumiria em seu lugar. O racha terminou beneficiando a oposição, através do PMDB, que em 1982, elege o primeiro governador, Wilson Barbosa Martins, com o apoio do Marcelo que se elege senador também pelo PMDB. Em 1983, Marcelo voltaria ao governo do Estado, em eleição direta.

No período entre 12 e 29 de junho de 1979 o governo do Estado foi ocupado pelo deputado Londres Machado, presidente da Assembleia Legislativa.







28 de junho

28 de junho


1864Leverger em missão no Sul do Estado


Augusto Leverger, o Barão de Melgaço


Augusto Leverger, o barão de Melgaço, dá ao presidente da província de Mato Grosso, Alexandre Manoel Albino de Carvalho, as primeiras notícias sobre sua missão ao Sul do Estado. Fora ele encarregado pelo governo imperial de elaborar um mapa da região fronteiriça com o Paraguai, que invadiria a região em dezembro seguinte. Tinha como integrante de sua comitiva, o capitão Antonio Maria Coelho. Em abril esteve em Miranda e de Nioaque manda pra Cuiabá o seguinte relatório:

Segui de Miranda para este lugar e depois para as colônias militares de Miranda e de Dourados. 


Percorri a linha culminante que divide as vertentes paraguaias do Apa e Aquidaban das do nosso rio Ivinhema. Em seguida atravessei a barra do rio Dourado e visitei o porto das Sete Voltas onde se achava o vapor Tamanduateí vindo de Itapira em março deste ano e aí retido, segundo me disse o comandante, por falta de água suficiente para transitar pelas corredeiras que dificultam a navegação ainda do porto das Sete Voltas para baixo. Aí mesmo atravessei o Brilhante e explorei o espaço que medeia entre as suas cabeceiras e o Anhanduí.

Reconheci o varadouro entre este último rio e o da Cachoeira, galho do Aquidauana (outrora Emboteteu e também chamado oficialmente Mondego).
Regressei pelo espigão mestre da serra do Amambaí deixando à minha esquerda as águas que correm para o rio Paraná e a direita as que correm para o Paraguai.


Descendo a mesma serra voltei a Nioaque onde estou parado há uma semana a fim de dar aos animais de carga o descanso de que precisam.”


A missão de Leverger ao Sul do Estado duraria até novembro, quando voltou a Cuiabá. No mês seguinte, tropas paraguaia iniciavam a invasão ao território brasileiro por Corumbá e pela região explorada pelo almirante.





FONTE: GENEALOGIAS PAULISTA E MATOGROSSENSE, página 355.



28 de junho

1867 - Retomada de Corumbá: comandante paraguaio acusado de traição




Morto em combate na batalha de 13 de junho, o tenente-coronel Hermogenes Cabral, comandante militar de Corumbá, foi acusado por seus comandados, de haver cometido ato de traição, contra o Paraguai. A denúncia foi formulada pelos soldados em fuga, a bordo de um vapor de guerra, ancorado em Albuquerque, ainda sob domínio do exército e marinha paraguaios:

Com o mais profundo respeito cumprimos o dever de levar ao conhecimento de V.E. que tanto os oficiais, como as tropas de marinha e terra, que estamos aqui dispostos a fazer quantos sacrifícios demandem a honra às armas nacionais, em vista do acontecimento sumamente desagradável da invasão de nossa praça de Corumbá pelo inimigo, e ainda mais pela traição infame do tenente coronel Hermógenes Cabral, juntamente com o capelão; todos unanimimente estamos com o mais ardente dever de correr presurosos a dar o condigno castigo a esses pérfidos inimigos, protestando desde logo contra o execrável comportamento do comandante Cabral, o capelão e demais traidores, e renovando à V. E. nosso patriótico juramento de que jamais consentiremos tão vilã humilhação, preferido mil vezes morrer combatendo ao inimigo, que deixar um borrão sobre o brilho de nossas armas e o nome de nossas famílias.

Deus guarde à V. E. muitos anos.

A bordo do Vapor Nacional de guerra Salto de Guairá no porto de Albuquerque Junho 28 de 1867.

