sábado, 12 de outubro de 2013

13 de novembro

13 de novembro
 
1772 – Luis de Albuquerque toma posse do governo de Mato Grosso

Príncipe da Beira, o primeiro forte construído por Luiz de Albuquerque
Após longa jornada, iniciada no Rio de Janeiro a 17 de maio, passando por Minas e Goiás, assume o governo da capitania de Mato Grosso e Cuiabá, o capitão-general Luis de Albuquerque e Cáceres, “entre todos os seus colegas , quem mais se demorou no governo da capitania fronteiriça, em quadra fecunda, a que imprimiu o cunho da sua notável sagacidade administrativa, de finalidade política”. (...) Ocupado em ampliar e garantir as fronteiras ocidentais do Brasil fundou o Forte Príncipe da Beira, às margens do rio Guaporé, Forte de Coimbra, Albuquerque (Corumbá) e Santa Maria (Cáceres) no rio Paraguai.


FONTE: Virgílio Correa Filho, Viagens de Capitães-Generaes, in Revista do IHMT, 1931/32, Cuiabá, página 9.




13 de novembro

1884 – Nasce em Corumbá, Nicolau Fragelli






Nasce em Corumbá, Nicolau Fragelli. Filho de José Fragelli e Tereza Provenzano Fragelli, de origem italiana. Fez o curso primário em sua cidade natal e o secundário em Cuiabá. Aos 19 anos matriculou-se na Faculdade de Medicina de Porto Alegre, formando-se em 1911, aperfeiçoando-se em Paris em 1914. Iniciou na política em 1918, elegendo-se deputado estadual na gestão de Dom Aquino Correa, no governo. Em 14 de agosto do mesmo ano é nomeado intendente geral (prefeito) de Corumbá, para superar crise política local. 

Deputado até 1930, quando teve o mandato cassado pela revolução getulista, retorna à política em 1934, reconduzido à Assembléia Legislativa pelo Partido Evolucionista. O golpe do Estado Novo, em 1937, retira-lhe novamente o mandato. Em 1945, com a redemocratização, ingressa na UDN, União Democrática Nacional, e vence sua última eleição, a de suplente de senador.


Sobre ele escreve Nilo Povoas:


A vida pública de Nicolau Fragelli foi um grande exemplo de honestidade política, de fidelidade democrática e de cumprimento do dever. A sua vida particular foi a do chefe de família exemplar, ainda nos moldes patriarcais, amigo leal e médico humanitário. Viveu para a família, para a sociedade e para a Pátria. Morreu nos braços dos filhos que ele soube educar aprimoradamente e cercado da estima e da consideração do vasto círculo das amizades que ele soube cultivar!  


Seu herdeiro político foi seu filho, o advogado José Fragelli, deputado estadual, deputado federal, governador nomeado de Mato Grosso, senador da República e presidente do Congresso Nacional.


FONTE: Nilo Povoas, Galeria dos Varões IlustresVol. II, Fundação Cultural de Mato Grosso, Cuiabá, 1978, PÁGINA 134

FOTO: anuncio reproduzido do Album Graphico de Matto-Grosso, Corumbá, 1914.



13 de novembro

2020 - Morre de coronavírus o deputado Onevan de Matos



Morreu aos 77 anos, em São Paulo, o deputadp Onevan de Matos (PSDB), representante da região cone Sul do Estado, na Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso do Sul. Mineiro de Frutal, Minas Gerais, onde nasceu em 17 de dezembro de 1942, Onevan foi vítima da covid 19 e morreu "durante uma cirurgia cirúrgica cardíaca, situação que se agravou depois que ele passou a tratar a doença causada pelo coronavírus".¹ 

O governador do Estado, Reinaldo Azambuja (PSDB) decretou três dias de luto oficial. O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Paulo Correa, publicou a seguinte nota:

Mais uma vítima de um ini9migo mundial que deixou este 2020 mai tristeOnevan deixará um legado de paixão e trabalhopor seu Estado, por sua gente e por sua família. Dos mistérios da vida e morte está entre os maiores, e nos resta oferecer a amigos e familiares nossos mais sinceros pêsames. Levaremos o orgulho da amizade e as lembranças de um homem que deixará sua marca de trabalho, amor e dedicação.

