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sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

30 de novembro

30 de novembro

1927 – Dom Aquino toma posse na ABL


Eleito em 9 de dezembro de 1926, Dom Aquino Correa toma posse na Academia Brasileira de Letras. É o primeiro mato-grossense a ocupar cadeira naquela casa. O discurso de recepção ao novo acadêmico foi proferido pelo acadêmico Ataulfo de Paiva.




FONTE:  55 - Estevão de Mendonça, Datas Matogrossenses, (2ª edição) Governo de Mato Grosso, Cuiabá, 1973, página 145

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Militares expulsam última família do Patrimônio São Carlos

27 de novembro

1980 - Militares expulsam última família do Patrimônio São Carlos



Escolinha do povoado, destruída pelos invasores


Criado oficialmente em julho de 63, o destacamento militar de São Carlos, município de Caracol, com o advento da ditadura de 64, passa a exigir a desocupação de área de 1000 hectares por moradores que residiam no lugarejo desde o final da guerra do Paraguai, para construção de um quartel. Sem ordem judicial e desconhecendo o direito dos ocupantes, legitimado por lei estadual (decreto 906, 17 de julho de 1930), os militares despejaram dezenas de famílias, usando de violência, testemunhada pela História:

"...incendiaram casas, destruíram pomares, subtraíram animais a pretexto de aluguel pela permanência em terras que afirmavam que os moradores não seriam mais donos."

As famílias despejadas foram viver na periferia de Bela Vista e Caracol e a área foi arrendada a fazendeiros para criação de gado.

Restou do antigo lugarejo o depoimento de várias pessoas que nasceram e cresceram no lugar, tomado e saqueado pelos agentes fardados da ditadura militar, como este de Maria Angélica Ferreira Valdez:

No último dia enquanto meu marido tirava a madeirama da casa que estava sendo desmanchada, ele tinha feito um pequeno tapiri tipo galpão para me abrigar do sol enquanto cozinhava, e também esperando o término do ano escolar dos seus filhos, foi quando apareceu o Sgt. Pereira (Comandante do Destacamento na época) com soldados. E foram chegando, exigindo a saída imediata. Não me respeitaram e derrubaram a cobertura de palha em cima de mim, quando fui obrigada a sair,deixando alguns pertences do qual se apoderaram posteriormente, entre eles uma ninhada de galinhas-de-angola, que morreram sufocadas com o peso da palhas de bacuri que foi derrubada em cima dos pobrezinhos dos animais.

Em consequencia das pressões para desocupar a área o mais rápido possível, ajudei meu marido a carregar pesadas madeiras num carro de boi, e por causa do excesso de peso,adquiri uma hérnia, sendo necessária uma intervenção cirúrgica com a máxima urgência.


FONTE:Nilson Britez, O Patrimônio de São Carlos, Marindress Editora Gráfica, Dourados,2011, página 198.


Tropas brasileiras chegam aos Baus em Mato Grosso

24 de novembro

1865 - Tropas brasileiras chegam aos Baus em Mato Grosso

Força expedicionária brasileira, que protagonizaria o episódio da retirada da Laguna na guerra do Paraguai, vinda do Rio de Janeiro, chega aos pouso dos Baús, atual divisa de Goiás com Mato Grosso, hoje município de Costa Rica. Taunay descreve:

"Abalou a força às 4 horas e 25 minutos da manhã  e 25 minutos da manhã e por cerrados e campos limpos caminhou duas léguas e ³/4 a S.S.O., ³/4 a S. e uma a S.O. até o pouso dos Baús, onde existe de alguma importância, à margem direita do ribeirão do mesmo nome. Aí se descansou às 11 horas e 45 minutos. Além do Baú corre para o S.O. o ribeirão Sucuriú, que tem no lugar da passagem 9m90 de largura, 1m,32 de profundidade e 0,88 de velocidade e em cujas margens altas e encobertas existe uma ponte em bom estado de conservação com 12,10m de comprimento e 3,30m de vão útil. Este ribeirão estreita-se muito em alguns lugares,reduzindo-se à metade da superfície que apresenta debaixo do pontilhão."

