1867 – Expedicionários deixam a colônia de Miranda rumo ao Apa
Em direção à fronteira e invasão da república paraguaia, os expedicionários brasileiros deixam a colônia de Miranda às margens do rio Miranda. No dia anterior, o coronel Camisão, comandante da força brasileira, dirige aos seus soldados a seguinte proclamação:
Camaradas! Amanhã sairemos para o Apa! Nas margens daquela divisa do território brasileiro flutuará pela primeira vez o Pavilhão Nacional! Seja a sua aparição saudada pelo clamor uníssono dos peitos patriotas, mantida constância e coragem, sustentada pela dignidade do militar. – Os exércitos do Sul alcançando a glória que Deus distribui aos homens inflamados pelo amor da Pátria, traçarão a linha que deveis seguir. – Cercando a bandeira, emblema de nossa civilização, de nossa constituição política, de nossa honra, levantai-a tão alto que o Brasil em peso nos atire as bênçãos de reconhecimento e que o mundo declare haveis bem merecido de vosso país. – Confiai sempre em vós, nos vossos chefes, na Estrela do Império. O Deus das Batalhas nos protegerá e o anjo da Vitória, adejando sobre vossas frontes, arrebatará à imortalidade os mártires, coroando aos vitoriosos.
- Carlos de Moraes Camisão, coronel comandante.
Conforme
O alferes Amaro Francisco de Moura, Secretário Militar.
Taunay detalha o evento, ressaltando a ausência de cavalos para a tropa:
Já a vanguarda, contudo, devia dar-lhe motivos para reflexão, composta como era de nossa cavalaria desmontada. E com efeito já relatamos que não tínhamos mais cavalos, todos vitimados na região de Miranda por uma epizootia do gênero de paralisia reflexa que a nós mesmos, tão cruelmente, viera provar. Quando muito pudera o serviço de faxina conservar alguns muares. Faltava-nos o elemento primordial da guerra nestes terrenos, a cavalaria; e não havia quem com isto não se impressionasse.
"Mal grado a diferença de feição - continua o historiador da marcha - a que se rinham de resignar, nada perderam os nossos caçadores do aspecto marcial. Após eles marchava o 21º batalhão de linha, precedendo uma bateria de duas peças raiadas; depois o 20º batalhão, outra bateria igual à primeira, acompanhada pelo 17º de Voluntários da Pátria; e afinal as bagagens, o comércio, com a sua gente e material, e as mulheres dos soldados, bastante numerosas.
Ocupava o gado o flanco esquerdo, com as carretas de munições de guerra e de boca, massa confusa protegida por forte retaguarda".
FONTE: Taunay, A retirada da Laguna, 16a. edição, Edições Melhoramentos, S. Paulo, 1942, páginas 150 e 49.
FOTO: Ilustração da capa da 16a. edição do livro Retirada da Laguna, de Taunay.
14 de abril
1969 – Entra em operação a usina de Jupiá
Jupiá a primeira usina do complexo hedrelétrico do rio Paraná |
O último dos 14 geradores, entrou em operação em 30 de junho de 1974.
FONTE: Jesus H. Martin, A História de Três Lagoas, edição do autor, Três Lagoas, 2000, página 72.
14 de abril
1977 - Corumbá faz companha contra a divisão do Estado
Cássio Leite de Barros, vice-governador de Mato Grosso |
Menos de um mês antes do anúncio oficial da divisão de Mato Grosso, ocorrida em 3 de maio de 1977, era intensa a campanha de políticos e população corumbaense contra a separação. Na verdade, a cidade branca acalentava o sonho de ser transformada em terceiro estado, como capital de uma unidade federativa juntando os municípios do Pantanal do Norte e do Sul. A contestação de Corumbá foi registrada pelo Jornal do Brasil (Rio) com nota encimada pelo título Corumbá contesta divisão:
"Cuiabá - A população de Corumbá, que na década de 60 acalentou o sonho de pertencer a um território independente ou mesmo um Estado, teme que a anunciada divisão de Mato Grosso prejudique o desenvolvimento do município, quase todo encravado na bacia do Pantanal e cuja maior riqueza é a pecuária.
A preocupação que deu origem ao slogan Nem com o Sul, nem com o Norte, como Estado Corumbá será mais forte, é também das autoridades estaduais, como o vice-governador Cássio Leite de Barros, que reside em Corumbá, onde, além de outros interesses, possui uma das maiores criações de gado da região pantanosa".
FONTE: Jornal do Brasil (RJ), 14 de abril de 1977.
FOTO: Governo do Estado do Mato Grosso.
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