Onevan de Matos iníciou sua carreira como vereador, por dois mandatos, no município de Jales (SP), pelo MDB (Movimento Democrático Brasileiro).
 
Chegou em Naviraí, então Estado de Mato Grosso, no ano de 1975, para exercer a sua profissão: de advogado.. Onevan foi responsável pela estruturação do então partido de Oposição ao Regime Militar nesta região do Estado.
 
Em 1978, logo após a criação de Mato Grosso do Sul, foi eleito deputado estadual na primeira Legislatura do Estado, participando da elaboração da 1ª Constituição da nova unidade da federação.
 
Em 1983 tomou posse em seu segundo mandato de deputado estadual. No seu terceiro mandato, que se iniciou em 1987, se licenciou  para concorrer ao cargo de prefeito de Naviraí. Vitorioso na eleição, deixou a Assembleia Legislativa em 31 de dezembro de 1988 para assumir a prefeitura.
 
No seu mandato (1989-1992) realizou obras  priorizando nas áreas de saúde,hHabitação, educação e infraestrutura.

Em 1998 foi eleito pela quarta vez deputado estadual em Mato Grosso do Sul, sendo reeleito em 2002, 2006, 2010, 2014 e 2018.²

Quando morreu disputava o mandato de prefeito de Naviraí. Foi substituído na chapa por sua filha Rahyza de Matos, eleita em 15 de novembro de 2020.

FONTE: ¹Correio do Estado (Campo Grande) 14 de novembro de 2020; ²Assembleia Legislativa MS.
FOTO: Campo Grande News.




12 de novembro

12 de novembro

 
1864 – Paraguai aprisiona presidente de Mato Grosso

Vapor Marquez de Olinda, aprisionado pelo governo paraguaio quando se dirigia a Corumbá


Foi a senha para a eclosão da guerra do Brasil, Argentina e Uruguai contra a república guarani, que duraria cinco anos, com a derrota do país vizinho. O episódio é narrado pelo historiador Acyr Vaz Guimarães:

Em 12 de novembro de 1864, subia barco brasileiro, pacificamente, as mansas águas do rio Paraguai, rumo à província de Mato Grosso, levando seu futuro presidente – o coronel Frederico Carneiro de Campos, que substituiria o general Albino de Carvalho, quando recebe, inesperadamente, depois de passadas as águas de Assunção, já distante da capital, um tiro de canhão de navio paraguaio, avisando-o de que fizesse alto! O navio – o Marquês de Olinda, da companhia de navegação que servia à linha de Mato Grosso, foi apresado por ordem do presidente López. Foi o primeiro tiro da guerra!¹ 


O fato teve enorme repercussão e é detalhado pela imprensa brasileira, com as tintas do civismo esperado: 

Não pára nisto os vexames e o procedimento barbaresco do ditador do Paraguai nesta extraordinária emergência.

O vapor Marquez de Olinda foi declarado boa preza e a bandeira brasileira está considerada por aquele governo como inimiga.

O presidente de Mato Grosso, bem como os oficiais que o acompanhavam estão em Assunção a bordo do Marquez de Olinda, como prisioneiros de guerra e incomunicáveis.

A pena treme em nossa mão quando escrevemos esta série de atentados, quando temos que anunciar as famílias de nossos compatriotas que jazem em terrível cativeiro os bárbaros tormentos que estão sofrendo.

Para que esses desgraçados não morram à fome é preciso que o nosso consul ali lhes envie diariamente os alimentos porque na república não é uso sustentar os presos.

O pedido de alimentos vai primeiro à polícia e quando se tem de embarcar são examinados do modo mais infame possível, porquanto os soldados picam o pão e a carne em pedacinhos, e no jarro de leite metem a mão e braço a pretexto de apreender comunicações.

O vapor Marquez de Olinda esta´debaixo de baterias das baterias do vapor Taquari e cercado dia e noite por lanchas armadas, isto além do destacamento que existe a bordo para vigiar individualmente cada prisioneiro. A maior parte destes já estão enfermos por causa do excessivo calor e da má água que bebem.

