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sábado, 22 de janeiro de 2011

01 de janeiro

1° de janeiro

1727 - Cuiabá elevada à vila




Oficialmente fundada em 8 de abril de 1719, por decisão do rei de Portugal, Cuiabá é elevada à categoria de vila, em ato realizado em 1º de janeiro de 1727, com a presença pelo governador Rodrigo César de Meneses, da Capitania de São Paulo. O evento histórico está perpetuado no seguinte termo:

Ao primeiro dia do mês de janeiro de 1727, nesta Vila Real do Senhor Bom Jesus de Cuiabá, sendo mandado por S.M., que Deus guarde, a criá-la de novo o Exm° sr. Rodrigo César de Meneses, governador e capitão-geral desta capitania e que o acompanhasse para o necessário, o dr. Antonio Alves Lenhas Peixoto, ouvidor-geral da comarca de Paranaguá, sendo por ele eleitas as justiças, juizes ordinários, Rodrigo Bicudo Chacim o tesoureiro coronel João de Queiroz Magalhães e vereadores Marcos Soares de Faria, Francisco Xavier de Matos, João de Oliveira Garcia e procurador do conselho Paulo Anhaia Lima, servindo se secretário da comarca Luis Teixiera de Almeida, almotacê o brigadeiro Antonio de Almeida Lara e o capitão-mor Antonio José de Melo, levando o estandarte da vila, Matias Gomes de Faria foi mandado pelo dito sr. governador capitão-general que com o dito Dr. Ouvidor, todos juntos com a nobreza e povo, fossem à praça levantar o pelourinho desta vila e que em nome D'el Rei deu o nome de Vila Real de Bom Jesus, e declarou que sejam as armas de que usasse um escudo dentro com o campo verde e um ouro, e por timbre, em cima do escudo, uma fênix, e nomeou para levantar o pelourinho ao capitão-mor regente Fernando Dias Falcão e todos sobreditos com o dito dr. Ouvidor, nobreza e povo foram à praça desta vila, onde o dito Fernando Dias Falcão, levantou o pelourinho, do que para constar a todo tempo fiz este termo, que assinou o dito Sr. General com todos os sobreditos.

E eu, Gervásio Leite Rabelo, secretário deste governo, que o escrevi, dia e era ut supra. - Rodrigo César de Meneses - Antonio Alves Lanha Peixoto - Rodrigo Bicudo Chacim - Marcos Soares de Farias - Francisco Xavier de Matos - João de Queirós Magalhães - João de Oliveira Garcia - Luis Ferreira de Almeida - Antonio José de Melo - Paulo de Anhaiá Lima - Antonio de Almeida Lara - Matias Soares de Faria - Fernando Dias Falcão Pereira da Cruz - Manoel Dias de Barros - Luis de Vasconcelos Pessoa - Manoel Vicente Neves - Salvador Martins Bonella.


FONTE: Estevão de Mendonça, Datas matogrossenses, (2a. edição), edição governo do Estado, 1973, página 13.


1° de janeiro
1802 – Destruído forte paraguaio San Jose do Apa

Rodrigues do Prado, comandante do presídio de Miranda, ataca e destrói o fortim paraguaio de San José do Apa:

Feito o termo de capitulação e o interrogatório dos prisioneiros, Rodrigues pode certificar-se que a guarnição castelhana se compunha de 114 homens. Os restantes, em número de 84, se haviam evadido. Este número, no entanto, era superior ao de Rodrigues e bem suficiente para uma retomada de ação, em condições de converter em fracasso, no mesmo local, a vitória ganha por ele com inaudita sorte e desmedido arrojo. Assim pensando, não quis mandar correr a invernada do fortim à procura de cavalos, para não se arriscar a alguma emboscada dos fugitivos. Renunciou a essa busca e mandou proceder pelo alferes de milícias Francisco Xavier Pinto, pelo soldado Francisco Xavier Ribeiro, como escrivão, o cabo da guarda e mais dois soldados o arrolamento dos víveres e do material apresado, inclusive o dos ‘poucos trastes’ do comandante morto. (...)

