2 de janeiro
1841 – Escravas recebem carta de liberdade em Paranaíba
São alforriadas por dona Anna Angélica de Freitas as negras “Joana Creoula, depois de servir mais cinco anos no cativeiro; Maria Banguela depois de servir vinte anos e Theresa Affricana depois de servir trinta e cinco anos, as quais gozarão de plena liberdade, logo que se concluam os mencionados prazos que lhe são relativos”.
FONTE: Arquivo Público Estadual, Como se de ventre livre fosse... Cartas de liberdade, revogações, hipotecas e escrituras de compra e venda de escravos. (1838 a 1888) Ministério da Cultura e Governo de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, 1994.
São alforriadas por dona Anna Angélica de Freitas as negras “Joana Creoula, depois de servir mais cinco anos no cativeiro; Maria Banguela depois de servir vinte anos e Theresa Affricana depois de servir trinta e cinco anos, as quais gozarão de plena liberdade, logo que se concluam os mencionados prazos que lhe são relativos”.
FONTE: Arquivo Público Estadual, Como se de ventre livre fosse... Cartas de liberdade, revogações, hipotecas e escrituras de compra e venda de escravos. (1838 a 1888) Ministério da Cultura e Governo de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, 1994.
2 de janeiro
Em ato tido como desastroso, o coronel Carlos Augusto de Oliveira, comandante das armas da província de Mato Grosso, ordena e efetua o abandono da vila de Corumbá, que no dia seguinte é ocupada, sem a menor resistência, pelas forças paraguaias sob o comando do coronel Vicente Barrios, que em 28 de dezembro haviam tomado o forte Coimbra.
O insólito episódio é descrito pelo historiador:
Pelas 9 horas da manhã do dia 2 de janeiro levantava ferros o Anhambaí, comandado pelo 1° piloto José Israel Alves Guimarães. Impaciente e temeroso, o coronel Carlos Augusto de Oliveira foi o primeiro a embarcar, secundado pelos oficiais e por um séquito de apaniguados. Seguia também no posto de honra o comandante da flotilha. Ia de tal modo superlotada a embarcação, que navegava com a linha de segurança submersa. A reboque iria a Jacobina, na qual se amontoavam praças de pré, paisanos, mulheres e crianças. Era demasiado o encargo para o pequeno vapor de guerra. Diante do impasse, determinou fosse a chata largada à própria sorte, com os seus ocupantes, à margem do rio. Ergueram-se protestos e clamores e a soldadesca rebelava-se contra os superiores, solidária com o sentimento dos civis. Ruíra fragorosamente o respeito à hierarquia e, com ele, a derrocada da ordem e da disciplina. Todos se nivelaram na ânsia incontida de escapar ao inimigo, cada vez mais perto do porto.
Antes de embarcar com sua tropa com destino a Cuiabá, o comandante ainda retornou aos quartéis desertos, onde encravou a artilharia e as armas portáteis e providenciou "o lançamento ao rio das pólvoras e dos cunhetes de munição, para que não caíssem em poder dos invasores. Isso feito voltou ao posto abnegativo para conduzir, em memoráveis jornadas através dos pantanais, a massa heterogênea de retirantes."
Sem seus defensores oficiais, na vila abandonada poucos permaneceram:
Alguns ainda tentaram tardiamente escapar, utilizando canoas, igarités e embarcações de todos os tipos para, adiante, infalivelmente, cair prisioneiros. Outros, sem aqueles recursos, internaram-se nos matos e galgaram os montes, onde os foram buscar as patrulhas paraguaias. Os cônsules deixaram-se ficar, certos de duas imunidades diplomáticas, resolução de que muito haveriam de se arrepender.
No dia seguinte, 3 de janeiro de 1865, o invasor, sem encontrar resistência, ocupou Corumbá.
O insólito episódio é descrito pelo historiador:
Pelas 9 horas da manhã do dia 2 de janeiro levantava ferros o Anhambaí, comandado pelo 1° piloto José Israel Alves Guimarães. Impaciente e temeroso, o coronel Carlos Augusto de Oliveira foi o primeiro a embarcar, secundado pelos oficiais e por um séquito de apaniguados. Seguia também no posto de honra o comandante da flotilha. Ia de tal modo superlotada a embarcação, que navegava com a linha de segurança submersa. A reboque iria a Jacobina, na qual se amontoavam praças de pré, paisanos, mulheres e crianças. Era demasiado o encargo para o pequeno vapor de guerra. Diante do impasse, determinou fosse a chata largada à própria sorte, com os seus ocupantes, à margem do rio. Ergueram-se protestos e clamores e a soldadesca rebelava-se contra os superiores, solidária com o sentimento dos civis. Ruíra fragorosamente o respeito à hierarquia e, com ele, a derrocada da ordem e da disciplina. Todos se nivelaram na ânsia incontida de escapar ao inimigo, cada vez mais perto do porto.
Antes de embarcar com sua tropa com destino a Cuiabá, o comandante ainda retornou aos quartéis desertos, onde encravou a artilharia e as armas portáteis e providenciou "o lançamento ao rio das pólvoras e dos cunhetes de munição, para que não caíssem em poder dos invasores. Isso feito voltou ao posto abnegativo para conduzir, em memoráveis jornadas através dos pantanais, a massa heterogênea de retirantes."
Sem seus defensores oficiais, na vila abandonada poucos permaneceram:
Alguns ainda tentaram tardiamente escapar, utilizando canoas, igarités e embarcações de todos os tipos para, adiante, infalivelmente, cair prisioneiros. Outros, sem aqueles recursos, internaram-se nos matos e galgaram os montes, onde os foram buscar as patrulhas paraguaias. Os cônsules deixaram-se ficar, certos de duas imunidades diplomáticas, resolução de que muito haveriam de se arrepender.