Em uma palavra tais são as mortificações que sofrem aqueles espíritos , que por mais valor que tenham não será impossível que alguém sucumba a tão grande martírio.

Resta, pois, ao governo imperial ir em socorro daqueles desgraçados e sem perda de tempo sindicar os ultrajes inferidos à nossa honra pelo ditador do Paraguai.²

Em função dos maus tratos, o coronel Frederico Carneiro de Campos morreu em plena guerra, em 3 de novembro de 1867


FONTE: ¹Acyr Guimarães, Mato Grosso do Sul, sua evolução histórica, Editora UCDB, Campo Grande, 1999, página 134. ²Correio Mercantil (RJ), 21 de dezembro de 1864



2005

12 de novembro

Fogo no corpo contra usinas no Pantanal


Em Campo Grande (MS), o ambientalista Francisco Anselmo Gomes de Barros incendeia seu próprio corpo para protestar contra o projeto que tramitava na Assembleia Legislativa, autorizando a construção de usinas de álcool e açúcar na  bacia do Paraguai, no Pantanal.

Ao meio dia de sábado, durante um protesto popular, Anselmo estendeu dois colchonetes no calçadão da rua Barão de Rio Branco, em frente ao Bar do Zé, encharcou-os de gasolina, sentou-se sobre eles e ateou-lhes fogo.

Francelmo, como era conhecido, morreria no dia seguinte, com queimaduras em 100% do corpo. “Já que não temos voto para salvar o Pantanal, vamos dar a vida para salvá-lo”, escreveu Francelmo numa de suas cartas de despedida.

O projeto das usinas, de iniciativa do deputado Dagoberto Nogueira (PDT), tentava reverter uma legislação que o próprio Francelmo ajudara a criar, em 1982.

Na época, especialistas advertiam que as usinas poderiam poluir o Aquífero Guarani, uma das maiores reservas de água potável do planeta. Além disso, em caso de acidente, a vinhaça (subproduto da destilação do álcool) atingiria a bacia hidrográfica do Pantanal, causando danos irreversíveis ao ecossistema.

O sacrifício de Francelmo surtiria efeito: a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, pressionaria os deputados estaduais e, no dia 30 daquele mês, por 17 votos a 4, a Assembleia Legislativa sepultaria o projeto.

Em 5 de junho de 2006, Dia do Meio Ambiente, o local da imolação de Francelmo, no centro de Campo Grande, receberia um memorial. Quatro meses depois, o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), fundado por ele, aprovaria uma moção instituindo a data de 12 de novembro como o Dia do Pantanal.

Em sua homenagem, o prefeito de Campo Grande, André Puccinelli, deu o nome dele ao parque nas cabeceiras do córrego do Sóter.

Com informações da Folha de S.Paulo (online), 14/11/2005. 




10 de novembro

10 de novembro

1826 - Langsdorff prevê futuro promissor para Camapuã




O conde de Langsdorf, chefe da expedição científica russa, após alguns dias na fazenda Camapuã, onde permaneceu o tempo suficiente para reabastecer-se para a longa viagem à Cuiabá, após criticar a atual administração da propriedade, previu um futuro bastante promissor para a localidade:

Mesmo que, futuramente, venham a abrir a navegação pelo Sucuriu, a fazenda Camapuã será sempre um ponto importante de apoio para o comércio interno. Ela poderia funcionar como um centro de exportação de vários produtos, inclusive açucar e algodão cru. Aqui se deveria praticar, em larga escala, todos os tipos de pecuária, o que garantiria grande produção de leite, manteiga e queijo. Mas a criação de cavalos e mulas poderia também ser muito lucrativa. Bois, vacas, cavalos e mulas criados aqui poderiam ser vendidos em Goiás com boa margem de lucro, tendo em vista o alto preço desses animais na província sulista de São Paulo.

