quarta-feira, 9 de novembro de 2016

7 de novembro



07 de novembro

1882- Índio lidera fuga de escravos em Coxim

Capitaneados por um índio chiquitano de nome André, fugiram da Fazenda Santa Luzia, em Coxim (São José de Herculânia) nove escravos, sendo 5 homens e quatro mulheres. O alarme foi dado pelo coronel Antonio Luiz da Silva Albuquerque, chefe político do distrito, em anúncio publicado num jornal de Corumbá:




FONTE: jornal O Iniciador (Corumbá) 31 de dezembro de 1882.



07 de novembro

1911 – Morre no Rio, Generoso Ponce






Aos 58 anos falece no exercício do mandato de deputado federal, Generoso Ponce, o político de maior influência e prestígio em Mato Grosso nas três primeiras décadas da República. Nasceu em Cuiabá e começou a militar na política, ainda no Império, como membro do partido liberal. Com a proclamação da República, aderiu ao novo regime, elegendo-se deputado constituinte e vice-presidente do Estado, no governo de Manoel Murtinho.

Em 1892 chefiou a contra-revolução aos seguidores do general Antônio Maria Coelho, devolvendo o governo a Manoel Murtinho, deposto num golpe militar, chefiado pelo coronel Barbosa, de Corumbá.


Em 1894 elege-se senador, cargo que ocupou até 1902. Em 1906 comandou, a partir de Corumbá, onde estava residindo e estabelecido como comerciante, a rebelião que derrubou Totó Paes do governo. Em 1907 assume a presidência do Estado, quando por motivo de doença, renunciou em favor de seu primeiro-vice, Pedro Celestino Correa da Costa, sendo eleito deputado federal. 


FONTE: Estevão de Mendonça, Datas Matogrossenses, (2ª edição) Governo de Mato Grosso, Cuiabá, 1973, 245




07 de novembro

1921 – Calógeras em Campo Grande




Chega à cidade, em sua viagem de inspeção às guarnições do Exército em         Mato Grosso, o ministro da guerra, dr. João Pandiá Calógeras. O evento foi registrado pelo Correio do Estado (de Cuiabá):

Campo Grande,8 - Acompanhado de sua comitiva, constituída dos srs. generais Celestino Bastos, chefe do Estado Maior do Exército e Cândido Rondon, major Egídio Costa Silva e Teixeira Freitas, capitão Rogaciano Mendes e vários outros militares, drs. Paulo Moraes Barros e família, Jorge Moraes Barros, ambos da "Sociedade Rural Brasileira, Primitivo Moacir, redator dos debates da Câmara Federal, Júlio de Mesquita, diretor do "Estado de S. Paulo", chegou ontem aqui, com sua exma. família, às 11 horas, o dr. Pandiá Calógeras, Ministro da Guerra, que foi recebido por toda a população da cidade, na estação da Noroeste, em cuja esplanada estava estendida a guarnição militar.

Prestadas as continências do estilo, foi o ministro Calógeras conduzido até a Câmara Municipal, atravessando as principais ruas. A Câmara reunida em sessão solene, recebeu o ilustre titular da Guerra tendo o engenheiro Arnaldo Estevão de Figueiredo,presidente daquela corporação, saudado o ministro, respondendo este fazendo previsões sobre a futura grandeza do Estado e especialmente de Corumbá, como entreposto internacional, explicando ainda os motivos que determinaram a mudança da circunscrição para aqui. Após muitas orações foi solenemente inaugurada a denominação da nova Rua Calógeras, antiga "Santo Antonio". Nesta ocasião foram muito ovacionados os presidentes da República e do Estado, o Ministro da Guerra e os generais da comitiva.

Tomada a refeição no palacete de residência do sr. Vespasiano Martins, partiram às duas horas o ministro e comitiva em visita aos quarteis velhos da guarnição, enfermaria e quartel da polícia, tendo recebido dessas visitas penosíssima impressão. Depois percorreu em automóveis várias partes da cidade. Às 4 horas da tarde, houve a cerimônia de lançamento da pedra fundamental dos novos quarteis e do Hospital Militar. O general Rondon saudou o Presidente da República e o general Celestino Bastos saudou o ministro Calógeras. Este agradeceu saudando os oficiais superiores do Exército, entre aclamações ruidosas dos populares. Ao regressar fizeram refeição no referido palacete. Visitaram em seguida a invernada militar e à noite, acompanhado do intendente municipal, dr. Arlindo de Andrade, do juiz de direito, dr. Silva Coelho, coroneis Alves Quito, Antero Barros, dr. Miguel Melo, Mário Monteiro, Gavião Gonzaga, César Galvão, Vespasiano Martins e outras pessoas gradas, foi o ministro conduzido ao cinema Central afim de assistir o espetáculo de gala, que terminou cerca de meia noite.

Hoje às 10 horas seguiram para a fazenda do "Capão Bonito", da Brazil Land, onde o superintendente James Barr fará proceder um rodeio de gado de raça, oferecendo ao ministro magnífico cavalo crioulo. O fazendeiro Clemente Pereira fará também em sua fazenda rodeios que serão assistidos pelo ministro.

