6 de dezembro
1890
– Criado o primeiro banco de Mato Grosso
Rui Barbosa, ministro
da Fazenda, do governo do marechal Deodoro autoriza a fundação
do Banco Rio e Mato Grosso, com capital de 20 mil contos de réis
e sede em Porto Murtinho.
Os sócios principais da nova casa de crédito foram os
irmãos Joaquim Murtinho (foto), Manoel Murtinho e Francisco Murtinho.
“O primeiro, homeopata, cuiabano de nascimento, foi médico
particular de Deodoro e Floriano e exerceu grande influência nos
destinos do país, tendo sido ministro da Viação
e Obras do governo de Prudente de Moraes e da Fazenda do governo Campos
Sales.
O segundo, além de primeiro presidente constitucional de Mato
Grosso no período republicano, seria também ministro do
Supremo Tribunal Federal.”
A finalidade da instituição bancária foi a aquisição
da concessão para explorar os ervais do Sul do Estado, cedida
por Tomaz Larangeira. O banco teve curta duração. Foi
liquidado em 1902.
FONTE: Pedro Valle, A divisão de Mato Grosso, Royal Curt, Brasilia, 1996, página 18.
6 de dezembro
1926 – Coluna Prestes no Pantanal
A caminho do exílio na Bolívia, grupo da Coluna Prestes, comandado pelo capitão Siqueira Campos (o segundo à esquerda, sentado)), chega ao Pantanal da Nhecolândia, conforme suscinto relato de Augusto César Proença:
No Pantanal ela provocou medo e pânico. José de Barros registra no seu diário:
"Dezembro,
6-1926. Passagem dos revoltosos pela Fazenda Firme, onde destruíram o
aparelho de estação telegráfica e saquearam as duas casas de negócio
(sic). Grande pânico nas famílias da Nhecolândia por esse fato. (...)".
Os ‘revortoso’ chegavam sempre atirando para cima, é verdade, pois não
faziam nada a ninguém caso não pisassem nos seus calos, atiravam para
intimidar as pessoas das fazendas e conseguir logo o que desejavam. Na
fazenda Alegria deu-se um caso curioso: meu avô, homem aperreado das
idéias, estava ali pelo pátio, fazendo alguma coisa, quando escutou
tiros e viu o bando armado se aproximando.
- Sai daí seu Paulino, são os ‘revortoso’! Disse alguém correndo para dentro da casa.
Mas
o velho, onde estava ficou. E até resolveu seguir para enfrentar os
intrusos que ainda atiravam, provocando choradeira nas mulheres e nas
crianças e correria em certos homens que se embrenhavam no mato mais
próximo, xixindo de medo.
- Quem são vocês?... indagou o meu avô, ríspido, os olhos lacrimejando de raiva.
Os
homens explicaram o que queriam, talvez imaginando fosse o meu avô
algum variado que os enfrentava com ousadia. Perguntaram: "E o senhor
que é?..."
- Sou o dono daqui. E parem de atirar. Não vê que estão assustando as mulheres e as crianças?
Naquele dia os revoltosos levaram os cavalos, mantimentos e dinheiro, mas não deixaram de respeitar o dono da fazenda.
FONTE: Augusto César Proença, Pantanal: gente, tradição e história, Fundação de Cultura, Campo Grande, 1992, página 133.
FOTO - acervo da Biblioteca Nacional (RJ).