Sobre a importância do pouso dos Baús, o alferes Taunay destaca:

"Nos Báus achava-se um depósito de víveres formado para as forças por ordem do presidente de Goiás, o qual se tem mostrado incansável em procurar fornecer recursos de boca à expedição, mandando diversos agentes organizar pontos de abastecimento no caminho por onde ela deve passar. O de Baús, a cargo de dois oficiais da guarda nacional, continha infelizmente poucos mantimentos, não só pela absoluta carência deles nas vizinhanças, como porque havia sido a maior cópia de provisões dirigida para a margem do rio Claro, caminho marcado de princípio para a nossa marcha com destino à capital da província de Mato Grosso.
"Esta era a razão geralmente aceita, entretanto houve graves queixas a respeito desse depósito de víveres, no qual gastou a província de Goiás importantes somas. Cumpre,contudo, render homenagem à atividade do presidente de então, que mostrou a bem da expedição a maior energia e força de vontade."
"Esta parada foi de obrigatória necessidade: as marchas cansativas e em dias seguidos tinham fatigado em excesso em excesso a força e feito perecer grande porção de animais muares e cavalares. As bestas de transporte necessitavam ser tratadas e pensadas para poderem por mais tempo continuar viagem."


FONTE: Taunay, Marcha das forças, Companhia Melhoramentos de São Paulo, sd., página 129. 

quarta-feira, 16 de novembro de 2016

22 de novembro

22 de novembro

1995 – Sancionada a ei do Plano Diretor de Campo Grande
       


É sancionada pelo prefeito Juvêncio César da Fonseca (foto) a Lei Complementar n°5 que institui o Plano Diretor, a Política Urbana e a Política de Desenvolvimento do Município de Campo Grande, assim definidas: Plano Diretor, conjunto de diretrizes e meios instituídos para implementação da política urbana do município; Política Urbana, conjunto de princípios instituídos para o cumprimento da função social da cidade e da propriedade, integrante da política de desenvolvimento; e Política de Desenvolvimento, conjunto de diretrizes, meios de participação comunitária e de controle social das ações públicas, instituídas para viabilização da gestão democrática do município, visando a melhoria da qualidade de vida, justiça social, o crescimento econômico e a proteção ambiental.

FONTE: Planurb, Campo Grande a cidade onde moro, Prefeitura Municipal, Campo Grande, 1998, página 65.

FOTO: Correio do Estado

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

20 de novembro

20 de novembro

1901 – Rondon chega a Coxim


Em missão de reconhecimento do futuro trajeto da linha telegráfica, já implantada de Cuiabá ao Itiquira, Rondon chega a Coxim:

“Apeamos na casa do cel. Albuquerque onde diversas pessoas aguardavam a chegada da Comissão. O primeiro a me abraçar foi meu antigo professor de primeiras letras, João Batista da Silva Albuquerque, irmão do coronel. Professor público em Cuiabá anteriormente, era, no momento, o mais forte negociante de Coxim. Na escola pública por ele regida, é que me matriculou meu tio Manuel Rodrigues quando em 1873 cheguei de Mimoso.
Veio também me cumprimentar um homem que reconheci como o assassino de um camarada da fazenda Santa Luzia. Sem olhar para a mão que me estendia ele, perguntei-lhe se não era desertor do exército. Gaguejou e, disfarçando, esgueirou-se, desaparecendo antes que tivesse sido possível tomar qualquer providência.
Estava o coronel Albuquerque, infelizmente, muito abatido com grave perturbação cardíaca.” 


FONTEEsther de Viveiros, Rondon Conta Sua Vida, Cooperativa Cultural dos Esperantistas, Rio, 1969, página 141

FOTO: Projeto Memória



20 de novembro

1989 - Morre José Otávio Guizzo

Nascido em 19 de março de 1938, falece em Campo Grande, sua cidade natal, o advogado José Otávio Guizzo. Fez o primário, o ginasial e o científico no colégio Dom Bosco. Aos quinze anos tornou-se locutor da PRI-7, Rádio Difusora onde lia comerciais e apresentava programa às quartas-feiras. Terminado o científico muda-se para Curitiba, onde se forma em Direito. Na faculdade foi presidente do Centro Acadêmico Hugo Simas. Concluído o curso superior em 1983 retorna a Campo Grande, onde abre escritório de advocacia e dedica-se às atividades culturais e militância política.