Amanhã s. exa. prosseguirá viagem para Ponta Porã, em automóvel.¹

Primeiro ministro civil do Exército no regime republicano, Calógeras foi responsável pela total modernização militar do Brasil, com visível interesse pela região da fronteira. Em 9 de setembro de 1928, antes de deixar Campo Grande, teve seu busto levantando na praça da Liberdade (hoje Ari Coelho).² 


FONTE: ¹Jornal Correio do Estado (de Corumbá), 11 de setembro de 1921; ²J. Barbosa Rodrigues, História de Campo Grande, Edição do autor, Campo Grande, 1980, página 135



Morre o deputado Aral Moreira

06 de novembro

1952 - Morre o deputado Aral Moreira 



Nascido em 20 de agosto de 1898 na cidade de Aquidauana, falece no Rio de Janeiro, por complicação de uma cirurgia na vesícula, o deputado federal da bancada de Mato Grosso, Aral Moreira. Advogado, jornalista e produtor rural, elegeu-se pela UDN (União Democrática Nacional) na eleição de 1950, tendo como principal reduto eleitoral o município de Ponta Porã. Líder ervateiro foi um dos fundadores e primeiro presidente da Federação das Cooperativas Produtoras de Mate, fundada em 1942. Divisionista convicto participou como combatente voluntário da revolução constitucionalista de 1932, tendo se destacado na última batalha em Porto Murtinho.(*) 

No Congresso, durante o pouco tempo de seu mandato, defendeu a restauração do Território Federal de Ponta Porã, suprimido pela Constituinte de 1946 e pela construção do ramal da NOB de Campo Grande para Ponta Porã.

Em sua homenagem há ruas em Ponta Porã, Iguatemi, Itaporã e em praticamente todas as cidades da região Sul do Estado e o distrito de Fronteira Rica, desmembrado de Ponta Porã, emancipado em 13 de maio de 1976 passou a chamar-se município de Aral Moreira.


FONTE: Milton Batista Fróes, Aral Moreira e Juvenal Fróes - os caminhos da erva-mate na fronteira sul-mato-grossense, Editora Massoni, Maringá, 2007.

(*) Umberto Puigari, Nas fronteiras de Mato Grosso, terra abandonada... Casa Mayença, São Paulo, 1933. Página 190, sobre a participação de Aral Moreira na batalha.

06 de novembro

06 de novembro 

1872 – Coxim é elevada à freguesia

Com a denominação de São José de Herculânea e subordinada ao município de Corumbá, a povoação de Coxim, às margens do rio Taquari, é alçada à condição de freguesia:

“Sustentando o seu crescimento, apoiado no comércio pujante, o povoado adquiriu importância, acabando por conquistar um avanço, com a sua elevação à categoria de freguesia, proporcionando a sua primeira organização jurídica, com a implantação do Juizado de Paz e a criação de seu primeiro Cartório de Notas, em 1893.” 

FONTE:  Ronan Garcia da Silveira, História de Coxim, Prefeitura de Coxim, 1995, página 31




06 de novembro

1909 - Fazendeiro demarca área para a cidade de Porto Esperança

Porto Esperança em 1947, durante cheia do rio Paraguai


Entusiasmado com a expectativa da transformação de Porto Esperança, em grande metrópole, o fazendeiro Deoclécio Leite Moreira, comunica ao governador do Estado em Cuiabá a decisão de incumbir-se do traçado da nova cidade e a disponibilidade de lotes aos interessados em se estabelecer no lugar, que, até 1953, foi o terminal da ferrovia Noroeste do Brasil:

Tenho a subida honra de comunicar à v. exc. que, por minha incumbência foram iniciados pelo engenheiro Brandão Júnior os trabalhos de organização do projeto da futura povoação de Porto Esperança, junto ao ponto terminal da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil. Tomando a iniciativa de franquear ao público fácil aquisição de lotes de terrenos na mencionada localidade e futura grande cidade do nosso amado torrão, não tive em vista senão concorrer na medida de minhas forças para o progresso do Estado, a que tanto me ufano de pertencer.

Julgo assim contribuir de alguma forma com o meu pequeno contingente para a prosperidade de Mato Grosso, na vigência da brilhante administração de v. exc. Saudações

Deoclécio é reconhecido como fundador de Porto Esperança. Seu sonho de construir uma grande cidade à margem esquerda do rio Paraguai, entretanto, naufragou na voracidade das frequentes e incontroláveis cheias do rio.


FONTE: Correio do Estado (Corumbá), 6 de novembro de 1909.


FOTO: O Estado de S. Paulo, 8 de outubro de 1947.



06 de novembro

1916 - Caetanada: presidente do Estado é acusado pela Assembleia


É lida na Assembleia Legislativa, excepcionalmente reunida na cidade de Corumbá, a acusação ao presidente Caetano de Albuquerque, aprovada por unanimidade na sessão do dia 4 de novembro.

São estes os termos:

"A Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso decreta a acusação do presidente do Estado, general Caetano Manoel de Faria e Albuquerque, pelos crimes de prática de atos contra o livre exercício dos poderes políticos, opondo-se diretamente e por fatos, a execução de uma lei da Assembléia Legislativa, obrigando à mesma Assembleia a deixar de propor uma resolução e obstando a sua reunião constitucional, e de prática de atos contra a guarda de aplicação legal dos dinheiros públicos, criando comissões remuneradas, sem autorização legal, abrindo créditos sem as formalidades e fora dos casos estabelecidos em lei, e o pronuncia incurso alínea e 36 in fine da lei no. 23 de 16 de novembro de 1892, deixando de o pronunciar na pena de incapacidade por oito anos para exercício de emprego do Estado por ela ser inconstitucional. Paço da Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso em Corumbá, 6 de novembro de 1916. Francisco Pinto de Oliveira, presidente; Otávio Pitaluga, 1º secretário; Pilade Rebuá, 2º secretário”.
  


