23 de dezembro
1866
– Taunay escreve sua última carta de Miranda
Endereçada
aos seus familiares no Rio, o tenente Taunay, combatente na guerra do Paraguai, mostra-se aflito com a insalubridade da vila e a indefinição
dos rumos que deve tomar a coluna estacionada em Miranda, antes de sua
partida para Laguna:
Dizem que o novo presidente de Mato Grosso, Couto de Magalhães dirige-se a toda a pressa para o Coxim, para onde devem passar estas forças antes de seguir para Cuiabá; vindo as de lá para a fronteira. Teme-se complicações sérias com a Bolívia e querem tomar providências a respeito, mandando-nos para o Norte. Até quando viajaremos? Far-nos-ão percorrer o mundo inteiro? Estou já aborrecidíssimo com esta vida, cujos espinhos só se apreciam metido nela até o pescoço como me acha.
Breve chegará aqui Camisão e mais que provavelmente conduzirá logo as forças para Nioaque, onde dever-se-á fazer um estacionamento conveniente ao restabelecimento das praças que muito tem sofrido do clima pernicioso desta vila. [...]
Temos tido chuvas e mais chuvas; todas as tardes há pancadas, umas sobre outras, torrenciais, que enchem logo todas as depressões do terreno que se transforma em lagoazinhas e bacias, fontes de febres intermitentes.
Dizem que o novo presidente de Mato Grosso, Couto de Magalhães dirige-se a toda a pressa para o Coxim, para onde devem passar estas forças antes de seguir para Cuiabá; vindo as de lá para a fronteira. Teme-se complicações sérias com a Bolívia e querem tomar providências a respeito, mandando-nos para o Norte. Até quando viajaremos? Far-nos-ão percorrer o mundo inteiro? Estou já aborrecidíssimo com esta vida, cujos espinhos só se apreciam metido nela até o pescoço como me acha.
Breve chegará aqui Camisão e mais que provavelmente conduzirá logo as forças para Nioaque, onde dever-se-á fazer um estacionamento conveniente ao restabelecimento das praças que muito tem sofrido do clima pernicioso desta vila. [...]
Temos tido chuvas e mais chuvas; todas as tardes há pancadas, umas sobre outras, torrenciais, que enchem logo todas as depressões do terreno que se transforma em lagoazinhas e bacias, fontes de febres intermitentes.
FONTE: Taunay, Mensário
do Jornal do Comércio, Rio de Janeiro, 1943, página 345
23 de dezembro
2021 - Vítimas fatais do coronavírus tem dia de memória em Campo Grande