No dia seguinte, 3 de janeiro de 1865, o invasor, sem encontrar resistência, ocupou Corumbá.
FONTE: Lécio Gomes de Souza, História de Corumbá, edição do autor, Corumbá, sd, página 56.
2 de janeiro
1865 - Ocupada a vila de Nioaque
Exército paraguaio, comandado por Francisco Resquin, ocupa a vila de Nioaque, notícia foi dada pelo chefe da invasão, publicada em primeira mão pelo jornal oficial do governo Solano Lopes:
Concluida a passagem decidiu adiantar o capitão Rojas com dois esquadrões para posiciona-se da população de Nioaque, onde não encontraram mais que dois indivíduos, um espanhol e outro português europeu. Eu tomei campo em frente da povoação e ordenei o reconhecimento das casas de arruamentos e demais casas de armamentos e coisas, porém na sede do comando não se encontraram mais que seis carabinas de casa e seis espadas de tropa: depois foram encontrados os armamentos, caixões de balas , pólvora e papeis enterrados no fundo do curral do comando e também algum armamento e munições foram encontrados nas casas, que mandei visitar, como V.E. pela minuta vigente.
O arquivo aparece completamente destroçado e os papéis tomados são os que foram encontrados, enterrados nos 26 caixões pólvora empacotada e onze de pólvora solta. Demais não foram encontrados mais que comestíveis e trastes, que não puderam levar na fuga.
A povoação consta de cento e trinta casas, sendo trinta principais, tento uma igreja e um espaçoso quartel, composto de uma frente que dá ao Oeste, da praça sobre a rua de Leverger. O comando é composto também de toda uma frente para leste da mesma praça, na rua Santa Rita, podendo aquartelar 500 homens.
É designado para comandante desta ponto o tenente Pascual Rivas, colocando às suas ordens os alferes Alejo Gomes e Waldo Jimenes.
No dia 5 me proponho seguir adiante minha marcha sobre a vila de Miranda a curtas jornadas para não fatigar a cavalhada, com o excessivo calor.
No percurso tomamos vários papéis e entre eles aparecem as comunicações juntadas.
Nioac, 3 de janeiro de 1865. FRANCISCO RESQUIN.
FONTE: El Semanário, Assunção, PY, 14 de janeiro de 1865
2 de janeiro
Deu-se no município de Corumbá, na fazenda Alegre, às margens do São Lourenço, num lugar denominado Sepultura, o último combate da coluna Prestes com forças legalistas, antes dos rebeldes alcançarem o território boliviano, onde se exilaram.
A notícia foi veiculada no jornal "A Manhã", do Rio de Janeiro, que transcreveu de "O Democrata" (Cuiabá), entrevista do comandante da guarnição da Marinha de Ladário, Jerônimo Gonçalves:
Pela seus horas da manhã de 2 do corrente, ao passar o Itajuí pelo lugar chamado sepultura, campos da fazenda Alegre, o seu comandante notou algumas embarcações ali ancoradas e movimento de gente acampada. Quando parava para mandar o escaler de bordo reconhecer aqueles que ali se encontravam, recebeu a lancha um ataque de fuzilaria vindo da barranca. Ao manobrar para fazer a volta, encalhou a Itajui num bando de areia ali existente. Com uma calma e coragem admiráveis, o seu comandante, que é um sargento da marinha nacional, respondeu valentemente ao ataque, travando uma luta que durou cerca de uma hora e um quarto.
Livre do encalhe, tendo já ferido o comandante e um tripulante, a Itajui regressou ao Amolar, de onde a fiz seguir para Corumbá afim de medicar os feridos.
Preparava o rebocador "Nenê" para vir em busca dos rebeldes, quando ali chegou a Iguatemi, recebendo eu uma ordem do senhor comandante da flotilha para comboiá-la até aqui, o que fiz sem novidades nem contratempos.
À pergunta de que não havia encontrado mais revoltosos às margens dos rios, respondeu:
- Ao passar pelo Limoeiro, porto da Fazenda Triunfo, notei ali movimento anormal de grande número de pessoas e várias fogueiras acesas. Penso que eram eles que ali se achavam, pois esse porto é despovoado. Passamos de luzes apagadas, evitando qualquer combate, porque a minha missão a cumprir era conduzir e defender a Iguatemi, na qual vinham armas e munições do Estado, e, portanto, devia evitar qualquer luta que poderia prejudicar a nossa viagem.
Sobre eventuais baixas no combate da "Sepultura", esclareceu:
- Não posso afirmar ao certo. Informou-me o comandante da Itajui que, vendo a lancha encalhada, trataram eles tomá-la pela abordagem, descendo alguns deles para uma embarcação que tinham na margem, e que desistiram desse intento ante a cerrada fuzilaria dos nossos. Nesse momento vários deles tombaram ao chão, não sabendo o meu informante se mortos ou feridos ou apenas amedrontados.
Quanto ao comportamento dos revoltosos disse que "as informações que colhi são de que saqueiam o dinheiro, joias e objetos de valores que encontram e que destroem os gêneros alimentícios e tudo o mais que pode ser de utilidade às forças legais; entretanto, não tive notícia de nenhum desrespeito a famílias, nem atentados contra a honra e nem mesmo de assassinatos e espancamentos".
FONTE: jornal A Manhã, (RJ), 9 de fevereiro de 1927.
FOTO: reprodução www.publico.pt