FONTERubens de Mendonça, História do Poder Legislativo de Mato Grosso, Assembleia Legislativa, Cuiabá, 1967, página 108.


6 de novembro

1921 - Lançado o "Diário de Corumbá"

Tendo como principal objetivo defender a candidatura do Artur Bernardes para presidente da República, passa a circular o "Diário de Corumbá", bem recebido por seu congênere carioca:

"Surgiu a 6 do corrente o Diário de Corumbá que, sob a direção do conhecido jornalista Carlos de Mello e com brilhantes editoriais, está defendendo as candidaturas nacionais dos Drs. Arthur Bernardes e Urbano Santos, à presidência e vice-presidência da República.

Esses editoriais demonstram que as candidaturas, por consultarem de perto as aspirações do povo brasileiro, vão sendo unanimimente aceitos em todo o Estado de Mato Grosso".

Em uma de suas edições, "transcreve o artigo do Rio-Jornal, relativo ao assassinato do saudoso general Pinheiro Machado. Esse artigo, denunciando a coparticipação do Dr. Nilo Peçanha, no assassinato do eminente estadista brasileiro, causou a mais profunda impressão nesta capital".

FONTE: O Paiz (RJ), 11/11/1921.


6 de novembro

1952 - Morre o deputado Aral Moreira, de Ponta Porã





Morre no Rio de Janeiro, vítima de fulminante ataque cardíaco, o deputado Aral Moreira (UDN), representante da bancada de Mato Grosso na Câmara dos Deputados. Político de Ponta Porã, Aral Moreira relevou-se como defensor dos produtores de erva mate na região fronteiriça. 

Em sua homenagem, não houve sessão deliberativa na Câmara, dedicando o expediente aos discursos de exaltação, proferidos por vários parlamentares de todos os partidos, entre eles, Afonso Arinos, Dolor Ferreira de Andrade, João Ponce de Arruda e Flores da Cunha.

Foi também aprovado requerimento dos deputados Filadelfo Garcia (PSD-MT) s Benjamin Farah (PSP-SP) "solicitando inserção em ata de um voto de profundo pesar" à sua família e ao governo de Mato Grosso. Antes de levantar a sessão o presidente da Câmara, Nereu Ramos, em nome da Mesa, associou-se às manifestações de pesar, tendo salientado que "o deputado Aral Moreira era um homem forte, altivo e de atitudes corajosas, inspiradas sempre no desejo de bem servir à Pátria".¹

Aral Moreira nasceu em Ponta Porã no dia 12 de agosto de 1898, filho de Manuel Moreira e Josefina Trindade Moreira.

Bacharelou-se em Direito. Advogado, industrial, comerciante, pecuarista e especialista em cooperativismo, foi subchefe de polícia, promotor público e membro da junta governativa do Instituto Nacional do Mate.

Na eleição de 1950 elegeu-se deputado federal na legenda da UDN, União Democrática Nacional, Assumiu em fevereiro de 1951 e faleceu em pleno exercício do mandato.² Foi substituído pelo primeiro suplente da UDN, Lúcio Medeiros, prefeito de Corumbá.

Aral Moreira deu nome a um município em Mato Grosso do Sul.

FONTE: ¹Correio Paulistano, 7 de novembro de 1952, ²CPDOC da Fundação Getúlio Vargas.

FOTO: reprodução do livro biográfico.





6 de novembro

06 de novembro 

1872 – Coxim é elevada à freguesia

Com a denominação de São José de Herculânea e subordinada ao município de Corumbá, a povoação de Coxim, às margens do rio Taquari, é alçada à condição de freguesia:

“Sustentando o seu crescimento, apoiado no comércio pujante, o povoado adquiriu importância, acabando por conquistar um avanço, com a sua elevação à categoria de freguesia, proporcionando a sua primeira organização jurídica, com a implantação do Juizado de Paz e a criação de seu primeiro Cartório de Notas, em 1893.” 

FONTE:  Ronan Garcia da Silveira, História de Coxim, Prefeitura de Coxim, 1995, página 31

05 de novembro

05 de novembro

1880 - Nasce em Cuiabá, Otávio Pitaluga

Militar, político e sertanista. Técnico da Comissão Rondon, traçou o projeto da cidade de Rondonópolis. Foi deputado estadual por várias legislaturas. Faleceu em sua cidade natal em novembro de 1929. 


FONTE: Rubens de Mendonça, Dicionário Biográfico Mato-Grossense, edição do autor, Cuiabá, 1971, página 131.


05 de novembro

1894 – Generoso Ponce agraciado com patente de coronel honorário


Ao caudilho mato-grossense Generoso Ponce é concedida por decreto do presidente da República, carta de oficial honorário do Exército Brasileiro:

“O marechal Floriano Peixoto, vice-presidente da República dos Estados Unidos do Brasil:


Faço saber aos que esta Carta Patente virem que por decreto de cinco de novembro de 1894, resolvi conceder, como por esta concedo, ao Coronel Comandante Superior da Guarda Nacional de Mato Grosso Generoso Paes Leme de Sousa Ponce as honras de (ilegível) de Coronel do Exército por serviços prestados à Repúbica. 


Pelo que mando à autoridade a quem compete, que por tal o tenha e reconheça. Em firmeza do que lhe mandei passar a presente Carta.
Cidade do Rio de Janeiro, aos quatorze dias do mês de novembro de mil oitocentos e noventa e quatro, sexto da República".