Com a divisão de Mato Grosso, em 1977, passou a pesquisar a cultura do novo Estado. Em 1981 participou do grupo de trabalho da Secretaria de Desenvolvimento Social, responsável pela elaboração do Documento Preliminar - Política Estadual de Cultura, detectando os traços do homem e da cultura sul-mato-grossense e estabeleceram as metas de uma política adequada a "um Estado onde se cruzavam as mais diversas tendências e onde tudo estava para ser feito, num desafio à inteligência e à coragem dos habitantes da região." Foi também membro do Conselho Estadual de Cultura.

Apaixonado por cinema, fez o roteiro do filme Paralelos Trágicos, do diretor Bernardo Elias Lahdo, lançado em Campo Grande em 1967 e foi diretor e assistente de diretor no filme de 35 milímetros de 1979.

Com larga passagem pela música local, destacou-se nos festivais, realizados em em Campo Grande. Em 1967 venceu o I Festival da Música Popular de Campo Grande, com Mané Bento, vaqueiro do Pantanal, em parceria com Paulo Mendonça de Sousa e em 1968, participou do segundo festival com João Galo, pistoleiro e matador, em parceria com José Almeida, a música mais polêmica do evento. Segundo a professora Maria da Glória Sá Rosa, uma das promotoras do festival, "a censura implicou com a letra, achando que ele estava fazendo apologia da criminalidade e a composição só foi liberada graças ao advogado Nelson Trad, que fez sua defesa".

O  principal destaque da atividade de José Octavio Guizzo seria a pesquisa cultural, vindo a ser membro do Centro de Pesquisadores do Cinema Brasileiro. Dedicou-se ao resgate das produções de Alexandre Wulfes, ressaltando do longa-metragem Alma do Brasil, o primeiro totalmente filmado no Sul de Mato Grosso. Em 1976 publicou o documento "Esboço Histórico do Cinema em Mato Grosso," onde resgata a história dos fílmes do Estado até 1974. Um de seus trabalhos de maior importância nesta área foi a biografia de Glauce Rocha, livro publicado depois de sua morte pela editora da UFMS.


FONTE: Maria da Glória Sá Rosa, José Otávio Guizzo, o pesquisador que dedicou a vida ao resgate da cultura sul-mato-grossense, in Campo Grande - personalidades históricas, Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (vol 2), Campo Grande, 2012, página 33.

FOTO: Revista Poranduba.



20 de novembro

2020 - Mulher mata namorado, esquarteja, carboniza e coloca em malas






É morto a facadas, em Campo Grande, o chargista Marco Antonio Rosa Borges, de 54 anos. A autora foi a namorada, a massagista Clarice Silvestre, que em sua confissão à polícia, disse que cometeu o crime, depois de haver discutido com a vítima e ter sofrido agressão física, com dois tapas no rosto. Depois da agressão, ela teria empurrado o namorado, que desequilibrou e caiu. Ato continuo, dirigiu-se à cozinha apanhou uma faca e o atacou até matar.

O que aconteceu em seguida, foi contado pelo filho dela. João Vitor Silvestre, 24 anos. Ele teria recebido um telefonema da mãe ainda no sábado, pedindo ajuda para consertar um encanamento estragado na residência. O rapaz disse que estava trabalhando e, assim que estivesse liberado, iria visitá-la. Mais tarde, ele constatou que o chargista já estava morto.

De acordo com o delegado Carlos Delano, responsável pelo inquérito, o rapaz então ajudou a mãe a esquartejar o corpo e a guardar os restos em três malas.
Em seguida, ele levou as malas para a casa, no bairro Jardim Tarumã. 
No domingo, João Vitor e Clarice acionaram um motorista de aplicativo e transportaram as malas até uma casa abandonada, onde o corpo foi carbonizado.Na tarde desta quarta-feira, 25, agentes da delegacia fizeram buscas na casa do jovem, que alegou que pretendia se entregar. Ele foi conduzido, prestou esclarecimentos e foi liberado. A polícia investiga se o motorista de aplicativo tinha conhecimento do crime. Clarice era considerada uma das suspeitas e já havia um pedido de prisão protocolado contra ela na segunda-feira, 23.