Terminadas estas providências, Rodrigues mandou reduzir a cinzas a estacada e a rancharia castelhana. Caridade? Não. Era um procedimento aceito e praticado pelos beligerantes de todos os tempos, tal como o de ‘terra arrasada aos que se vêem compelidos a recuar em próprio território face a um inimigo superior. É legítimo destruir os instrumentos de guerra e os meios de ação das forças contrárias em tais condições. Rodrigues poupou, entanto a cruz de madeira ali existente e mandou gravar nela os dizeres seguintes:

VIVA PORTUGAL! FOI TOMADO ESTE PRESÍDIO NO 1° DE JANEIRO DE 1802.

FONTE: Raul Silveira de Melo, Para Além dos Bandeirantes, Biblioteca do Exército Editora, Rio de Janeiro, 1968. Páginas 233 e 242.


1° de janeiro 

1865 - Combatentes paraguaios massacram fugitivos de Nioaque 





À véspera de ocupar a vila abandonada de Nioaque, a força de ocupação do exército paraguaio, comandada pelo coronel Francisco Resquin, ataca a guarnição que abandonava o local. Muitos conseguiram escapar à perseguição inimiga, mas um grupo foi alcançado e massacrado, conforme relato do comandante paraguaio ao seu superior em Assunção:



Senhor Ministro:

O coronel comandante da coluna de operações sobre o rio Mbotetey, tenho a honra de levar ao conhecimento de V.E. que prosseguindo minha marcha da colônia de Miranda e a três léguas de distância recebi aviso de meu segundo o capitão Blas Rojas, que seguia à vanguarda, que se apresentava à vista uma coluna de cavalaria brasileira de 2 a 300 homens: então dei-lhe ordem para lhe bater, acelerando minha marcha, porém havendo a coluna brasileira ganhado o monte do riacho chamado Passo Feio, mandou dizer seu comandante que queria ver-me; e lhe mandei que escrevesse o que lhe ocorria. A isto escreveu dizendo que desejava falar-me sobre minha internação em território brasileiro e comunicar-me as instruções a respeito; minha constatação foi que a entrevista seria inútil e que assim se entregasse dentro de meia hora prisioneiro de guerra, com toda a tropa sob seu comando, pois ao contrário seria perseguido com rigor; mas não havendo aceito, dei ordem de ataque para o qual, enquanto a troca de comunicações, mandei abrir várias picadas na suposição de que defenderia o passo, porém as picadas foram inúteis, porque ao primeiro canhonaço disparado ao rumo em que se ouvia música, abandonaram o local, disparando tiros de carabina dos quais não conseguiram mais que uma bala que feriu no braço o alferes Camilo Castillo.Nisto passavam alguns esquadrões de cavalaria que se puseram em perseguição, porém debandando-se o inimigo na mais completa desordem e sua fuga em diferentes direções, só haviam reunido dois grupos, como de algo mais que um esquadrão, em um dos quais ia o tenente-coronel D. Antonio Dias da Silva, comandante daquele grupamento, sendo perseguido pelo tenente Blas Ovando, a quem não pude alcançar, porque ao passar a ponte do córrego Desbarrancado, a destruíram, como de antemão haviam preparado, ganhando muito terreno, motivo porque cessamos a perseguição, para não fatigar inutilmente os cavalos.

O outro grupo, que havia tomado outra direção, foi perseguido pelo alferes Ignacio Cabrera com os de sua classe José Pedruesa e Bautista Ramirez, com setenta e cinco de tropa, lhes alcançou, deixando no campo cinquenta e sete mortos e um oficial, fazendo treze prisioneiros, trinta e sete cavalos e oito mulas, com a perda de um soldado e dois feridos de nossa parte.

Dali acampei a uma légua e meia e prosseguindo o dia seguinte, fiz parada a quatro léguas e meia sobre o riacho Pequeno, aproveitando na tarde, a aguada e bom pasto do lugar.

Ao amanhecer do dia seguinte movi o campo e depois de três léguas de marcha, passei o córrego Ponte, e com duas léguas mais o rio Nioaque a uma do dia.

FONTE: El Semanário (PY), Assunção, 17 de janeiro de 1865. 