FONTEGeneroso Ponce Filho, Generoso Ponce, Um Chefe, Pongetti, Rio de Janeiro, 1952, página 121

Ambientalista imola-se em protesto contra agressão Pantanal

12 de novembro

2005 - Ambientalista imola-se em protesto contra agressão ao Pantanal


Francelsmo, líder ambientalista

Durante manifestação de militantes do movimento ecológico de Campo Grande, contra projeto que pretendia flexibilizar a lei que proíbe a implantação de indústrias poluentes no Pantanal, Francisco Anselmo Gomes de Barros, o Francelmo, presidente da Fundação para a Conservação da Natureza de Mato Grosso do Sul, despejou uma certa porção de alcool ao corpo e ateou fogo na roupa, sofrendo queimaduras de terceiro grau por todo o corpo.

Em consequência veio a falecer no dia seguinte no hospital da Santa Casa de Campo Grande e o projeto, de autoria do deputado Dagoberto Nogueira (PDT) foi rejeitado pela Assembleia Legislativa.

Nascido em 21 de abril de 1940, em Fortaleza, Ceará, aos 18 anos, Francelmo ingressou na Aeronáutica, onde permaneceu até 1965. Em 1977, ele e a esposa Iracema Sampaio, mudam-se para Campo Grande, onde dedicaram-se ao jornalismo empresarial com o lançamento da revista "Executivo Plus." 
Paralelamente às atividades empresariais, dedica-se à militância ecológica, através da criação da Feconams, que depois de sua morte passou a denominar-se Associação Francisco Anselmo. Em sua homenagem o prefeito Nelsinho Trad deu seu nome ao Parque do Sóter.

Do poeta Manoel de Barros, a viúva de Francelmo, recebeu no dia seguinte à sua morte a seguinte mensagem: Querida amiga Iracema: o que o nosso querido Francelmo fez, a mim a Stella e a todos nós chocou tanto, que ficamos um pouco aparvalhados com a notícia. Foi uma imolação pela Pátria que na terra do mensalão destoa. Mas até pode corrigir. O que nosso Francelmo fez é mais que um protesto. Para mim tem o componente maior do heroísmo. Francelmo: o último herói do Brasil. Meus sentimentos Iracema. Seu velho amigo Manoel de Barros.


FONTE: Iracema Sampaio, Francisco Anselmo Gomes de Barros, o ambientalista que fez da defesa na natureza a causa de sua vida, in Campo Grande: personalidades históricas, volume I, Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, 2012, página 219.

Coronel Antonino assume governo do Estado

03 de novembro 

1930 – Coronel Antonino assume governo do Estado


Vitoriosa a revolução que derrubou o governo do presidente Washington Luis, o presidente Getúlio Vargas nomeia governantes para todos os estados da federação. Em Mato Grosso, no lugar de Aníbal de Toledo, na condição de interventor federal, é nomeado o tenente-coronel Antonino Mena Gonçalves. A posse ocorreu em Campo Grande. 


FONTE: Estevão de Mendonça, Datas Matogrossenses, (2ª edição) Governo de Mato Grosso, Cuiabá, 1973, 267

03 de novembro

03 de novembro

1918 – Gripe espanhola em Campo Grande



Relatório do intendente geral do município Rosário Congro, dá detalhes da passagem da gripe por Campo Grande:

“Depois de haver semeado o luto e a dor na bela capital da República, em São Paulo e inúmeras cidades do território nacional, o morbo atingiu também o nosso Estado, onde, felizmente, se manifestou em caráter benigno, apesar de seu extraordinário poder de expansão.


Não logrou esta cidade passar indene, e a 3 de novembro do ano findo irrompia o mal em Campo Grande alcançando, em poucos dias, proporções assustadoras.

A falta de todos os recursos profiláticos e de isolamento, além de outros, converteram a cidade num vasto hospital, sendo de uma louvável dedicação, digna de todos os encômios, o ilustrado corpo clínico, em sua árdua tarefa.
"Na impossibilidade de organizar um serviço de hospitalização, pela falta de um edifício que reunisse as condições exigidas de higiene e conforto, resolvi organizar um serviço ambulatório, deficientíssimo ainda assim, pela carência de pessoal, mesmo a soldo e mandei distribuir o seguinte boletim:
‘A pandemia reinante alastra-se por toda a cidade, menosprezando todos os recursos profiláticos, como se tem verificado no Rio, em São Paulo e nas grandes capitais européias, onde ainda perdura.


A moléstia tem-se manifestado, felizmente, benigna; a situação porém agrava-se por terem enfermado vários membros do nosso dedicado corpo clínico, sobrecarregando de atividades e trabalho os demais doutores, já exaustos por certo e igualmente ameaçados.


Uma farmácia fechou suas portas por ter caído todo o seu pessoal e começa a escassear, pela mesma causa, o fornecimento diário dos gêneros alimentícios indispensáveis aos doentes, como leite, galináceos e outros.
O intendente municipal no intuito de minorar a situação que se apresenta, pede a notificação de todos os casos em que se verifique a necessidade, não só de medicamentos como de outros recursos, inclusive de pessoal.
Cento e cinqüenta e seis receitas foram aviadas por conta da intendência e muitos remédios foram remetidos para a zona suburbana e rústica, onde era grande o número de enfermos e dos quais, diariamente afluíam os pedidos de socorros.