Livre do cadáver, Clarice dirigiu-se a Coxim, a 250 quilômetros de Campo Grande, para visitar familiares. Na volta de Coxim, na segunda-feira, parou em São Gabriel do Oeste, procurou a polícia, se entregou, assumiu o crime e deu sua primeira versão sobre a ocorrência. Em seguida foi encaminhada para Campo Grande, já com a prisão preventiva decretada.

FONTE: Terra online, 26 de novembro de 2020.


quarta-feira, 9 de novembro de 2016


15 de novembro

15 de novembro

1866 – Taunay volta a dar notícias de Miranda

Em sua série de correspondências à família no Rio, o tenente Taunay escreve à sua irmã, lamentando a permanência em Miranda:

O estado sanitário da força continua mau, a moléstia reinante ainda tem feito algumas vítimas entre as quais deploramos todos o infeliz e virtuosissimo Padre Tomaz Molina, tão estimado por todos e tão procurado, tão amigo de todos. Não pude esquivar-me ao desejo de pronunciar algumas palavras sobre o seu corpo, o que foi muito aplaudido.


Tinha excelente aplicação: descia à terra um dos humildes e falava-se diante de um dos mais orgulhosos, fôfos, despóticos, toleirões.


Fala-se muito numa ida nossa à Cuiabá , não sei com que fundamento, porém, o desânimo chega até o comandantes das forças. Provou-se desastrosamente a inconveniência de não ter ido diretamente para Nioaque, clima excelente, boa água, ponto estratégico e ter vindo internar as forças neste ponto infernal. Seja tudo pelo amor de Deus.(...)


Aqui reduzidos à inação , só em lutas com enfermidades e sofrimentos mesquinhos embora dolorosos, contemplamos as vitórias do Sul com inveja, porém com a certeza de que já que todos os brasileiros sabem bater-se, nós, em iguais circunstâncias, havíamos de cumprir com o nosso dever e saber imitar aos nossos companheiros do Sul.
 



FONTETaunay, Mensário do Jornal do ComércioRio de Janeiro, 1943, página 343



15 de novembro

1866 - Governo paraguaio "recruta" brasileiros para seu exército

Carta, datada de Cuiabá, dá conta de que "os paraguaios fizeram embarcar para Assunção, com o fim de engrossarem as fileiras do seu exército, todos os homens que havia em Corumbá, inclusive estrangeiros e indígenas, alguns do quais escapando-se na ocasião do embarque, refugiaram-se no mato. Nem a população feminina tem escapado ao furor dos bárbaros, que as conservam prisioneira, sofrendo sabe Deus, quantos maus tratos e privações".

FONTE: Correio Paulistano (SP), 18 de janeiro de 1867.



1889 – Rondon na proclamação da República


Positivista convicto e ativista do movimento contra a Monarquia, o alferes matogrossense Cândido Mariano da Silva Rondon, participa no Rio da proclamação da República, cuja participação ele relata em seu diário:

Estava cheio o quartel. Chegamos na ocasião em que era arrombada a Arrecadação. Pedi logo um dos revólveres nagan que estavam sendo distribuídos – arma que conservo, com a que me ofereceu Roosevelt, verdadeiras peças de museu.


Benjamim Constant chegou às 2 da madrugada. Conferenciavam os oficiais, entre os quais o Cel. Sólon. Ficou resolvido que se indagasse se a Marinha permitiria a saída da ‘Brigada Estratégica’ e foi, nesse sentido, redigido um ofício ao Alte. Wandenkolk.


Escolheu Benjamin Constant para portadores de tão importante mensagem os dois discípulos em quem mais confiava – os discípulos amados – Fragoso e eu. Seríamos a ligação entre a ‘Brigada Estratégica’ rebelada e os oficiais revoltados da Armada.


As 4 horas partimos em cavalos escolhidos para uma galopada de São Cristóvão ao Clube, no largo do Rossio.


O tropel dos cavalos cortava o silêncio da madrugada, mas prosseguíamos sem obstáculos. Cauteloso, propus, aos sairmos da rua Gen. Pedra para defrontar o Quartel General, que nos mantivéssemos cosidos com a grade do jardim, para não sermos percebidos.


Estava o Quartel General todo iluminado, como que para advertir que o governo vigiava.