Mais adiante, Langsdorff, com espírito crítico à gestão da fazenda, adverte e sugere:

Caso uma colônia viesse se estabelecer aqui, o governo deveria cuidar para que os recém-chegados não fossem motivo de chacota por parte do administrador ou comandante. Entre os artesãos, deveria haver necessariamente um bom construtor de moinho, um carpinteiro, um ferreiro e um serralheiro. As carroças e carretas deveriam ser fabricadas de acordo com a medida europeia (o pé), ou então que se trouxessem carretas europeias já prontas.

Por fim, o conde propõe aproximação dos moradores com os índios:

Os vizinhos Caiapós, se recebessem tratamento realmente humano, poderiam ser de grande serventia para o estabelecimento. Aumentariam a população do lugar e ajudariam na construção de fábricas. Logicamente com os mais velhos seria mais difícil de trabalhar, mas as crianças poderiam ser facilmente conduzidas para uma vida civilizada.


FONTE: Georg Heinrich von Langsdorf, Os Diários de Langsdorff (volume II) Editora Fio Cruz, Rio de Janeiro, 1997, página 294.


10 de novembro
 
1916 – Caetano de Albuquerque não reconhece decisão legislativa

Em conflito com a Assembleia Legislativa que, alegando falta de segurança em Cuiabá, funciona em Corumbá, o presidente general Caetano de Albuquerque, rejeita intimação para depor perante os deputados, no processo de cassação que lhe é movido, “alegando não reconhecer os atos da Assembleia, dizendo que ela funciona inconstitucional e tumultuadamente”. 


FONTE:  Rubens de Mendonça, História do Poder Legislativo de Mato Grosso, Assembleia Legislativa, Cuiabá, 1967, página 109





9 de novembro

9 de novembro
 
1892 – Primeira lei de terras de Mato Grosso, no regime republicano

Publicada a Lei nº 20, sancionada pelo presidente Manoel Murtinho e regulamentada pelo decreto nº 38 de fevereiro de 1893, tornando mais liberais as antigas disposições então em vigor:

Mantendo os direitos dos posseiros, a quem o Regulamento imperial de 1854 favorecia, ampliou o conceito de posse, capaz de legitimação desde que fosse estabelecida depois daquela época e conservada, sem oposição, ou protesto algum, no quinquênio anterior à proclamação da República.


FONTE: Virgílio Correa Filho, Mato Grosso, Fundação Júlio Campos, Várzea Grande, 1994, página 179.



9 de novembro

1901 - Empastelado jornal em Corumbá




Forças policiais e mercenários, a serviço do governador Antonio Pedro Alves de Barros, no governo por imposição de Totó Paes, novo aliado dos irmãos Murtinho, invadem a redação do jornal oposicionista Vinte de Agosto, que circulava em Corumbá, empastelam sua tipografia e são acusados de roubar importância em dinheiro. A versão disponível do ataque ao órgão de imprensa corumbaense, é do próprio redator do jornal, Manuel José Brandão, em carta publicada pelo Jornal do Brasil (RJ):

Pelas colunas do vosso conceituado jornal vos dignastes publicar, mediante minhas informações, o que, em Corumbá ocorreu com minha pessoa, família e bens, desde 9 de novembro do ano findo. 

Dessas informações consta, convém repetir resumidamente, que o capitão reformado do exército Raimundo Por Deus, comandante do batalhão patriota, com vários de seus comandados, o subdelegado de polícia em exercício, Manuel Benedito de Campos, com praças de polícia, vários empregados da alfândega e mais outros indivíduos assaltaram às 4 horas da manhã desse dia 9 de novembro, as duas casa, sendo uma onde funcionavam as oficinas do Vinte de Agosto, de minha propriedade, e a outra onde era o escritório da redação e direção da citada folha: arrombaram as portas, danificaram os prelos, inutilizaram o respectivo material e arrombaram a gaveta de uma mesa que se achava no escritório, da qual roubaram dois pacotes que continham 7:286$00 em notas de curso legal na República; que às 5 horas da tarde do citado dia 8, Por Deus entrou na sala de visitas da casa de minha residência para assassinar-me; que na noite de 12, o tenente José Emídio de Campos, comandante do destacamento de polícia, mandou retirar de casa de minha família as três praças que ali estavam para minha garantia, porque vinham atacar a casa para praticar o massacre que não lograram praticar, porque quando o grupo atacante, constante de uns cinquenta indivíduos - patriotas e policiais - chegou à minha casa, não encontrou pessoa alguma, porque, com toda a família me retirei pelos fundos do quintal e fui recolher-me à casa de uma família boliviana e na farmácia de um italiano; que não tendo querido as autoridades federais garantir-me, tive de abandonar tudo que me restava e a 3 de dezembro, encetar viagem para esta capital, onde aportei a 1 de janeiro deste ano. 