No edifício da escola municipal, tendo adquirido leitos e roupas, hospitalizei seis doentes que, com o dr. delegado de higiene, encontrara num casebre distante uma légua da cidade, sem recursos de qualquer espécie, tendo-se verificado ali, pela manhã desse dia, o falecimento de um outro morador, cujo enterramento providenciei.


Posteriormente, outros doentes receberam tratamento no mesmo edifício.
Imagino por este fato, quão elevado devia ter sido o número de enfermos entre os habitantes da campanha em toda a enorme extensão do município.
Sem a possibilidade de uma estatística, calculo entretanto em mais de dois mil os casos verificados nas distantes povoações de Entre Rios, Jaraguari, Rio Pardo e na cidade, sendo que somente nesta os notificados ultrapassaram de mil.


O número de óbitos na cidade foi apenas de trinta e seis, o que atesta a benignidade com que o mal nos visitou.
Devo registrar o gesto nobre e altruístico do sr. dr. Antonio Ferrari, enviando-me para socorro aos doentes pobres um quilo de quinino.
Esta preciosa dádiva chegou a meu poder quando a epidemia estava já em franco declínio, o que me permitiu dividi-la com o sr. dr. Nicolau Fragelli, intendente de Corumbá, a quem , espontaneamente fiz oferta telegráfica, ante a virulência com que grassava ali a terrível enfermidade.
Devo ainda por em destaque a atitude pronta, solícita e incansável do sr. dr. José Gentil da Silva, delegado de higiene, atendendo com presteza a todos os enfermos por mim indicados, colocando-os sob seu tratamento, e fazendo visitas domiciliares não só no perímetro urbano como nas zonas mais afastadas.


Os gastos totais feitos pela intendência, com os socorros por ela prestados, atingiram à soma de 4:658$300, conforme balancete discriminado de 30 de abril do corrente ano, publicado no Correio do Sul.” 

FONTE: J. Barbosa Rodrigues, História de Campo Grande, Edição do autor, Campo Grande, 1980, página 139

FOTO: Campo Grande no ínicio da década de 20 do século passado.

03 de novembro

03 de novembro

1909 - Nasce em Campo Grande, Euclides de Oliveira




Filho de Amando de Oliveira e Dorotéia de Oliveira, nasce na fazenda Bandeira, Amando de Oliveira. Aos 4 anos perdeu o pai, assassinado a 10 de junho de 1914. Em 1915 iniciou seus estudos na escola pública 26 de Agosto. Em 1918, foi matriculado no Instituto Pestalozzi (atual Dom Bosco),onde estudou até 1924. Em 1929 foi aprovado para a Escola Militar, no Rio de Janeiro, escolhendo a arma de Engenharia. Em 1930, quando estourou a Revolução de Vargas, fez parte das tropas enviadas pela Escola Militar à Central do Brasil.

Em 1932 Euclides passou a aspirante do Exército e matriculou-se na Escola de Engenharia. Em 1934 é promovido a capitão. Filiado ao PCB é preso em São Paulo quando, do Rio dirigia-se a Campo Grande, em 1935, durante a chamada intentona comunista. Expulso do Exército, na Casa de Detenção Frei Caneca no Rio de Janeiro, teve a companhia de outros militares comunistas e de presos famosos, entre eles Graciliano Ramos, sendo um dos protagonistas de seu livro "Memórias do Cárcere".

Em 1937, ainda encarcerado, casou-se por procuração, com Nair Velasco, de Campo Grande. No mesmo ano é libertado e, com a instauração da ditadura do Estado Novo em novembro desse ano, cai na clandestinidade. Em 1948 volta ao Rio, matricula-se na Escola Nacional de Engenharia, formando-se em 1951. Até 1963, quando decide voltar definitivamente para Campo Grande, Euclides estagiou com o engenheiro Antonio Alves de Noronha, tendo participado dos cálculos do estádio do Maracanã, trabalhou na Base Naval de Aratu na Bahia, na Companhia Nacional de Álcalis em Cabo Frio, no Paraguai e administrou a construção de várias pontes em Minas Gerais.

Em 1964 volta a ser preso pelo golpe militar. Em 1967 é convidado por Levy Dias, da Codemat, Companhia de Desenvolvimento de Mato Gosso para a área de cálculo e responsável técnico do estádio Morenão, obra inaugurada em março de 1971.

Foi presidente do CREA, presidente da Santa Casa de Campo Grande. Em 1985 foi candidato do PCB a prefeito de Campo Grande. Faleceu em 10 de junho de 1998.


FONTE: Marisa Bittar e Amarildo Ferreira Junior, Euclides de Oliveira, in Campo Grande: Personalidades históricas,volume I, Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, 2012, página 173.