Romualdo Nuñes, Ezequiel Roman, Mamerto Barreiro, Angel Fernandez, Manuel Delgado, Felipe Morales, Miguel D. de Doncel, Geronimo Candia, Bias Paez, Eduardo Zarate e Juan José Rivarola.
 

A parte não especifica o ato de traição cometido pelo comandante. Dados disponíveis na Biblioteca Nacional do Paraguai resumem: 

El Mariscal López dijo que se vendió a los brasileños y estigmatizó su memoria. De hecho, algunos autores sostienen que se enamoró de una brasileña y que ella lo vendió a él y a la guarnición.



FONTE: Jornal El Semanário (Assunção,PY) 20 de julho de 1867; Biblioteca Nacional Paraguai (goo.gl/USHgCd)

FOTO: acervo da Biblioteca Nacional do Paraguai.


28 de junho

1877 - Água encanada para Corumbá

Pela lei 513, de 1877, do presidente Hermes Ernesto da Fonseca, a província de Mato Grosso, concede à iniciativa privada a exploração de água encanada em Corumbá:

"Art. 1° - Fica concedido a Manoel Alves o privilégio por quinze anos para abastecer d'água a vila de Corumbá, empregando maquinismo a vapor, sem prejuízo da que é abastecida pelas carroças para ser vendida ou da que for conduzida em pote, barril ou qualquer outra vasilha.

Art. 2° - Ao empresário não serão cobrados direitos municipais dos materiais ou utensílios precisos para a empresa.

Art. 3° - Fica prejudicado o presente privilégio, se no prazo de dezoito meses, a partir da data de publicação da presente lei na comarca de Corumbá, não puder o concessionário concluir a obra para o fim indicado.

Art. 4° - Revogam-se as disposições em contrário".

FONTE: Coletânia das leis da província de Mato Grosso, 1835 a 1912, página 12.


28 de junho

1882 - Corumbaenses cobram dívidas da guerra do Paraguai

A Câmara dos Deputados recebeu requerimentos de sobreviventes da ocupação de Corumbá, durante a guerra, cobrando dívidas contraídas pelo inimigo, através de apólices:

"Requerimentos de Antonio Joaquim da Rocha e outros, residentes na cidade de Corumbá, província de Mato Grosso, pedindo providências afim de que o governo assuma a responsabilidade das apólices emitidas pelo governo do Paraguai, de modo a serem os peticionários indenizados dos prejuízos que sofreram na guerra do Paraguai, durante os anos de 1864 e 1865".

FONTE: Jornal do Commercio (RJ), 29/06/1882.

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27 de junho

27 de junho


1874 Imagem de santa volta à Coimbra





A imagem de N.S. do Carmo, retirada da capelinha do forte, por ocasião da ocupação paraguaia, em dezembro de 1864, e levada para Cuiabá pela mulher do comandante das forças brasileiras, coronel Portocarrero, é devolvida à origem: 

A trasladação efetua-se com imponência sem igual, sendo a imagem acompanhada desde a praça da Sé à rampa do porto geral, ao longo da rua 13 de Junho, trapizada de folhagens pela população inteira de Cuiabá. As varas de pálio, sob cujo docel ia o venerando bispo d. José Antônio dos Reis conduzindo a imagem, foram sustentadas durante o trajeto por veteranos da guerra. Escolhidos entre os que tomaram parte na defesa de Coimbra.
Logo depois do pálio viam-se em grande uniforme o general José de Miranda da Silva Reis, presidente e comandante das armas da província; o almirante barão de Melgaço, autoridades e comandantes militares. Seguia-se a tropa em pelotões; grupos de colegiais, famílias e crescida multidão fechavam o préstito.




FONTE: Estevão de Mendonça, Datas Matogrossenses, 2a. edição, Governo do Estado, Cuiabá, 1973, página 332.



26 de junho

 

1911Estado de sítio em Campo Grande


No que poderia ser considerada uma grande aberração jurídica, extrapolando todos os limites do bom senso, o delegado de polícia de Campo Grande decreta estado de sítio no município:

O Primeiro Tenente Constantino de Souza, atendendo às condições atuais da região sul de Mato Grosso, sem segurança e sem governo e que esta Vila se acha sem autoridades:


Atendendo a que trata-se de uma região de fronteira.