FONTE: Jornal do Brasil (RJ), 10 de novembro de 1902.



9 de novembro

1983 - Morre Avelino dos Reis, o primeiro relojoeiro de Campo Grande




Morre em Campo Grande, o cidadão português, Avelino dos Reis, primeiro relojoeiro da cidade. Nascido em 29 de novembro de 1898, filho de Albina Mendes da Cunha e Aurélio dos Reis, casou-se com Irene de Almeida, com quem teve um filho, Albano de Almeida Reis. Em Portugal aprendeu a consertar relógios com um tio. Ainda muito jovem deixou sua terra e partiu para a França, Canadá e Estados Unidos, onde morou por dois anos e trabalhou numa indústria de relógios e ótica.

Em 1928 chegou ao Rio de Janeiro, seguindo para Santos, em São Paulo, onde por cerca de quatro anos exerceu sua profissão. Em 16 de janeiro de 1932, viúvo, muda-se e fixa residência em Três Lagoas, onde casou-se com Dalila Simões e teve um filho, Alfredo. Tendo seu pai falecido em Portugal, mandou vir para o Brasil sua mãe, as suas irmãs e e seu filho, que aqui chegaram em 1937. Neste mesmo ano mudou-se para Campo Grande, hospedando-se a princípio na Pensão Bentinho.

"Em Campo Grande - descreve sua biógrafa - foi o pioneiro no ramo de relojoaria. Sua firma Avelino dos Reis & Companhia Ltda., localizada na rua 14 de Julho, entre as ruas Barão do Rio Branco e Dom Aquino, bem no centro da cidade, tornou-se com o passar dos tempos a mais tradicional do Estado. Era especializada em relojoaria e ótica de precisão, assim como presentes finos, destacando-se joias importadas, cristais e louças de qualidade".

Apaixonado pelo esporte desde sua juventude além-mar, Avelino dos Reis foi um grande incentivador do futebol amador em Campo Grande.


FONTE: Ledir Marques Pedrosa, O Português que escolheu Campo Grande para viver, O Estado Mato Grosso do Sul, 4 de março de 2017.

FOTO: acervo Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul.    

8 de novembro

08 de novembro

1861 - Padre usa mão de obra escrava



Denúncia de utilização de mão de obra de índios terenas na construção da paróquia de Miranda, macula o currículo e a imagem de benfeitor do frei Mariano de Bagnaia. A notícia,omitida pelos biógrafos do padre, foi publicada pelo Diário do Rio de Janeiro, como fato corriqueiro, com a seguinte redação:

De uma correspondência de Miranda de 13 de junho extraímos os seguintes trechos:

No dia 23 do corrente mês e ano tendo sido enviado à aldeia dos índios terenas o soldado Francisco Leandro a entender-se com os respectivos capitães, para aquele trazer alguns índios de ordem do Rvm.diretor padre mestre frei Mariano, a quem estes foram exigidos pelo doutor juiz de direito, para os serviços de edificação da matriz de que se encarregou, voltou o dito soldado dizendo que alguns índios que trazia foram tomados dele por uma porção de outros índios, que o cercaram no caninho quando já vinham munidos com diferentes qualidades de armas, tentando contra sua vida.

No dia 6,chegaram a esta vila às 5 horas da tarde cerca de 20 índios (terenas) manietados, conduzidos, assim como um feixe de armas fulminantes, que também apreenderam uns 4 a 5 soldados entre os quais também foi Leonardo, que disse, não viera dos resistentes, mais  de um. Esta força foi munida de ordem do delegado delegado de polícia João Pacheco de Almeida, a quem o Rvm.diretor comunicou o sucesso, porém apresentados os ditos índios a este, depois de os ter repreendido pública,verbal e asperamente, os mandou por à disposição do dito delegado, que no dia seguinte mandou, sob sua direção, castigar alguns com 60, 80, 100 e mais pancadas com varas especiais sem que fossem alimpadas, de modo que, além do golpe, ainda faria os pacientes de cada vez com duas ou quatro farpas, que cada uma delas tinha. E isto teve lugar no pátio interno do quartel militar. 