Continuamos a cautelosa marcha, quase que sopitando o pisar dos cavalos, para que não ressoasse na calçada, até desembocar na Câmara Municipal.
Ao fazer a curva para ganhar a rua da Constituição o meu cavalo prancheou – mas o vaqueiro mimoseano galopava firme na rédea e o animal que rodara, conseguiu firmar-se.


Seguíamos insensíveis a tudo o que não fosse o pensamento de chegar o mais depressa possível ao largo do Rossio, ao Clube Naval e, quando apeamos estavam nossos cavalos brancos de espuma.


Levávamos a senha. Batemos, uma portinha que nos fora indicada, três pancadas espaçadas. Depois de alguns minutos percebemos que alguém descia. Ouvimos, de dentro, as palavras da senha a que respondemos, repetindo por três vezes a contra-senha, segundo as instruções recebidas. Abriu-se então uma fenda na portinha, por onde introduzimos o ofício. Daí a pouco voltou quem recebera de nós o documento e, repetidas as mesmas formalidades, foi-nos entregue pela fenda o ofício resposta.

O tempo de montar de novo e lá partimos para o convento de Sto. Antonio, onde estava aquartelado o 7º Batalhão de Infantaria, a fim de informar a situação o cap. Ferraz. Já encontramos todos a postos. Depois de lhe falar e de lhe transmitir a mensagem de que éramos portadores, tocamos para São Cristóvão a galope, sem acidente.

O dia despertava. Súbito, tingiu-se o oriente sob uma chuva de ouro, pálida a princípio e depois cada vez mais rubra... e sobre essa cortina surgiria em breve o sol a iluminar um novo dia, a iluminar pela primeira vez a República brasileira.


FONTEEsther de Viveiros, Rondon conta sua vidaCooperativa Cultural dos Esperantistas, Rio, 1969, página 53.


15 de novembro

1905 – Iniciada em Bauru a estrada de ferro Noroeste           

     



Projetada a princípio para ligar Bauru a Cuiabá, mudando em seguida para o atual trajeto, era iniciada em Bauru, a Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, com o assentamento dos trilhos em território paulista. Em setembro do ano seguinte eram abertos ao tráfego “os primeiros 92 quilômetros, com a presença de altas autoridades, recebendo a última estação do percurso, o nome de Lauro Müller, ministro da Viação, que presidira a solenidade. A 13 de maio de 1910 todo o trecho até Itapura , na margem esquerda do Tietê, próximo à desembocadura do Paraná, estava concluído".

Em 1908 foi iniciado o trecho no Sul de Mato Grosso, com duas frentes de trabalho: uma começando em Itapura e outra em Porto Esperança. Em 1914 a obra foi entregue ao tráfego, com o encontro das duas frentes em Campo Grande no dia 31 de agosto.

FONTE: Lécio G. de Souza, História de Corumbá, edição do autor, Corumbá, sd., página 104 

FOTO: Primeira estação da ferrovia em Baurú, acervo do jornal Noroeste, ferrovia da integração, de Bauru.


15 de novembro

1946 - Exonerado o primeiro governador do Território de Ponta Porã

Ato do presidente Eurico Gaspar Dutra, exonerou o coronel Ramiro Noronha, do cargo de governador do território federal de Ponta Porã, nomeando, para substituí-lo o major José Guiomard dos Santos.¹ 

No governo desde 31 de janeiro de 1944, nomeado pelo presidente Getúlio Vargas, o coronel Ramiro Noronha estabeleceu as bases da nova unidade federativa, mandando construir pontes, criando colônias agrícolas em Dourados, Carapã e Itaporã. Criou uma escola normal e uma biblioteca pública em Ponta Porã, além de vário cursos noturnos em diferentes pontos do Território.

Noronha concedeu também, os primeiros títulos de terras aos lavradores, na área devoluta ocupada pela companhia Mate Larangeira, em vista do despacho do presidente da República, de 1° de fevereiro de 1944, que indeferiu a renovação do contrato de arrendamento dos ervais à Mate Larangeira.²

FONTE: ¹Jornal do Brasil (RJ), 16 de novembro de 194, ²Pedro Ângelo da Rosa, Resenha Histórica de Mato Grosso (Fronteira com o Paraguai), Livraria Ruy Barbosa, Campo Grande, 1962, página 85.