DECRETA:


Art. 1º - Fica desde esta data em estado de sítio a Vila de Campo Grande e todo o seu município.


Art. 2º - Contra todos indistintamente que perpetrarem crimes contra a ordem pública e segurança das autoridades a Chefia da Polícia Militar, ora criada, aplicará as leis de guerra.


Art. 3º - A Agência do Correio, os Cartórios Judiciais, a Intendência Municipal serão fechadas e seladas até completa ordem.


Art. 4º - Tendo retirado-se desta Vila o dr. Juiz de Direito, mando interditar e guardar a sua casa não havendo trabalho judicial até segunda ordem.”



As conseqüências deste ato destinado são vistas por Paulo Coelho Machado:


Levado o fato ao conhecimento da autoridade superior, só muito mais tarde foi o trêfego Constantino destituído do comando do destacamento pelo seu impensado e ridículo ato.


Revoltado com o episódio, notando a ausência completa de garantias ao exercício de sua nobre função, que desejava exercer com rigor e decência, decidiu o dr. Arlindo de Andrade demitir-se do cargo [de juiz de direito], sendo substituído pelo dr. Vicente Miguel da Silva Abreu, natural de Goiás, que também pediu remoção da Comarca de Nioaque.





FONTE: Paulo Coelho Machado, Arlindo de Andrade, o primeiro juiz de direito de Campo Grande, Tribunal de Justiça, Campo Grande, 1988. Página 18.

26 de junho

26 de junho

1786 - Missão científica chega a Corumbá

Por ordem do governador Luis de Albuquerque, com a tarefa de mapear e determinar posições geográficas na região do Pantanal, chega a Albuquerque (atual Corumbá) , a comissão técnica formada pelo capitão-engenheiro Ricardo Franco de Almeida Serra e os geógrafos Antonio Pires da Silva Pontes e Francisco José de Lacerda e Almeida. A finalidade da diligência era a exploração dos rios Paraguai, São Lourenço e Cuiabá e a desembocadura de seus afluentes, bem como as principais lagoas e baias do Pantanal. O termo da expedição foi o forte de Coimbra. 

Sobre o vilarejo de Albuquerque o escriba da caravana escreveu comentário pouco lisonjeiro:

26 - Com marcha de 12 léguas chegamos à povoação de Albuquerque, correndo sempre o rio a Sul com várias voltas. Esta povoação é de miseráveis, que passam a vida cheios de fome e nudez; o comandante dela só cuida em utilizar-se do suor deles. Só estão fartos de palmatoadas, correntes e rodas de pau.


FONTE: Francisco José de Lacerda e Almeida, Diário da Viagem, Assembleia Legislativa da Província de São Paulo, 1841, página 29.




26 de junho


1863 - Morre Inácio Barbosa


Cemitério da fazenda Passatempo em Rio Brilhante
Aos 57 anos faleceu e foi sepultado no cemitério de sua fazenda Passatempo, na Vacaria, Inácio Gonçalves Barbosa, patriarca da família Barbosa . Nascido em Sabará, Minas Gerais, em 1806, chegou aos campos de Vacaria, em 1842, chefiando uma caravana, da qual participavam mais dois irmãos, João e Francisco, procedente de Franca, no interior de São Paulo, no rastro de seu irmão mais velho, Antônio Gonçalves Barbosa, que viera para Mato Grosso há seis anos, em companhia de seu genro José Francisco Lopes. 

Em seu percurso adormeciam serenamente, sem pensar nos perigos que lhes poderiam surgir pela vida tornando-se valentes e destemidos bandeirantes enfrentando a frialdade das noites e a intensidade dos raios solares pelas estradas incultas, sem nem sequer encontrarem algum abrigo bom ou ruim, atravessando os areais do Sucuriu, do Pardo e depois subindo até atingir o Anhanduí e chegando satisfeitos na tão almejada Vacaria.


