sexta-feira, 20 de setembro de 2013

25 de setembro


25 de setembro

 
1856 – Cuiabanos exploram o extremo sul do Estado



Serra de Maracaju, no roteiro dos primeiros exploradores de Cuiabá


137 anos da descoberta de Cuiabá e 108 depois da criação da capitania de Mato Grosso, parte de Cuiabá para exploração no sul do Estado o capitão Francisco Nunes da Cunha. De seu retorno, no ano seguinte, entrega ao presidente Augusto Leverger, o barão de Melgaço, o seguinte relatório:

A zona do terreno compreendida a leste pelo rio Brilhante e a oeste pelas alturas da serra Maracaju, e que se estende desde o paralelo que fica ao sul das últimas cabeceiras do rio Dourados, é a que mais ou menos percorri e explorei; ela compõe-se de altas e bonitas chapadas, separadas por uma infinidade de vertentes, que formam os ribeirões Santo Antônio, Santa Gertrudes, Cachoeira, Santa Maria e Dourados; cada uma das vertentes é coberta de espessa mata, excelente para cultura de toda espécie de grão; os leitos dos ribeirões que ficam ao norte são mais ou menos descobertos ou bordados de estreita mata pouco própria para cultura; na confluência de seus galhos, porém, sempre há matas de boa qualidade.


A proporção que se anda para o sul e desde o ribeirão da Cachoeira, vê-se que se multiplicam as vertentes e que as matas, tornando maiores, guarnecem já grande parte das margens dos ribeirões; no mesmo rio Dourados se observa que as matas das últimas vertentes dos sul são mais extensas e mais abundantes em madeira e erva-mate do que as das vertentes do norte: nestas matas predomina a peroba da melhor qualidade e ali crescem com tanto viço e vigor que tomam proporções extraordinárias; em qualquer mata que casualmente se penetre encontram-se sempre perobas, cujos troncos têm às vezes, vinte, trinta ou mais palmos de circunferência. 


No esboço que acompanha este, estão figurados os três galhos do rio Dourados, que se aproximam mais das matas conhecidas pelas do Iguatemi; destes galhos, um corre a leste e dois a nordeste e destes últimos o de oeste, por sua posição topográfica relativamente à das referidas matas, o que deve ser escolhido para na sua margem ser assentada a projetada colônia. A uma légua das mencionadas matas e duzentas braças arredado da margem direita do citado galho, fiz plantar um esteio lavrado para marca ou sinal do lugar que me pareceu mais próprio para assento da colônia.


A chapada que separa as águas do Dourados das que nascem das matas supramencionadas, é dos terrenos que explorei o mais elevado; dela a rumo de sudoeste se avista uma alta serra que corre de noroeste a sueste e que parece estar a dez léguas mais ou menos e já a leste das cabeceiras do rio Apa.

 
Desta vistoria resultou a construção da colônia militar de Dourados, hoje município de Antônio João. Até então as únicas áreas habitadas no Sul do Estado eram a decadente fazenda Camapuã, a vila de Santana do Paranaíba, Nioaque, Miranda, Vacaria, Forte Coimbra e Albuquerque.

FONTE: Estevão de Mendonça, Datas Matogrossenses, (2ª edição) Governo de Mato Grosso, Cuiabá, 1973, página 167.



25 de setembro 


1924 – Rondon chefia tropas legalistas no Paraná




Na única vez em que assume funções de comando em conflito armado, o sertanista matogrossense general Candido Mariano da Silva Rondon é nomeado para combater os revolucionários paulistas do general Isidoro Dias Lopes, refugiados no Paraná:

A 25 apresentei-me ao Ministro de acordo com um novo recado trazido pelo seu oficial de gabinete. Fez-me então convite pessoal para comandar aquela expedição, dando-me carta branca sobre o meu modo de dirigir.
É que, vencida a revolução de São Paulo, deixara Isidoro Dias Lopes aquele Estado, com as suas tropas, visando contornar as forças do governo para atingir o rio e, por outro lado, estender a revolução, conflagrando o país do Rio Grande do Sul ao Contestado.


Aceitei a incumbência porque ao receber o recado, na véspera, refletira maduramente e ouvira minha esposa.


Vencidos os rebeldes em maio do ano seguinte, a 12 de junho o general Rondon estingue o comando, “publicando o boletim final e a 15 chegava ao Rio, apresentando-me, logo no dia seguinte, com os oficiais do meu Estado-Maior, aos chefes do Estado-Maior do Exército, do Departamento de Guerra, ao Comandante da Região Militar, ao Ministro da Guerra, ao presidente da República.” 


Os rebeldes, derrotados por Rondon entraram em Mato Grosso e formaram a Coluna Prestes.


FONTE: Esther Viveiros, Rondon Conta Sua Vida, Cooperativa Cultural dos Esperantistas, Rio, 1969, página 477.


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