FOTO: cavalaria paraguaia, reprodução do filme Alma do Brasil,1932. 



01 de janeiro

1869 - Brasileiros ocupam Assunção




A primeira divisão da esquadra brasileira ocupa a capital paraguaia, abandonada pelo governo e pela população. A comunicação ao Rio de Janeiro é oficialmente encaminhada pelo barão de Passagem, o comandante das forças de ocupação:

"Tenho a honra de levar ao alto conhecimento de V.Exa. que no primeiro dia do ano de 1869, sob os melhores auspícios, as forças brasileira de mar e terra ocuparam efetivamente a cidade de Assunção capital do Paraguai, registrando assim nos fastos luminosos desta campanha mais um feito de grande alcance para a política da guerra e por mercê de Deus, incruento! Conforme as minhas instruções achava-se pronta, às 10 horas da manhã desse dia a divisão composta dos encouraçados Bahia, Barroso e Tamandaré; monitores Pará, Alagoas, Santa Catarina, Piauí, Rio Grande e Ceará e os transportes Paissandu e Guaicuru, e a bordo destes dois últimos embarcada a 6a. brigada do exército imperial, do comando do coronel Hermes Ernesto da Fonseca. Às 10 horas e 15 minutos, de V illeta, levantaram âncora todos os navios e determinei que o Barroso e Piauí com os transportes na retaguarda da linha formassem a divisão de desembarque, e somente investiriam a capital inimiga para efetuá-lo quando eu assinalasse; os demais navios navegavam na formatura que lhes ordenei. Seguiu, pois, cheia de entusiasmo a expedição, sem contrariedade alguma, até a capital inimiga onde chegamos às 4 e meia horas da tarde, em consequência da pouca marcha dos monitores e necessidade de ter à vista todos os navios. Tendo-se transposto os pontos outrora fortificados, reconhecido não haver resistência e colocados os navios em posição de proteger a operação, assinalei a divisão de desembarque que investisse o porto, e aí procedeu-se imediatamente ao desembarque com toda a atividade, apesar do mau tempo.

Ás 6 horas da tarde essa operação estava concluída e tremulava em Assunção a bandeira imperial; ao arsenal de marinha onde mandei hastear na posição em que se achava acampada a força expedicionária sob o comando do coronel Hermes, a quem também entreguei para esse fim um emblema da nossa nacionalidade e finalmente no vasto palácio de Lopes ao próprio lugar em que fora derrubada a bandeira paraguaia por tiros deste navio no bombardeamento que esta divisão fez em 30 de novembro último, foi levantada uma nova haste, e eu, em pessoa, nela arvorei o pavilhão brasileiro.

Antes de encetar-se o desembarque viu-se uma força inimiga de cavalaria e infantaria que parecia retirar-se precipitadamente, e nessa ocasião conseguiu escapar-se do cativeiro e ser recolhido incólume um soldado nosso, voluntário de Mato Grosso, onde caíra prisioneiro. No porto encontrei fundeada uma escuna italiana com a sua respectiva bandeira. Está pois realizada uma das maiores aspirações da tríplice aliança. Assunção que revelava um aspecto horrível a que fora reduzida pelo exílio, fuzilamentos, prisões subterrâneas e entrincheiramento em suas ruas, apresenta atualmente uma nova era de redenção e esperança para o malfadado povo paraguaio, que sem dúvida alguma cobrirá de maldições o bastardo ditador Lopez que fez a sua nação seu feudo e sacrificou-a aos seus caprichos sanguinários. Ao terminar, receba V. Ex. e todos os brasileiros as nossas mais fervorosas e entusiásticas congratulações.

Deus guarde a V. Ex. - Ilmo. e Exmo. Sr. conselheiro visconde de Inhauma, vice-almirante em chefe da esquadra em operações - Barão da Passagem, chefe de divisão".

Reaberta a navegação no rio Paraguai, em 5 de janeiro, as primeiras embarcações brasileiras deixam o porto de Assunção com destino a Corumbá e Cuiabá.

FONTE: Diário do Rio de Janeiro, 29 de janeiro de 1869.
FOTO: Encouraçado Tamandaré.





 

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