Os irmãos tomaram posse de praticamente todos os chamados campos de Vacaria. Inácio ficou com a fazenda Passatempo, posse limitada com seus três irmãos. Desta fazenda, informa Ledir Marques Pedrosa, “Inácio fez doação ao governo da província de uma gleba de terras à margem direita do rio Nioaque com a finalidade de instalarem um posto do Exército para deterem a invasão paraguaia, que ele já estava prevendo acontecer de uma hora para outra. A esta vila deu-se o nome de Santa Rita de Nioaque. Quando o governo aceitou a oferta, enviou um contingente do Exército com o seguinte acordo que Inácio ajudasse a construir o aquartelamento e servisse a tropa de todo mantimento, enquanto ali permanecesse.


De numerosa geração de descendentes, Inácio era avô de Vespasiano Barbosa Martins e bisavô do ex-governador Wilson Barbosa Martins. 








FONTE: Ledir M. Pedrosa, Origem, Histórico e bravura dos Barbosas, edição da autora, Campo Grande, 1980. Página 43.






26 de junho


1904 - Nasce em Corumbá, Carlos Vandoni de Barros. 



 Filho de Pedro Paulino de Barros e de Josefina Vandoni de Barros, nasce em Corumbá, Carlos Vandoni de Barros
Formado em engenharia civil em 1927, foi oficial de engenharia da reserva de primeira linha. Iniciou sua carreira política elegendo-se deputado estadual. Exerceu o mandato entre 1928 e 1930.
Membro do Partido Liberal Mato-Grossense em 1933, nesse mesmo ano passou-se para o Partido Evolucionista de Mato Grosso, pelo qual se elegeu deputado federal no pleito de outubro de 1934. Exerceu o mandato de 12 de agosto de 1935 a 10 de novembro de 1937, quando o advento do Estado Novo suprimiu todas as câmaras legislativas do país.
Diretor do Instituto Nacional do Mate e diretor do Serviço de Navegação da Bacia do Prata S.A., após a reconstitucionalização do país (1945) elegeu-se no pleito suplementar de janeiro de 1947 deputado federal por Mato Grosso na legenda do Partido Social Democrático (PSD). Assumindo a cadeira em 24 de março de 1947, integrou durante o mandato a Comissão Permanente de Transportes e Comunicação e a Comissão Especial de Pecuária da Câmara dos Deputados.
Candidato à reeleição no pleito de outubro de 1950, ainda pelo PSD, obteve apenas uma suplência, deixando a Câmara em 31 de janeiro de 1951, a ela não mais retornando.
Dirigiu o jornal A Cidade, de Corumbá, foi sócio-correspondente da Academia Mato-Grossense de Letras e sócio efetivo do Instituto Histórico de Mato Grosso.
Faleceu na cidade do Rio de Janeiro no dia 16 de maio de 1986.
Era casado com Anatália Beltrão de Barros, com quem teve duas filhas.
Publicou Nhecolândia (1934), Construir — palavra de ordem (1941), O setor transporte no Plano Salte (1948) e Em defesa de um rio esquecido (o Paraná) (1950).

FONTES: Boletim Min. Trab. (5/36); CÂM. DEP. Deputados; CÂM. DEP. Deputados brasileiros. Repertório (1946-1967); Diário do Congresso Nacional; Globo (17/5/86); Jornal do Brasil (17/5/86); MENDONÇA, R. Dic.; MOREIRA, J. Dic.; TRIB. SUP. ELEIT. Dados (1 e 2).
 


26 de junho

1951 - Morre Albertina Pereira de Matos, primeira vereadora de Dourados


Albertina Ferreira de Matos

Nascida em São Luiz Gonzaga (RS) em 24 de março de 1901, faleceu em Dourados, Albertina Ferreira de Matos. Em Dourados desde 1903, dedicou-se às atividades empresariais e políticas. Como comerciante foi uma das fundadoras da Associação Comercial e Industrial de Dourados (Acid) e na política, foi a primeira mulher a eleger-se vereadora no município. Venceu em 1947, na primeira eleição, depois da ditadura de Vargas, elegendo-se vereadora pela União Democrática Nacional (UDN) na administração do prefeito Antonio de Carvalho, o Carvalhinho. Albertina foi homenageada pela comunidade douradense, dando nome a uma rua na vila Guarani e a uma escola na vila Mary.


FONTE: Marli Carvalho Owens, Mattos, a saga de uma família, edição da autora, Dourados, 2000, página 291.


OBISPO MAIS FAMOSO DE MATO GROSSO

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