Corumbá elevada à condição cidade

15 de novembro

1878 - Corumbá elevada à condição cidade




Pela lei n° 525, Corumbá recebe os foros de cidade. "O aspecto urbano era então - constata o historiador - o mais agradável: ruas largas, bem alinhadas, boas construções, comércio ativo e o porto com desusado movimento, nele fundeando vapores das mais variadas bandeiras, conferindo-lhe ar festivo e colorido. Chegavam mercadorias dos mais longínquos empórios, Havre, Paris, Londres, Sounthampton, Amsterdan, Lisboa, Gênova, e dele saiam os produtos da terra, peles, ipeca, charque, penas, etc. Aí se processava o transbordo para as embarcações menores destinadas a Cuiabá, Cáceres, Miranda, Coxim e escalas."

FONTE: Lécio Gomes de Souza, História de Corumbá, edição do autor, Corumbá, sd, página 70.

14 de novembro

14 de novembro

1953 – Ferrovia chega a Santa Cruz de la Sierra

Transposto o Rio Grande em uma ponte provisória de madeira, com 361 metros de comprimento, chega finalmente a Santa Cruz de la Sierra, a ferrovia Brasil-Bolívia. A via férrea foi entregue ao tráfego em 1955 com as composições de carga e passageiros partindo em determinados dias das semana de Corumbá e de Santa Cruz.

Resultado de compromisso assumido em 1928, perante a Bolívia de estender os trilhos da NOB até Santa Cruz, a  9 de novembro de 1938 chegava a Corumbá a comissão encarregada pelos dois governos de iniciar as obras, sob a chefia dos engenheiros Luis Alberto Whately, da parte do Brasil, e Juan Rivero Torres, da boliviana. De imediato atacados, os trabalhos morosamente arrastaram-se pelos anos a fora, em virtude dos obsoletos processos ainda em voga, na execução do projeto aprovado, que visava, ademais, a ligação do litoral atlântico ao pacífico, através da linha Santa Cruz – Yacuíba – Salta – Antofagasta.

A Comissão Mista Brasil-Bolívia, órgão diretor, instalou-se em Corumbá com escritórios, almoxarifados, serviços médicos, etc., com destacada atuação durante o período, do início ao término das obras.


A estrada tem extensão de 651 quilômetros, atravessando no primeiro trecho, terrenos baixos, por vezes pantanosos, para depois alcançar, a partir de El Carmen, os aclives da serra de Santiago. Dado o acentuado número de acidentes, a ferrovia ficou conhecida como trem da morte.

FONTE: Lécio G. de Souza, História de Corumbá, edição do autor, Corumbá, sd, página 107 

IMAGEM: oblogferroviario.blogspot.com

Solidariedade: carta de Pedro Celestino a Arlindo de Andrade

14 de novembro

1923 - Solidariedade: carta de Pedro Celestino a Arlindo de Andrade

Arlindo de Andrade, Pedro Celestino e Oliveira Neto, em Campo Grande


Intendente geral de Campo Grande, Arlindo de Andrade tem sua casa metralhada por uma escolta comandada pelo então 1° tenente Filinto Müller, a mando do coronel Paiva Meira, que empenhado em “por cobro às violências e crimes da cidade cometeu certas arbitrariedades.” No caso do chefe do executivo campograndense, a alegação para o ato de truculência foi a denúncia infundada de que Andrade protegia um bandido, com quem tivera relações profissionais como advogado. Atitude revoltante, a ocorrência teve repercussão inclusive na capital do Estado, de onde o presidente Pedro Celestino enviou-lhe a seguinte carta:


“Respondo sua apreciada carta de primeiro do mês passado e é com vivo prazer que me congratulo com meus amigos do município pelo restabelecimento da ordem e garantias, aí perturbadas pelo desvairamento do cel. Paiva Meira. Foi uma situação vexatória que passou, causando muitas contrariedades a demora da solução, felizmente reparadora dos males causados pela integridade e critério do general Nepomuceno que, estou certo, restaurará a reciprocidade de prestígio e de apoio de que necessitam as autoridades para o bom desempenho da respectiva função social. Muito confio na ação patriótica desse ilustre general colaborando na esfera das suas atribuições com o governo do Estado para a prosperidade desta unidade do país ainda tão carecedora de elementos com que possa, só por si, prover todas necessidades administrativas, principalmente no que diz respeito à ordem nos municípios do sul, todos eles reclamando maior contingente e mais eficiência da força pública, o que o governo não tem podido atender devido a escassez de recursos, de pessoal idôneo e às distâncias que separam essas circunscrições. Evolue, porém, o Estado se bem que lentamente de modo a podermos esperar melhores dias em que essas falhas desapareçam com a consolidação política conciliadora e afastamento das lutas partidárias, objetivos que me esforço por firmar.