03 de novembro

03 de novembro

1869 – Frei Mariano libertado se apresenta aos seus superiores

Livre de sua prisão no Paraguai, frei Mariano, recebido triunfalmente em Cuiabá, em 9 de outubro, se apresenta aos seus superiores na capital matogrossense e acresce ao seu currículo a seguinte manifestação de seu superior:

Atestamos e certificamos que o missionário revdo. Frei Mariano de Bagnaia desde que chegou neste bispado em dias de outubro de 1847 tem-se empregado sempre no serviço da igreja, já como exercendo todas as funções eclesiásticas de que nos encarregamos, e sempre com muito zelo, devoção e exemplar fervor, merecendo por isso toda a nossa confiança, amor e particular estima. Sua vida pública e mesmo particular tem sido constantemente honesta e cheia de virtudes e por isso mesmo tem recebido e gozado geral estima de todos os filhos dessa diocese. Jamais o ocupamos, que não fôssemos atendidos prontamente com edificação e humildade, e nomeando-o ultimamente como vigário da comarca eclesiástica de Baixo-Paraguai e pároco encomendado da igreja da comarca de Miranda, ali cumpriu seus deveres com tanto zelo e exatidão que só temos de engrandecê-lo de louvores pelo muito que fez a benefício da igreja e de seus filhos espirituais. Ali se edificou a igreja, despendendo nesta obra quase o que havia de seu ordenado e emolumentos,onde conservou com firmeza apostólica até a fatal invasão dos paraguaios, na esperança de que não fosse ao menos destruída a sua igreja e aprisionados seus paroquianos.


Tivemos porém que lamentar sua prisão realizada em princípio de 1865 e muitas vezes o nosso coração encheu-se de amarguras ao saber de seus sofrimentos assim arrebatado violentamente e arrebatado de sua igreja, foi por isso que deixou de remeter como cumpria os mapas dos sacramentos administrados depois de sua prisão. Logo, porém, que se viu salvo pelas mãos da Providência em primeiro lugar e depois pelo valor de nossas armas militares, em agosto do corrente ano procurou imediatamente recolher-se para esta cidade apresentando-se a nós cheio de amor e declarando que está pronto para continuar o serviço da S. igreja como melhor nos parecer, o que foi para nós de extrema alegria e de muita consolação. Pois estamos outra vez com um cooperador eclesiástico de toda a confiança, zelo e instrução e fervoroso no serviço de Deus e de sua igreja.

Cuiabá, 3 de novembro de 1869.
D. José Bispo de Cuiabá.

FONTE:  Frei Alfredo Sganzerla, A história de Frei Mariano de Bagnaia, Edição FUCMT-MCC, Campo Grande, 1992página 403

11 de novembro

11 de novembro

1866 - Brasileiros "recrutados" pelo exército paraguaio

Notícias de Cuibá, veiculadas na imprensa nacional, dão conta "diz que os paraguaio


11 de novembro

1892 – Sancionada lei de arrendamento dos ervais


Área entre o rio Iguatemi e a fronteira com o norte de Paraguai


Aprovada pela Assembléia Legislativa, e sancionada pelo presidente Manoel Murtinho, lei que autoriza o Estado a abrir concorrência para exploração da erva-mate, cujo monopólio é desde o Império, da Companhia Mate Laranjeira:

“Lei no. 26 de novembro de 1892

A Assembléia Legislativa do Estado resolve:


Art. 1º - A exploração e colheita da erva-mate e outros produtos vegetais nos terrenos devolutos compreendidos pelos rios Iguatemi e Paraná e linha dos limites com o Paraguai até encontrar a cabeceira principal do mesmo Iguatemi só serão permitidos a quem arrendar a zona acima descrita.


Art. 2º - O governo mandará abrir concorrência pública pelo Tesouro a fim de ter lugar o arrendamento precedendo editais com prazo de noventa dias.
§ 1º - O arrendamento se efetuará por tempo nunca excedente de 10 anos contados da data em que se lavrar o respectivo contrato.


§ 2º - As propostas serão apresentadas em cartas fechadas com as formalidades do estilo, e o arrendamento se realizará com quem mais vantagem oferecer à fazenda pública.


§ 3º - No contrato que então se firmar serão garantidos em toda sua plenitude os interesses do Estado, quer sobre a moda do pagamento, que se estipular e quer sobre a restituição dos haveres em perfeito estado de conservação, findo o            prazo de arrendamento, sob pena de multa, que no mesmo contrato se arbitrará.


Art. 3º - Ficam revogadas as disposições em contrário".





FONTEGilmar Arruda, Heródoto, in Ciclo da Erva-Mate em Mato Grosso do Sul 1883-1947. Instituto Euvaldo Lodi, Campo Grande, 1986, página 281.



11 de novembro 

1920 – Morre João Antonio de Trindade, fundador de Ponta Porã




Natural do Rio de Janeiro, herói da retirada da Laguna, chegou a Ponta Porã em 1892, José Antonio de Trindade. Foi ele – atesta Rubens Aquino – o primeiro morador que se estabeleceu no local onde se formou a povoação que hoje constitui a cidade fronteiriça.

“Nesse tempo existia no lugar um posto fiscal sob a direção de Emílio Calhao, o qual tinha atribuições de arrecadar os impostos de exportação da erva-mate, e que algum tempo depois foi extinto. Também nesse tempo aí residiram os senhores Olímpio Monteiro de Lima e Maranhão que depois mudaram-se, indo o primeiro fixar-se nas terras onde constituiu sua fazenda, dedicando-se aos trabalhos de criação de gado. Próximo de Ponta Porã, existia também a fazenda S. Máximo, de d. Maria Joana Pereira (da. Mariquinha), viúva de um veterano da guerra de 1870, de nome Nelo.


O povoamento de Ponta Porã teve início na periferia de um vasto brejo, atoleiro impenetrável, que hoje não existe mais, que ia findar na orla da espessa mata virgem, situada aos fundos. Ao norte delimitava essa zona a cabeceira do córrego S. João e ao sul a do cór
rego Estevão. Na frente, a poucos metros de distância, estavam os marcos de madeira de lei, indicando a linha divisória com o Paraguai.