FONTE: Diário do Rio de Janeiro, 8 de novembro de 1861.


8 de novembro
 
1903 – Fundado hospital de Corumbá


Santa Casa de Corumbá em foto do início do século XX


Por iniciativa do farmacêutico Manuel da Silva Pereira é criada a Sociedade de Beneficência Corumbaense:

Aos oito dias do mês de novembro de 1903 a convite do farmacêutico Manuel da Silva Pereira, reuniram-se os abaixo assinados no salão da Câmara Municipal desta cidade e exposto pelo referido farmacêutico o fim da reunião, a qual consistia na fundação de um hospital de misericórdia foi essa idéia unanimimente aprovada, prometendo todos cooperarem para a realização de tão humanitária instituição. Pelo sr. Manuel da Silva Pereira, que presidiu a reunião, foi apresentada uma subscrição que previamente aberta por ele, a qual já monta mais dois contos de réis, tudo ainda a arrecadar. Deliberou-se em seguida para início dos trabalhos fosse organizada uma comissão de três membros, sendo aclamados os nomes seguintes: comendador Henrique Augusto de Santana, coronel Salvador Augusto Moreira e Manuel da Silva Pereira, os quais aceitaram a incumbência. Nada mais havendo a tratar lavrou-se a presente ata, que é assinada por todos os presentes, servindo de secretário Artur Josetti. Manoel da Silva Pereira, Artur Josetti, Santiago Solari, Otávio Pitaluga, Francisco Cândido Peredes, Virgílio Carneiro Leão, Hipólito Rondon, Manuel José Nunes Dias, Eduardo Celestino Martins, Carlos Ferrari, Raymundo Por Deus, Salvador Augusto Moreira, Francisco José de Souza, Luis da Costa Pinto, Henrique Santana, João Antônio Rodrigues, Salvador Paes de Campos, Alfredo Martins, Antonio G. de Medeiros, João Pedro Cavassa, Salustiano Antunes Maciel, Rafael Cavassa, Manoel Cavassa e Mariano Cavassa.


FONTE: Estevão de Mendonça, Datas Matogrossenses, (2ª edição) Governo de Mato Grosso, Cuiabá, 1973, página 247

FOTO: Album Graphico de Matto-Grosso



08 de novembro

1960 – Morre o arquiteto Frederico Urlass





Falece em Cuiabá, aos 58 anos o primeiro arquiteto que residiu e trabalhou em Campo Grande, segundo seu biógrafo Ângelo Arruda. Alemão da Saxônia, Frederico chegou ao Brasil em 1925. Trabalhou em São Paulo com Hipólito Pujol, onde desenvolveu vários trabalhos, destacando-se cálculos e detalhes do Teatro Pedro II em Ribeirão Preto. 

Em Mato Grosso desde 1931, “foi contratado pela empresa Thomé & Irmãos para executar as obras da igreja matriz dos padres redentoristas em Miranda-MT, onde chegou a ocupar o cargo de secretário de Obras municipal. (...) Mudou-se para Campo Grande em 1932 e residiu na cidade até 1940.
Em Campo Grande atuou como arquiteto e responsável técnico da empresa Thomé & Irmãos Ltda, de Manoel Secco Thomé, em 1933, na época a maior construtora da cidade. Nos mais de dez anos que ficou em Campo Grande deixou uma grande produção de projetos e obras executadas”.