"Muito agradeço seu bonito e excelente trabalho para o líder da prosperidade dos municípios do Estado, posição essa para a qual tem o meu amigo concorrido com entusiasmo e operosidade, colocando Campo Grande em destaque saliente. Sinto não dispor o governo de recursos e de aparelho administrativo suficientes para suprir com outros municípios as deficiências de esforços e de iniciativas para sua rápida evolução. O exemplo, porém, de Campo Grande e Corumbá estimulará, espero, suas influências locais.” 

FONTE: Paulo Coelho Machado, Arlindo de Andrade, o primeiro juiz de direito de Campo Grande, Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, página 47



07 de novembro

07 de novembro
 
1936 – Nasce em Três Lagoas, Ramez Tebet






Filho de Taufic e Angelina Tebet, nasce em Três Lagoas, Ramez Tebet. Fez seus primeiros estudos em Lins e o curso de Direito no Rio de Janeiro, onde iniciou seu longo aprendizado político, como militante da Associação Mato-grossense de Estudantes. Advogado criminalista e promotor, ingressou na política como prefeito nomeado de Três Lagoas. Elegeu-se pela primeira vez em 1978, pela Arena, deputado estadual constituinte, vindo a assumir a função de relator geral de primeira Constituição do Estado de Mato Grosso do Sul. Em 1982 é eleito vice-governador, na chapa do PMDB, assumindo o governo em 1986, com a desincompatibilização do titular, Wilson Martins, que deixou o cargo para ser candidato a senador. Em 1990 vence a eleição para o Senado, onde foi relator do Projeto Sivam, presidente da CPI do Judiciário e do Conselho de Ética do Senado. Em 2001 é nomeado pelo presidente Fernando Henrique, ministro da Integração Nacional, cargo que exerce por pouco tempo, deixando-o para assumir a presidência do Senado. Em 2002 reelege-se com expressiva votação para o Senado. Foi presidente da Comissão de Asssuntos Econômicos. Faleceu de câncer em Campo Grande em 17 de novembro de 2006.




FOTO: extraída do livro Simplesmente Ramez Tebet, de Castilho Coaraci

7 de novembro



07 de novembro

1882- Índio lidera fuga de escravos em Coxim

Capitaneados por um índio chiquitano de nome André, fugiram da Fazenda Santa Luzia, em Coxim (São José de Herculânia) nove escravos, sendo 5 homens e quatro mulheres. O alarme foi dado pelo coronel Antonio Luiz da Silva Albuquerque, chefe político do distrito, em anúncio publicado num jornal de Corumbá:




FONTE: jornal O Iniciador (Corumbá) 31 de dezembro de 1882.



07 de novembro

1911 – Morre no Rio, Generoso Ponce






Aos 58 anos falece no exercício do mandato de deputado federal, Generoso Ponce, o político de maior influência e prestígio em Mato Grosso nas três primeiras décadas da República. Nasceu em Cuiabá e começou a militar na política, ainda no Império, como membro do partido liberal. Com a proclamação da República, aderiu ao novo regime, elegendo-se deputado constituinte e vice-presidente do Estado, no governo de Manoel Murtinho.

Em 1892 chefiou a contra-revolução aos seguidores do general Antônio Maria Coelho, devolvendo o governo a Manoel Murtinho, deposto num golpe militar, chefiado pelo coronel Barbosa, de Corumbá.


Em 1894 elege-se senador, cargo que ocupou até 1902. Em 1906 comandou, a partir de Corumbá, onde estava residindo e estabelecido como comerciante, a rebelião que derrubou Totó Paes do governo. Em 1907 assume a presidência do Estado, quando por motivo de doença, renunciou em favor de seu primeiro-vice, Pedro Celestino Correa da Costa, sendo eleito deputado federal. 