Em Ponta Porã, passou o capitão João Antônio da Trindade o resto de sua vida, vindo a falecer a 11 de novembro de 1920. Foi ele naqueles tempos remotos, o homem mais culto do lugar, cabendo-lhe importante papel na formação política e social do núcleo que começava a formar-se”.


FONTE: Rubens Aquino, Tereré, in Ciclo da Erva-Mate em Mato Grosso do Sul 1883-1947, Instituto Euvaldo Lodi, Campo Grande, 1986, página 343

10 de novembro

10 de novembro
 
1916 – Caetano de Albuquerque não reconhece decisão legislativa

Em conflito com a Assembleia Legislativa que, alegando falta de segurança em Cuiabá, funciona em Corumbá, o presidente general Caetano de Albuquerque, rejeita intimação para depor perante os deputados, no processo de cassação que lhe é movido, “alegando não reconhecer os atos da Assembleia, dizendo que ela funciona inconstitucional e tumultuadamente”. 



FONTE:  Rubens de Mendonça, História do Poder Legislativo de Mato Grosso, Assembleia Legislativa, Cuiabá, 1967, página 109

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

8 de janeiro



8 de janeiro

1890 - Rondon gradua-se em engenharia militar



O alferes Cândido Mariano da Silva Rondon recebe da Escola Militar do Rio de Janeiro o título de engenheiro militar e o diploma de bacharel em Matemática e Ciências Físicas e Naturais. 55 dias antes, por influência e sob as ordens de seu superior Benjamin Constant, participou da proclamação de República como estafeta do Exército.

FONTE: Esther de Viveiros, Rondon conta sua vida, Cooperativa Cultural dos Esperantistas, Rio, 1969, página 43.



sábado, 18 de janeiro de 2014

18 de janeiro

18 de janeiro


1848 - Morre Silva Manso



É assassinado em sua fazenda em Campinas o médico e político Antonio Patrício da Silva Manso. Nascido na vila de Santos, em 1778, mudou-se em seguida para Itu e fixou-se na vila de São Carlos (Campinas), onde dedicou-se inicialmente às artes plásticas, partindo depois para a botânica e à medicina. Em 5 de agosto de 1820, conseguiu de Dom João VI carta licença para exercer a medicina curativa. Em 1821 é nomeado cirurgião-mor da província de Mato Grosso, "para onde seguiu em trabalhosa viagem, à sua própria custa, pois que também não percebia vencimento algum do sobredito cargo, do qual prestou juramento em Cuiabá a 4 de março de 1823".

Adquiriu grande prestígio "por sua competência, por sua atividade e por sua dedicação a todas as classes sociais, desde logo teve de envolver-se na política da remota província". O primeiro cargo que exerceu em Mato Grosso foi o de secretário de governo, pouco depois da proclamação da independência do Brasil. Foi também membro do governo da província e único representante de Mato Grosso na câmara temporária do Império, na terceira legislatura (1834 - 1837). 

O que o tornou célebre em todo o Brasil, entretanto, foi a sua posição política, como militante liberal. Com a abdicação de D. Pedro I e a ascensão de Feijó à regência, o pais entrou em verdadeira efervescência revolucionária, com a polarização entre os brasileiros natos, que defendiam o novo governo e os portugueses (chamados adotivos) que pleiteavam a volta do imperador. Militante dos brasileiros natos, Silva Manso, a exemplo do que aconteceu em outras províncias, criou e passou a presidir a Sociedade dos Zelosos da Independência do Brasil em Mato Grosso, entidade que congregava os nativos na luta contra os portugueses, acusados de monopolizarem as atividades empresariais da cidade e exercerem influência política hegemônica no governo.

Mesmo havendo deixado Cuiabá antes da Rusga, para tomar posse como deputado, no Rio de Janeiro, seu nome esteve diretamente ligado aos exaltados, responsáveis pela noite sangrenta de 30 de maio de 1834, o que lhe impediu de voltar a Cuiabá ao final de seu mandato em 1837, preferindo fixar residência em Campinas. 

Em Mato Grosso, consagrou-se com o epíteto "leão de Cuiabá".


FONTE: Basílio de Magalhães, Biografia de Antonio Luiz Patrício da Silva Manso, Arquivo do Museu Nacional, Rio de Janeiro, 1909, volume XXII. 



18 de janeiro

1877 - Circula o primeiro jornal de Corumbá





Inicia circulação em Corumbá o primeiro jornal editado nessa cidade. Trata-se de O Iniciador, órgão "comercial, noticioso e literário, impresso em quatro colunas, era de propriedade e redação de Silvestre Antunes Pereira Serra, tendo como diretor técnico e editor o cidadão Manuel Guimarães.

Abria a primeira coluna o calendário da semana, com indicação das fases lunares. O Iniciador era impresso em prelo Marinoni (aliás o primeiro introduzido em Mato Grosso) tendo sido todo o material tipográfico adquirido em Assunção do Paraguai".



FONTEEstevão de Mendonça, Datas Matogrossenses, (2ª edição) Governo de Mato Grosso, Cuiabá, 1973, página 50.


18 de janeiro

1903 - Inaugurada mineradora no Coxipó-Mirim




É inaugurado o serviço de mineração no rio Coxipó-Mirim, em Cuiabá. Para esse fim foi empregada a primeira draga introduzida em Mato Grosso. A companhia, para isso organizada na Austrália (The Transpacific [Brazil] Mining and Exploration Company Limited), e que tinha como diretor técnico Mr. John H. Wall, auxiliado pelo dr. Jacques Markwalder, adquirido posteriormente para os trabalhos mais duas poderosas dragas.