Entre seus trabalhos em Campo Grande, Arruda cadastrou os seguintes:


Edifício José Abrão, atual Hotel Americano, na rua 14 de Julho, “um dos mais bonitos edifícios em estilo Arte Déco de Campo Grande” (foto); projeto de reforma do Rio Hotel, um dos maiores de Campo Grande nos anos 30, localizado à rua Cândido Mariano, entre a 14 de Julho e a 13 de Maio, demolido em 1993; Colégio Dom Bosco, na esquina da Mato Grosso com a 13 de Maio, “até hoje, é um dos mais belos edifícios Art Déco de Campo Grande;” a Casa de Saúde Santa Maria, do médico e ex-prefeito Ari Coelho de Oliveira, projetado em 1938, construído por Alexandre Tognini, na avenida Afonso Pena, esquina com a rua José Antônio, demolido nos anos 80; e os cines Santa Helena e Alhambra, durante muitos anos as principais casas de espetáculos da cidade.


Em 1948 mudou-se para Cuiabá, onde trabalhou na Comissão de Estradas de Rodagem do Estado de Mato Grosso, dedicando-se à construção de estradas, “estando à frente desde os levantamentos preliminares de exploração até o projeto executivo e a construção da obra, incluindo-se obras de arte, principalmente pontes em madeira. Alguns de seus projetos continuam a ser utilizados até os dias presentes, conforme depoimento de engenheiros do órgão, tendo obtido referência no Anuário do Departamento Estadual de Estradas de Rodagem, de 1960, pela construção de mais de 24 mil metros de pontes em madeira”. 

FONTEÂngelo Arruda, Pioneiros da Arquitetura e da Construção em Campo Grande, Uniderp, Campo Grande, 2002, página 291


7 de novembro

07 de novembro

1882- Índio lidera fuga de escravos em Coxim

Capitaneados por um índio chiquitano de nome André, fugiram da Fazenda Santa Luzia, em Coxim (São José de Herculânia) nove escravos, sendo 5 homens e quatro mulheres. O alarme foi dado pelo coronel Antonio Luiz da Silva Albuquerque, chefe político do distrito, em anúncio publicado num jornal de Corumbá:




FONTE: jornal O Iniciador (Corumbá) 31 de dezembro de 1882.


7 de novembro 

1911 – Morre no Rio, Generoso Ponce






Aos 58 anos falece no exercício do mandato de deputado federal, Generoso Ponce, o político de maior influência e prestígio em Mato Grosso nas três primeiras décadas da República. Nasceu em Cuiabá e começou a militar na política, ainda no Império, como membro do partido liberal. Com a proclamação da República, aderiu ao novo regime, elegendo-se deputado constituinte e vice-presidente do Estado, no governo de Manoel Murtinho.

Em 1892 chefiou a contra-revolução aos seguidores do general Antônio Maria Coelho, devolvendo o governo a Manoel Murtinho, deposto num golpe militar, chefiado pelo coronel Barbosa, de Corumbá.


Em 1894 elege-se senador, cargo que ocupou até 1902. Em 1906 comandou, a partir de Corumbá, onde estava residindo e estabelecido como comerciante, a rebelião que derrubou Totó Paes do governo. Em 1907 assume a presidência do Estado, quando por motivo de doença, renunciou em favor de seu primeiro-vice, Pedro Celestino Correa da Costa, sendo eleito deputado federal. 


FONTE: Estevão de Mendonça, Datas Matogrossenses, (2ª edição) Governo de Mato Grosso, Cuiabá, 1973, 245


7 de novembro

2020 - Mulher no mais alto posto da Polícia Militar





Mato Grosso do Sul tem a primeira mulher no posto de coronel. Foi promovida ao mais elevado posto da corporação, a Neudy Nunes Barbosa Centurião. Como oficial da PM, passou pela Companhia de Trânsito, Policiamento Montado, 1° Batalhão e Comunicação Social. Comandou a Cavalaria e foi sub-comandante da PM de Corumbá e do Batalhão Rodoviário. Quando foi alçada ao mais elevado posto da polícia estava à frente do Centro de Equoterapia.


FONTE: Correio do Estado, Campo Grande, 7 de novembro de 2020.

FONTE: revista Boca do Povo, Campo Grande.





OBISPO MAIS FAMOSO DE MATO GROSSO

  22 de janeiro 1918 – Dom Aquino assume o governo do Estado Consequência de amplo acordo entre situação e oposição, depois da Caetanada, qu...