FONTE: Estevão de Mendonça, Datas Matogrossenses, (2ª edição) Governo de Mato Grosso, Cuiabá, 1973, 245




07 de novembro

1921 – Calógeras em Campo Grande




Chega à cidade, em sua viagem de inspeção às guarnições do Exército em         Mato Grosso, o ministro da guerra, dr. João Pandiá Calógeras. O evento foi registrado pelo Correio do Estado (de Cuiabá):

Campo Grande,8 - Acompanhado de sua comitiva, constituída dos srs. generais Celestino Bastos, chefe do Estado Maior do Exército e Cândido Rondon, major Egídio Costa Silva e Teixeira Freitas, capitão Rogaciano Mendes e vários outros militares, drs. Paulo Moraes Barros e família, Jorge Moraes Barros, ambos da "Sociedade Rural Brasileira, Primitivo Moacir, redator dos debates da Câmara Federal, Júlio de Mesquita, diretor do "Estado de S. Paulo", chegou ontem aqui, com sua exma. família, às 11 horas, o dr. Pandiá Calógeras, Ministro da Guerra, que foi recebido por toda a população da cidade, na estação da Noroeste, em cuja esplanada estava estendida a guarnição militar.

Prestadas as continências do estilo, foi o ministro Calógeras conduzido até a Câmara Municipal, atravessando as principais ruas. A Câmara reunida em sessão solene, recebeu o ilustre titular da Guerra tendo o engenheiro Arnaldo Estevão de Figueiredo,presidente daquela corporação, saudado o ministro, respondendo este fazendo previsões sobre a futura grandeza do Estado e especialmente de Corumbá, como entreposto internacional, explicando ainda os motivos que determinaram a mudança da circunscrição para aqui. Após muitas orações foi solenemente inaugurada a denominação da nova Rua Calógeras, antiga "Santo Antonio". Nesta ocasião foram muito ovacionados os presidentes da República e do Estado, o Ministro da Guerra e os generais da comitiva.

Tomada a refeição no palacete de residência do sr. Vespasiano Martins, partiram às duas horas o ministro e comitiva em visita aos quarteis velhos da guarnição, enfermaria e quartel da polícia, tendo recebido dessas visitas penosíssima impressão. Depois percorreu em automóveis várias partes da cidade. Às 4 horas da tarde, houve a cerimônia de lançamento da pedra fundamental dos novos quarteis e do Hospital Militar. O general Rondon saudou o Presidente da República e o general Celestino Bastos saudou o ministro Calógeras. Este agradeceu saudando os oficiais superiores do Exército, entre aclamações ruidosas dos populares. Ao regressar fizeram refeição no referido palacete. Visitaram em seguida a invernada militar e à noite, acompanhado do intendente municipal, dr. Arlindo de Andrade, do juiz de direito, dr. Silva Coelho, coroneis Alves Quito, Antero Barros, dr. Miguel Melo, Mário Monteiro, Gavião Gonzaga, César Galvão, Vespasiano Martins e outras pessoas gradas, foi o ministro conduzido ao cinema Central afim de assistir o espetáculo de gala, que terminou cerca de meia noite.

Hoje às 10 horas seguiram para a fazenda do "Capão Bonito", da Brazil Land, onde o superintendente James Barr fará proceder um rodeio de gado de raça, oferecendo ao ministro magnífico cavalo crioulo. O fazendeiro Clemente Pereira fará também em sua fazenda rodeios que serão assistidos pelo ministro.

Amanhã s. exa. prosseguirá viagem para Ponta Porã, em automóvel.¹

Primeiro ministro civil do Exército no regime republicano, Calógeras foi responsável pela total modernização militar do Brasil, com visível interesse pela região da fronteira. Em 9 de setembro de 1928, antes de deixar Campo Grande, teve seu busto levantando na praça da Liberdade (hoje Ari Coelho).² 


FONTE: ¹Jornal Correio do Estado (de Corumbá), 11 de setembro de 1921; ²J. Barbosa Rodrigues, História de Campo Grande, Edição do autor, Campo Grande, 1980, página 135



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