A chegada do equipamento em Cuiabá, sete meses antes do início das atividades da empresa foi registrado pela imprensa local:

Consta-nos que ultimamente chegou em nosso porto e descarregou-se um enorme maquinismo destinado à uma importante companhia inglesa de mineração organizada pelo hábil engenheiro Jacques Markwalder sob o título de - The Transpacific (Brazil) Mining and Exploration Company Limited - tendo por representante o mesmo sr. Marckwalder.

O maquinismo que tem sido desembarcado parte já fora conduzido para o Coxipó do Ouro, onde terá de ser assentado em suas margens.

O que podemos afiançar é que a mesma companhia muito terá de lucrar com essa mineração de que já tem conhecimento do lugar o sr. Marckwalder. Será de muita vantagem para o nosso Estado que auferirá disso grandes lucros.

O sr. Marckwalder para conseguir esse desideratum, muito tem lutado; e aqui entre os nossos capitalistas nenhum não se animou a coadjuvá-lo na empresa, desconfiando eles nada tirar de resultado, indo o sr. Marckwalder buscá-lo no estrangeiro, onde encontrou todo o apoio e certeza de resultado, conseguindo grande capitais para o trabalho.

Diz o mesmo engenheiro que as minas do Coxipó do Ouro rivalizam-se com as da Austrália.

Ora, sendo assim, nada resta a duvidar para a realização das vantagens da sua útil e importantíssima empresa.

Já não é um grande passo dado para a grandeza de Mato Grosso?

O privilégio já ele tirou e lhe fora concedido como já é público e conhecido.

Consta-nos que além desse privilégio, ainda a mesma companhia arrendou por 30 anos um terreno aurífero pertencente ao tenente-coronel Faustino Correa da Costa, pela quantia de 90:000$000.

Dando esta notícia aos leitores, felicitamos o estado de Mato Grosso e a companhia organizada pelo sr. Marckwalder, por esse grande passo dado; pois temos certeza de que ela fruirá de vantajosos resultados, fazendo inveja aos nossos usurários capitalistas que só querem o seu dinheiro para apodrecer na burra ou render prêmio n'algum banco e capitalizando os juros de seis em seis meses!

Deus que ajude ao sr. Marckwalder e sua companhia na empresa que encetaram para glória sua e nossa.

Com mais vagar iremos orientando os leitores acerca desta importante empresa, colhendo outras notícias no prosseguimento dos seus trabalhos, os quais não serão pequenos e que demandam de muito pessoal e despesas para a montagem do mesmo maquinismo que calcula-se em 400 e tantos contos de réis.¹

O otimismo do jornal se transformaria numa realidade insólita para o festejado investimento, conforme o breve registro do historiador atento:

Transferido o privilégio à Companhia Mato Grosso, com sede em Buenos Aires, teve de suspender a mineração,sendo a empresa declarada falida, em razão da carência de uma administração como a primitiva.²

FONTE: ¹O Pharol, Cuiabá, 21 de junho de 1902. ²Estevão de Mendonça, Datas Matogrossenses (2a. edição), Casa Civil do governo do Estado de Mato Grosso, Cuiabá, 1973, página 50.



18 de janeiro

1924 - Assassinado líder político em Ponta Porã

É morto a tiros o advogado João Batista de Azevedo, dirigente do Partido Republicano de Mato Grosso (PRMG). Os autores do assassinato foram o tenente Heitor Mendes Gonçalves, diretor da Companhia Mate Larangeira e José Pinto e o crime aconteceu na avenida Internacional. O crime, pelo envolvimento de um dirigente de importante empresa e pela extensão da liderança política da vítima, teve enorme repercussão, estabelecendo um ambiente de extrema insegurança na cidade fronteiriça, conforme relato do governo do Estado:

"O acontecimento policial culminante pelo abalo produzido no seio da população municipal foi, porém, em Porã, o assassínio do dr. João Batista de Azevedo e Sousa.

Dada a exaltação de ânimo de que para logo se contaminou parte da população de Ponta Porã, para ali seguiu o sr. dr. chefe de polícia que já se encontrava em Corumbá de regresso para esta capital, tomando as providência necessárias para que a ordem fosse mantida e a justiça pudesse regular e legalmente pronunciar-se sobre o crime e sobre os criminosos.

Encerrado o inquérito policial apurador do fato delituoso e da responsabilidade dos delinquentes, para Ponta Porã seguiu em comissão especial incumbido pelo governo do Estado, segundo o disposto no número 20 do artigo 171, do decreto 324, de 1° de fevereiro de 1913, o exmo. sr. Barnabé Antonio Gondin, Juiz de direito da comarca de Corumbá, que presidiu à formação da culpa".²

Em julgamento apressado, dois meses depois do crime, os culpados foram absolvidos por unanimidade em júri popular. Prevaleceu a tese de legítima defesa.³


FONTE: ¹A Pacotilha (MA), 24/01/1924, ²Presidente Pedro Celestino, Mensagem à Assembleia Legislativa, Cuiabá, 1924, ³A Pacotilha (MA), 01/04/1924.









OBISPO MAIS FAMOSO DE MATO GROSSO

  22 de janeiro 1918 – Dom Aquino assume o governo do Estado Consequência de amplo acordo entre situação e oposição, depois da Caetanada, qu...